Estrutura e composição florística do estrato herbáceo- subarbustivo de um pasto abandonado na Reserva Biológica de Poço das Antas, município de Silva Jardim, RJ Cláudia M. Vieira1 Solange de V. A. Pessoa2 RESUMO A Reserva Biológica de Poço das Antas, situada no município de Silva Jardim, Rio de Janeiro apresenta cobertura vegetal formada por áreas de campos, capoeiras, capoeirões e fragmentos florestais. Este trabalho realizou o levantamento florístico e a análise da estrutura do componente herbáceo/subarbustivo de área de pasto abandonado, visando obter informações que auxiliem o estudodoprocessoderegeneraçãonatural daárea. Aáreadeestudoapresentaindivíduoslenhosos, distribuídos esparsamente ou em moitas, tendo sido utilizada como pasto em tempos anteriores a criação da Reserva. O levantamento da vegetação foi efetuado através do método de pontos e revelou o predomínio de espécies de gramíneas e ervas ruderais, como Imperata brasiliensis, Lygodium volubile e Blechnum serrulatum. Palavras chave: pasto abandonado, recuperação de áreas degradadas, método de pontos. ABSTRACT The vegetation ofthe Poço das Antas Biological Reserve located in Silva Jardim municipality is composed of abandoned farmland and secondary forests fragments at different stages of development. A study ofthe floristic composition and structure ofthe shrub andherbaceous layer ofan old field was conducted, aiming to obtain informations that might assist studies on natural regeneration ofthe site. The study area consists ofan area that was once covered by forest and was used as pasture before the creation ofthe Biological Reserve. lt is now covered by grassy vegetation with sparsely scattered woody plants or small thickets. The pointmethod was used in the vegetation survey (total of 300 point). Grass species as Imperata brasiliensis, Lygodium volubile and weedy species as Blechnum serrulatum are dominant. Keywords: old field, recovery ofdegraded areas, point method. INTRODUÇÃO primeiroscentrosurbanosdopaís impelirama Aregiãodasplaníciesaluviaisepequenos ocupação humana desta região, alterando a morros mamelonares da planície costeira do cobertura vegetal original, hoje restrita a Estado do Rio de Janeiro, representa a área pequenos remanescentes, e transformando a dedomíniofisionômicodaFlorestaOmbrófila paisagem em extensas áreas de campos, Densadasterrasbaixas(Velloso,Rangel Filho capoeiras e capoeirões. & Lima, 1991), em alguns trechos sujeita a A coberturavegetaldaReservaBiológica inundaçõesperiódicasocasionadaspelascheias de Poço das Antas espelha a degradação dos rios e pequenos córregos que cortam a ambiental atual das planícies costeiras do região. O fácil acesso e a proximidade aos 1Bióloga 2PesquisadoraTitulardo Institutode PesquisasJardim Botânicodo Rio deJaneiro- ProgramaMataAtlântica RuaPachecoLeão,915.CEP22.460-030.RJ.email:[email protected] SciELO/JBRJ cm 13 14 .. 18 Vieira. C. M. &PessoaS. de VA. estado. A presença de áreas alteradas pela MATERIAL E MÉTODOS ação antrópica facilita a ação do fogo, A Reserva Biológica de Poço das Antas constituindo uma ameaça à vida vegetal e (22° 30’ - 22° 33’ S, 42° 5’ - 42ü 19’ W) está animal existente, interrompendo e/ou situada no município de Silva Jardim, estado dificultandooprocessoderegeneraçãonatural do Rio de Janeiro, com superfície de cerca de da vegetação. Visando a obtenção de 5000 ha (IBDF/FBCN, 1981). Nos tempos conhecimentos sobre o processo de anteriores à criação da Reserva, a região regeneraçãonatural,necessáriosàreabilitação abrigavadiversas fazendasdecriaçãodegado, da cobertura vegetal destas regiões na ondehaviamalgumasculturasdesubsistência, Reserva, uma série de estudos vêm sendo pomares, pastos e remanescentes florestais. conduzidosemáreadepastoabandonadocom Com a criação da Reserva em 1974, a cerca de 20 anos de abandono. exploração destas terras teve fim em meados No Brasil, nos últimos anos, alguns de 1976/1978. Destemodo,acoberturavegetal estudos (Matthes, 1992; Castellani, 1986; Sá, da Reservaé atualmente constituídaporáreas 1996; Buselato & Bueno, 1981; Boldrini & de formação pioneira com influência fluvial, & Eggers, 1996;Boldrini Miotto, 1987;Zocche campos antrópicos, capoeiras aluviais, &Porto, 1993;Pessoa,Guedes-Bruni&Kurtz, capoeiras submontanas, florestas aluviais e 1997; Araújo etah, 1997; Delamônica, 1997; florestas submontanas (Programa Mata Guedes, 1988; Mantovani, 1993; Tabarelli, Atlântica, 1996). Os fragmentos florestais & Villani Mantovani, 1993, 1994;Buschbacher, remanescentessãotestemunhosdasmatas que Uhl & Serrão, 1984; Guillaumon & Fontes, originalmente recobriam as planícies aluviais 1992)têm enfocado acomposição florística e e morros mamelonares da planície costeira a dinâmica de desenvolvimento de áreas fluminense. degradadas, seja pela ação antrópica ou por O clima daregião é quente e úmido com fenômenos naturais. Avariedade de respostas estação chuvosa no verão, sem inverno do meio ambiente frente à multiplicidade de pronunciado e as temperaturas médias anuais formaseamplitudedos impactoseacrescente são elevadas durante quase todo o ano. A necessidade de expansão de novas fronteiras média das temperaturas máximas é de 30°C - n1a99u3t)ilização dos espaços naturais, apontam a 32°C e as mínimas não ultrapassam os 18°C. urgência na realização de estudos com esta A precipitação média anual é de 1.000 mm e abordagem. estáconcentradanosmesesdeoutubroaabril, As interações das espécies com o meio sendojulhoeagostoosmesesmenoschuvosos e com outras espécies seriam os agentes (IBDF/FBCN, 1981). controladoresdainvasãoedoestabelecimento Os solos são bastante diversificados, em de espécies arbustivas e arbóreas (Myster, funçãodosubstratogeológicoedascondições , destacam-se, entre estas, acompetição pedogenéticas locais, desta forma ocorrem entre espécies herbáceas e sementes e LatossoloVermelhoAmareloeCambissolonos plântulas de espécies arbustivas e arbóreas. morros mamelonares e Solos Gleizados, Neste âmbito, pretende-se através do Orgânicos e Aluviais nas planícies de levantamento da composição florística e da inundaçãoealuviais(Takizawa, 1995). estrutura do componente herbáceo/ O trecho estudado corresponde a antiga subarbustivo, descrever a vegetação dos área de mata de planície aluvial, aberta para estágiosiniciaisderecomposiçãodacobertura estabelecimento de pastagem (figs. 1). O uso vegetal e, de forma secundária, auxiliar como pastagem tem cerca de 20 anos de iniciativasderestauraçãodeáreasdegradadas. abandono e, atualmente, a área apresenta vegetaçãopredominantementeherbácea,com indivíduos lenhososdistribuídosesparsamente Rodriguásia 52(80): 17-30. 2001 SciELO/JBRJ 13 14 15 16 17 18 19 9 Estrutura ecomposiçãoflorísticadoestratoherbáceo-subarbustivode umpastoabandonadona ReservaBiológicadePoçodasAntas, municípiodeSilvaJardim, RJ 1 / Espírito &3CALAKRWlCA Figura 1 - Mapada Reserva Biológicade Poçodas Antas. Fonte: PMA/JBRJ ou em moitas. Afastada cerca de 100 m da intervalos de 5 cm com cerca de 3 mm de m BR-101, apresenta ao norte pequena mancha diâmetroe2 dealtura,foisoltaverticalmente de capoeira aluvial e na direção sul estreita e, no ponto, anotadas as espécies tocadas pela faixade mataciliar. O solo no trechoestudado agulha, o númerodetoqueseaalturadotoque está representado pela associação de Solos na agulha. Todos os indivíduos tocados pela Aluviais e Gleissolos (Takizawa, 1995), agulha, independentemente do seu hábito, apresentando trechos com pequenas foram amostrados. Pontos com solo desnudo depressões que podem permanecer alagados também foram considerados, entendendo-se durante alguns períodos do ano. aqui solodesnudocomoponto semocorrência Para avaliação qualitativa e quantitativa de toque. dos elementos herbáceos/subarbustivos da Foram considerados os seguintes vegetação, foi empregadoo método de pontos parâmetros fitossociológicos (Mantovani, comas modificaçõespropostasporMantovani 1987): (1987), associado a coletas aleatórias. O método de pontos vem sendo utilizado em Médiade toques : MTj=NTj/NPj investigações de formações herbáceas e Freqüênciaabsoluta: FAj= 100.NPj/NTP pastagens, ou ainda na descrição dos estratos Frequênciarelativa: FRj= 1OO.NPj/XNP inferioresemcomunidades maisestratificadas Cobertura:CRj=(1()0-No).FA,/SFA (Buselato & Bueno, 1981; Mantovani, 1987; Vigorabsoluto:VAj= lOO.NTj/NTP Fabris & Pereira, 1990; Sá, 1996; Almeida & Vínidgiocrerdeleatciovboe:rVtuRrja:=CljO=O.FNAjTj+/VNATjT Araújo, 1997). Como os demais métodos índicedevalordecobertura VC=FR[+VR apresenta limitações e diversos fatores podem NTj =No. toques daespécie: j influir nos seus resultados (Mantovani & NPi = No. pontoscomaespéciie i Martins, 1990). Foram amostrados300pontos NTP = No. total de pontos em 3 linhas de 100 m cada, com orientação S- No = Porcentagem de pontos sem toques N. Em cada linha, a intervalos de 50 cm, uma NTT= No. total de toques agulha, marcada com tintas coloridas a Rodriguésia 52(80): 17-30 . 2001 SciELO/JBRJ cm 13 14 15 16 17 18 19 .. Vieira, C. M. á PessoaS. de VA. Tabela 1 - Listadasespécies levantadasnaáreadevegetaçãocampestreda Reserva Biológicade PoçodasAntaspelo métodode pontos (*) eporcoletasaleatórias (+). CRIPTÓGAMAS Lcguniinosae Blechnaceae Andiraanthelmia(Vell.)Macbr.+ BlechnutnserrulatumRich. * AeschynomenesensitivaSw. * Osmundaceae CrotalariapallidaAit. * OsmundacinnamomeaL. * Dalbergiafrutescensvar.frutescens(Vell.)Britt.+ Pteridaceae Desmodiumadscendens(Sw.) DC. * Adiantamserrato-dentatumWilld. * ErythrinaspeciosaAndr.+ Schizaeaceae Ingaedulis(Vell.) Mart.ex Benth.+ LygodiumvolubileSw. * Lonchocarpuscultratus(Vell.)Az.-Tozzi + Thclypteridaceae Malvaceae Thelypterisdentata(Forssk.) E. St.John * UrenalobataL. * Melastoniataccae FANERÓGAMAS ClidemiabiserrataDC. * Apocynaceae Clidemiahirta(L.)Don. * Rauvolfiagrandijlora Mart. ex DC.+ MiconiacalvescensDC.+ Bignoniaceac Miconiaprasina(Sw.) DC.+ Arrabideaselloi(Spreng.)Sandw.+ Miconiaserrulata DC.+ Boraginaceae MiconiastamineaDC. * Cordiacorymbosa(L.) Don. * Tibouchinagracilis(Bonpl.)Cogn.+ Commelinaceae Meliaceae Commelinasp 1 * Guareaguidonea{L.)Slcumer* Compositae GuareamacrophylaVahl. + BaccharisdracunculifoliaDC.+ Moraceac Baccharistrimera(Less.) DC.+ CecropialyratilobaMiq.+ EupatoriumvitalbaeDC. * Myrsinaceae Vernoniasp * Rapaneaferruginea(R. et P.) Mez. * Cucurbitaccae Myrtaceae MelothriafluminensisGardn.+ PsidiumguayavaRaddi * Cyperaceae PsidiumguineensisSw.+ Cyperus sp * Pipcraccae Scleriasp * Pipermollicomum Kuntli. * Euphorbiaceae Polygonaceae AlchorneatriplinerviaMuell.Arg.+ Polygonumacuminatum H.B.K.+ Flacourtiaeeae Rubiaceae Caseariasylvestris Swartz. + Psychotriasp+ Gramineae RandiaarmataDC.+ Andropogonbicornis L.+ Sabiceaasperavar.glabrescens(Benth.)Schum. * Andropogon sp 1 + Sniilacaccac Andropogon sp2 + SmilaxelasticaGriseb.+ Digitariainsularis(L.) Mez+ SmilaxquinquenerviaVell.+ Eleusineindica(L.)Gaertn. * Tiliaceae Hyparheniarufa(Nees) Stapf* LueheagrandijloraMart. exZucc.+ ImperatabrasiliensisTrin. * Verbenaceae MelinisminutifloraBeauv.* LantanacamaraL. * PanicummaximumJacq. * VitexpolygamaCham.+ PanicumrivulareTrin. * Vitaceae PanicumpilosumAir: * CissuserosaL.C.Rich. * PaspalummillegranaSchrad. * Zingibcraceae Saccharum sp + HedychiumcoronariumKoenig. * Labiatae Indeterminada Hyptis brevipes Poit. * Indet sp * Rodriguésia 52(80): 17-30. 2001 SciELO/JBRJ cm 13 14 15 16 17 18 19 .. Estruturaecomposiçãojlorísticadoestratoherbáceo-subarbustivodeumpastoabandonadona ReservaBiológicadePoçodasAntas, municípiodeSilvaJardim. RJ 21 1994. 0material coletadofoi identificadoutili- lhando em campos com história diferenciada zando-sebibliografiaespecializada, consultaa de uso como pastagem, encontraram as especialistas e material de herbário, estando Gramineae, Compositae e Cyperaceae como as exsicatas dos materiais depositadas no as famílias mais abundantes e as demais 16 herbário do Jardim Botânico do Rio de Janei- famílias com três, duas ou uma espécie. O ro. campo onde a atividade pastoril cessou, apre- sentou um acréscimo de seis espécies de RESULTADOS E DISCUSSÃO gramíneas,porém, nogeral, ocampopastejado Os 300 pontos amostraram 37 espécies apresentou maior riqueza de espécies e famí- distribuídasem 24 famílias,33 gêneros,sendo lias, possivelmente ocasionadopelaconstante 9famíliasdefanerógamase5 decriptógamas. perturbação provocada pelo pastoreio, que 1 Coletas aleatórias acresceram à lista 31 espé- embora favoreça o aparecimento de áreas de cies (tabela 1). A análise das espécies quanto solo desnudo atua como agente “facilitador” ao hábito, revelou o predomínio de herbáceas noestabelecimentodeoutrasespécies(Pandey (46%) sobre as arbóreas (23%), arbustivas & Singh, 1991,apud Boldrini & Eggers, 1996). (21%) e trepadeiras (10%). Modificações na composição florística da ve- O resultado obtido no que tange ao nú- getação, com substituição de formas de cres- mero de espécies por família, apresentou pe- cimento dominantes e evidência de espécies quena variação, sendo a família Gramineae a beneficiadas pela exclusão ou pelo pastoreio de maior número de espécies (8), seguida de são apontadas em Boldrini & Eggers (1996). Melastomataceae e Leguminosae, com 3 es- Os parâmetros fitossociológicos obtidos pécies e de Compositae e Cyperaceae, com 2 são apresentados, em ordem decrescente de espécies cada, as demais se fizeram represen- VC, na tabela 2. tar por somente uma espécie. Dos300pontosamostrados,45,33%apre- Vieira, Uhl & Nepstad (1994), Uhl, sentaram uma espécie por ponto, sendo 4 o Buschbacher& Serrão (1988) e Buschbacher, valormáximo de espécies encontrado em um Uhl & Serrão (1984), estudando áreas de pas- único ponto. O valor de 3,17% obtido para a tos abandonados na região daAmazônia Cen- porcentagem de solo descoberto indica uma tral, assinalaram existirumagrande diferença cobertura homogênea do solo. Uma na riqueza total e na composição de espécies estreita correlação entre a presen- conforme a intensidade de uso da área, isto é, çadeImperatabrasiliensise baixopercentual uso leve e uso intenso. Observaram que quan- desolodesnudoédemonstradoporGuillaumon & to maiora perturbação menora riquezaemai- Fontes (1992), que associam o fato ao bai- or o predomínio de espécies pioneiras, e que xonível depalatabilidade destagramínea. Es- as perturbações provocadas pelo uso da área tes autores também assinalam ser esta espé- como pastagem geram efeitos maiores e mais cie, bem como espécies de melastomatáceas, prolongadosdoqueaagriculturadesubsistên- indicadoras de alto grau de deterioração do cia, no processo sucessional. solo. Neste sentido, apesar de não terem sido Para uma floresta de restinga recém der- efetuadas análises químicas, a alta incidência rubada sobre solo arenoso, Sá (1996) aponta observada de Imperata brasiliensis, estaria Gramineae e Compositae entre as famílias de apontando a presença de solos empobrecidos maior abundância de espécies, embora dife- em grande proporção da área estudada, tendo em vista que outras espécies como rentemente desteestudo, o hábito trepadorte- nha apresentado um predomínio sobre os de- Hyparrhenia rufa e Panicum maximum, es- mais hábitos observados. Buselato & Bueno tão presentes porém ocorrendo em menor (1981), utilizandoo métododepontosetraba- freqüência, estão relacionadas a solos férteis (Leitão Filho, Aranha & Bacchi, 1972; Rodriguésia 42(80): 17-30 . 2001 SciELO/JBRJ 13 14 Vieira, C. A/. & PessoaS. de VA. lahda 2-Relaçãodasespéciesamostradaseseus parãmentrosfitossociológicos paraáreadevegetaçãocampestreda abessoeliutvaa,BJi-oRlo-gfjrceaqudêencPioaçroeldaatsivAan(t%a)s,:CNRT--cnoob.erdteurtoaqrueelsa,tiNvaP(-%)n,o.VdAe-povnitgoosr,abMsTolu-tmoé(d%i)a,dVeRto-qvuiegso,rFrAela-tfirveoq(u%ê)n,cia C -índicedecobertura(%), VC- índicedevalordecobertura(%) ESPÉCIE nj NP ivir FA FR CR \A VR C VC Imperata brasiliensis 346,00i 188.00 1,84 62,67 40.78 60,68 115,33 43,85 178.0C 84.63 Lygodíum volubile 82,00 53,00 1,55 17,67 11,50 17,11 27,33 10,39 45,00 1 21.89 Blechnumserrulatum 47,00 33,00 1,42 11,00 7,16 10,65 15,67 5,96 26,67 13,12 Sabiceaasperavar. glabrescente 45,00 28,00 1,61 9,33 6,07 9,04 15,00 5,70 24,33 11,78 Hedychium coronarium 28,00 17,00 1,65 5,67 3,69 5,49 9,33 3,55 15,00 7,24 Hyparrhenia rufa 31,00 15,00 2,07 5,00 3,25 4,84 10,33 3,93 15,33 7,18 Panicum maximum 21,00 15,00 1,40 5,00 3,25 4,84 7,00 2,66 12,00 5,92 Sclerlasp. 19,00 16,00 1,19 5,33 3,47 5,16 6,33 2,41 11,67 5.88 Miconiastaminea 27,00 10,00 2,70 3,33 2,17 3,23 9,00 3,42 12,33 5,59 Thelypteris dentata 20,00 12,00 1.67 4,00 2,60 3,87 6,67 2,53 10,67 5,14 Clidemiabiserrata 17,00 8,00 2.13 2,67 1.74 2,58 5,67 2,15 8,33 3,89 Vernoniasp 19,00 6,00 3,17 2,00 1.30 1,94 6,33 2.41 8,33 3,71 Eupatoriumvitalbae 12,00 9,00 1.33 3,00 1,95 2,90 4,00 1,52 7,00 3,47 Paspalummillegrana 11,00 8,00 1,38 2,67 1,74 2,58 3,67 1,39 6,33 3,13 Pipermollicomum 10,00 6,00 1,67 2,00 1,30 1,94 3,33 1,27 5,33 2,57 Urenalobata 10,00 3,00 3,33 1,00 0,65 0,97 3,33 1,27 4,33 1,92 Rapaneaferruginea 7,00 4,00 1,75 1,33 0,87 1,29 2,33 0,89 3,67 1.75 Clidemiahirta 6,00 4,00 1,50 1,33 0,87 1,29 2,00 0,76 3,33 1,63 Psidium guayava 5,00 3,00 1,67 1,00 0,65 0,97 1,67 0,63 2,67 1,28 Panicumrivulare 3,00 3,00 1,00 1,00 0,65 0,97 1,00 0,38 2,00 1,03 Adiantumserrato-dentatum 4,00 2,00 2,00 0,67 0,43 0,65 1,33 0,51 2,00 0,94 Cissus erosa 2,00 2,00 1,00 0,67 0,43 0,65 0,67 0,25 1,33 0,69 Commelina sp. 200 2,00 1,00 0,67 0,43 0,65 0,67 0.25 1,33 0,69 Desmodiumadscendens 2,00 1,00 2,00 0,33 0,22 0,32 0,67 0,25 1,00 0,47 Cecropia lyratiloba 1,00 1,00 1,00 0,33 0,22 0,32 0,33 0,13 0,67 0,34 Cordia corymbosa 1,00 1,00 1,00 0,33 0,22 0,32 0,33 0,13 0,67 0,34 Crotalariapallida 1,00 1,00 1,00 0,33 0,22 0,32 0,33 0,13 0,67 0,34 Eleusineindica 1,00 1,00 1,00 0,33 0,22 0,32 0,33 0,13 0,67 0,34 Guareaguidonea 1,00 1,00 1.00 0,33 0,22 0,32 0,33 0,13 0,67 0,34 Hyptis brevipes 100 1,00 1,00 0,33 0,22 0,32 0,33 0,13 0.67 0,34 Indet. 100 1,00 1,00 0,33 0,22 0,32 0,33 0,13 0,67 0,34 Lantanacamara 1,00 1,00 1,00 0,33 0,22 0,32 0,33 0,13 0,67 0,34 Aeschynomene sensitiva 1,00 1,00 1,00 0,33 0,22 0,32 0,33 0,13 0,67 0,34 Mellinusminutiflora 1,00 1,00 1,00 0,33 0,22 0,32 0,33 0,13 0,67 0,34 Osmundacinnamomea 1,00 1,00 1,00 0,33 0,22 0,32 0,33 0,13 0,67 0,34 Panicumpilosum 100 1,00 1,00 0,33 0,22 0,32 0,33 0,13 0,67 0,34 Cyperus sp 1,00 1,00 1,00 0,33 0,22 0,32 0,33 0,13 0,67 0,34 789,00 461,00 55,00 153,67 100,00 148,80 263,00 100,00 416,67 200,00 Nepstad, UIil & Serrão, 1991). Abaixa dispo- foi a espécie que apresentou o maior valor de nibilidade de nutrientes no solo conduz à per- frequência,vindoaseguirLygodium volubile, sistência de espécies de pouca demanda Blechnum serrulatum e Sabicea aspera var. nutricional, restringindo o estabelecimento e g/abra, perfazendo cm conjunto 65,51% do crescimento de indivíduos arbustivos e valor total da freqüência relativa. Um expres- arbóreos, normalmente dependentes de maior sivo número de espécies (37,8%) ocorreu em fertilCidoadme.o um único ponto, sendo estas consideradas ra- já referido, Imperata brasiliensis ras.na amostragem. Sá (1996) na restinga e Rodriguêsia 52{80): 17-30. 2001 SciELO/JBRJ Estrutura ecomposiçãoflorísticadoestratoherbáceo-subarbustivodeumpastoabandonadona ReservaBiológicadeRoçodasAntas, municípiodeSilvaJardim, RJ 23 Muntovani (1987) no cerrado, também fluênciadaformade vidaedodesenvolvimento registraram um número significativo de espé- das espécies, desta forma pode ser atribuído ao cies ocorrendo em um único ponto. hábito em touceirao alto valorapresentado por As espécies Ureiia lobata (3,3), Imperarabrasiliensis. Osresultadosobtidospor Vemonia sp (3,2) e Micotiia staminea (2,7) Sá (1996) para Paspahtm maritimum e para apresentaram as maiores médias de toques, Rhynchelytrum repens, reafirmam a influência embora ocorrendo em poucos pontos, possi- deste hábito de crescimento na obtenção de al- velmente por se apresentarem ramificadas. tos valores para estes parâmetros. Mantovani (1987) cita a forma de vida, o ta- Os totais obtidos paravigorrelativoe vi- manhodo indivíduoeadensidadedosagrupa- gorabsoluto (tabela2)resultandono valordos mentos como características que influenciam vigoresabsolutosmaiorque 100%, indicamser nos valores obtidos para os números de ocor- a vegetaçãobastanteestratificada(Mantovani rência e de toques. (St Martins,1990). A dominânciadeImperatabrasiliensisna A estratificação também pode serobser- vegetação é demonstrada pelo alto valor de vi- vada através da relação entre a altura e o nú- gorrelativo(43,85%)alcançado. No métodode mero de toques obtidos (figura 2). Verifica-se pontos,ovalordedominânciaémedido,defor- maior concentração de toques na classe de ma indireta, pela “percentage each species is altura entre 41 cm e 100 cm, ocasionada pela contributing to lhe pasture sward” (Levy & abundância, forma de crescimento e Madden, 1933, apitd Mantovani & Martins, morfologia foliar de Imperata brasiliensis. O 1990)ea“percentageofsward”(Goodall, 1952, menor número de toques nas classes inferio- & apitd Mantovani Martins, 1990), resdealturapodeserdevidoaovigorosocres- correspondendoaovigorrelativo(Mantovani & cimentodas partes aéreas destaespécie, oque Martins, 1990). resulta na deposição de grossa camada de fo- As espécies que apresentaram os maiores lhas mortas, reduzindo a luminosidade próxi- valores de vigor absoluto e relativo foram ma ao solo. Este fator, associado ao provável Imperata brasiliensis e Lygodiuin vohtbile. efeito alelopático atribuído â Imperata Estesparâmetros,segundoMantovani&Martins brasiliensis (Kissmann & Groth, 1997), seria (1990), espelham a estratificação, sofrendo in- de relevante importância no estabelecimento Figura2- Relaçãoentrenúmerodetoquesamostradoseclassesdealtura Rodríguésia 52(80): 17-30 2001 . SciELO/JBRJ cm 13 14 .. 24 Vieira, C. M. & PessoaS. de V.A. e no desenvolvimento de outras plantas nos resposta a diferentes condições do habitat. locaisdominados pelaespécie. Emboraométodoutilizado nãotenhaforneci- A fisionomia campestre predomina na do dados a este respeito, observou-se que em comunidade, porém a presença de moitas de locais onde o solo apresenta maior umidade, diversos tamanhos com distribuição bastante podendo estar alagado em alguns períodos espaçada, é notável visualmente. Embora es- durante o ano, Hedychiutn coronariwn for- pécies subarbustivas e arbustivas, a exemplo ma agrupamentos densos, podendo provocar de Clidemia biserrata, Clidemici hirta a exclusão de outras espécies, por sua , Lantana cantara e Miconia staminea, cons- agressividade e difícil erradicação (Kissmann tituam pequenosagrupamentos de umaou vá- & Groth, 1997). Investigação conduzida na rias espécies, são principalmente elementos Reserva, em trecho de mata sujeita a inunda- lenhosososprincipais formadoresdas moitas. ções periódicas, indicaserem estes locais pre- O método utilizado não levantou estes dados, ferenciais para a ocorrência de algumas espé- podendo o fatoseratribuídoádistribuiçãoes- cies lenhosas, a exemplo de Tabebuia pacial dos agrupamentos e a morfologia das cassinoides e Calopliylnin brasiliensis. espécies. Deve ser salientado que no proces- Andropogon biconus, Imperata brasiliensis, so de recobrimento de pastagens, indivíduos Hyparrhenia rufa e Panicwn maxinuun por de subarbustos e árvores que conseguem ul- outro lado, apresentam preferência por áreas trapassaracamadadasgramíneas, promovem mais secas e outras espécies, como ações que irão facilitar o estabelecimento de Polygonum acuininatuni e Aeschynoinene elementosflorestais,comoaumentonadisper- sensitiva, foram típicas de áreas mais úmidas. são e chuva de sementes, ao proporcionarem Referências sobre especificidade de espécies pontos de atração e/ou descanso para a fauna as condições de umidadedo ambientesão en- dispersora de sementes e sombreamento das contradas nos estudos de Buselato & Bueno gramíneas, com conseqüente diminuição da (1981) e Zocche & Porto (1993). presença de roedores predadores de semen- Das sete espécies mais importantes tes e plântulas (Holl. 1999; Nepstad, Uhl & indicadas pela analise dos parâmetros Serrão, 1991). fitossociológicos, cinco apresentam propaga- O agrupamento de espécies em áreas ção vegetativa. Esta estratégia de regenera- abertas pode dar origem a formação de moi- ção, que concede a espécie vantagens na ocu- tas, que com o seu crescimento em tamanho pação do espaço, está normalmente associa- estabelecem condições microclimáticas que da a espécies invasoras, a exemplo de inibem o desenvolvimento de espécies Imperata brasiliensis, Hyparrhenia rufa e heliófitas, favorecendo o estabelecimento de Hedychium coronariwn. Estudos efetuados espécies arbustivas e arbóreas, ao proporcio- com plantas invasoras de culturas (Leitão Fi- narem melhores condições de umidade e lho, Aranha & Bacchi, 1972, 1975; Bacchi, luminosidade,doisdosprincipaisrecursospe- Leitão Filho & Aranha, 1984; Kissmann & los quais as espécies vegetais competem em Groth,1997)indicamserestemecanismo utili- áreasdecamposabandonados (Myster, 1993). zado, além das espécies acima citadas, por A importânciadas moitas noprocessodeevo- Panicum maxinuun, Desmodium luçãodacomunidadevemsendoenfatizadaem adscendens, Andropogon bicornis e estudos conduzidos em vegetação de restinga Lantana cantara, também presentes na área. (Andrade, 1991; Montezuma, 1997; Zaluar, Grime (1979, apud Castellani, 1986) propõe 1997). que a reprodução vegetativa confere maior Odum (1972) mencionaque certasespé- probabilidadedesobrevivênciadosdescenden- cies tendem a possuir distribuição agregada, tes e rápida proliferação das espécies, quando seja devido ao processo reprodutivo, seja em em condições favoráveis. Rodríguésia 52(80): 17-30. 2001 SciELO/JBRJ cm 13 14 15 16 17 18 19 .. EstruturaecomposiçãoJJorísticadoestratoherbáceo-subarbustivodeumpastoabandonadona ReservaBiológicadePoçodasAtuas, municípiodeSilvaJardim. RJ 25 Esta análise também assinalou um pre- próxima às margens da rodovia BR-101, as- domínio de gramíneas e ervas ruderais, de sociada a cobertura vegetal predominante, ampla distribuição geográfica (Leitão Filho, neste caso composta, em grande proporção, & Aranha Bacchi ,1972, 1975; Bacchi, Leitão porgramíneas e ervas perenes, também favo- & Filho Aranha,1984; Laca-Buendia, Brandão rece a ocorrência de incêndios. Logo após a & & Gavillanes, 1989; Gavillanes D’Angieri realizaçãodo estudo, aáreasofreu danos con- Filho, 1991;Muenscher,l955)comohnperata sideráveis provocados por fogo que se origi- brasilietisis, Panicitm maximum, nou nas margens da rodovia. As gramíneas Hypitrrlienia rufa Lygodiutn volubile, possuemaltaflamabilidade.aumentandoapro- , Urena labuta, Osmunda cinnanwntea, babilidade de queimadas devido ao acúmulo, Eleitsine indica e Bleclinum serritlatum. acima dosolo, de grossacamada de biomassa Baker (1974, apiul Castellani, 1986) e Good mortae a alta razãosuperfície/volume das fo- (1974, apitd Castellani, 1986) associam o es- lhas (Nepstad, Uhl & Serrão, 1991, Mack & tabelecimentode espécies de ampla distribui- D’Antonio,1998). A formação de uma cober- ção geográfica a áreas sujeitas a freqüentes tura homogênea facilita o alastramento e o ações perturbatórias. Purata (1986), estudan- aumento na intensidadedo fogo, pois permite do a florística e a estrutura de campos aban- a livrecirculaçãodo vento, diferentementede donados, observou que o favorecimento em áreas florestadas, onde os elementos arbóreos direção aocorrência predominante de espéci- funcionariam comoobstáculos. es ruderais tende a retardar o processo Outra característica que deve ser consi- sucessional,dificultandooestabelecimentode derada é a grande resistência à ação do fogo árvores de espécies pioneiras. apresentada pelas gramíneas e ervas perenes O predomínio de gramíneas e ervas pe- (Glenn-Lewin, Peet & Veblen, 1992). A área renes, provenientes da interferênciaantrópica estudada, apósdecorridopoucotempodaquei- sobre a paisagem da área estudada, remete a mada, apresentava intensa regeneração de características próprias deste grupo, que têm gramíneas, em especial de hnperata implicações diretas sobre a trajetória brasiliensis, concordando com a afirmativa sucessional da comunidade. A rápida taxa de acima, acerca da resistência das gramíneas ao crescimentoeamorfologiacdisposição foliar fogo e conseqüente aumento do domínio des- das gramíneas, além da deposição de grossa tas, após queimadas. A freqüência na ocor- camada de folhas mortas, reduzem a disponi- rênciade incêndioseo históricoe intensidade bilidadede luzaonível do solo,oquedificulta de uso da terra são fatores importantes quan- o estabelecimento e desenvolvimento de se- do se analisa o tempo necessário para que se mentes e plântulas de elementos lenhosos. O procedaareocupação do espaçocom elemen- sistema radicular superficial, peculiar a este tos arbustivos e/ou arbóreos. Não foram obti- grupo, aumentaacompetição por nutrientese dos registros e/ou informações sobre a água do solo, novamente interferindo noesta- freqüênciaea intensidadedeincêndiosnaárea belecimento e crescimentode plântulas de in- deestudo, o que muito contribuiria na avalia- divíduos lenhosos. Agregado a estas caracte- ção do papel do componente herbáceo e dos rísticas, Nepstad, Uhl & Serrão (1991) citam incêndios sobre a trajetóriasucessional daco- a baixa disponibilidade de propágulos e a munidade em estudo. O retrocesso causado, predação de sementes e plântulas de espécies aoprocessosucessional porincêndios, provo- arbóreas, bem como a competição de raízes candoamortedeplântulaseindivíduosjovens, entre estas e a vegetação de pastagens aban- alterações no habitatdisponível paraafaunae donadas, como barreiras ecológicas â regene- favorecimento de espécies que rebrotam após ração florestal de pastagens abandonadas. o fogo, como gramíneas, lianas e certas espé- A localização da área estudada, situada cies de árvores, é mencionado por Nepstad, Rodriguesia 52(80): 17*30 . 2001 SciELO/JBRJ 13 14 . 26 Vieira, C. M. & PessoaS.de V.A & Uhl Serrão (1991) ao estudarem paisagens agrupam, formandomoitas.Apossibilidadede amazônicas degradadas. ocorrência de incêndios também surge como Uhl et al. (1982) e Brinkmann & Vieira lorte indicador de permanência da atual co- (1971) salientamopapel danosodasaltas tem- munidade durante longo período, devido em peraturas decorrentes de incêndios sobre o grande parte, à destruição das moitas, ã redu- banco de sementes de espécies arbóreas, em ção do banco de sementes de espécies áreasde florestatropical. Brinkmann& Vieira arbóreas e à manutenção de condições desfa- (1971) assinalam a quase total exclusão do voráveis a invasão e ao estabelecimento de banco de sementes pela ação de queimadas, espécies arbustivas e arbóreas. ficando aregeneraçãoamplamentedependen- te da chegada de novas sementes, pois os AGRADECIMENTOS maioresdanos ocorrem a profundidades onde Os autores agradecem a direção e equi- estão localizadas amaioriadas sementes, qual pe da Reserva Biológica de Poço das Antas sejam, profundidadesmenoresque 10cm.Ain- pelo apoio e utilização da infra-estrutura da da segundo estes autores, os efeitos de quei- Reserva, aos colegas do Instituto de Pesqui- madas sobre sementes enterradas a profundi- sas Jardim Botânico do Rio de Janeiro pelo dades maiores que 10cm seriam dependentes auxílio na identificação do material botânico, da espécie, sendo algumas mais atingidas do aobotânico LuísSérgio P. Sarahybapela iden- que outras. O processo de regeneração de tificação das gramíneas, a Cyl Farney C. de espécies arbóreas (Uhl et ai, 1982) também Sá e Rejan R. Guedes-Bruni pelas valiosas podesersignificativamente influenciado pela críticas e sugestões ao artigo, a Dorothy S. D. ação de remoção das camadas do solo que de Araújo pelos importantes comentários aos contêm os estoques de sementes, plântulas e diversos manuscritos deste artigo e à versão tecidos vegetativos, fato normalmente obser- do abstratc e a Shell Brasil S/A eThe John D. vado no uso de maquinaria pesada em práti- and CatherineT. MacArthur Foundation pelo cas agrícolas. suporte financeiro ao Programa MataAtlânti- EstudoconduzidoporGarwood(1989,apiul ca. A autora Claudia M. Vieira agradece ao Zahawi & Augspurger, 1999) assinala que em Programa MataAtlântica/Fundação Botânica pastagens,existeumatendênciaaopredomínio, Margaret Mee pela bolsa concedida. nobancodesementes,desementesdegramíneas e ervas, com poucas de árvores. Embora não REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS tenhasidoefetuadoestudodo banco de semen- Almeida, A. L. & Araújo, D. S. D. 1997. Co- tes, acredita-se que resultado semelhante possa munidades vegetais do cordão arenoso serobtido, demonstrando,então, abaixacontri- externodaReservaEcológicaEstadual de buição do banco de sementes, para a regenera- Jacarepiá, Saquarema, RJ. In.Absalâo, ção desta área. R S. & Esteves, A.M. (ed.) Ecologia de Embora existam fragmentos florestais Praias Arenosas do Litoral Brasileiro. vizinhos à área de estudo, que representam Oeeologia Brasiliensis 3: 47-63. fonte potencial de propágulos, os resultados Andrade, L. R. 1991. Análise estrutural e obtidosdemonstram enoslevamaconcluirque composição específica das comunida- o componente herbáceo na área formando des vegetais de moitas de restinga, em vegetação densa, vem exercendo forte domí- Maricá - RJ. Universidade de Brasília, nio na manutenção da composição florística 94p. Dissertação de Mestrado. Departa- do trecho analisado ao dificultaro estabeleci- mentode Ecologia. mento de espécies arbóreas e arbustivas pio- Araújo, D. S. D. de; Oliveira, R. R. de. Lima, neiras. Esta tendência é atenuada nos locais E. & Ravelli Neto, A. 1997. Estrutura da onde espécies arbustivas/subarbustivas se Rodríguésia 52(80): 17-30. 2001 SciELO/JBRJ 13 14 15 16 17 18 19