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Garotas de Vidro – A verdade ne – Laurie Halse Anderson PDF

186 Pages·2014·1.22 MB·Portuguese
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DADOS DE COPYRIGHT Sobre a obra: A presente obra é disponibilizada pela equipe Le Livros e seus diversos parceiros, com o objetivo de oferecer conteúdo para uso parcial em pesquisas e estudos acadêmicos, bem como o simples teste da qualidade da obra, com o fim exclusivo de compra futura. É expressamente proibida e totalmente repudíavel a venda, aluguel, ou quaisquer uso comercial do presente conteúdo Sobre nós: O Le Livros e seus parceiros disponibilizam conteúdo de dominio publico e propriedade intelectual de forma totalmente gratuita, por acreditar que o conhecimento e a educação devem ser acessíveis e livres a toda e qualquer pessoa. Você pode encontrar mais obras em nosso site: LeLivros.us ou em qualquer um dos sites parceiros apresentados neste link. "Quando o mundo estiver unido na busca do conhecimento, e não mais lutando por dinheiro e poder, então nossa sociedade poderá enfim evoluir a um novo nível." Lia e Cassie tem sido melhores amigas desde o ensino fundamental, e cada uma desenvolveu seu próprio transtorno alimentar que as conduz ao desastre. Agora aos 18 anos, elas não são mais amigas. Apesar de suas desavenças, Cassie liga para Lia 33 vezes na noite de sua morte, e Lia nunca atende. Os acontecimentos cansativos, a culpa de Lia, sua necessidade de ser magra, e sua luta por aceitação são narrados em um fluxo quase poético de consciência nesta surpreendentemente nítida e perfeita narrativa em primeira pessoa. Garotas de Vidro LAURIE HALSE ANDERSON Para Scot - por fornecer o fogo que me mantém aquecida quando a tempestade ruge lá fora. [Perséfone] estava preenchida por um sentimento de admiração, e estendeu ambas as mãos para pegar o bonito brinquedo. E a terra, cheia de caminhos que nos levam a todas as direções, abriu-se debaixo dela... Ela deu um intenso grito... Mas, nenhum dos imortais, ou mortais humanos, a ouviu. - Hino Homérico a Deméter, traduzido por Gregory Nagy O Rei deu ordens para que a deixassem dormir tranquilamente até que o tempo viesse despertá-la. - A Bela Adormecida Nos Bosques ,de Charles Perrault, 1696, traduzido por Charles Welsh [001.00] Então ela me diz, as palavras escorrendo para fora junto a migalhas de muffin de cranberry, as vírgulas mergulhadas em seu café. Ela me diz em quatro sentenças. Não, cinco. Eu não posso deixar-me ouvir isso, mas é tarde demais. Os fatos entram sorrateiramente e me apunhalam. Quando ela chega à pior parte ... corpo encontrado em um quarto de motel, só... ... minhas paredes somem e minhas portas fecham. Concordo com a cabeça como se estivesse ouvindo, como se estivéssemos nos comunicando, e ela nunca sabe a diferença. Não é legal quando garotas morrem. [002.00] — Nós não queríamos que você soubesse na escola ou pelos jornais, — Jennifer põe o último pedaço de muffin na boca. —Você tem certeza que está bem? Abro a máquina de lavar louça e encosto-me ao vapor de água que flutua para fora dela. Gostaria de poder rastejar e me enroscar entre uma tigela e um prato. Minha madrasta Jennifer poderia trancar a porta, girar o mostrador para ESCALDAR, e pressionar ON. O vapor congela quando chega ao meu rosto. — Estou bem, — eu minto. Ela alcança a caixa de biscoitos de aveia com passas que está na mesa. —Isso deve ser horrível. — Ela puxa a tira da caixa. —Pior que horrível. Você pode me passar uma vasilha limpa? Eu pego uma bacia de plástico transparente e fecho a porta do armário e a entrego a ela. —Onde está o papai? — Ele tem uma reunião de posse. — Quem lhe contou sobre Cassie? Ela desintegra as bordas dos biscoitos antes de colocá-los na bacia, para fazê-los parecerem que foram assados por ela ao invés de comprados. —Sua mãe ligou noite passada, com as notícias. Ela quer que você visite a Dra. Parker imediatamente, ao invés de esperar a próxima consulta. O que você acha? — eu pergunto. É uma boa ideia, — diz ela. — Vou ver se podem te encaixar esta tarde. — Não se incomode, — eu puxo a parte superior da máquina. Os vidros vibram dando pequenos gritos quando eu os toco. Se eu pegá-los, quebrarão. —Não há por que. Ela pausa quase desmoronando. — Cassie era sua melhor amiga. — Não mais. Eu verei a Dra. Parker na próxima semana como o planejado. — Eu acho que a decisão é sua. Prometa-me que vai ligar para sua mãe e conversará com ela sobre isso? — Prometo. Jennifer olha para o relógio do microondas e grita: — Emma - quatro minutos! Minha meia irmã Emma não responde. Ela está na sala da família, hipnotizada pela televisão e uma tigela azul de cereal. Jennifer mordiscou um biscoito. — Eu odeio falar mal dos mortos, mas estou feliz que você não vai poder mais sair com ela. Eu empurro a parte superior de volta e puxo a parte inferior. — Por quê? — Cassie era uma encrenca. Ela poderia ter te levado junto com ela. Eu pego a faca de cortar carne escondida entre as colheres. O cabo preto está quente. Quando eu a solto, a lâmina fatia o dividindo a cozinha em rodelas. Lá está Jennifer, colocando os biscoitos comprados em uma vasilha de plástico para sua filha levar para a escola. Lá está a cadeira vazia do papai, fingindo que ele não tem escolha sobre aquelas reuniões logo cedo. Lá está à sombra da minha mãe, que prefere o telefone porque o cara-a- cara toma muito tempo e geralmente acaba em gritos. Aqui está uma garota segurando uma faca. Há gordura sobre o fogão, sangue no ar e palavras raivosas empilhadas nos cantos. Somos treinados para não ver, não ver nada disso. ... corpo encontrado em um quarto de motel, só... Alguém arrancou as minhas pálpebras. — Graças a Deus, você é mais forte do que ela era, — Jennifer termina o café e limpa as migalhas dos cantos da boca. A faca desliza para o bloco açougueiro com um sussurro. — Sim. — Pego um prato, limpo, livre de sangue e cartilagem. Ele pesa quatro quilos e meio. Ela tira a tampa da caixa de biscoitos. — Eu tenho um compromisso atrasado. Você pode levar Emma para o futebol? O treino começa as cinco. — Aonde? —Richland Park, um pouco depois do shopping. Aqui. — Ela me entrega a caneca pesada, uma crescente marca sangrenta de seu batom na borda. Eu a coloco em cima do balcão e guardo os pratos a tempo, os braços tremendo. Emma entra na cozinha e coloca sua tigela de cereal, quase cheia com leite cor do céu, ao lado da pia. Emma arrasta-se em direção a sua mochila, os cadarços dos tênis desamarrando-se. Ela ainda deveria estar dormindo, mas a esposa do meu pai, a leva mais cedo para a escola quatro dias por semana para aulas de violino e conversação de francês. Alunos da terceira série não são muito jovens para aprimoramento, você sabe. Jennifer se levanta. O tecido de sua saia está tão apertado em suas coxas, os bolsos escancaradamente abertos. Ela tenta suavizar as rugas. —Não deixe Emma a convencer a comprar batata frita antes do treino. Se ela ficar com fome, pode pegar uma macadamia. — Devo ficar por perto e trazê-la para casa? Ela balança a cabeça. Os Grant o farão. Ela pegou seu casaco das costas da cadeira, coloca os braços na manga e começa a abotoar. — Por que não comeu nenhum muffin? Comprei laranjas ontem, ou você poderia fazer torradas ou waffles congelados. Porque eu não posso deixar-me querê-los porque eu não preciso de um muffin (410){1}, eu não quero uma laranja (75) ou torradas (87), e waffles (180) me fazem vomitar. Eu aponto para o prato vazio em cima do balcão, ao lado do amontoado de frascos de comprimidos e da caixa de Bluberridazzlepops{2}. —Eu tenho cereal. Seus olhos disparam para o armário onde ela tinha posto meu cardápio. Ele veio com os papeis de licença quando eu me mudei há seis meses. Eu o peguei três meses atrás, no meu aniversário de dezoito anos. —Isso é muito pouco para se alimentar, — diz ela cuidadosamente. Eu poderia comer a caixa inteira Eu provavelmente não preencherei a tigela. — Meu estômago está indisposto. Ela abre a boca novamente. Hesitante. Um sopro azedo de café golpeia o ar matinal da cozinha e me atinge. Não fale - não fale. —Acredite, Lia. Ela falou. — Esse é o problema. Especialmente agora. Nós não queremos... Se eu não estivesse tão cansada, eu empuxaria confiança e ligaria o triturador de lixo e o deixaria ligado o dia todo. Eu pego uma bacia grande do lava louças e coloco sobre o balcão. —Eu. Estou. Bem. Ok?. Ela pisca duas vezes e termina de abotoar o casaco. — Ok. Eu entendo. Amarre seu tênis Emma, e vá para o carro. —Emma bocejou. — Espere. — Eu abaixo e amarro os cadarços de Emma. Nó duplo. Eu olho para cima. — Eu não posso continuar fazendo isso, você sabe. Você já está velha demais. Ela sorri e beija minha testa. —Sim você pode, boba — . Quando eu me levanto, Jennifer dá dois estranhos passos em minha direção. Eu espero. Ela é uma pálida, redonda mariposa, empoeirada em fragilidade, vestida para o dia com sua pasta de banqueiro, bolsa, e o controle de arranque da SUV alugada. Ela treme, nervosa. Eu espero. Este é o momento em que devemos nos abraçar ou beijar-nos ou fingir que o fazemos. Ela amarra a faixa na cintura. —Olhe... apenas continue o dia. Ok? Tente não pensar muito em certas coisas. — Certo. —Diga tchau à sua irmã, Emma. — Jennifer sugeriu. —Tchau, Lia.— Emma acena e me dá um pequeno sorriso deslumbrante. — O cereal está muito bom. Você pode comer o resto da caixa se quiser.

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Garotas de Vidro. LAURIE HALSE ANDERSON. Page 5. Para Scot - por fornecer o fogo que me mantém aquecida quando a tempestade ruge lá fora.
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