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Formação no Mercado de Ações com Análise Técnica PDF

96 Pages·2016·8.43 MB·Portuguese
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RESENHA BOLSA DA UMA PUBLICAÇÃO TÉCNICA DA BM&FBOVESPA resenhadabolsa.com.br EDIÇÃO 3 | JUN/2016 Artigo técnico DESAFIOS E TENDÊNCIAS DO SETOR DE DISTRIBUIÇÃO/ NOVO SERVIÇO PARA O REGISTRO DE ÔNUS E INTERMEDIAÇÃO NO BRASIL GRAVAMES SOBRE ATIVOS: QUEBRANDO BARREIRAS ANDRÉ XAVIER PARA DESBUROCRATIZAR E AMPLIAR AS OPERAÇÕES DOS MERCADOS DE FINANCEIROS E DE CAPITAIS A IMPORTÂNCIA DA CENTRAL DE EXPOSIÇÕES DE ANDRE GRUNSPUN PITTA | BRUNO BATISTA DA COSTA DE DERIVATIVOS (CED) PARA A GESTÃO DO RISCO DE OLIVEIRA | EMILIO MEANTE DOS SANTOS | MARCELO WILK CRÉDITO DO MERCADO FINANCEIRO ÁLISSON SÁVIO S. SIQUEIRA | FERNANDO PADIN IGLESIAS EXPOSIÇÃO AO RISCO BRASILEIRO CAMBIAL E ESTRATÉGIA DE HEDGE SIMULTÂNEO DE PREÇOS O PAPEL DOS FORMADORES DE MERCADO NO E TAXA DE CÂMBIO NOS CONTRATOS FUTUROS DESENVOLVIMENTO DOS DERIVATIVOS DE SOJA E CAFÉ DE COMMODITIES NO BRASIL JULYERME MATHEUS TONIN | FABIANA SALGUEIRO FELIPE ALMEIDA GONÇALVES | LUÍS ALBERTO CAMPOS PEROBELLI URSO | JOÃO GOMES MARTINES FILHO | SCHMIDT JÚLIO CESAR KAIRALLA Entrevista BLUFORD PUTNAM ECONOMISTA-CHEFE DO CME GROUP PRÊMIO MELHOR ARTIGO RESENHA BOLSA DA 1ª EDIÇÃO Um prêmio à inspiração e ao conhecimento técnico A Resenha da Bolsa, publicação lançada para incentivar a troca de conhecimento e informação de alta qualidade entre toda a comunidade fi nanceira brasileira, convida você a participar do “Prêmio Melhor Artigo Resenha da Bolsa”. A cada dois anos, será escolhido, pelo conselho editorial da revista, o melhor artigo publicado. Confi ra a premiação: R$20.000,00 (vinte mil reais) almoço com o conselho editorial da revista convite com direito a acompanhante, transporte e estadia para participar do Congresso Internacional de Mercados Financeiro e de Capitais, realizado pela Bolsa Envie seu artigo para avaliação dos editores responsáveis. Acesse resenhadabolsa.com.br e saiba como enviá-lo. carta ao leitor A Resenha traz uma entrevista com o economista-chefe do CME Group, RESENHA Bluford Putnam. Na sua opinião, há um risco “particularmente grande para o siste- DA BOLSA ma financeiro global que não está sendo considerado por muitos”: o agravamento UMA PUBLICAÇÃO TÉCNICA DA BM&FBOVESPA resenhadabolsa.com.br EDIÇÃO 3 | JUN/2016 do protecionismo. Putnam avalia também os cenários para as commodities, a Chi- na e a situação do Brasil. Nos artigos, a Resenha publica uma análise sobre os desafios enfrentados pela Junho 2016 DIAADCÁODDFSANECRNL EEEE IrPTLHIMÉ SRSDtSCAIEiPDMAEISgRPORPVENOIFoÉIOMEAMT DAI VN XLtOOTRTEMéLO AITSD SDMcVDVLÂÁO nOEIOVEOIVNADEi SIcTISI DRÇCMMOoI E FT(AÃI NCEEAOIS OEGNER.D R DSS DOCTNÊM IANQOA)NNO A POCDU ÇC DDABE EAOIBOARRONIL RRFASSAVTRAAI ES RDDENA SS|ISA EOAL F IG| LRL EDN LSE RIUDECVESN ÍEETAMTSA IOÃT ERAENIOXRORVLDP BCDODOOEAESO RSP D D TAIROÇOIDISÕS INCTNCEAROO SIMIG BDDLPUEEEOI SÇSIA ÃSO/ NGPDAOEEEDJPJUÚA EXSNLROOETLLRITPDRA AVVSYSIOROOAREXV EOOMAIBE AS ARRDCJ ETGSEAIM MAEÇDLEÉERR | SLESÃG EEEURECAI BS O MIVNACCMURA US SIIAÂDR AL AÇKPRDOSIFMOTOOUOAOEOBÉHNS I B MCR PRR HE | I DPA RIAE UEOJESIAOAE RLTSD ACNL TNTAÃ FTOTGAAIOTO IOIZO ENE|VBS ANB G DAOSR RRCRIOOINNAESUOM EMSG: SCN| N U QSIIEAFOELSTAALUISM ERTBTRNB EMIAÂROPATIRBTAOONALTSOIRNSIOSR E AEDAT CAT|OSA RNEMDA I SNFD DDEÔAAMAUEAE ROSNLCSB T CCG P AUOIUFBEOAURPILSPARSLLEEOI ETOHRET IÇ AERWR RAOSO ODA EII LS|S EÇI K R ÕAESS ipunmrdeoaú csatulrtpieaar çadõçeãe coso sdrorobe tpraeeg roefi mld de. sAoe miensvpteaesgntnhidaoço ãfruo, ct duoormo v dooo lvu osmeluteom nr.ee D gdooec itlaardaddooi nddgea p ddoeei msp deasens do2aa0,s0 o8fíc sgoicerarreas Edição 3 BEDECLOnOU tCrNFeMOOvERMis DGtIaSR PTOAUU-TCPNHAEMFE perdendo representatividade no mercado de ações. A publicação traz ainda uma detalhada descrição da Central de Exposi- ção a Derivativos (CED). Trata-se de uma entidade sem fins lucrativos resultan- te da iniciativa conjunta entre a Federação Brasileira de Bancos (FEBRABAN), BM&FBOVESPA e Cetip, tendo como premissa consolidar a exposição às opera- ções de derivativos realizadas no mercado local, seja por pessoa física ou jurídica, e disponibilizar estas informações às instituições financeiras, obedecendo a critérios rigorosos de confidencialidade e segurança da informação. Outro artigo revela os benefícios que os formadores de mercado podem tra- zer para o mercado de derivativos de commodities e a importância da presença de instituições com este perfil para o sucesso e a continuidade dos produtos. São ava- liados resultados já obtidos tanto no Brasil como nos Estados Unidos e na Europa, analisando como a negociação e o preço dos contratos foram afetados. A Resenha descreve, em outro artigo, o esforço da BM&FBOVESPA em es- truturar, regulamentar e implantar o Serviço de Ônus e Gravames (SOG). O texto apresenta em um quadro descritivo as funcionalidades da nova plataforma eletrô- nica criada para viabilizar a prestação desse serviço, que surge em um momento de busca por maior segurança jurídica na concessão de crédito. Em relação a estratégias de negociação, a Resenha divulga uma análise que mostra que o hedge simultâneo possibilita a maior redução da variância da receita do produtor, ou seja, permite a maior redução de riscos de preço e cambial. Boa leitura! RESENHA DA BOLSA A Resenha da Bolsa é uma publicação gratuita UMA PUBLICAÇÃO TÉCNICA DA BM&FBOVESPA com o objetivo de promover o conhecimento Conselho Editorial Coordenação Editorial e o debate técnico sobre os mercados Cláudio Haddad, Gustavo Franco, FSB Comunicação administrados pela BM&FBOVESPA, difundindo José Roberto Mendonça de Barros, as melhores práticas de gestão de risco e de Equipe Comunicação Márcio Gomes Pinto Garcia, trading. O conteúdo desta publicação não Marita E. Bernhoeft, Ana Lúcia Matos Branco, Marcos Eugênio da Silva e Samuel Pessoa representa a opinião da Bolsa, nem deve ser Daniel Pfannemuller, Marcelo Ramos Costa interpretado como recomendação de compra Editores Executivos Carvalho, Álisson Sávio Silva Siqueira, ou de venda de ativos. Os artigos assinados Edemir Pinto, Cícero Augusto Vieira Neto, Fernanda Kiyoko Nakao, Flavia Mangini, expressam a opinião de seus autores. É Eduardo Refinetti Guardia, André d’Almeida Jenifer Correa, Raphael Straub proibida a reprodução parcial ou integral de Monteiro e Fabio Dutra e Rogério Guerra textos contidos nesta publicação. Jun/2016 Jun/2016 índice NOVO SERVIÇO PARA O REGISTRO DE A IMPORTÂNCIA DA CENTRAL DE ÔNUS E GRAVAMES SOBRE ATIVOS: EXPOSIÇÕES DE DERIVATIVOS QUEBRANDO BARREIRAS PARA (CED) PARA A GESTÃO DO RISCO DESBUROCRATIZAR E AMPLIAR AS DE CRÉDITO DO MERCADO OPERAÇÕES DOS MERCADOS FINANCEIRO DE FINANCEIROS E DE CAPITAIS 30 52 Entrevista Artigo técnico 06 11 37 64 DESAFIOS E O PAPEL DOS FORMADORES EXPOSIÇÃO AO RISCO TENDÊNCIAS DO DE MERCADO NO BRASILEIRO CAMBIAL E BLUFORD PUTNAM, SETOR DE DESENVOLVIMENTO DOS ESTRATÉGIA DE HEDGE ECONOMISTA-CHEFE DO DISTRIBUIÇÃO/ DERIVATIVOS SIMULTÂNEO DE PREÇOS E TAXA CME GROUP INTERMEDIAÇÃO NO DE COMMODITIES DE CÂMBIO NOS CONTRATOS BRASIL NO BRASIL FUTUROS DE SOJA E CAFÉ Jun/2016 Jun/2016 Notícias Agenda Memória do mercado Especial 92 80 85 88 FECHADO! UMA MULHER À FRENTE DO SEU TEMPO Jun/2016 Jun/2016 entrevista BLUFORD PUTNAM Economista-chefe do CME Group Os riscos do protecionismo O economista-chefe do CME Group, Bluford externo para o Brasil. Putnam também acredita Putnam, diz que há um risco “particularmente em uma estabilização dos preços das commodi- grande para o sistema financeiro global que não ties. “Parece que acabou a queda drástica dos pre- está sendo considerado por muitos”: o agrava- ços do petróleo, do cobre, do minério de ferro e mento do protecionismo. Como os fluxos de co- de outras commodities. Isso não significa que os mércio internacional constituem um importante preços voltarão a subir para patamares mais altos. motor do crescimento global e como o mundo Significa apenas que os mercados irão operar em está crescendo lentamente, ele afirma que pode faixas mais amplas e que não haverá mais o receio haver uma tendência de aumento da legislação de quedas contínuas dos preços”, afirma. Putnam comercial protecionista, inclusive nos Estados acredita que, se “os preços das commodities fica- Unidos, o que aumenta o risco de uma recessão. rem confinados a faixas mais estreitas e estáveis”, Esta tendência conservadora é bem explícita, por o crescimento global poderá melhorar a partir do exemplo, no processo eleitoral norte-americano. ano que vem. Em contrapartida, os juros nos EUA deverão Putnam é managing director e economista- crescer muito lentamente, o que facilita o cenário chefe do CME Group desde maio de 2011. Nesta 6 Jun/2016 Jun/2016 função, ele é responsável pela análise econômica serviços financeiros, com expertise na atuação sobre os mercados financeiros globais para iden- dos bancos centrais, análise de investimento e no tificar tendências, avaliar fatores econômicos gerenciamento de portfólio. Além do CME Group, e projetar como isso pode afetar o CME Group ele atuou em instituições financeiras como o e a estratégia de negócios da companhia. Ele Kleinwort Benson, Morgan Stanley, Chase e tam- também atua como porta-voz da companhia a bém no Federal Reserve de Nova York. Ele possui respeito das condições econômicas globais e ge- Ph.D. em Economia pela Tulane University. Es- rencia as iniciativas de pesquisa externas feitas creveu cinco livros sobre finanças internacionais, pelo CME Group. além de vários artigos em publicações acadêmi- O economista-chefe do CME Group tem uma cas e de negócios. experiência de mais de 35 anos na indústria de A seguir, veja sua entrevista: RESENHA - A seu ver, quais são RESENHA - Segundo o senhor, está acelerando muito lentamente os maiores riscos para o sis- há fortes ventos contrários e alcança um patamar um pouco tema financeiro global atual- que poderão frear a atividade mais elevado a cada trimestre. mente? As pessoas deveriam econômica dos EUA em 2016, Nesse contexto, o Fed está deba- atentar e não estão atentan- a tal ponto que o crescimento tendo a opção entre uma ou duas do para o quê? De onde virá real do PIB talvez não passe da altas de 0,25% da taxa básica de o próximo grande estresse fi- taxa decepcionante de 1,60% juros (“federal funds rate”) em nanceiro em sua opinião? ao ano em média. Por isso, 2016. Dois fatores complicam a o Federal Reserve provavel- decisão do Fed. Primeiro, o cres- BLUFORD PUTNAM - Vejo um mente elevará a taxa de juros cimento global ainda é bastante risco particularmente grande para duas vezes em 2016, mas em lento e o Fed vê isso como risco. o sistema financeiro global que não apenas 0,25% por vez. Poderia Segundo, o Fed nunca admitiria está sendo considerado por muitos. elaborar um pouco? Quais se- que a política dos EUA pudesse Os fluxos de comércio internacional rão as consequências para os afetar suas decisões mas, dado o constituem um importante motor do mercados e para o Brasil? andamento controverso do atual crescimento global. Em um mundo estágio da eleição presidencial, que está crescendo lentamente, tal BLUFORD PUTNAM - É verda- o Fed poderá usar o baixo cres- como temos agora, aumentam tanto de que o desempenho da econo- cimento global ou fatores afins a incerteza política quanto a tendên- mia dos EUA parece fadado a ser como desculpa para não elevar os cia de favorecer o protecionismo co- decepcionante em termos de cres- juros até depois das eleições de mercial. Na minha visão, se o pêndu- cimento real do PIB. No entanto, novembro – ou seja, até dezem- lo balançar em direção ao aumento não acho que haverá recessão. Os bro de 2016. Se o Fed fosse pura e da legislação comercial protecionista mercados de trabalho continuam simplesmente “dependente de da- em vários países ao redor do mundo, bastante robustos, com baixo de- dos”, como frequentemente alega, inclusive nos EUA, haverá um risco semprego. A inflação está abaixo ainda poderia haver um aumento maior de recessão global. da meta do Fed, que é 2%, mas dos juros em junho de 2016. Jun/2016 Jun/2016 7 entrevista As implicações para o Brasil e ou- “populistas” a favor do abandono tros países ao redor do mundo são pelos EUA de seu papel ativista na mínimas. Estamos falando de au- cena política mundial. Essa virada mentos dos juros de apenas 0,25% e em direção a uma política anti-imi- são aumentos amplamente espera- gração mais dura e ao protecionis- dos, embora a data exata da decisão mo, caso aconteça, significa que não permaneça incerta. Há questões in- haverá novos acordos comerciais ou finitamente mais importantes para de parceria entre EUA e Brasil para o Brasil e para os mercados finan- melhorar o comércio mútuo. ceiros globais do que aumentos mi- núsculos e amplamente esperados RESENHA - Qual a sua visão das A maioria dos da taxa básica de juros dos EUA. perspectivas econômicas da China? pré-candidatos a RESENHA - A seu ver, o que BLUFORD PUTNAM - Entre presidente vem acontecerá após a eleição pre- 1980 e 2010, o PIB real da China assumindo posições sidencial nos EUA? É provável cresceu cerca de 10% ao ano. Nesse “populistas” a favor do que a paralisia do Congresso período, a China modernizou sua abandono pelos EUA continue? Como ficarão os or- economia rapidamente através do de seu papel ativista na çamentos futuros e a aprecia- investimento dirigido pelo governo cena política mundial. ção do dólar? O senhor prevê em obras gigantescas de infraestru- mudanças no relacionamento tura e criou uma economia impul- Essa virada em direção com o Brasil? sionada pelas exportações. Nos úl- a uma política anti- timos anos, a construção de novas imigração mais dura BLUFORD PUTNAM - Embora obras de infraestrutura na China e ao protecionismo, a campanha presidencial nos EUA foi atingida pela lei de rendimen- caso aconteça, significa tenha sido excepcionalmente flui- tos decrescentes, o que nada mais que não haverá novos da, com muitas surpresas, ainda pa- é do que o resultado natural de seu acordos comerciais ou rece bastante provável (em maio de êxito. O crescimento vem caindo 2016) que falte uma “supermaioria” conforme a economia amadurece. de parceria entre EUA e no Senado (60 votos num total de Além disso, a economia orientada Brasil para melhorar o 100) tanto aos Democratas quanto à exportação da China está enfren- comércio mútuo. aos Republicanos, de modo a tirar tando os ventos contrários de um Washington da paralisia. Ou seja, mundo que cresce pouco. Se seus o próximo ou a próxima presiden- clientes não crescem, suas exporta- te terá de lidar com um Congresso ções também não crescem. Desva- dividido e isso poderá impedir a lorizar a moeda fará pouca diferen- aprovação de uma reforma tributá- ça até que o crescimento mundial ria substancial ou de investimentos comece a melhorar. A China vem em infraestrutura capazes de esti- tentando contornar esse problema mular a economia dos EUA. via maior ênfase no setor de servi- ços e na demanda doméstica como A maioria dos pré-candidatos a pre- locomotivas da economia. Mas isso sidente vem assumindo posições leva tempo. Além do mais, há o obs- 8 Jun/2016 Jun/2016 táculo demográfico do envelheci- ções climáticas em determinada mento da população. À medida que região do planeta impactem os pre- aumenta a proporção de pessoas ços do milho, do trigo ou da soja com mais de 65 anos, o consumo em países de outra região do mun- per capita tende a cair. A China pa- do. Portanto, em segundo lugar, rece ter evitado um pouso forçado as condições meteorológicas são (“hard landing”) ou recessão, mas importantes, sim, e aparentemente aparentemente o crescimento cai- estamos vendo uma mudança de El rá para a faixa de 3% na década de Niño para La Niña. Se de fato aca- 2020 à medida que o país for ama- bar predominando La Niña (águas durecendo e envelhecendo. mais frias que o normal no oceano pacífico equatorial), poderemos ver Parece que acabou RESENHA - O senhor disse em invernos mais frios nos EUA, mais a queda drástica dos artigo recente que os futuros furacões atingindo a costa leste dos preços do petróleo, de milho, soja e trigo vêm sen- EUA, a volta da seca no Brasil, mais do cobre, do minério do negociados em uma faixa chuva na Austrália, na Indonésia e estreita nos últimos 12 meses na Índia. É um quadro complexo, de ferro e de outras aproximadamente, com a vo- mas muito provavelmente resulta- commodities. Isso não latilidade implícita nas opções rá em volatilidade considerável nos significa que os preços desses produtos caindo para ní- mercados agrícolas. voltarão a subir para veis extremamente baixos. Tais patamares mais altos. níveis de volatilidade realizada RESENHA - O senhor acha que Significa apenas que os e implícita são surpreendentes, os preços das commodities es- mercados irão operar dada a intensidade do recente tão começando a estabilizar-se? El Niño e as fortes flutuações do Ou veremos preços ainda mais em faixas mais amplas dólar. O senhor acha que esse baixos? e que não haverá mais período de negociação relativa- o receio de quedas mente tranquila das commodi- BLUFORD PUTNAM - Parece contínuas dos preços. ties agrícolas possa durar? que acabou a queda drástica dos preços do petróleo, do cobre, do BLUFORD PUTNAM - Parece minério de ferro e de outras com- que haverá mudanças nos merca- modities. Isso não significa que os dos agrícolas. Há dois fatores. Pri- preços voltarão a subir para pata- meiro, ao longo do tempo a agricul- mares mais altos. Significa apenas tura vem tornando-se cada vez mais que os mercados irão operar em globalizada. Chuva na  Argentina faixas mais amplas e que não ha- pode impactar os preços da soja verá mais o receio de quedas con- em todo o mundo. O aumento da tínuas dos preços. Se os preços das produção de milho nos EUA afeta commodities ficarem confinados a os preços em escala global. Quanto faixas mais estreitas e estáveis, será mais intensa a ligação entre merca- um indício muito positivo de que o dos agrícolas nos diferentes países, crescimento global poderá melho- mais provável será que perturba- rar em 2017 e além. Jun/2016 Jun/2016 9 entrevista RESENHA - O senhor acha que de produção do petróleo, que está essa estabilidade dos preços das ficando mais eficiente. Por exemplo, commodities poderá permitir a embora os preços do petróleo tenham revalorização das moedas dos pa- ficado muito baixos em 2015 e os pro- íses emergentes? dutores nos EUA tenham reduzido drasticamente o número de sondas BLUFORD PUTNAM - A negocia- de perfuração de poços de petróleo, ção das commodities em faixas de pre- a produção permanece bastante está- ços mais estáveis, mesmo que as faixas vel. A eficiência e economia de custos sejam bem inferiores aos altos níveis na produção do óleo de xisto só irão da última década, é uma ótima notícia melhorar com o tempo. As consequ- para o crescimento global, especial- ências do progresso tecnológico, tan- Do lado da procura, mente em países fortemente ligados to no lado da procura quanto no lado cerca de 75% do às commodities. De fato, em 2016 já da oferta da equação do óleo, sugerem petróleo refinado é vimos a revalorização substancial das que os preços permanecerão relativa- utilizado no transporte. moedas de países exportadores de mente baixos. commodities e isso deverá continuar. O transporte torna-se RESENHA - Crise política, crise mais eficiente a cada RESENHA - Sua análise prospecti- fiscal, recessão, inflação alta, cor- ano e essa tendência va das tendências de longo pra- rupção, Lava Jato, impeachment. parece fadada a zo no mercado do petróleo, tais Qual a percepção estrangeira des- acelerar. O que isso como crescimento global lento, te momento com relação ao Bra- significa é que para avanços contínuos da eficiência sil? Qual a visão internacional da do consumo de combustível nos economia brasileira, do funciona- cada aumento de 1% transportes e melhorias na tecno- mento das instituições democráti- no PIB global há um logia da extração, sugere que a era cas e do futuro do Brasil? impacto cada vez de preços relativamente baixos menor na procura por ainda poderá durar muitos anos. BLUFORD PUTNAM - É um que- petróleo. Do lado da Quais serão as consequências? bra-cabeça interessante. Os países oferta, o progresso mais “jovens” como o Brasil parecem tecnológico também BLUFORD PUTNAM - O preço estar caminhando em uma direção beneficia o processo global do petróleo enfrenta algumas politicamente menos arriscada e, en- tendências tecnológicas significativas. quanto isso, o futuro dos países mais de produção do Do lado da procura, cerca de 75% do “velhos”, como os EUA, o Reino Uni- petróleo, que está petróleo refinado é utilizado no trans- do e a Europa, parece estar ficando ficando mais eficiente. porte. O transporte torna-se mais mais incerto. A eleição presidencial eficiente a cada ano e essa tendência nos EUA em novembro de 2016 e parece fadada a acelerar. O que isso o referendo sobre a permanência do significa é que para cada aumento de Reino Unido na União Europeia, que 1% no PIB global há um impacto cada acontecerá em junho de 2016, pode- vez menor na procura por petróleo. rão ser eventos decisivos. O meu con- Do lado da oferta, o progresso tecno- selho é celebrar os Jogos Olímpicos e lógico também beneficia o processo curti-los ao máximo! 10 Jun/2016 Jun/2016

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das finanças, como são o caso do teorema Modigliani-Miller (1958)4 e do modelo CAPM de. Sharpe (1964)5. Após a consolidação da vertente de análise de hedge apoiada na teoria do portfólio, muitos foram os trabalhos desenvolvidos com a finalidade de tratar de aspectos específicos do hedge. Ce
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