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Fenologia reprodutiva, síndromes de polinização e dispersão em espécies de Leguminosae dos campos rupestres do Parque Estadual do Itacolomi, Minas Gerais, Brasil PDF

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Fenologia reprodutiva,síndromesdepolinizaçãoedispersão em ESPÉCIESDELeGUMINOSAEDOSCAMPOS RUPESTRESDOPARQUE Estadual doItacolomi, Minas Gerais, Brasil1 Valquíria Ferreira Dutra24 Milene Faria Vieira2 , , Flávia Cristina Pinto Garcia2 & Haroldo Cavalcante de Lima3 Resumo (Fenologiareprodutiva,síndromesdepolinizaçãoedispersãoemespéciesdeLegummosaedoscamposrupestres do Parque Estadual do Itacolomi, Minas Gerais, Brasil) A fenologia reprodutivac as síndromes florais e de dispersãoem45táxonsdeLeguminosaeforamestudadasnoscamposrupestresdoParqueEstadualdoItacolomi (PEI),MinasGerais, Brasil,entre setembro/2003eoutubro/2004. A floraçãonacomunidadeocorreudurante todo o período de estudo, com o maior pico observado em março (66,6% dos táxons), havendo correlação positivacomaprecipitaçãoeatemperatura.Amaioriadostáxonsestudados(88,8%)apresentoucaracterísticas floraisdasíndromedemelitofilia.Foramdescritos,paraasespéciesdeChamaecrista,doispadrõesdedeposição depólennocoipodopolinizador,odiretoeoindireto. Houvefrutificaçãodurantetodooperíododeestudo,com omaiorpicoemabril(57,7%).havendocorrelaçãosignificativadessafenofasecomatemperatura.Aautocoria foi a síndrome de dispersão mais frequente (66,6%), associada principalmente aos frutos dos tipos legume e folículo.Osresultadosindicamqueasazonalidadeclimáticaéimportanteparaafloração,frutificaçãoedispersão dosdiásporosnoscamposrupestresdoPEIereforçamaimportânciadasespéciesdeLeguminosaecomouma importante fontede recursosalimentares(pólenenéctar)paraasabelhas. Palavras-chave: autocoria,melitofilia,camporupestre,Chamaecrista. Abstract (Reproductive phenology, pollination and dispersai syndromes in Leguminosae tiomthecampos rupestres ofItacolomi State Park, Minas Gerais, Brazil)The reproductive phenology, floral and dispersai syndrome were studied in 45 taxa ofLeguminosae from the “campos rupestres” ofthe Itacolomi State Park, Minas Gerais,Brazil,fromSeptember/2003toOctober/2004.Flowering,inthecommunity,occurredthroughoutthe studyperiod,withthehighestpeakinMarch(66.6%oftáxons),displayingpositivecorrelationwithrainfall andtemperature.Mostofthestudiedtaxa(88.8%)presentedfloralcharacteristicsofbee-pollinationsyndrome. Twopatternsofpollendepositionon thepollinatofsbody weredescribed forChamaecrista species;direct andindirectTaxawereobservedfruitingthroughoutthestudyperiod,withthehighestpeakinApril(57.7%), with thisphenophasedisplayingsignificantconelation withtemperature.Autochory was the mosttrequent dispersai syndrome(66.6%),mainlyrepresentedbylegume-andfollicle-typefruits.Theresultsindicatethat theclimaticseasonalityisimportantfortheflowering,fruitinganddispersaiofthediasporesinthe“campos rupestres” ofthe Itacolomi State Park and emphasize the importance ofthe Leguminosae as an important source offood resources (pollen and néctar) lorthe bees. Kcywords: autochory,mellitophiloussyndrome,camposrupesties,Chamaecrista. Introdução et al. 2007), essenciais para subsidiar As interações entre plantas e seus estratégias de conservação da biodiversidade polinizadores, dispersores e o ambiente são (Wunderlee 1997). Dentro deste contexto, os importantes para o entendimento da estrutura eventos fenológicos, tais como floração e & e da dinâmica de comunidades vegetais frutificação(Rathcke Lacey 1985),exercem (Frankieetal. 1974;Foumier 1976;Yamamoto influência sobre os recursos disponíveis para Árticorecebidoem06/2008.Aceitoparapublicaçãoem04/2009. iPaneda DissertaçãodeMestradodaprimeiraautora. CursodePós-Graduaçãoem Botânica, Universidade Federalde Viçosa,MG, Brasil :UniversidadeFederaldeViçosa,Depto.BiologiaVegetal.36570-000,Viçosa,MG,Brasil 'InstitutodePesquisasJardim BotânicodoRiodeJaneiro,R.PachecoLeão915,22460-030,RiodeJaneiro,RJ,Brasil ''Autorparacorrespondência: [email protected] SciELO/ JBRJ cm 13 14 15 16 17 18 19 .. 372 Dutra, V. F. etal. muitos organismos (Conceição et al. 2007); Leguminosaenestescampos.Trabalhos sobre e a diversidade das síndromes florais mostra as síndromes florais são inexistentes. a riqueza de interações entre flores e O objetivo deste estudo foi fornecer polinizadores,sendoimportantenacompreensão informações sobre a fenologia reprodutiva e dos mecanismos de diversificação das as síndromes florais e de dispersão das característicasflorais(Yamamotoetal 2007). espécies de Leguminosae que ocorrem nos Em comunidades vegetais tropicais, campos rupestres do Parque Estadual do especialmente nas campestres, o estrato Itacolomi, estado de Minas Gerais. herbáceo-subarbustivoaindaépoucoestudado em relação à fenologia e às síndromes florais MaterialeMétodos & e de dispersão (p.ex. Mantovani Martins O & estudofoi realizadoentre setembrode 21090808;;BCaatramlhoa&etFarl.an1c9e9s7c;hiBnaetlalliha2002M;aMntuonvhaonzi 2003 e outubro de 2004, no Parque Estadual &Felfili2005;Conceiçãoetal.2007).Noscampos ddeoIOtuacroolomPire(tPoEI)e,Mloacrailainzaad,onMoisnmausniGceírpaiioss mpestres esses estudos estão restritos aos da (20°22’30” e 20°30’00”S e 43°32’30” e ChapadaDiamantina, naBahia(Conceição et A al. 2007) e aos de Brumadinho (Carmo & 43°22’30”W). vegetação do PEI ocupa a zona de transição entre os domínios reais da Franceschinelli2002),SerradoCipó(Madeira & Fernandes 1999) e camposferruginosos do floresta atlântica e do cerrado, sendo caracterizada como floresta estacionai Parque Estadual do Itacolomi (Dutra et al. 2005), em Minas Gerais. Observa-se que, semidecidualecamporupestre(Messiasetal. 1997),esteúltimoabrangendoaárealocalizada apesar dos campos rupestres ocuparem áreas m acima da cota de 1.200 de altitude (Peron consideradas de alta a extrema importância 1989).Oclimaésazonal,dotipoCwb,segundo biológica,devidoàriquezadafloraeaoaltoíndice de endemismos (Harley 1995; Drummond et Kõppen (Messias et al. 1997), com duas al. 2005),poucoseconhecesobreasinterações estações bem definidas: uma seca e fria, de maio a outubro, e outra quente e úmida, de entre suas plantas e a fauna antófila, e sobre osmecanismosdedispersãodediásporos.Vale novembro a abril (Fig. la). No período de ressaltar que essa formação vegetacional estudo, a temperatura média foi de 19°C e a precipitação médiamensal 125 mm. apresenta-se adaptadaasituações de estresse, comoventosfortes,elevadainsolação,grande Foram estudados 45 táxons específicos e infra-específicos de Leguminosae, segundo amplitude térmica diurna/noturna e déficit hídrico(Menezes&Giulietti 1986; Giuliettiet o levantamento florístico realizado por Dutra al. 1987),quedevemrefletirnestasinterações (2005), sendo nove táxons de Mimosoideae, e mecanismos. 10deCaesalpinioideaee26dePapilionoideae Leguminosae está subdividida em três (Tab. 1). subfamílias,Caesalpinioideae,Mimosoideaee Foram registradas mensalmente a Papilionoideae,cadaumacomcaracterísticas presença/ausência de floração (presença de florais distintas e bem elaboradas, que botões florais ou de flores abertas) e de resultaramnumadiversidadede mecanismos frutificação (presença de frutos jovens ou de polinização (Stirton 1981). É uma das maduros) nos táxons estudados. A análise famílias mais representativas e diversas dos qualitativa das estratégias de floração e camposrupestres,representadaporcercade340 frutificação foi realizada utilizando-se os espécies (Romero 2002; Dutra et al. 2008). padrões de Newstrom et al. (1994), em: Apesardessariqueza,apenasostrabalhoscom contínua (ao longo do ano, com breve ou espécies de Chamaecrista (Madeira & nenhumainterrupção),anualbreve(menordo Fernandes 1999)edetáxonsdePapilionoideae • que um mês), anual intermediária (de um a (Dutra et al. 2005), tratam da fenologia de cincomeses),anualestendida(demaisdecinco Roílriguésia 60 (2): 371-387. 2009 SciELO/JBRJ cm 13 14 15 16 17 18 19 .. Fenologiareprodutiva, síndromesdepolinizaçãoedispersãoemLegummosae Foramregistrados a simetriae a forma da corola, a coloração da corola ou dos filetes, o horário de abertura das flores e o recurso floral coletado pelos visitantes e, a partir destas características, inferidas as síndromes florais dos táxons estudados sensu Faegri & van der Pijl 1979; ( Gottsberger & Silberbauer-Gottsberger 1988; Endress 1994). a Durante o período de floração, visitantes, como abelhas, foram capturados e beija-flores apenasregistrados. Os insetos foramcoletadoscomauxíliodepuçá, mortos e imediatamente analisados para verificar o local de deposição depólenemseus corpos. Posteriormente, foram montados em alfinetes entomológicos, etiquetados, identificados e depositados no Museu Regional de Entomologia da Universidade Federal de Viçosa. A caracterização das síndromes de dispersão foi baseada na morfologia dos diásporos e foram identificadas segundo a classificaçãopropostaporvanderPijl (1982). Nos táxons que não floriram ou não frutificaram, as características florais e as síndromes de dispersão foram inferidas de acordo com a literatura. Nas espécies do gênero Chamaecrista, foi observadaaexistênciadegruposdistintos de espécies, considerando as diferenças das Figura 1 - a. Médias mensais de precipitação () e alturas dos estames e do pistilo. Estas temperatura(--), noperíododeestudo, noMunicípio diferenças foram utilizadas para descrever deOuroPreto, MinasGerais;b.númerodeespéciesde padrões de deposição depólen no corpodos Leguminosae em floração; c. número de espécies de Leguminosae em frutificação. (Fonte. Estação polinizadores, ou seja, deposição direta e MeteorológicadaALCAN,Saramenha). deposição indireta, que auxiliaram no Figure 1 - a. Mean values ofrainfall precipitaüon () and entendimento dos mecanismos de temperature (- -), per month, along the study period. at polinização dessas plantas. Paraisso, foram tLheegummuinincoispaaelistpyecoifesOuwritohPfrleotwoe,r;Micn.ansumGbereariso;fbL.egnuummibneorsaoef realizadas medidas das alturas dos estames species with fruits. (Source: Meteorological station o e do pistilo e obtidas as diferenças ALCAN, Saramenha). proporcionais (dp) entre elas. meses), supra-anual (menos de um ciclo por Resultados ano) e subanual (mais de um ciclo por ano). Foi testada a relação entre as fenofases e as A maioria dos táxons apresenta hábito médias mensais de precipitação e de arbustivo (57,7%), seguido pelo herbáceo temperatura,atravésdocoeficientedePearson (24,4%) e trepador (17,9%; sendo 15,5% de (Morettin & Bussab 2004). trepadeiras e 2,4% de lianas) (Tab. 1). Rodriguésia 60 (2): 371-387. 2009 SciELO/JBRJ cm 13 14 15 16 17 18 19 .. Tabela 1 - Leguminosaeestudadasnoscamposrupestresdo Parque Estadual doItacolomi, Minas Gerais, Brasil —hábito, característicasflorais 374 e padrões fenológicos. hb = hábito (ab = arbusto, ev =erva, ln = liana, tp =trepadeira); cr=cordas pétalas ou filetes (am = amarelo, av = azul- violáceo, br = branco, cm = creme-esverdeada, 11 = lilás, rs = róseo, vm = vermelho); rf= recurso floral (nc = néctar, pl = pólen, pn = pólen e néctar);sf=síndromefloral(es=esfmgofilia,ml=melitofilia,on=omitofilia,ps=psicofilia,qr=quiropterofilia);tf=tipodefruto(cp=craspédio, dp = drupa, fl = folículo, lc = legume nucóide, lg = legume, lm = lomento, sm = sâmara); dd = síndrome de dispersão dos diásporos (an = anemocórica, at = autocórica, zo = zoocórica), «floração, ©frutificação, «estação seca, estação chuvosa. Table 1-Leguminosaefromthe“camposrupestres”ofParqueEstadualdoItacolomi,MinasGerais,Brasil.Habit,flowertraitsandphenologicalpatterns.hb =habit(ab=shrub,ev=herb,ln=liana,tp=climbingvine),cr=petalorfilamentcolor(am=yellow,av=violet-blue,br=white,cm=greenish-cream,11=lilac, rs=pinkish,vm=red),rf=rewards (nc=néctar,pl=pollen, pn=pollen and néctar), sf=pollination syndrome (es=sphingophily, ml =mellittophily,on= omitophily,ps=psicophily,qr=chiropterophily),tf=fruittype(cp=craspedium,dp=drupe,fl=follicle,lc=“nucóide"legume,lg=legume,lm=loment,sm =samara), dd=dispersionsyndromes (an=anemocory, at=autocory, zo=zoocory), •flowering, ©fruiting, «dry season, rainy season. Táxonsespecíficose infra-específicos (número de tombo VIC) hb cr rf sf tf dd SONDFeJnoloFgiMa rAepMrodJutivJa ASO Caesalpinioideae Chamaecrista dentata (Vogei) H.S. Irwin & Bameby (28292) ab am Pl ml lg at ®©©®©®©©©©©®®® Chamaecrisía mucronata(Spreng.) H.S. Irwin & Barneby (28295) ab am Pl ml lg at ©©©©©©© ®® Chamaecrista trichopoda (Benth.) Britton & Roseex Britton & Killip (28986) ab am Pl ml lg at © © © © Sennarenifonnis(G. Don) H.S. Irwin & Bameby (28296) ab am Pl ml lg at ®©®©©©©®® Chamaecrista desvauxii var. langsdorfii(Kunlh ex Vogei) H.S. Irwin & Bameby (28984) aabb aamm Ppll mmll llgg aatt • • • • • © © © © © © © Rodriguésia Chamaecristarotundifolia var. rotundifolia (Pers.) Greene (28989) ev am Pl ml lg at © (60 Chamaecrista hedysaroides(Vogei) H.S. Irwin & Bameby (28959) ab am Pl ml lg at • • 2 © © © © © ): 371 Sennapendida var. glahrata (Vogei) H.S. Irwin & Bameby (28317) ab am Pl ml lg at • • • Dutra, © © © - V. 387 SONDJ FMAMJ JASO F. . et 2009 al. SciELO/JBRJ 17 18 19 20 21 22 23 24 25 26 ) >3 Táxons específicos e infra-específicos (número de tombo VIC) hb cr rf sf tf dd Fenologia reprodutiva 1 §• SONDJ FMAMJ JASO oso* o* Oj Chamaecrista rotundata var. grandistipula (Vogei) H.S. Irwin & Barneby (28955) ab am pl ml lg at • • • S' S’ © © © © © OOV “§ Tò Bauhinia ungulata var. cuiabensis (Bong.) Vaz (28980) ab br nc qr lg at 3 © © © © u> 0 Mimosoideae 01 O*-O4 Mimosa aurivillusvar. calolhamnos (Mart. ex Benth.) Barneby (28300) ab am pl ml cp at • • • • • • • 5» ® ® © ® ® © © 3 K> O VO lnga vulpina Mart. ex Benth. (28298) ab rs pn ps lc zo • • Oi © © ® © ® © Mimosa montis-carasaeBarneby (2830 ab rs pl ml cp at • • • • 1 © © © © £5’ Abarema langsdorfii(Benth.) Barneby & Grimes(29024) ab br pn es lg at • • • «aot © © © © © Mimosapigra L. (28302) ab rs pl ml cp ZO • • • *8 © © © © © lnga barbata Benth. (28312) ab br pn es lc zo • © $ Mimosa dolens var. dolens Vell. (28978) ab rs pl ml cp at • ST © © Mimosa aurivillus var. aurivillus Mart. (29027) ab am pl ml cp at • • • sr © © © © © & Mimosa ourobrancoensis Burkart(29127) ab rs pl ml cp at • © © Papilionoideae Camptosemascarlatinum var.pohlianum (Benth.) Burkart(28310) tp vm nc on lg at • • • • • • © © © © © © Sesbania virgata (Cav.) Pers. (29113) ab am nc ml fl at • • • • © © © © © Andirasurinamensis (Bondt) Splitg.p; Amshoff(28958) ab av nc ml dp1 zo • SONDJ FMAMJ JASO SciELO/JBRJ 10 17 18 19 20 21 22 23 24 25 26 Táxons específicos e infra-específicos (número de tombo VIC) hb cr rf sf tf dd Fcnologia reprodutiva S O N DJ FMAMJ JASO Periandra mediterrânea 11.) Taub (28305) ab av nc ml ig at ®©®®®©©®© Aeschynomeneelegans var. elegans Schltdl. & Cham. (28503) ev am nc ml lm zo • • • • ® Desmodiumadscendens (Sw.) DC. (28309) ev rs nc ml lm zo ® © © © 376 Indigoferasuffniticosa Mill. (28308) ab rs nc ml ig at © © © © Stylosanthesguianensis (Aubl.) Sw. (28507) ev am nc ml lm at © © © © & Vignapeduncularis var.peduncularis(Kunth.) Fawc. Rcndlc tp av nc ml lg at • • • • © Zornia reticulata Sm. (29109) ev am nc ml lm zo • • • • © © © © © Dalbergiafrutescens var. frutescens (Vell.) Britton (28504) ab br nc ml sm an • © © © Crotalaria nitens Kunth (29120) ev am nc ml lg at • • • © © © © © © Centrosema coriaeeumBenth. (29025) tp rs nc ml lg at © © © © Rhynchosia reticulata Lour. (28304) tp am nc ml lg at • • • • © © Stylosanthes viscosa (L.) Sw. (28505) ab am nc ml lm2 at Radhguésia Clitoriafalcata var. falcata Lam. (28508) tp br nc ml lg3 at • • 60 Calopogonium mucunoides Desv. (28324) tp br nc ml lg at • © © (2): Centrosema virginianum (L.) Benth. (28323) tp av nc ml lg at • • • Dutra, © © 371-387. S O N DJ FMAMJ JASO VF.. " Hfl et 2009 al. SciELO/JBRJ 10 17 lí 19 20 21 22 23 24 25 26 Táxons específicos e infra-específicos (número detombo VIC) hb cr rf sf tf dd ONDFeJnoloFgiMa rAepMrodJutivJa ASO S Fenologia Rodriguésia Crotalariamicans Link (28701) ab am nc ml lg4 at • (60 2 Desmodium barbatum (L.) Benth. (28325) ev av nc ml lm zo • ): © © reprodutiva, 371 Desmodium affine Schltdl. (28326) ev rs nc ml lm zo • - © 387 . Desmodium incanum DC. (28328) ev rs nc ml lm zo • síndromes © © 2009 Desmodium uncinatum (Jacq.) DC. (28321) ev rs nc ml lm zo • • de © © Swartzia oblata R.S. Cowan(28976) ab br nc ml lc5 zo • polinização Machaerium aculeatum Raddi (28502) ln ll6 - ml6 sm an ' e ® © © © Machaerium brasilienseVogei (28307) ab cm6 - ml6 sm an dispersão ® © © © ® ONDJ FMAMJ JASO S em 1. Pennington(2003); 2. Brandão&Costa(1979); 3. Fantz(1980);4. Flores &Miotto(2001); 5. Mansano&Tozzi (2004); 6. Sartori&Tozzi(1998). Leguminosae U> -J SciELO/JBRJ 378 Dutra, V. F. etal. Fenologia de floração ocorreu em março para 80% das A floraçãodasespéciesde Leguminosae espécies (Fig. lb) e o de frutificação, em estudadas ocorreu durante todo o período de março,julho e agosto, para 60% (Tab. 1, Fig. estudo (Fig. lb) eos dois maiores picos dessa lc). Em Chamaecrista foi observada fenofase foram registrados na estação sobreposição da floração, além da floração chuvosa,emjaneiroeem março(44,4e66,6% sequencial entre Chamaecrista hedysaroides, dostáxons,respectivamente).Opicoemmarço C. rotundifolia var. rotimdifolia e C. rotundata foi devido, principalmente, à floração das var. grandistipula (Tab. 1). Também houve espéciesdePapilionoideae(Fig. lb).Afloração sobreposição de floração entre as espécies de foicorrelacionadacomaprecipitação(r=0,67; Senna e entre espécies de Chamaecrista e p < 0,01) e com a temperatura (r = 0,79; p < Senna (Tab. 1). Apenas Bauhinia ungulata 0,01). var. cuiabensis apresentou exclusivamente O padrão fenológico de floração mais flores na estação seca (Tab. 1). frequentefoidotipoanual,observadoem88,9% Entre as espécies de Mimosoideae, o dos táxons, sendo 35,5% de floração maiornúmerodeespéciesemfloraçãoocorreu intermediária e 26,7% de estendida ou breve emjaneiro (55%, Fig. lb) e o de frutificação, (Tab. 1).Afloraçãosubanual foi registradaem em abril (67%, Fig. lc). Mimosa aurivillus Mimosa aurivillus var. aurivillus', a floração var. aurivillus, M. ourobrancoênsis e luga contínua ocorreu em Chamaecrista dentata vulpina floresceram exclusivamente na e C. mucronata. Machaerium brasiliense e estação seca (Tab. 1). M. aculeatum parecem apresentar floração EmPapilionoideae,assimcomoverificado supra-anual,umavezqueos indivíduosforam em Caesalpinioideae,amaiorporcentagemde observados apenas em frutificação (Tab. 1). espéciesem floração foi observadaem março Dentreos45táxons,Andirasurinamensis, (73%, Fig. lb)eade frutificação, assimcomo Clitoria falcata var. falcata, Crotalaria verificado em Mimosoideae, em abril (65%, micans, Stylosanthes viscosa e Swartzia Fig. 1c).Asespéciesfloresceramprincipalmente oblata não frutificaram no período de estudo na estação chuvosa e Swartzia oblata foi a A (Tab. 1). frutificação das demais espécies única que floresceu na estação seca (Tab. 1). de Leguminosae estudadas ocorreu durante Houvesobreposiçãodefloraçãoentreespécies todo o período de estudo. O maior pico de congêneres e entre espécies de diferentes frutificação foi observado em abril (Fig. 1c), gêneros (Tab. 1). Calopogonium mucunoides, período de transição entre a estação chuvosa Centrosema virginianum e Desmodium e seca (Fig. la), quando 57,7% dos táxons uncinatumforamasespéciesqueapresentaram apresentaram frutos, a maioria da subfamília frutificação exclusivamente na estação seca Papilionoideae (58%, Fig. lc). A frutificação (Tab. 1). foicorrelacionadacomatemperatura(r=0,85; p < 0,01). A maioria dos táxons (65,8%) Síndromes florais e de dispersão apresentoufrutificaçãoanualintermediária.A A maioria das espécies estudadas frutificação anual breve foi representada por (88,8%) apresentou características florais da 13,2%dostáxons,aanualestendidapor 18,4% síndromedemelitofilia,taiscomocorolascom e a contínua por 2,6% (Tab. 1). cores amarelas, róseas ou violáceas (Tab. 1), Em cada subfamília, as espécies zigomorfas, papilionadas ou abertas, e em apresentaram a tendência de floração e Chamaecrista spp. e Senna spp. anteras frutificação anual: 70% e 90% das poricidas. Dentre os táxons melitófilos, Caesalpinioideae, 89% e 100% das registraram-sefloresnectaríferasepoliníferas Papilionoideaee62%e 100%dasMimosoideae, (Tab. 1). As nectaríferas estão representadas, Em respectivamente. Caesalpinioideae,opico especialmente,pelasespéciesdePapilionoideae Rodriguésia 60 (2): 371-387. 2009 ISciELO/JBRJ cm 13 14 15 16 17 18 19 .. Fenologiareprodutiva, síndromesdepolinizaçãoedispersãoemLeguminosae (53% das espécies estudadas) e as poliníferas scarlatinum var. pohlianum, especie com pelasespéciesdeCaesalpinioideae(20%,Tab. 1). corola vermelha (Tab. 1). Nas espécies de Caesalpinioideae, as As espécies autocóricas, que apresentam flores de Seniui e Chamaecrista variam de frutosdotipolegume,folículooucraspédio(Tab. zigomorfasaassimétricas,amarelas,oferecem 1),representaram66,6%dototaldostáxonsque como recurso o pólen e são polinizadas por frutificaram. As zoocóricas, que apresentam abelhas grandes Boinbus tnorio coletada em lomentos ou legumes nucóides (Tab. 1), C. dentatà),estan(doamelitofiliarepresentada representaram 26,7% dos táxons e as em 90% dos táxons. A quiropterofilia foi anemocóricas, que apresentam sâmaras ou registrada apenas em Bauhinia ungulata var. legumes samaróides (Tab. 1), representaram cuiabensis, queapresentafloresactinomorfas, 6,7%. Entre as Caesalpinioideae, 100% dos táxons são autocóricos. Nas Mimosoideae, noturnas, brancas e nectaríferas. AsfloresdasespéciesdeMimosoideaesão 66,6% dos táxons são autocóricos e 33,4%, actinomorfas, reunidas em inflorescências zoocóricose,emPapilionoideaeaautocoriaestá globosas,tipopincel.Acorolaéverde,gamopétala representadapor54% dostáxons, seguidapela e tubulosa. O androceu é composto por 2-50 zoocoria(34,5%)e pelaanemocoria(11,5%). estames,comfileteslongos,róseos,amarelosou Entrejunho e setembro/2004 na estação alvos. Em Mimosa as flores são melitófilas seca, a frutificação foi representada apenas (66,6%dostáxons),têmantesediurnaeorecurso por táxons autocóricos, principalmente pelas Em espécies de Caesalpinioideae, havendo oferecido aos visitantes é o pólen (Tab. 1). Mimosa montis-carasae, além de diversas correlação com a temperatura (r = 0,71; p < abelhas pequenas, também foi obseivada a 0,01). A maior proporção de espécies pbfralerasocersrusbeereasmsnteocça,laohéeamdomeA-fnbiséalacebetrteaeàlesrshma(badTsreaabldne.acosno1pgsg)és,.êcdEnoiaserensfrstaioesipsoBecaloaipnrmnroabictezutusearserdn.níaatss,tIainrpecgaoaoamrs cez0<,noo0tro01rrc,)eeó0.lr1jai)Aaccniaeaeosnicneoraocmodmooarcecraoeoraupbimrradeiaucflrito/apie2nim0tftp0erae4eçar.qãaüeotAesunt(rrtazaeço=ã(onorc0o=c,ohf6r0iu9i,n;va9aol4psf;ado<,pai epsofrin2g2íd,e4o%s,deosstatnádxoonasesdfeingLoefgiulimainroepsraees.enItnagdaa e(Fsitga.çã2)oesefcoai,ceonrtrreelasceitoenmabdraoceonmoaveprmebcriop/it2a0ç0ã3o vulpina comflores vistosas, de antese diurnae (r=0,53; 0.01 <p<0,05). nectaríf,eras, apresenta características de espéciespsicófilas(11%)• NasespéciesdePapilionoideae,asflores são fortemente zigomorfas, papilionadas, ou seja,possuemumapétalasuperior,denominada vexilo, duas pétalas laterais, as alas, e duas inferiores,quejuntasformamacarena,geralmente envolvendo o androceu e gineceu, exceto As Swartzia oblata (possui corola aberta). em papilionadas apresentam-se ressupinadas Centrosema, Periandra e Clitoria, e a corola A possuicoloraçõesvariadas (Tab. 1). anteseé Figura 2 - Variações mensais na porcentagem de diurnaeoferecemnéctaraosvisitantes(Tab. 1). síndromes de dispersão dos táxons encontrados com Amaioriaémelitófila(96%,Tab. 1).Centrosema frutosnoperíododesetembro/2003 aoutubro/2004. coriaceum e Periandra mediterrânea foram Figure 2 - Monthly variation ofthe dispersion syndromes visitadasporabelhasgrandes(Bombusmorió). (percentage) presented by the frutifying species from A omitofilia foi observada em Camptosema september/2003 to october/2004. Rodriguésia 60 (2): 371-387. 2009 SciELO/JBRJ 13 14 15 16 17 18 19 9 380 Dutra, V. F. etal. Tabela 2-Altura média (cm) e desvio padrão dos estames e pistilos das espécies de Chamaecrista estudadas noscamposrupestresdo ParqueEstadualdoItacolomi,MinasGerais,Brasil, (n=número de flores medidas porespécie; dp = diferença proporcional entre as alturasdo pistiloe estames). Table 2 - Mean height (cm) and standard deviations of stamens and pistils of Chamaecrista species surveyedin the “campos rupestres” ofParque Estadual do Itacolomi, Minas Gerais, Brasil, (n =numberof measuredflowersperspecies;dp=proporcionaldifferencebetweentheheightvaluesofpistilandstamens). Espécie n Altura e desvio padrão dp Estames Pistilo Com deposição indireta de pólen Chamaecrista dentata 24 0,66±0,06 1,44±0,12 2,18 Chamaecrista hedysaroides 5 0,58±0,05 1,2±0,35 2,06 Chamaecrista mucronata 7 0,81±0,06 1,42±0,1 1,75 Chamaecrista rotundata var. grandistipula 5 1,01±0,19 2,3±0,20 2,27 Com deposição direta de pólen Chamaecrista desvauxii var. langsdorfii 10 0,86±0,09 0,66±0,09 0,76 Chamaecrista rotundifolia var. rotundifolia 9 0,36+0,06 0,38±0,05 1,05 Chamaecrista tríchopoda 12 0,76±0,10 0,99±0,16 1,30 Padrões de deposição do pólen em em grau variável (Fig. 3d-g), que envolve as Chamaecrista anteras e recebe o pólen ventralmente, durante Os táxons de Chamaecrista foram avibraçãodasflorespelasabelhas.Opólenpassa divididos em dois grupos devido às diferenças por toda a extensão ventral da pétala e é entreasalturasdosestamesedopistilo(Tab.2). depositado, por via indireta, no corpo dos No primeiro grupo, denominado padrão de polinizadores.Dessemodo,asmaioresdiferenças deposição direta do pólen, representado por C. de altura registradas entre anteras e estigmas tríchopoda, C. desvauxii var. langsdorfii e C. sãosuperadaspelapétalavexilar,quefunciona rotundifolia var. rotundifolia, a diferença comoumprolongamentodosestames.Opólen proporcional entre as alturas do pistilo e dos tende a ser depositado em locais específicos estames foi menor (dp = 0,76 a 1,30, Tab. 2). docorpodasabelhas;emfloresde C. dentata, Nessas espécies, o pólen é liberado das anteras por exemplo, os grãos de pólen foram diretamente no corpo do polinizador durante o depositados na região proximal das asas de processo de vibração da flor pelas abelhas. A Bombus rnorio. De acordo com a espécie, a pétalavexilar internadesses táxons é estendida pétala vexilar interna apresenta-se cuculada (Fig. 3a-c), diferentemente do observado no (Fig. 3d-e) ou tubular(Fig. 3f-g), estando sua segundogrupo. porção mais distai oposta ao estigma. Nosegundogrupo,denominadopadrãode deposiçãoindiretadopólen(di),representadopor Discussão C. dentata, C. hedysaroides. C. mucronata e A correlação da floração com a C. rotundata var. grandistipula, todas precipitação e temperatura corrobora o enantiostílicas, registrou-se maior diferença proposto por Rathcke & Lacey (1985); esses proporcionalentreaalturadopistiloedosestames autores afirmaram que, em áreas tropicais (dp = 1,75 e 2,27, Tab. 2). Essas espécies com clima sazonal, a maioria das ervas e apresentam apétala vexilarinternamodificada, arbustosfloresce naestaçãochuvosa. Outros Rodriguésia 60 (2): 371-387. 2009 SciELO/ JBRJ cm 13 14 15 16 17 18 19 ..

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