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Exercícios Intervalados (HIIT E Sit): Histórico E Fisiologia Do Exercício Molecular PDF

72 Pages·2015·0.618 MB·Portuguese
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Preview Exercícios Intervalados (HIIT E Sit): Histórico E Fisiologia Do Exercício Molecular

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APRESENTAÇÃO Ao iniciar este trabalho, tive a preocupação de proporcionar ao leitor uma abordagem profunda, porém objetiva, do exercício intervalado ou intermitente. Assim, iniciamos a obra por uma breve viagem na linha do tempo, mostrando que os esforços intermitentes foram essenciais para a sobrevivência da espécie humana. Prosseguimos, demonstrando que a metodologia do treinamento intervalado teve sua origem, ainda, nos anos 1850 e que, somente nas últimas décadas, esse tipo de exercício alcançou o seu reconhecimento, frente ao público não-atleta. Por fim, o leitor será conduzido ao “estado da arte” dos exercícios intervalados, através do estudo da fisiologia do exercício molecular. Com esse foco, abordaremos as moléculas-chaves que conectam a prática desses exercícios aos benefícios fisiológicos desse tipo de treino. SUMÁRIO 1.INTENSIDADE DO EXERCÍCIO E EVOLUÇÃO HUMANA 2.HISTÓRICO DO TREINAMENTO INTERVALADO 2.1.DEFINIÇÕES 3.BENEFÍCIOS DO TREINAMENTO INTERVALADO: UMA BREVE REVISÃO DA LITERATURA 4. FISIOLOGIA MOLECULAR DOS EXERCÍCIOS INTERVALADOS 4.1 O MÚSCULO ESQULÉTICO COMO ÓRGÃO SECRETOR: MIOCINAS 4.2 PGC-1-alfa: UMA PROTEÍNA COM MUITAS AÇÕES 4.3 INTERAÇÃO ENTRE O PGC-1-ALFA E MIOCINAS 4.4 RESPOSTAS DAS MIOCINAS AOS EXERCÍCIOS INTERVALADOS 4.5 RESPOSTA DO PGC-1-ALFA AOS EXERCÍCIOS INTERVALADOS REFERÊNCIAS 1.INTENSIDADE DO EXERCÍCIO E EVOLUÇÃO HUMANA Antes de iniciarmos um estudo sobre exercícios intervalados, devemos refletir sobre qual seria a intensidade mais natural ao ser humano. Leonard (2003) afirma que a posição bípede foi assumida há cerca de 4 milhões de anos, pelos Australopitecus, sendo esses os primeiros hominídeos. Esse autor indica que o bipedalismo conferiu eficiência aos hominídeos, pois os bípedes possuem mais facilidade, por exemplo, para caminhar, em relação aos quadrúpedes. Segundo Navarro (2006) podemos situar o início da espécie do homem moderno – Homo Sapiens- no limiar da Idade da Pedra (600.000 a.C.), ou período Paleolítico. Esse início ocorre com o aparecimento do Homem de Neanderthal e o Cro-Magnon. Nesta linha, Oliveira (2004) relata que no período Paleolítico os homens deslocavam-se até 15 Km por dia para realizarem caçadas, essas eram feitas de 1 a 4 vezes por semana. Alroy (2001) cita que essa estratégia humana –de longas caminhadas para caçar – foi responsável pela extinção de espécies de grande porte, como algumas espécies de mamutes e de antílopes. Em relação à estratégia de caça, a principal era aquela na qual grupos humanos acompanhavam, caminhando e realizando curtas corridas, uma determinada manada. Em determinado momento, próximo a penhascos, esses grupos munidos de lanças com pontas de pedra lascada e fogo, acuavam o grande mamífero até que caísse do penhasco (Alroy, 2001; Leonard, 2003). Dessa forma, fundamentando-se nos autores acima e segundo as ideias de Smith (2008), podemos deduzir que a espécie humana garantiu sua alimentação e sobrevivência graças a estratégia do esforço de intensidade leve-moderada (longas caminhadas) mesclada com o intervalado de alta intensidade (curtas corridas, arremessos/lançamentos de lanças e pedras, ações essas necessárias, no momento crucial da caçada). Interessante, ainda, é que essa estratégia –do caçador primitivo- foi adaptada pelos exércitos na manobra conhecida como marcha, descrita por estudiosos, como Clausewitz (2003). Essa consiste em caminhadas que podem consistir em até 24 km diários, objetivando encontrar o inimigo e utilizando-se do fator surpresa, na forma de ataques rápidos, subjugá-lo. Reforçando as ideias acima, estudos tem mostrado que a principal característica dos esportes coletivos são corridas de sprints acompanhadas de rápidas recuperações (Hoffmann e cols, 2014). Smith (2008) vai além: afirma que, praticamente, não há esportes fundamentados em longas atividades contínuas aeróbias, exceto corridas de longas distâncias. Até mesmo em nosso cotidiano, o mais comum é conjugarmos caminhadas com curtas e vigorosas corridas para atravessarmos uma rua movimentada, pegarmos um ônibus, ou chegarmos a tempo numa reunião, quando o atraso é eminente. Podemos concluir que realizar corridas contínuas, de baixa a moderada intensidade, por 30-60 minutos, não refletem um padrão de esforço fisiológico natural ao ser humano, ou seja: praticar esse tipo de exercício não se traduz em ganho de funcionalidade, em nossa realidade diária. Daí o grande sucesso dos exercícios intervalados, até mesmo entre sedentários, pois ao trabalharem com uma dinâmica própria da nossa rotina (esforços rápidos e intensos combinadas com intervalos de baixa-moderada intensidade) propiciam tanto benefícios para a saúde e composição corporal, como ganhos na funcionalidade cotidiana e na performance de esportes. 2.HISTÓRICO DO TREINAMENTO INTERVALADO Por volta de 1850, alguns treinadores americanos – como Dean Cronwell, Lawson Robertson e Mike Murphy – passaram a fazer alguns treinamentos, onde ocorria a divisão de percursos em trechos de velocidade maior e outros com pausas para recuperação orgânica. Entretanto, por ainda não haver uma sistematização do treino intervalado, esses treinadores apenas faziam mudanças - que não seguiam padrões- em treinamentos oriundos da escola inglesa (Almeida, Almeida & Gomes, 2000). Porém, as origens do treinamento intervalado encontram-se na escola finlandesa de treinamento desportivo. Pois, segundo Almeida, Almeida & Gomes (2000) foi o treinador Lauri Pihkala que por volta de 1912 desenvolveu o sistema finlandês de treinamento. Seus alunos percorriam, de quatro até cinco vezes, distâncias variando de cem até duzentos metros, com esforços intensos e pausas de dez até vinte minutos. Daí, afirmar-se que foi Pihkala o criador do treinamento intervalado. O seu método apresentava as seguintes características: inclusão de treinamento de velocidade para meio- fundistas e fundistas; corridas curtas e intensas, alternadas com intervalos longos para recuperação orgânica; incrementos tanto na quantidade como na qualidade dos treinamentos. Buchheit & Laurse (2013) afirmam que, já nos anos 1920, o pesquisador A.V. Hill incluiu o treinamento intervalado em seus experimentos. Foi nessa época que, segundo Billat (2001), o famoso corredor finlandês Pavoo Nurmi introduziu o treinamento intervalado curto: seis tiros de quatrocentos metros em sessenta segundos, com velocidade de vinte e quatro quilômetros por hora, dentro de uma corrida lenta de dez até vinte quilômetros, realizado em florestas. Antes de eclodir a Segunda Grande Guerra, o fisiologista alemão Woldemar Gerschller desenvolve, em 1936, um sistema intervalado de treino que se caracterizava por sessões feitas em pistas de atletismo (não mais em campo aberto), treinos mais curtos, alternância entre corridas curtas e longas, além do controle de tempo nos percursos (Almeida, Almeida & Gomes, 2000). Gerschller, em 1939, na cidade de Friburgo, Alemanha, usa essa metodologia em seu atleta, Harbig, conseguindo superar recordes mundiais nos quatrocentos e oitocentos metros (Tubino & Moreira, 2003). Porém, fora do contexto do treinamento físico, o cardiologista alemão Herbert Reindell, também nos anos 1930, fazendo uso de exercícios constituídos por corridas de curta distância, intercaladas por pausas de descanso, verificou -em seus pacientes- hipertrofia cardíaca e aumento do débito cardíaco, assim como uma melhoria no consumo de oxigênio (de Paula & Alonso, 2008). Dessa forma, podemos afirmar que o treinamento intervalado científico surge da interação singular do esporte de rendimento com a clínica médica, tendo o exercício físico como elemento comum. Neste contexto, propaga-se, pelo mundo do treinamento desportivo, a nova metodologia, e nos anos 1950 o famoso corredor olímpico tcheco Emil Zatopek - campeão olímpico em Helsinque em 1952, dos cinco mil, dez mil metros e maratona - popularizou o treinamento intervalado de alta intensidade. O técnico de Zatopek, Hron, passou a aplicar o treinamento intervalado influenciado pelo húngaro Klement Kerssenbrock. Zatopek utilizava-se de distâncias entre duzentos e quatrocentos metros para seus treinos intervalados de alta intensidade (Billat, 2001; Tubino & Moreira, 2003). No ensinamento de Tubino & Moreira (2003), em 1952, Gerschller une-se ao, já citado, cardiologista alemão Reindell e, finalmente, fundamentam uma concepção científica para o treinamento intervalado. Complementam Almeida, Almeida & Gomes (2000) com a afirmação de que essa união ocorreu devido ao espanto, desses cientistas, com os fantásticos resultados alcançados por Zatopek. Assim, o grupo formado por Gerschller, Reindell, Helmut Roskamm e Joseph Keul realiza inúmeras investigações clínico-médicas, observando as alterações fisiológicas ocorridas nos atletas e sedentários, quando submetidos ao treino intervalado. Nesse panorama, segundo Billat (2001), a primeira publicação de um artigo científico sobre o treinamento intervalado ocorre em 1959, num artigo de autoria de Reindell & Roskamm. A segunda publicação ocorreria em 1962, em artigo de autoria de Reindell, Roskamm e Gerschller. Nestes artigos, aqueles pioneiros descreveram, cuidadosamente, a metodologia de aplicação do treinamento intervalado: as distâncias passaram a ser de cem e duzentos metros, o número de repetições chegou até cem, o intervalo entre os estímulos não ultrapassava o tempo de um minuto e a ação,

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