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Experiência, Lógica e Gramática PDF

267 Pages·2011·1.26 MB·Portuguese
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UNIVERSIDADE DE SÃO PAULO FACULDADE DE FILOSOFIA, LETRAS E CIÊNCIAS HUMANAS DEPARTAMENTO DE FILOSOFIA PROGRAMA DE PÓS-GRADUAÇÃO EM FILOSOFIA Giovane Rodrigues Experiência, Lógica e Gramática Um estudo sobre as condições empíricas da normatividade tais como apresentadas na segunda filosofia de Wittgenstein São Paulo 2011 Giovane Rodrigues Experiência, Lógica e Gramática Um estudo sobre as condições empíricas da normatividade tais como apresentadas na segunda filosofia de Wittgenstein Dissertação apresentada ao Programa de Pós-Graduação em Filosofia do Departamento de Filosofia da Faculdade de Filosofia, Letras e Ciências Humanas da Universidade de São Paulo, para obtenção do título de mestre em filosofia, sob a orientação do Prof. Dr. João Vergílio Gallerani Cuter. São Paulo 2011 Para Talita Der Gott, der seinen Platz in der Welt, also in der Sprache, fände, wäre ein Götze.* (MS 107, p. 202 [20/11/1929]) * “O deus que tivesse seu lugar no mundo, na linguagem, portanto, seria um ídolo”. Vírgulas adicionadas ao texto original. Agradeço ao meu orientador, João Vergílio Cuter, que guiou meus passos Investigações adentro; ao seu grupo de antigos e atuais orientandos, especialmente a Herivelto de Souza, Ricardo Ploch, Thiago Aquino e Tiago Tranjan; com cada um deles eu aprendi e aprendo muito; aos colegas estudiosos da obra de Wittgenstein, pelas conversas e discussões sempre proveitosas, Jaime Iglesias, Nara Figueiredo e Guilherme Guizoni; um abraço especial a Leonardo Bernardes, para atenuar nossas divergências; aos amigos: Danilo Camargo, David Boutsiavaras, Lucas Pacheco, Rodolfo Moreno e Takeo Kondo, que acompanharam meus passos a uma distância sadia; Maíra de Cinque, que nos dois últimos anos tem sido uma interlocutora paciente e generosa; Vinícius de Castro, a quem cabe um agradecimento especial pela revisão de capítulos abandonados; e Stefan Klein, pelo empenho em me transmitir, ao longo de uns pares de anos, algo do seu indefectível alemão; aos meus pais e aos meus irmãos, por compreenderem quanto vale para mim este trabalho e que ele às vezes implica estar distante; à Talita, por cada minuto ao meu lado; aos professores Bento Prado Neto e Marcelo Carvalho, pela arguição no exame de qualificação; à Maria Helena, à Marie, à Verônica, à Geni e a todas da Secretaria do Departamento de Filosofia, pela gentileza e presteza com que sempre me ajudaram; à FAPESP pela bolsa concedida. Resumo Trata-se, nesta dissertação, da análise do conceito de gramática, tal como Wittgenstein o usa no período de escrita das Investigações Filosóficas. Nesse sentido, mostra-se que ele não julga que a gramática seja essencial para a instituição de uma linguagem. Um corolário disso é que aquilo que Wittgenstein chamou, de modo bastante geral, de “regras gramaticais” tampouco o são. Veremos que esta posição é o resultado de uma virada importante no pensamento de Wittgenstein, a partir da qual os conceitos de “forma de vida” e “prática”, bem como o papel da experiência, em geral, assumem posição fundamental em sua apresentação do que seja a linguagem. Com efeito, é partir destes conceitos que poderemos apresentar com alguma perspicuidade as fontes da normatividade da linguagem, em geral, e da gramática, em especial. Palavras-Chave: gramática, lógica, linguagem, regra, normatividade, experiência, prática, formas de vida. Abstract The central topic of this dissertation is the analysis of the concept of grammar, as Wittgenstein uses it in the period of composition of the Philosophical Investigations. In this sense, we will show that he does not think that a grammar is an essential condition for the establishment of a language. A corollary of this latter point is that what Wittgenstein called, quite generally, “rules of grammar” does not constitute such a condition either. We will see that this position is the result of a major turning point in Wittgenstein’s thought, from which the concepts of “form of life” and “practice”, as well as the role of experience, in general, assume a key position in his presentation of what language is. Taking this concepts as point of departure, we intend to present with some perspicuity some sources of the normativity of language, in general, and of grammar, in particular. Key-words: grammar, logic, language, rule, normativity, experience, practice, forms of life. Índice Abreviações..........................................................................................................................................x Introdução.............................................................................................................................................1 Nota sobre o Escopo Bibliográfico..................................................................................................7 Capítulo 1 Lógica, Gramática e sua Função no Interior da Linguagem 0. Lógica, Gramática e sua Função no Interior da Linguagem..................................................13 1. A Reorientação da Lógica: de sua Natureza à sua Função (PU §§65-133)..........................14 1.1. A Lógica e o Ideal............................................................................................................14 1.2. O Essencial e o a priori....................................................................................................23 1.3. A Estrutura e as Regras da Linguagem........................................................................35 2. A Distinção Fundamental: A Distância entre Lógica e Experiência....................................48 Capítulo 2 Arbitrariedade e Necessidade 0. Arbitrariedade e Necessidade......................................................................................................51 1. Arbitrariedade: A Constituição Não-Causal da Gramática....................................................53 1.1. A Impossibilidade da Justificação.................................................................................54 1.2. “O propósito da gramática”..........................................................................................59 2. Necessidade, Compulsão, Determinação..................................................................................67 2.1. Determinação Empírica vs. Determinação Lógica.....................................................68 2.2. Da “Determinação Lógica” à Normatividade da Lógica.........................................72 3. A Lógica Ameaçada.......................................................................................................................78 Capítulo 3 O Uso de Regras 0. O Uso de Regras............................................................................................................................82 1. A Lógica como Fundamento: o a priori no Período Intermediário.......................................83 2. A Lógica Subjacente: A Linguagem governada por Regras.......................................................88 3. A Apresentação do Conceito de “Regra” nas Investigações Filosóficas......................................93 3.1. Jogos de Linguagem sem Regras (PU §§53-54)..........................................................93 3.2. O que “regras não-formuladas” poderiam ser...........................................................98 3.3. Regras vs. Leis Naturais................................................................................................104 3.4. Jogos de Linguagem sem Regras (PU §§82-83).......................................................110 4. Condições Empíricas do Seguir Regras...................................................................................118 4.1. Humanos, Animais e Autômatos................................................................................118 4.2. Determinação vs. Normatividade...............................................................................123 Capítulo 4 Lógica, Acordo e Comunidade 0. Lógica, Acordo e Comunidade.................................................................................................130 1. Regra e Ação de Acordo com a Regra.....................................................................................132 2. Kripke............................................................................................................................................135 3. Malcolm (e Rhees) e a Visão Comunitarista do Seguir Regras............................................138 3.1. Linguagem Solitária: Linguagem Privada..................................................................140 3.2. Concordância e Comunidade......................................................................................149 4. Baker e Hacker.............................................................................................................................159 4.1. “Relações Internas” vs. Comunidade.........................................................................162 4.1.1 Intencionalidade...............................................................................................163 4.1.2 Da Intencionalidade ao Seguir Regras..........................................................167 4.2. Como o Crusoé de Baker e Hacker usaria sua Linguagem....................................170 4.3. Reavaliação das “Relações Internas”..........................................................................181 Capítulo 5 O Adestramento em Técnicas 0. O Adestramento em Técnicas...................................................................................................194 1. A Linguagem Cotidiana e suas Técnicas.................................................................................195 2. Inatismo e Mecanicismo.............................................................................................................202 2.1. Humanos, Mecanismos, Animais................................................................................202 2.2. O Adestramento e a Reação Adequada (PU §495)..................................................207 2.3. O Adestramento como a “Configuração de um Mecanismo” (PU §495)...........213 2.4. Inatismo e a Possibilidade do Erro............................................................................218 2.5. Relações Internas e Relações Mecânicas (Reações Automáticas)..........................225 3. O Adestramento como a Implantação de uma Betrachtungsweise..........................................228 3.1. A passagem do “poder” ao “dever”...........................................................................228 3.2. Decisão e Condução.....................................................................................................234 4. “No início era a ação”.................................................................................................................244 Considerações Finais.......................................................................................................................247 Bibliografia......................................................................................................................................253 Abreviações para a obra de Wittgenstein (em ordem cronológica de produção, quando possível) TLP Tractatus Logico-Philosophicus. Tradução, apresentação e ensaio introdutório de Luiz Henrique Lopes dos Santos. 3ª ed. São Paulo: Edusp, 2001. (Primeira Edição: London: Kegan Paul, Trench, Trubner & Co, 1922)*. As referências indicarão o número do aforismo. As Referências ao Prefácio de Bertrand Russell indicarão o número da página. PB Philosophische Bemerkungen. Werkausgabe Band 2. Frankfurt am Main: Suhrkamp Verlag, 1984. (Primeira Edição: Oxford: Blackwell Publishing, 1964). As referências indicarão o número de página. WWK Wittgenstein und der Wiener Kreis. Werkausgabe Band 3. Frankfurt am Main: Suhrkamp Verlag, 1984. (Primeira Edição: Oxford: Blackell Publishing, 1967). As referências indicarão o número de página. BT The Big Typescript, TS 213. Oxford: Blackwell Publishing, 2005. As referências indicarão o número de página da edição impressa, seguida da paginação, em colchetes, do TS 213 (tal como na edição eletrônica do Nachlass) PG Philosophische Grammatik. Werkausgabe Band 4. Frankfurt am Main: Suhrkamp Verlag, 1984. (Primeira Edição: Oxford: Blackwell Publishing, 1969). As referências indicarão o número do parágrafo seguido do número da página. A referência à Parte I ou II não será necessária na medida em que nos valemos exclusivamente da Parte I. BlB The Blue Book. In: The Blue and Brown Books. Preliminary Studies for the ‘Philosophical Investigations’. 2nd. edition. New York: Harper Torchbooks, 1965, pp. 1-74. (Primeira Edição: Oxford: Blackwell Publishing, 1958). As referências indicarão o número de página da edição impressa, seguida pela paginação, em colchetes, atribuída do tiposcrito publicado na edição eletrônica do Nachlass. YB The Yellow Book. In: Wittgenstein’s Lectures, Cambridge 1932-1935. New York: Prometheus Books, 2001. (Primeira edição: Chicago: The University of Chicago Press, 1979). As referências indicarão o número de página. BrB The Brown Book. In: The Blue and Brown Books. Preliminary Studies for the ‘Philosophical Investigations’. 2nd. edition. New York: Harper Torchbooks, 1965, pp. 75-185. (Primeira Edição: Oxford: Blackwell Publishing, 1958). As referências indicarão o número de página da edição impressa, seguida pela paginação, em colchetes, atribuída do tiposcrito publicado na edição eletrônica do Nachlass. * Trata-se da edição bilíngue, com tradução de C. K. Ogden e Frank Ramsey. A primeira publicação do Tractatus, sob o título de Logisch-Philosophisch Abhandlung, ocorreu, na verdade, em 1921, numa revista alemã, editada por Wilhelm Ostwald e intitulada Annalen der Naturphilosophie. Por conta de sua má qualidade, Wittgenstein a considerou uma “edição pirata”, referindo-se à edição inglesa como sendo a primeira (cf. MONK 1990, p. 205).

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Isto não é algo que inventamos, mas algo que . 1172. 1053238. Nós então lhe mostramos o que ele deveria ter desenhado, fazendo notar que ele.
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