3.º Ciclo em Sociologia Genealogia, morfologia, dinâmicas e produtos do rock independente de Teresina no início do século XXI. Thiago Meneses Alves D 2017 Thiago Meneses Alves Genealogia, morfologia, dinâmicas e produtos do rock independente de Teresina no início do século XXI. Tese realizada no âmbito do Doutoramento em Sociologia, orientada pela Professora Doutora Paula Maria Guerra Tavares. Faculdade de Letras da Universidade do Porto janeiro de 2017 Genealogia, morfologia, dinâmicas e produtos do rock independente de Teresina no início do século XXI. Thiago Meneses Alves Tese realizada no âmbito do Doutoramento em Sociologia, orientada pela Professora Doutora Paula Maria Guerra Tavares. Sumário Agradecimentos ............................................................................................................................. 9 Resumo ........................................................................................................................................ 11 Abstract ....................................................................................................................................... 12 Índice de ilustrações .................................................................................................................... 13 Índice de tabelas .......................................................................................................................... 15 Lista de abreviaturas e siglas ....................................................................................................... 16 Introdução ................................................................................................................................... 18 PARTE I ...................................................................................................................................... 30 Capítulo 1 - Para uma sociologia do rock ................................................................................... 31 1.1. Questões preliminares acerca da música popular ............................................................. 31 1.2. Rock, estrutura social e cultura popular ........................................................................... 38 Capítulo 2 - Para uma diacronia do rock brasileiro ..................................................................... 52 2.1. A explosão da Jovem Guarda e a formação de um mercado massivo de rock ............ 54 2.2. A Tropicália e a formação de um “som universal” .......................................................... 59 2.3. A diluição da pós-Tropicália ............................................................................................ 67 2.4. O frenesi de um mercado massivo ................................................................................... 72 2.5. O massivo agora também é híbrido .................................................................................. 81 2.6. Segmentação, ostracismo e ecletismo .............................................................................. 87 Capítulo 3. – Sobre o discurso da independência musical .......................................................... 91 3.1. Considerações gerais sobre a independência na música ................................................... 91 3.2. O discurso da independência musical no contexto brasileiro ........................................... 95 Capítulo 4. – Fundamentos de uma sociologia cultural da música popular .............................. 105 4.1. Marcos fundadores da sociologia da música .................................................................. 105 4.2. Para uma sociologia cultural da música popular ............................................................ 112 Capítulo 5. – Para a análise do rock independente de Teresina ................................................ 122 5.1. Os campos sociais .......................................................................................................... 123 5.1.1. Teoria bourdieusiana e o fenômeno estético ........................................................... 129 5.2. Os mundos da arte .......................................................................................................... 132 5.3. Os mundos da cultura ..................................................................................................... 137 5.4. As cenas musicais .......................................................................................................... 140 Intermezzo: opções metodológicas ............................................................................................ 146 5 PARTE II .................................................................................................................................. 157 Capítulo 6. – A genealogia do rock independente de Teresina ................................................. 158 6.1. Juntando os fragmentos, produzindo novas peças e montando um mosaico I: a trajetória do rock teresinense no século XX ......................................................................................... 161 6.1.1. Os anos de 1960: A chegada da Jovem Guarda e a gênese do rock teresinense ..... 161 6.1.2. Os anos de 1970: a movimentação em torno dos festivais de música e o surgimento de uma produção roqueira autoral ..................................................................................... 167 6.1.3. Os anos de 1980: diversidade musical e os primeiros registros fonográficos ......... 171 6.1.4. Os Anos de 1990: hibridações culturais e o surgimento dos primeiros cânones ..... 177 6.2. Juntando os fragmentos, produzindo novas peças e montando um mosaico II: a sedimentação do rock independente de Teresina no século XXI .......................................... 190 6.2.1. Os anos 2000: euforia e visibilidade ....................................................................... 192 6.2.2. Teófilo: a representação de um início de década arrebatador .................................. 197 6.2.3. Lado 2 Estéreo: quando o rock teresinense sai de casa e desbrava o mundo .......... 200 6.2.5. Segmentação, ostracismo e ecletismo no rock independente de Teresina na segunda década do século XXI ........................................................................................................ 213 6.2.6. Guardia: o rock independente de Teresina na era da desmaterialização da música 217 Capítulo 7. – A morfologia do rock independente de Teresina (2014-2016) ............................ 223 7.1. Projetos musicais ............................................................................................................ 228 7.1.1. Pop Rock ................................................................................................................. 233 7.1.2. Indie rock ................................................................................................................. 238 7.1.3. Híbridos ................................................................................................................... 245 7.1.4. Rock vintage ............................................................................................................ 252 7.1.5. Outros projetos musicais ......................................................................................... 256 7.2. Entidades promotoras de eventos (2014-2016) .............................................................. 260 7.2.1. Produtoras especializadas ........................................................................................ 262 7.2.2. Coletivos culturais ................................................................................................... 270 7.2.3. Entidades Governamentais ...................................................................................... 278 7.2.4. Espaços de concertos especializados ....................................................................... 282 7.2.5. Outras entidades promotoras de eventos ................................................................. 283 7.3. Espaços de fruição (2014-2016) ..................................................................................... 285 7.3.1. Tipologias ................................................................................................................ 286 7.3.2. Disposição territorial ............................................................................................... 293 7.4. Instâncias de legitimação ............................................................................................... 311 7.4.1. No âmbito da imprensa oficial ................................................................................ 315 6 7.4.2. No âmbito da imprensa alternativa .......................................................................... 318 Capítulo 8. – As dinâmicas no rock independente de Teresina no século XXI .......................... 325 8.1. As principais formas de alianças travadas ...................................................................... 327 8.2. Principais tensionamentos .............................................................................................. 336 Capítulo 9. – Os produtos do rock independente ...................................................................... 351 9.1. O incremento e sedimentação da produção fonográfica no contexto de desmaterialização da música ............................................................................................................................... 357 9.2. Produção videográfica (o caso dos videoclipes): um segmento em expansão ............... 366 9.3. Os primeiros passos de um (ainda) longo caminho: a repercussão dos produtos do rock independente ......................................................................................................................... 373 9.4. Os significados da produção: o caso das hibridações culturais ...................................... 377 9.4.1. Fatores relacionados com a localização geográfica ................................................. 379 9.4.2. Fatores relacionados ao período temporal ............................................................... 385 9.4.3. Outros pontos sobre as hibridações culturais .......................................................... 386 Considerações finais .................................................................................................................. 390 Referências bibliográficas ......................................................................................................... 403 Sítios e arquivos eletrônicos .................................................................................................. 416 Registros fonográficos por país - Brasil ................................................................................ 422 Registros fonográficos por cidade - Teresina ........................................................................ 425 Anexos....................................................................................................................................... 431 Anexo 1 Bandas e artistas solo catalogados no âmbito do rock pop teresinense .................. 432 Anexo 2 Projetos catalogados no âmbito do indie rock teresinense ..................................... 446 Anexo 3 Projetos catalogados no âmbito dos híbridos .......................................................... 455 Anexo 4 Projetos catalogados no âmbito do rock vintage .................................................... 468 Anexo 5 Outros projetos musicais no âmbito do rock independente de Teresina ................. 474 Anexo 6 Entidades promotoras de eventos catalogadas no âmbito público (2014-2016) ..... 485 Anexo 7 Entidades promotoras de eventos catalogadas no âmbito privado (2014-2016) ..... 486 Anexo 8 Entidades promotoras de eventos catalogadas no âmbito do terceiro setor (2014- 2016) ..................................................................................................................................... 488 Anexo 9 Espaços de fruição privados especializados catalogados (2014-2016)................... 489 Anexo 10 Espaços de fruição privados não-especializados catalogados (2014-2016) ......... 491 Anexo 11 Espaços de fruição públicos especializados catalogados (2014-2016) ................. 493 Anexo 12 Espaços de fruição públicos não-especializados catalogados (2014-2016) .......... 494 Anexo 13 Espaços de fruição pertencentes ao terceiro setor catalogados (2014-2016) ........ 496 Anexo 14 Espaços de fruição catalogados na zona Leste de Teresina (2014-2016) ............. 497 7 Anexo 15 Espaços de fruição catalogados no centro de Teresina (2014-2016) .................... 500 Anexo 16 Espaços de fruição catalogados na zona Norte de Teresina (2014-2016) ............ 501 Anexo 17 Espaços de fruição catalogados na zona Sudeste de Teresina (2014-2016) ......... 502 Anexo 18 Espaços de fruição catalogados na zona Sul de Teresina (2014-2016) ................ 503 Anexo 19 Álbuns catalogados no âmbito do rock independente de Teresina no século XXI504 Anexo 20 Extended plays catalogados no âmbito do rock independente de Teresina no século XXI ........................................................................................................................................ 509 Anexo 21 Singles catalogados no âmbito do rock independente de Teresina no século XXI ............................................................................................................................................... 512 Anexo 22 Demos catalogadas no âmbito do rock independente de Teresina no século XXI 514 Anexo 23 Bootlegs catalogados no âmbito do rock independente de Teresina no século XXI ............................................................................................................................................... 516 Anexo 24 Compilações catalogadas no âmbito do rock independente de Teresina no século XXI ........................................................................................................................................ 517 Anexo 25 Fonogramas dispersos catalogados no âmbito do rock independente de Teresina no século XXI ............................................................................................................................ 518 Anexo 26 Videoclipes catalogados no rock independente de Teresina no século XXI ........ 520 Anexo 27 Guião principal de entrevista semiestruturada presencial ..................................... 527 Anexo 28 Capas dos fonogramas catalogados no âmbito do rock independente de Teresina no século XXI ............................................................................................................................ 531 8 Agradecimentos Antes de tudo, gostaria de sublinhar a consciência do privilégio que foi estudar uma temática escolhida a dedo (a música), a partir de um território cujas minhas relações afetivas (Teresina) despertam o tipo de interesse genuíno, praticamente impossível de ser adquirido num ambiente “puramente” profissional. Ainda que este processo tenha tido uma gênese bastante pessoal, sem a presença de várias pessoas ele não teria se concretizado. Portanto, findo este percurso, agradecer é preciso. Assim, gostaria de iniciar frisando o papel importantíssimo dos meus interlocutores neste processo, numa colaboração que extravasou, em muitas ocasiões, o contexto de interação de uma entrevista. Os momentos compartilhados, além de fornecerem material de suma importância para os resultados agora apresentados, foram fonte de incentivo e inspiração fundamentais. A vocês, o meu mais sincero obrigado. Importante também ressaltar o papel das instituições que forneceram as condições para que o meu percurso fosse cumprido de forma eficaz. Assim, os meus sinceros agradecimentos ao Gabinete da Reitoria da Universidade do Porto pela mediação com o Programa Erasmus Lindo, que concedeu a minha bolsa de estudos, e ao qual registro os meus agradecimentos também. Ao Gabinete de Relações Internacionais da Faculdade de Letras da Universidade do Porto, assim como os Serviços Acadêmicos, os meus sinceros agradecimentos pela disponibilidade e eficiência sempre demonstradas. Finalmente, gostaria de enfatizar a minha gratidão ao Departamento de Sociologia da Universidade do Porto. Os ensinamentos repassados neste processo serão de grande valia para a minha vida intelectual e profissional. A vocês, mestres, minha sincera gratidão. À minha orientadora Paula Guerra, agradeço, entre outras coisas, pela confiança no meu trabalho, pelo valoroso auxílio na inserção em um novo ambiente acadêmico e institucional, assim como pelas valiosas lições a respeito da Sociologia, as quais levarei no decorrer do meu percurso profissional. Aos meus amigos Carlos Rocha e Emanuel Alcântara eu devo um agradecimento especial. Seja pela importante acolhida em Teresina no período da pesquisa de campo, 9 mas também pelo senso de empatia e camaradagem que os anos não se atrevem a enfraquecer. À minha querida amiga Clarissa Poty, os meus agradecimentos pelo interesse em ouvir sobre o processo desta investigação, transmitindo sempre um feeling inspirador. Aos amigos do Porto que cruzaram o meu caminho e que tornaram esta experiência ainda mais profunda, interessante e formativa. Entre tantos, um agradecimento especial para Franciso Conrado, Ana, Marcela, Nina, Sael, Tobias, Myrna, Ana Cecília, Janek, Frederico, Pedro, aos quais sou grato pelo senso de humor e empatia constantes. Não poderia deixar de mencionar os meus familiares mais próximos (Ivane, Alves e Tahiana). Pela torcida sincera e disponibilidade ininterrupta, minha gratidão para com esses sentimentos descompromissados, que aprendemos a perceber melhor com o tempo, é imensurável. Pela atenção e carinho disponibilizada nos momentos que antecederam à defesa da tese, os meus sinceros agradecimentos à “famiglia italiana” (Emilio e Valéria). Por último, por tudo o que tem feito, seja no nível pessoal, seja no nível profissional, gostaria de agradecer à minha querida Irene. Suspeito de que eu simplesmente não teria chegado ao fim sem o seu auxílio primoroso. O simples fato de teres aparecido e permanecido na minha vida é um privilégio que procuro fruir dia após dia. Se eu posso afirmar categoricamente a maravilha que tem sido a vida até agora, boa parte da segurança nessa afirmação se deve à nossa convivência. ….. ….. 10
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