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Filosofia e Filosofia Espontânea dos Cientistas PDF

195 Pages·1976·4.146 MB·Portuguese
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Louis Althusser Filosofia e Filosofia Espontânea dos Cientistas FILOSOFIA E FILOSOFIA ESPONTÂNEA DOS CIENTISTAS Biblioteca de Ciências Humanas LOUIASLT HUSSER FILOSOFEI FAI LOSOFIA ESPONTADNOSE CAI ENTISTAS Tradudçeã o ELIASMAA DBOA CELAR EDITORPIRAELS ENÇ•AL IVRARMIAAR TIFNOSN TES Portugal Brasil Titulo original PHILOSOPHIE ET PHILOSOPHIE SPONTANl:E DES SAVANTS © Librairie FRANÇOIS MASPERO Capa de F. e. Reservados todos os direitos para a língua portuguesa à EDITORIAL PRESENÇA, LDA. - Av. João XXI, 56 -1.º LISBOA ADVERn'lNCIA Esta Introdução ao «Curso de filosofia para cientistas» foi pronunciada em Outubro-Novem lJro de 1967 na Escola normal superior. Tínhamos decidido entre vários amigos - interessados peT,os problemas da história das ciências e dos conflitos filosóficos a que esta dá lugar, tocados pela luta ideológica e pelas formas que pode assumir nos intelectuais da prática científica - dirigirmo-nos aos nos sos colegas num curso público. Esta experiência, inaugurada pela presente exposição e seguida pelas intervenções de Pierre Macherey, Etienne Balibar, François Regnault, Michel Pécheux, Michel Fichant e Alain Badiou, devia durar até à véspera dos grandes acontecimentos de 1968. Os textos do curso foram logo copiogra fados, e depressa se divulgaram. Alguns foram até reproduzidos na província por iniciativa de estudantes (Nice, NantesJ. 7 Logo no começo, formámos o projecto, talvez precipitado, de publicar estes cursos. Uma «série» foi aberta para este fim na Colec ção TEORIA, que publicou em 69 os cursos de M. Pécheux e M. Fichant (Sobre a história das ciências) e de Badiou (O conceito de mo delo). Os outros cursos anunciados não pude ram, por diferentes razões, aparecer. É para corresponder a numerosos pedidos, que hoje publico, com grande atraso, a minha Introdução de 61, sobre a filosofia e a filosofia espontânea dos cientistas. Com excepção de metade do primeiro curso e da crítica a Jacques Mo nod, que reproduzi sem nada .modificar, revi o resto deste curso: para tornar mais legível o que era apenas uma improvisação apressada e também para desen volver certas f órmul,as que tinham ficado esbo çadas, frequentemente enigmáticas. Mas tive a preocupação de respeitar no essencial os limites teóricos deste ensaio, que deve ser lido como um ensaio datado. Publico-o também como um testemunho retrospectivo. Encontrarão nele, com efeito, as primeiras fórmul,as que «inauguraram» uma viragem nas nossas investigações sobre a filo sofia em geral e a filosofia marxista em parti cular. Anteriormente, com efeito (e m Pour Marx e Lire le Capital), defini a filosofia como «teoria da prática teórica». Ora, neste curso, aparecem novas fórmulas: a filosofia, que não tem objecto (como uma ciência tem um objecto)~ tem cam- 8 pos de luta, a filosofia não produz conhecimen tos mas enuncia Teses, etc. As Teses abrem o caminho à posição justa dos problemas da prática científica e da prática política, etc. Fórmulas ainda esquemáticas, que exigem um longo trabalho para as precisar e as com pletar. Mas pelo menos elas indicam uma ordem de investigação, da qual se encontrarão vestí gios em obras ulteriores. 14 de Maio de 1974 9 l.° CURSO O nosso cartaz anunciava um curso de iniciação à filosofia para cientistas. Vejo entre vós matemáticos, físicos, quími cos, biólogos, etc. Mas também especialistas de «ciências humanas» e - que eles me perdoem - aqueles a quem se convencionou chamar sim ples «literatos». Pouco importa: o que vos reúne é uma real experiência da prática cien tífica ou a esperança de dar à vossa disciplina a forma de uma «ciência», e além disso, natu ralmente, a pergunta: o que se pode esperar da filosofia? Têm diante de vós um filósofo: foram filó sofos os que tomaram a iniciativa deste curso porque o julgaram possível, oportuno e útil. Porquê? Porque, à força de praticar nas obras da história da filosofia e das ciências, e de conviver com os nossos amigos cientistas, ficámos com uma certa ideia das relações que a filosofia tem necessariamente com as ciências. Melhor ainda: uma certa ideia das relações 11 que a filosofia devia. manter com as cxencias para as servir em vez de as dominar. Melhor ainda: porque adquirimos, à custa de uma experiência exterior à filosofia e às ciências, mas indispensável à inteligência das suas rela ções, uma certa ideia da filosofia própria para servir as ciências. E visto que fomos nós, filósofos, que tomá mos esta iniciativa, é justo que dêmos os pri meiros passos: falando antes de mais da nossa disciplina, a filosofia. Vou pois tentar, em termos tão simples e claros quanto possível, dar-vos uma primeira ideia da filosofia. Não me proponho apresentar-vos uma teoria da filo sofia, mas, muito mais modestamente, uma descrição da sua maneira de ser e da sua maneira de agir: da sua prática. Daí o plano deste primeiro curso. Compreen derá duas partes: 1. Uma «colecção» de noções de base, con duzindo ao enunciado de vinte e uma Teses filosóficas. 2. O exame sumário de um exemplo con creto, onde se poderá ver a maior parte destas Teses exercer a sua «função» filosófica própria. 12

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