Filosofia - Um guia com as ideias de 100 grandes pensadores

327 Pages·2013·17.29 MB·Portuguese

by  Jeremy Harwood

JEREMY HARWOOD
UM GUIA COM AS IDEIAS DE
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TRADUÇÃO
HENRIQUE MONTEIRO
Copyright © Quercus Edition Ltd 2010
Originalmente publicado pela Quercus Edition Ltd (UK) Título original Kcdgjnjkct7 9 : ‘bdii‘m’n Bpd]‘ oj
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Todos os direitos desta edição reservados à Editora Planeta do Brasil Ltda.
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Revisão: Cátia de Almeida
Capa adaptada do projeto gráfico original de Two Associates Conversão para eBook: Freitas Bastos
Jeremy Harwood é autor e editor. Já escreveu extensamente sobre muitos temas históricos, desde os
principais avanços do pensamento humano até as origens filosóficas da maçonaria.
O autor gostaria de agradecer a Sarah, Guy e Toby.
DADOS INTERNACIONAIS DE CATALOGAÇÃO
NA PUBLICAÇÃO (CIP) (CÂMARA BRASILEIRA
DO LIVRO, SP, BRASIL)
H272f
Harwood, Jeremy.
Filosofia: um guia com as ideias de 100 grandes pensadores/Jeremy Harwood; [tradução Henrique
Monteiro]. – São Paulo: Planeta, 2013.
192 p.
Tradução de: Philosophy
ISBN 978-85-422-0097-3
1. Filosofia – História 2. Filósofos.I. Título.
13-0104 CDD: 109 CDU: 1(09)
O que é filosofia?
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Tradicionalmente, a filosofia se divide em inúmeras ramificações. Por exemplo, a
metafísica, que investiga a natureza da realidade; a ontologia, que se preocupa
especificamente com o estudo da natureza do ser; a lógica, que, como o próprio
nome indica, estabelece os princípios do raciocínio válido; a epistemologia, que
investiga a natureza do conhecimento; e a ética, que pode ser definida
amplamente como o estudo da moralidade. Além disso, a filosofia estendeu sua
abrangência para se preocupar com outros campos fundamentais da atividade
humana, entre os quais a linguagem, a política, a arte, a ciência, o direito, a
religião e, finalmente, a própria mente.
Escolas de pensamento
Considerando tais parâmetros gerais, não é de surpreender que haja muitas escolas
diferentes de pensamento filosófico. Na verdade, as divergências na filosofia
costumam se centrar nas diferenças entre essas escolas, razão pela qual conhecer o
que elas ensinam é importante para desenvolver uma compreensão da natureza
dinâmica do debate filosófico.
Historicamente, existiam os céticos, que duvidavam se seria possível saber
alguma coisa com certeza; os empiristas, para os quais todo conhecimento
derivaria de uma experiência exterior; os idealistas, segundo os quais nada poderia
existir independentemente do pensamento humano; e os utilitaristas, que
relacionavam os princípios morais básicos, como conceitos de certo e errado, ao
que faz as pessoas felizes ou infelizes.
Jean-Paul Sartre
Em épocas mais recentes, vieram os positivistas lógicos (que procuraram
esclarecer os significados dos conceitos e das ideias) e os existencialistas, com
destaque para Jean-Paul Sartre, o fundador dessa escola. Finalmente, destacam-se
os filósofos analíticos, a exemplo de Bertrand Russell e Ludwig Wittgenstein, cuja
análise das raízes da linguagem exerceu uma profunda influência sobre os avanços
filosóficos posteriores nos países de língua inglesa.
Os filósofos diferem
Houve muitos outros filósofos – provavelmente tantos quanto os pontos de vista
diferentes. Alguns, como Santo Agostinho e São Tomás de Aquino, empenharam
sua fé em um poder superior. Outros, incluindo Leibniz, foram otimistas, ao passo
que os que pensavam como Hobbes assumiram uma visão mais sombria e
pessimista da condição humana. Muitos, como Hegel e, mais notadamente,
Nietzsche, foram mal interpretados e, no caso de Nietzsche, tiveram suas ideias e
textos distorcidos por outros em benefício próprio. Marx, por exemplo, pretendia
ser infalível, ao passo que outros se recusavam a tentar dar respostas concretas de
qualquer natureza.
Neste livro, você terá a oportunidade de examinar as especulações dos filósofos
mais influentes e avaliar a importância – e a validade – de seus pontos de vista
filosóficos, muitas vezes divergentes. Também descobrirá que, apesar das
diferenças, todos os grandes pensadores de ontem, de hoje e até de amanhã
tiveram, têm ou terão o mesmo objetivo: ampliar as fronteiras do conhecimento e
da compreensão humana e colocar em discussão o que até então havia de mais
oculto na mente humana.

O mundo
antigo
c. século VII a.C.-século V d.C.
A filosofia originou-se de nossa necessidade de entender o mundo em que
vivemos. Por volta do século VI a.C., no Ocidente, os primeiros filósofos gregos
começaram a questionar os princípios básicos na época amplamente tidos como
certos. Na Índia, Sidarta Gautama – Buda – partia em sua busca da iluminação,
enquanto, na China, Confúcio e Lao-Tsé estabeleciam os fundamentos de duas
escolas de pensamento contrastantes: o confucionismo e o taoismo.
Os primeiros pensadores gregos tentaram entender o mundo por meio da lógica
e da razão. Na época de Sócrates, Platão e Aristóteles, os filósofos gregos
começaram a especular sobre como as pessoas devem conduzir a vida.
Na Índia, Buda preocupava-se com os aspectos práticos da existência humana.
Segundo afirmava, ao se observar seus preceitos, seria possível alcançar um estado
de felicidade suprema. Na China, Confúcio afirmava em seus ensinamentos os
valores da piedade filial, do respeito às tradições e da observância estrita à ordem
moral. Já Lao-Tsé tinha um pensamento mais individualista, acreditando que a
meta suprema era trilhar o caminho do conhecimento.
Tales de Mileto
c. 620 a.C.-c. 540 a.C.
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BIOGRAFIA
Local Mileto, Ásia Menor Nacionalidade Grego Fatos principais O primeiro pensador conhecido a apresentar
explicações lógicas, materialistas, em vez de teológicas ou mitológicas, para todos os tipos de fenômenos
naturais. Para ele, a água era o elemento fundamental a partir do qual derivaria todo o resto.
Morte c. 540 a.C.
Um filósofo rico
Talvez o mais famoso de todos os chamados filósofos pré-socráticos – e o
primeiro dos sete sábios da tradição grega clássica –, Tales era um homem
multifacetado, com ampla gama de interesses. Além de ter sido o fundador da
filosofia analítica, foi um notável astrônomo, geógrafo, matemático e engenheiro,
bem como um homem de negócios astuto, que fez fortuna com azeitonas.
acima: Tales de Mileto, o primeiro pensador, acreditava que o mundo fosse feito de um único elemento.
Erroneamente, pensou que esse fosse a água.
Filosofia analítica
Tales de Mileto foi o primeiro a propor explicações para os fenômenos naturais
com base na razão e não na teologia ou na mitologia, e a pergunta que mais o
inquietava era de que o mundo é feito. Concluiu que tudo devia consistir em um
elemento único – a água. A terra flutua em um mar subjacente e os terremotos
ocorrem quando a terra é sacudida por ondas subterrâneas. Percebendo que a água
se transforma em vapor ao evaporar, torna-se sólida pelo congelamento e que a
vida precisa dela para existir, deduziu que a água devia ser o elemento
fundamental do mundo natural.
OBRAS
PRINCIPAIS
Desconhecem-se obras de sua autoria.