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Estudos Literários Alex Rezende Heleno A correspon PDF

245 Pages·2017·1.68 MB·Portuguese
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Universidade Federal de Juiz de Fora Programa de Pós-Graduação em Letras: Estudos Literários Alex Rezende Heleno A correspondência de Marguerite Yourcenar: presenças e ausências Juiz de Fora 2017 Alex Rezende Heleno A correspondência de Marguerite Yourcenar: presenças e ausências Tese apresentada ao Programa de Pós- Graduação em Letras: Estudos Literários, área de concentração em Teorias da Literatura e Representações Culturais, da Faculdade de Letras da Universidade Federal de Juiz de Fora, como requisito parcial para obtenção do título de Doutor em Letras. Orientadora: Profª. Drª. Ana Beatriz Rodrigues Gonçalves Juiz de Fora 2017 Alex Rezende Heleno A correspondência de Marguerite Yourcenar: presenças e ausências Tese apresentada ao Programa de Pós- Graduação em Letras: Estudos Literários, área de concentração em Teorias da Literatura e Representações Culturais, da Faculdade de Letras da Universidade Federal de Juiz de Fora, como requisito parcial para obtenção do título de Doutor em Letras. Aprovada em 05/12/2017 BANCA EXAMINADORA _____________________________________________ Profª. Drª. Ana Beatriz Rodrigues Gonçalves (Orientadora) Universidade Federal de Juiz de Fora _____________________________________________ Profª. Drª. Nícea Helena de Almeida Nogueira Universidade Federal de Juiz de Fora _____________________________________________ Profª. Drª. Márcia de Almeida Universidade Federal de Juiz de Fora _____________________________________________ Prof. Dr. Nilson Adauto Guimarães da Silva Universidade Federal de Viçosa _____________________________________________ Profª. Drª. Laura Barbosa Campos Universidade do Estado do Rio de Janeiro AGRADECIMENTOS Agradeço à professora Ana Beatriz Rodrigues Gonçalves pela orientação durante o doutorado e pela confiança na realização desse trabalho. Agradeço à professora Françoise Simonet-Tenant, da Universidade de Rouen, pela orientação durante o período de doutorado sanduíche. Agradeço ao professor Nilson Adauto Guimarães da Silva que me orientou durante a graduação e o mestrado e que teve reconhecida participação na elaboração dessa tese. Agradeço ao Programa de Pós-Graduação em Letras, aos professores com os quais tive oportunidade de ter aulas no doutorado compartilhando, assim, saberes e experiências e à CAPES pela oportunidade de desenvolver parte da minha pesquisa na França. Agradeço a meus amigos, em especial ao Alessando Ramos, e a familiares pelo apoio, incentivo e por estarem sempre ao meu lado. RESUMO Marguerite Yourcenar sempre se mostrou atenta a sua obra. Nas entrevistas, nos prefácios e nos cadernos de notas dos textos publicados são marcantes seus posicionamentos em defesa de seus textos. A autora, leitora e crítica de si mesma, oferece, com frequência, ao leitor, uma Ŗespécie de roteiroŗ para que a leitura e a interpretação se aproximem daquelas desejadas por ela. A correspondência de Yourcenar nos dá informações valiosas acerca desse posicionamento autoral com relação a sua escrita e a sua vida. As cartas nos mostram, sobretudo, a autora - Marguerite Yourcenar - pseudônimo criado a partir de um anagrama de Crayencour e adotado oficialmente a partir da aquisição da nacionalidade estadunidense. De acordo com Bruno Blanckeman, trata-se de Ŗuma ficção que ganhou corpoŗ. Esse estudo busca, portanto, analisar as cartas a partir desse Ŗapagamentoŗ de Marguerite de Crayencour e da visibilidade de Yourcenar enquanto autoridade sobre o texto. Pretende-se analisar, desse modo, a expressividade da construção de uma cenografia autoral (José-Luis Diaz), ou seja, a criação de meios e de cenários utilizados pela escritora para fixar sua identidade autoral e agir a partir desse eu-autor/autoridade. Palavras-chave: Yourcenar-Crayencour. Autorretrato intelectual. Cenografia autoral. RÉSUMÉ Marguerite Yourcenar sřest toujours montrée atentive à son oeuvre. Dans les interviews, dans les préfaces et dans les cahiers de notes des textes publiés ses points de vue sont explicites dans la défense de ses textes. Lřauteur, lectrice et critique de soi même, offre, souvent, au lecteur, une « espèce de chemin » pour que la lecture et lřinterpretation sřapprochent des celles quřelle souhaite. La correspondance de Yourcenar nos donne des informations importantes sur son image dřauteur face à son écriture et à sa vie. Les lettres nos montrent surtout lřauteur - Marguerite Yourcenar Ŕ pseudonyme créé de lřanagramme de Crayencour et adopté officiellement après sa naturalisation aux États- Unis. Dřaprès Bruno Blanckeman, il sřagît dř « une fiction qui a pris corps ». Cette étude analyse donc lřeffacement de Marguerite de Crayencour et la visibilité donnée à Yourcenar en tant quřautorité sur son texte. On analyse, ainsi, lřexpressivité de la construction dřune scénographie auctoriale (José-Luis Diaz), cřest-à-dire, la création des moyens et des scénarios utilisés par lřécrivain pour fixer son identité et agir en fonction de ce je-auteur/autorité. Mots-clés : Yourcenar-Crayencour. Autoportrait intellectuel. Scénographie auctoriale. SUMÁRIO Introdução........................................................................................................................8 1. Acerca do estudo das correspondências..................................................................20 1.1. A carta: usos, conteúdos, finalidades........................................................21 1.2. A correspondência e a literatura...............................................................27 1.3. Carta a si mesmo ou ao outro?..................................................................36 1.4. Edição e publicação das correspondências...............................................43 2. Marguerite Yourcenar, personagem........................................................................52 2.1. As concepções de território........................................................................54 2.2. A viagem para os Estados Unidos: exílio voluntário?.............................60 2.3. Marguerite de Crayencour........................................................................80 2.4. O gosto pela viagem “no espaço e no tempo”.........................................108 2.5. Grace Frick: personagem secundário.....................................................116 2.6. Em defesa dos animais e do meio ambiente............................................127 2.7. Os problemas do mundo e a política.......................................................136 3. O jogo de presença e ausência: a escritora e a obra.............................................150 3.1. Uma obra fechada?...................................................................................151 3.2. O controle sobre a interpretação e a luta contra as editoras: a carta como documento..............................................................................................162 3.3. O rigor e sua função na escrita de Yourcenar........................................196 3.4. A cenografia autoral.................................................................................205 3.5. O desejo de universalidade e de eternidade............................................222 Considerações finais....................................................................................................231 Referências bibliográficas...........................................................................................235 8 Introdução Marguerite Yourcenar, pseudônimo de Marguerite Cleenewerck de Crayencour, nasceu em Bruxelas, Bélgica, em 1903. Filha de pai francês, Michel-René Cleenewerck de Crayencour (1853-1929), e mãe belga, Fernande de Cartier de Marchienne (1872- 1903), Yourcenar cresceu na França, mas é, sobretudo, no exterior onde ela viverá: Inglaterra, Itália, Suíça, Grécia e, por fim, nos Estados Unidos, país em que residirá de 1939 até o ano de sua morte, em 1987. Marguerite Yourcenar, uma das principais representantes da literatura francesa do século XX, primeira mulher eleita para a Academia Francesa, tornou-se mundialmente conhecida, com obras traduzidas em português e em inúmeras línguas. Romancista, poeta, tradutora, ensaísta e crítica é vista geralmente como autora de narrativas biográficas e de romances considerados históricos e Ŗhumanistasŗ. No Brasil, as obras mais conhecidas de Yourcenar são os romances Alexis ou o tratado do vão combate (1929), Memórias de Adriano (1953), que a consagrou no mundo inteiro e A Obra em Negro (1969). Em sua mudança para os Estados Unidos em 1939, a autora encontra dificuldades para continuar seus trabalhos literários e suas publicações por diferentes motivos. Os anos iniciais no novo endereço, bem como sua vida pessoal, suas dificuldades e seus sofrimentos com a Segunda Guerra é um período obscuro na vida da autora e pouca informação se tem acerca desse tempo. Ela dizia estar numa espécie de arca, à deriva, perdida na imensidão do oceano e perdida de si própria. As menções feitas pela própria autora em suas cartas são bastante restritas: ela relata com frequência, mas sempre de forma breve, que foram anos de grande dificuldade financeira e que durante esse período trabalhou como professora em algumas universidades dos Estados Unidos. Marguerite Yourcenar sempre se mostrou atenta a sua obra. Nas entrevistas, nos prefácios e nos cadernos de notas dos textos publicados são marcantes seus posicionamentos em defesa de seus textos. A autora, leitora e crítica de si mesma, oferece, com frequência, ao leitor, uma Ŗespécie de roteiroŗ para que a leitura e a interpretação de suas obras se aproximem daquelas desejadas por ela. Além dos prefácios e entrevistas, a correspondência de Yourcenar nos oferece informações valiosas acerca desse posicionamento diante da elaboração de sua obra. 9 Mais uma vez notamos a preocupação da autora com relação ao futuro de seus escritos, incluindo aqui, as próprias cartas. Pensado na imagem que seria legada à posteridade, Yourcenar realizou uma espécie de triagem de sua correspondência. Algumas cartas foram queimadas, outras se perderam, outras ainda foram depositadas na biblioteca de Harvard e impedidas de serem abertas por um período de 50 anos após sua morte, ou seja, só se tornarão conhecidas em 2037. São pertinentes, dessa forma, os questionamentos propostos pelos organizadores do primeiro volume de suas cartas que foram publicadas sob o título de Lettres à ses amis et quelques autres: Em que pensava Marguerite Yourcenar entre 1980 e 1987, ano de sua morte, enquanto ela fazia a triagem e selecionava jogando ao fogo, na lareira de Petite Plaisance, as cópias de suas cartas destinadas a serem deixadas para a posteridade? Em que pensava Grace Frick, sua tradutora e companheira americana, durante os quarenta anos em que ela copia, resume, comenta e guarda as missivas da escritora, assinalando, assim, cada documento com um visto? 1 (2007a, p. 13. Essa e todas as demais traduções realizadas nesse trabalho são de minha autoria.) As respostas a essas perguntas serão, também, objeto de estudo nesse trabalho. Pode-se adiantar que o desejo de acompanhar atentamente tudo aquilo que foi dito e tudo aquilo que se quis deixar aos leitores e aos críticos seja uma das razões mais evidentes desse jogo de presença e ausência. As cartas de Yourcenar, assim como suas obras, têm uma variedade de temas bastante grande. Vários são, também, os interlocutores: estudantes, críticos, autores iniciantes, autores consagrados e leitores. Contudo, alguns assuntos se tornam bastante recorrentes: as obras Ŕ nota-se haver sempre uma tentativa de se explicar e de explicar ao leitor o seu texto Ŕ; as correções atentas junto aos editores e a constante reescrita das próprias obras para uma republicação; as viagens e junto a elas a proposição de conferências nos países de destino; um certo controle acerca da interpretação de sua obra, tanto com relação aos leitores, quanto com relação àqueles que desejavam adaptá- las para o teatro, para o cinema ou para a ópera. 1 À quoi pensait Marguerite Yourcenar entre 1980 et 1987, année de sa mort, tandis quřelle triait et sélectionnait en les jetant au feu dans la cheminée de Petite Plaisance les copies de ses lettres destinées à être laissées dérrière elle ? À quoi pensait Grace Frick, sa traductrice et compagne de vie américaine, pendant les quarante années où elle recopia, résuma, commenta, et assura les missives de lřécrivain, estampillant ainsi chaque document de son visa de passage ? (2007a, p. 13). Essa e todas as demais traduções realizadas nesse trabalho são de minha autoria.

Description:
acompanhar Yourcenar em suas viagens, notar sua disposição em propor conferências 153 [] Mais que des erreurs sřy sont glissée ! Les unes
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