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Fundação e Império PDF

227 Pages·1952·0.96 MB·Portuguese
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Isaac Asimov FUNDAÇÃO E IMPÉRIO Digitalização de Digital Source Formatação de LeYtor Trilogia FUNDAÇÃO FUNDAÇÃO E IMPÉRIO SEGUNDA FUNDAÇÃO Tradução de EDUARDO NUNES FONSECA Editoração de MAXIM BEHAR FUNDAÇÃO TRILOGIA Isaac Asimov Título original: FOUNDATION FOUNDATION AND EMPIRE SECOND FOUNDATION para Mary e Henry por paciência e tolerância. Prólogo A Decadência do Império Galáctico. Era um Império colossal, alargando-se por milhões de mundos que iam de extremo a extremo da poderosa espiral dupla que formava a Via-láctea. Esteve em declínio durante séculos antes de um homem se tornar realmente ciente dessa decadência. Este homem foi Hari Seldon, o homem que representou a única fagulha de esforço criador no meio da pressão da decadência. Criou e elevou a um alto grau de perfeição a ciência da psicohistória. A psicohistória trabalha considerando não o homem, mas o homem-massa. Era a ciência da multidão, multidão considerada no seu total de bilhões. Podia prever as reações com uma precisão que uma ciência menor só poderia resolver e prever com o mesmo rigor do ressalto de uma bola de bilhar. A reação de um homem não podia ser prevista utilizando a matemática, a reação de um bilhão é algo diferente. Hari Seldon delineou as tendências sociais e econômicas da época, estendeu para frente as curvas evolutivas e previu o acelerado declínio da civilização e o intervalo de trinta mil anos que deveria transcorrer antes de um novo Império vigoroso poder emergir das ruínas. Era muito tarde para impedir esse declínio, mas não muito tarde para impedir o aparecimento de um interregno de barbarismo. Seldon estabeleceu duas Fundações nos "extremos opostos da Galáxia" e a sua localização foi de tal modo calculada que os acontecimentos de um milênio deviam unir-se e entrelaçar-se de tal modo que levassem ao nascimento mais rápido de um Segundo Império, mais robusto e mais duradouro. Fundação (Gnome Press, 1951) contou a história de uma destas Fundações durante os dois primeiros séculos de vida. Começa com um povoamento de cientistas físicos em Terminus, um planeta colocado na extremidade de um dos braços da espiral da Galáxia. Separados dos distúrbios do Império, esses cientistas trabalharam como compiladores de um compêndio de conhecimento universal, a Enciclopédia Galáctica, desconhecendo o profundo papel que lhes fora destinado pelo já falecido Seldon. Como o Império se fosse corrompendo, as outras regiões caíram nas mãos de "reis" independentes. A Fundação viu-se ameaçada por eles. Contudo, atirando os insignificantes soberanos uns contra os outros, sob a orientação do primeiro prefeito, Salvor Hardin, conseguiram manter uma independência precária. Sendo os únicos possuidores da força atômica no meio de mundos que estavam perdendo a cultura e regressando ao carvão e ao petróleo, conseguiram, por isso, ganhar um ascendente. A Fundação tornou-se o centro "religioso" dos reinos vizinhos. Vagarosamente, a Fundação criou uma economia comercial ao mesmo tempo que a Enciclopédia recuava para um plano mais distante. Os seus comerciantes, negociando com instrumentos atômicos que o Império nem sequer podia ter copiado nos seus dias de maior solidez, penetravam centenas de anos- luz através da Periferia. Sob Hober Mallow, o primeiro Príncipe Mercador da Fundação, desenvolveram as técnicas de guerra econômica a ponto de derrotarem a República de Korell, embora este mundo fosse apoiado por uma das outras províncias que tinha saído do Império. Decorridos duzentos anos, a Fundação era o Estado mais poderoso da Galáxia, com exceção dos remanescentes do Império que, concentrados no terço central da Via-láctea, ainda controlavam três quartos da população e da riqueza do Universo. Parece inevitável que o próximo perigo a ser enfrentado pela Fundação fosse um último golpe do Império agonizante. O futuro deve ser esclarecido pela batalha entre a Fundação e o Império. Parte 1 O General 1. Em Busca dos Mágicos BEL RIOSE... Na sua carreira relativamente curta, Riose ganhou o titulo de "O Ultimo Imperial" e conseguiu-o merecidamente. Um estudo das suas campanhas revela-o como um equivalente de Peurifoy na capacidade estratégica, sendo-lhe talvez superior na habilidade que demonstrou em conduzir homens. O fato de ter nascido nos dias do declínio do Império assim o permitia, porém era-lhe inteiramente impossível igualar a crônica de Peurifoy como conquistador. Dispôs, contudo, de algumas possibilidades quando, sendo o primeiro general do Império a fazê-lo, enfrentou a Fundação com firmeza... ENCICLOPÉDIA GALÁCTICA Bel Riose sem escolta, o que está em desacordo com aquilo que a etiqueta cortesã prescreve para o chefe de uma esquadra estacionada num sombrio sistema estelar, na Fronteira do Império Galáctico. Bel Riose era jovem e enérgico – suficientemente enérgico para ser capaz de aceitar que o fim do Universo podia ser tão próximo como provável, provocado por uma corte onde não havia emoção e era apenas calculista – e indiscreto além disso. Circulavam a seu respeito histórias estranhas e improváveis, caprichosamente repetidas por centenas de pessoas e obscuramente conhecidas por milhares de outras, intrigadas pela última faculdade, a possibilidade de uma aventura militar dava utilização às outras duas. A combinação era subjugante. Saiu do sujo carro terrestre de que se tinha apropriado e dirigiu-se à porta da velha mansão que era o seu destino. Bateu. O olho fotônico que movimentava a porta estava em funcionamento, contudo a porta abriu-se manualmente. Bel Riose sorriu para o ancião: – Sou Riose... – Reconheço-o. – O ancião continuou imóvel e sem surpresa no seu lugar. – Que assunto o traz? Riose desceu um degrau em sinal de submissão: – É de paz. Se o senhor for Ducem Barr, peço-lhe o favor de me dar uns momentos de atenção. Ducem Barr afastou-se para o lado e, no interior da casa, as paredes reluziam de calor. O general penetrou na luz do dia. Apalpou a parede do gabinete, depois do que olhou fixamente para as pontas dos dedos: – O senhor conseguiu isto em Siwena? Barr sorriu fracamente: – Não podia ser em outra parte, julgo eu. Eu próprio cuido da casa tão bem quanto posso. Tenho que lhe pedir desculpa por tê-lo obrigado a esperar à porta. O aparelho automático assinala a presença de um visitante, porém não abre a porta. – Os seus inventos estragam-se depressa? – A voz do general era ligeiramente trocista. – Alguns deles não são muito úteis. Pode sentar-se, cavalheiro bebe chá? – De Siwena? Meu caro senhor, é socialmente impossível não bebê-lo. O velho patrício retirou-se silenciosamente com uma reverência leve que fazia parte da herança cerimoniosa legada por uma remota aristocracia dos melhores dias do último século Riose fitou as costas do seu anfitrião quando este se afastou, e a sua clássica urbanidade provocou-lhe um sentimento de indecisa irritação. Sua educação fora puramente militar, sua experiência também. Tinha, como se costuma dizer, enfrentado a morte muitas vezes, contudo uma morte sempre caracterizada por uma natureza familiar e tangível. Conseqüentemente, não havia inconseqüência no fato de o idolatrado leão da Vigésima Esquadra ter-se sentido deprimido na atmosfera bolorenta do velho aposento. O general reconheceu as pequenas caixas de marfim preto que estavam nas prateleiras como livros. Seus títulos não lhe eram familiares. Conjecturou que a ampla estrutura existente numa das extremidades do aposento era o receptor que transmudava os livros em visão e som logo que lhe fosse feito o pedido. Nunca vira nenhum em funcionamento, porém tinha ouvido falar deles. Ouvira uma vez contar que, havia muito tempo, durante a idade de ouro, quando o Império se estendera pela Galáxia inteira, nove casas em cada dez possuíam receptores idênticos – e idênticas filas de livros. Porém agora havia fronteiras para vigiar: os livros eram para os velhos. E metade das histórias que se contavam a respeito dos tempos antigos eram míticas, fosse como fosse. Mais de metade. Chegou o chá, e Riose sentou-se. Ducem Barr levantou a sua xícara. – A sua honra. – Muito obrigado. À sua. Ducem Barr observou deliberadamente: – Você disse que era novo? Trinta e cinco? – Quase acertou. Trinta e quatro. – Nesse caso – disse Barr, com uma ênfase cortês, não vejo melhor começo do que informá-lo pesarosamente de que não estou na posse de amuletos de amor, poções ou filtros. Nem sou capaz de influenciar, no mínimo que seja, os favores de qualquer jovem senhora com mais recursos do que você. – Não preciso de ajudas artificiais a esse respeito, senhor. – A complacência evidentemente presente na voz do general aumentara divertidamente. – Costuma receber muitos pedidos de semelhantes produtos? – Muitos. Infelizmente, um público mal informado tende a confundir erudição com feitiçaria, e a vida amorosa parece ser aquele fator que requer uma farta quantidade de remendos mágicos. – E por isso pareceu-lhe muito natural que eu estivesse aqui também por isso. Mas eu sou diferente. Não associo a erudição com coisa alguma exceto com os meios de responder a perguntas obscuras. O siweniano observou sombriamente: – Você pode estar tão enganado como eles! – Isso pode suceder ou não. – O jovem general pousou a sua xícara no brilhante estojo e voltou a enchê-la. Deixou cair a cápsula aromática que lhe ofereceram, com um pequeno borrifo. – Diga-me então, patrício, o que vêm a ser os mágicos? Os autênticos. Barr pareceu espantado com aquela designação que há muito deixara de ser usada. Respondeu: – Não há mágicos. – Todo mundo fala deles. Siwena está cheia de histórias a seu respeito. Há seitas alicerçadas com base neles. Há umas estranhas ligações entre eles e os grupos existentes entre os seus compatriotas, que sonham e dizem tolices a respeito dos velhos tempos a que eles denominam liberdade e autonomia. Esta matéria pode tornar-se eventualmente um perigo para o Estado. O ancião meneou a cabeça. – Por que é que me pergunta? Você desconfia de alguma rebelião encabeçada por mim? Riose encolheu os ombros. – Nunca. Nunca. Oh, não, é uma idéia completamente ridícula. Seu pai estava exilado nesse tempo, e o senhor mesmo é um patriota e um chauvinista. É

Description:
O Império Galático está à beira do colapso. Ainda assim, numa tentativa ousada, o General Bel Riose decide lançar um ataque contra a Fundação. Mas será que a ofensiva desesperada irá impedir o destino profetizado há séculos por Hari Seldon? E quem seria, afinal, o Mulo? Este é o segundo
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