Copyright © Claudia Matarazzo, 2012 Organização: Mario Ameni Preparação: Gabriela Ghetti Revisão: Vivian Miwa Matsushita Diagramação: Balão Editorial Ilustrações: Vitor Morinishi Foto de capa: Ivson Capa: Morais CIP-BRASIL. CATALOGAÇÃO-NA-FONTE SINDICATO NACIONAL DOS EDITORES DE LIVROS, RJ M376e Matarazzo, Claudia, 1958-Etiqueta sem frescura / Claudia Matarazzo. - São Paulo : Planeta, 2011. 304p. : 23 cm ISBN 978-85-7665-795-8 1. Etiqueta. I. Título. 11-8391 CDD: 395 CDU: 395 2012 Todos os direitos desta edição reservados à Editora Planeta do Brasil Avenida Francisco Matarazzo, 1500 | 3o andar – conj. 32B Edifício New York | 05001-100 | São Paulo-SP www.editoraplaneta.com.br [email protected] Para o Fernando, que me proporcionou incontáveis refeições inesquecíveis. Além de ser o mestre e a cobaia de tantas outras. O QUE MUDOU NOS ÚLTIMOS 20 ANOS? Quando escrevi a primeira versão de Etiqueta sem Frescura, em 1992, os celulares haviam acabado de surgir: enormes e pesados – difíceis de carregar até mesmo na bolsa. Computadores ainda eram uma novidade e, se dissesse que dentro de poucos anos todos estariam se comunicando através de minúsculos teclados, diriam que eu estava delirando. Desde então, venho falando sobre Comportamento, Moda e Etiqueta Empresarial em todo o Brasil e posso afirmar com convicção que, do ponto de vista relacionamento/comportamento, as mudanças ocorridas nos últimos vinte anos foram tantas e de tal ordem que certamente superam em número e impacto todas as ocorridas ao longo do século XX. De uma forma geral, é inegável que tivemos grandes progressos na comunicação. Mas por outro lado, houve um enorme retrocesso na forma e na qualidade dos relacionamentos. Duas décadas é muito pouco tempo, no entanto, já é muito clara a perplexidade e o descontentamento da maior parte das pessoas que se sentem constantemente em xeque com tantas inovações, pressionadas por um ritmo que muitas vezes sentem não acompanhar. Por esse motivo era urgente a revisão e a adaptação deste, que foi o primeiro livro de uma série que hoje conta com 13 títulos. Porém, mais do que a adaptação a uma série de mudanças em nosso cotidiano, acredito que seja necessária, essencial mesmo, para o leitor uma pausa para reflexão. E pausa significa tempo. Para si. Para se reconectar com os próprios desejos e prazer. Para pensar se deseja (e como) resgatar uma forma mais humana e agradável de viver e se relacionar. Isso pode parecer particularmente difícil para os mais jovens, hoje com menos de 30 anos, e que já cresceram sentindo o ritmo frenético da sociedade virtual. Pois é especialmente a essa geração que dedico especial carinho e afirmo: vale a pena desacelerar – ainda que só um pouquinho. Para onde quer que se vá, chega-se muito melhor e preparado depois de fazer revigorantes e enriquecedoras pausas pelo caminho. INTRODUÇÃO quem precisa de etiqueta? Minha mãe, descendente de libaneses, é a personificação da naturalidade – não há nada que ela pense que não diga na lata. É explosiva, impulsiva, esportiva e estranhamente dotada de um bom-senso esmagador. Meu pai, o oposto total, é muito calado, tem um senso de humor diferente, com sutilezas que escapam aos interlocutores menos atentos. Se a vida fosse uma alquimia perfeita, ao nascer eu já estaria equipada com todas as qualidades para atravessá-la sem o menor percalço ou dilema. Mas é claro que não é assim. Nasci questionando absolutamente tudo e cresci sem entender os contrastes que me cercavam e que extrapolavam os limites da minha casa, num país instável e exuberante como o nosso. Para completar, estudei em uma escola britânica onde a maior parte dos alunos era uma grande mistura de raças; japoneses, indianos, noruegueses, armênios, chineses e outras nacionalidades conviviam ali e, de uma forma ou de outra, acabavam se entendendo. Acho que, nessa fase da infância, comecei a desenvolver as primeiras noções de etiqueta. Era uma questão de sobrevivência: ou aprendia a língua, os costumes e os códigos de cada grupo (e eles os meus), ou seria excluída sumariamente.
Description: