UNIVERSIDADE EST ADUAL PAULISTA “JÚLIO DE MESQUITA FILHO” INSTITUTO DE BIOCIÊNCIAS - RIO CLARO PROGRAMA DE PÓS-GRADUAÇÃO EM CIÊNCIAS BIOLÓGICAS (ÁREA: MICROBIOLOGIA APLICADA) FUNGI ASSOCIATED WITH ACROMYRMEX AND BASAL ATTINI ANTS FROM ARGENTINA AND BRASIL VIRGINIA ELENA MASIULIONIS Rio Claro 2013 FUNGI ASSOCIATED WITH ACROMYRMEX AND BASAL ATTINI ANTS FROM ARGENTINA AND BRASIL VIRGINIA ELENA MASIULIONIS Tese apresentada ao Instituto de Biociências do campus de Rio Claro, Universidade Estadual Paulista “Julio de Mesquita Filho”, como parte dos requisitos para a obtenção do título de Doutor em Ciências Biológicas (Área: Microbiologia Aplicada). Orientador: Prof. Dr. Fernando Carlos Pagnocca Rio Claro 2013 «Wie alles sich zum Ganzen webt, Eins in dem andern wirkt und lebt! » (Goethe, 1749-1832, p.66) « Através do telescópio Galileu confirmou a hipótese copernicana. O que ele perdeu foi o campo de movimento da astronomia vista ao olho nu, a relação da Via Láctea com o céu estrelado, e o movimento das jornadas de estrelas através do plano elíptico. E talvez em sua intensa concentração, ele tenha perdido também os sons, perfumes e cheiros da noite e a consciência de si mesmo como um homem que observa um esplêndido e misterioso espetáculo estelar. Galileu já não estava dentro da natureza, mas do lado de fora dela. Ele havia se tornado “observador científico”. A natureza era agora um simples objeto de indagação científica » (Oelschlaeger apub Grün, 2007, p.30) Dedico este trabalho a Kostantinas, Germán, José, Elena, Agustín, Zinaida, Francisca e Antonio... Todos Eles minha Inspiração, Exemplo de Vida e Orgulho eterno... assim também, especialmente, a meu Orientador e Mentor o Prof. Fernando C. Pagnocca. AGRADECIMENTOS Devo confessar que nunca imaginei que faria meu doutorado aqui, no Brasil. Sinto que comecei meus estudos sendo um tipo de pessoa e quem está terminando... é alguém totalmente diferente... ficar e estudar aqui, foi uma das melhores experiências, senão a principal, da minha vida... obrigada a todos e cada um de vocês... Além de dedicar este trabalho, agradeço a minha Família, que sem os ensinamentos e experiências que cada um deles me transmitirem e me transmitem constantemente, jamais poderia ter feito esse trabalho... só de pensar neles me cheio de orgulho, admiração, respeito... por isso, muito obrigada Kostantinas, Germán, José, Elena, Agustín, Zinaida, Francisca e Antonio... los amo!! Agradeço e dedico este trabalho ao meu Orientador, o Prof. Fernando C. Pagnocca quem me deu a oportunidade de trabalhar no seu laboratório. Agradeço enormemente da ajuda que ele me deu quando eu cheguei aqui, o grande apoio, os conselhos e a estimulação constante que sempre recebe dele... as discussões sobre trabalhos, sobre ciência, sobre pesquisa... Principalmente, agradeço ao Programa de Estudantes-Convênio de Pós-Graduação PEC-PG, administrado conjuntamente pelo Departamento Cultural (DP) do Ministério de Relações Exteriores - MRE, pela Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior – CAPES e pelo Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico – CNPq, pelo financiamento de meus estudos. Agradeço, também, à Universidade Estadual Paulista “Julio de Mesquita Filho” pela qualidade dos professores e do ensino. Agradeço à Profa. Derlene Attili de Angelis por todo o apoio e ajuda que recebe dela quando cheguei a Rio Claro, assim como sua amizade. Da seção de Pós-Graduação, agradeço pela enorme gentileza e paciência às adoráveis Rosemary Cardoso e Josiele Magri. Agradeço enormemente ter as maravilhosas amizades (de valor incalculável para mim) de Lu (Luciana Fontes Coelho), Necis (mãe do bonitão Theo), “Ita” Reiss, Lu (Luciliene), Paula (Paulis) Sanchez e Ana Paula (Anis Juanis) Duarte. Agradeço pela amizade, a meus colegas e amigos de laboratório!! Ife (uma pessoa que me insinuou muito), Silvio, Noemi, Weilan, Samuel (Samuelito), Francisco, Lídia, Priscila, Juliana dos Santos, e aqueles que já não estão presentes mais estarão sempre comigo Thaís Mendes, Tati Carvalho, Aline Cruz, Aline Castanha, Fábio Guedes, Liu, Mara, Diogo, Marcela e Luiza. Agradeço o bom e agradável relacionamento com o Prof. Odair Bueno, pelas boas conversações e conselhos ao Prof. Vanderlei Martins, pelos conselhos e o compartilhar ideias ao Prof. Hércules Menezes. Agradeço a gentileza e bom trato do Prof. André Rodrigues. Não posso me esquecer de agradecer a excelente disposição para me ajudar e dar sugestões ao Prof. Silvio Govone, assim como as agradáveis conversações. Agradeço pela gentileza e os bons conselhos que sempre me deu Sebastião Zanão. Também quero agradecer pela paciência e gostosas conversações a Antonio Teruyoshi Yabuki. Do laboratório do Prof. Odair, nunca vou esquecer as amizades de Marcela (Marce), Vivi, Amandinha, Sandra (Sandrinha) e Eduardo (Du-du). Ao Prof. Osmar Malaspina (pelas pinhas!) a Andrigo e João. Do laboratório do Prof. Maurício Bacci Jr agradeço a gentileza de Milene, Joana (Jô!), Alexandre, Cynara, Carol, Sergio, Joaquim e Cíntia. Agradeço a duas adoráveis e maravilhosas pessoas que considero minhas amigas de coração, Maria e Lídia pela amizade e as brincadeirinhas diárias! Elas sempre poderão contar comigo! Do Departamento de Bioquímica agradeço a amizade de: Kate, Roberta, César, Alex, Fabrício, Túlio (Batata), Grazy, Paulo, Adriano; também a Rafinha (adorável!), Danilo, Sadala, Juliana, Mariana, Jaqueline e Lucas. Ao pessoal da biblioteca!! Os quais são todos mega-legais, agradeço pela paciência e a excelente disposição para ajudar, adoro eles! Agradeço, também, a Henrique e Laura, duas excelentes pessoas que me deram como presente a minha pequenininha amiga Mažutis. Não quero me esquecer de agradecer a linda amizade que fiz com Ju Padilha com quem compartilhamos muitas e divertidas conversas, assim como também a minha outra amiga maravilhosa Cristina Costa Bombonatti com quem sorrimos o tempo tudo! Agradeço muito especialmente a minha querida Professora de Português na Argentina, Lourdes Narvaez por ter uma excelente predisposição e paciência para me ensinar esta linda língua e que, se não fora por ela nunca poderia ter obtido esta bolsa de estudos. Também gostaria de agradecer à Dra. Marta Cabello do Instituto Spegazzini, La Plata, Buenos Aires quem me aconselhou e ficou ao meu lado sempre. Ao Dr. Roberto Lecuona pela oportunidade de trabalhar no seu laboratório no IMyZA, INTA- Castellar, Buenos Aires, Argentina. A meus amigos do laboratório do IMyZA, Ana Laura (Anis Lauris, agora mãe), Julieta (Ju) e Ignácio (Nacho) pela ajuda incondicional, os momentos divertidos, as conversações, fofocas e “los mates de las mañanas y las tardes”. Ao Prof. Antonio Iozia, proprietário do campo onde trabalhei em Santurce, Santa Fé, por dois anos, ele sempre foi extremamente gentil e adorável comigo. Outra vez a meu amado irmão Germán por sua valiosa e indispensável amizade, companhia e ajuda incondicional. Agradeço enormemente a fantástica amizade com o Dr. Roland W. Weber quem foi e é uma das pessoas com a qual mais me identifiquei no jeito de pensar a ciência. Agradeço ao Dr. Richard Patrock por sua amizade que me fez sempre muito bem, ao Dr. Cameron R. Currie por estar sempre presente e por me aconselhar e estimular sempre, ao Dr. Urlich G. Mueller por me escutar, compreender e estimular a desenvolver determinados trabalhos. Agradeço pelos conselhos ao Dr. Christian Rabeling e ao Dr. Henrik De Fine Licht, assim como também, gostaria de agradecer ao Dr. Ted Schultz e ao Dr. Maurício Bacci Jr pela participação no trabalho. RESUMO As formigas cultivadoras de fungo (tribo Attini) são insetos eusociais, os quais formam colônias de centenas até milhões de indivíduos, sendo o fungo a principal fonte de alimentação das larvas e a rainha. Segundo sua fungicultura, elas são divididas em grupos, onde encontram-se as denominadas agricultura de “Lower-Attini” (agricultura das formigas basais) e aquelas com agricultura derivada ou “Higher-Attini”. Dentro da agricultura derivada, estão as formigas conhecidas como “cortadeiras”, que cortam material vegetal fresco para utilizar como substrato para o fungo mutualista que cultivam, enquanto que as formigas com agricultura basal, usam como substrato exoesqueleto e fezes secas de insetos, sementes, material de serrapilheira e folhas secas. Dentro dos ninhos, constroem câmeras onde mantém o fungo formando uma estrutura em forma de esponja chamada de “jardim de fungo”. O substrato é constantemente renovado e o material vegetal, uma vez tendo propiciado o crescimento do fungo é descartado, segundo a espécie de formiga, em câmaras especiais dentro do ninho ou externamente ao ar livre. Ainda, não se sabe muito sobre a estrutura e diversidade das comunidades de micro-organismos associados aos ninhos, apesar do crescente número de publicações a respeito. A biologia das formigas cortadeiras da Argentina é pouco estudada e praticamente não se sabe nada sobre os micro-organismos que encontram-se associados aos jardins de fungos e depósitos de descarte. Neste trabalho, apresentão-se dados sobre as leveduras que habitam e estão relacionadas com os ninhos de três espécies de formigas cortadeiras: Acromyrmex heyeri, Acromyrmex lobicornis e Acromyrmex lundii, assim como a descrição de duas espécies novas de leveduras. Mostram- se também um hábito de forrageamento incomum na espécie A. lobicornis. Ainda, estudando os jardins de fungo de duas formigas basais Mycocepurus smithii e Mycocepurus goeldii do Campus da UNESP, Rio Claro, Brasil, encontraram-se diferenças marcantes na morfologia do fungo cultivado por M. smithii e, pela primeira vez, apresenta-se e descreve-se uma espécie nova de um micoparasita específico pertencente ao gênero Escovopsis isolado de um jardim de M. goeldii. Acredita-se que os resultados aportam mais informação sobre a microbiota associada aos ninhos destas formigas. PALAVRAS CHAVE: leveduras; diversidade; Attini; fungos filamentosos RESUMEN Las hormigas cultivadoras de hongos (Tribu Attini) son insectos eusociales, los cuales forman colonias de cientos hasta millones de individuos, siendo el hongo la principal fuente de alimentación de las larvas y la reina. Según, la fungicultura practicada, pueden ser divididas en grupos, donde se encuentran aquellas con agricultura conocida como “Lower- Attini” (agricultura de las hormigas basales) y aquellas con agricultura derivada o avanzada, “Higher-Attini”. Dentro de la agricultura derivada, se encuentran las hormigas conocidas como “cortadoras o podadoras”, las cuales cortan material vegetal fresco para utilizar como sustrato para el hongo mutualista que cultivan, mientras que las hormigas con agricultura de tipo basal, utilizan como sustrato exoesqueleto y excrementos secos de insectos, semillas, material de hojarasca y hojas secas. Dentro de los nidos, construyen cámaras donde mantienen el hongo formando una estructura semejante a una esponja denominada, comúnmente, como “jardín de hongo”. El sustrato es constantemente renovado y el material vegetal, una vez consumido los nutrientes del mismo, es descartado en cámaras especiales dentro del nido, o bien, depositado exteriormente al aire libre, lo que depende de la especie de hormiga. Hasta ahora, no se sabe mucho sobre la estructura y diversidad de las comunidades de microorganismos que se encuentran asociados a los nidos, a pesar del creciente número de publicaciones hechas al respecto. La biología de las hormigas cortadoras de la Argentina ha sido poco estudiada y prácticamente no se sabe nada sobre los microorganismos que se encuentran asociados a los jardines de hongos y depósito de descarte. Con todo, este trabajo presenta datos sobre las levaduras que habitan y están relacionadas con los nidos de tres especies de hormigas podadoras: Acromyrmex heyeri, Acromyrmex lobicornis y Acromyrmex lundii, así como la descripción de dos especies nuevas de levaduras. También es mostrado, un habito de forrajeo poco común en la especie A. lobicornis. Además, estudiando los jardines de hongos de dos especies de hormigas basales Mycocepurus smithii y Mycocepurus goeldii del Campus de la UNESP, Rio Claro- Brasil, se han descubierto marcantes diferencias en la morfología del hongo cultivado por M, smithii. También, por primera vez, se presenta y describe una especie nueva de un conocido micoparásito específico perteneciente al género Escovopsis encontrada en el jardín de hongo de M. goeldii. Creemos que estos resultados pueden aportar un poco más de información sobre la micro-biota que se encuentra asociada a los nidos de estas hormigas. PALABRAS LLAVES: levaduras; diversidad; Attini; hongos filamentosos SUMÁRIO 1 INTRODUÇÃO ……………………………………………………………….…..... 11 1.1 Primeros registros …………....…………………………………………………….. 11 1.2 Formigas Attini–Fungos Basidiomicetos ................................................................. 12 1.2.1 Generalidades sobre as formigas cultivadoras de fungos ............................................ 12 1.2.2 O fungo cultivado ........................................................................................................ 14 1.3 Ciclo de vida das formigas Attini.............................................................................. 16 1.4 Forrageamento, seleção e processamento do substrato .......................................... 17 1.5 Sistemas de fungicultura ........................................................................................... 18 1.6 Modelos e hipóteses sobre a origem do mutualismo ............................................... 20 1.6.1 Modelos ....................................................................................................................... 20 1.6.2 Hipóteses ...................................................................................................................... 20 1.7 ”Microcosmos”: O ninho das formigas Attini ........................................................ 21 1.7.1 Leveduras ..................................................................................................................... 22 1.7.2 Fungos filamentosos .................................................................................................... 24 1.7.3 Micoparasitismo .......................................................................................................... 25 1.7.4 Bactérias ...................................................................................................................... 26 2 REFERÊNCIAS .......................................................................................................... 29 3 SOBRE OS CAPÍTULOS .......................................................................................... 45 4 PRIMEIRA PARTE: FORMIGAS ATTINI DA ARGENTINA ........................... 47 4.1 CAPÍTULO I ............................................................................................................... 48
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