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Estado Islâmico : desvendando o exército do terror PDF

223 Pages·2015·1.19 MB·Portuguese
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Copyright © 2015 Michael Weiss e Hassan Hassan Copyright da edição brasileira © 2015, Editora Pensamento-Cultrix Ltda. Texto de acordo com as novas regras ortográficas da língua portuguesa. 1ª edição 2015. Todos os direitos reservados. Nenhuma parte deste livro pode ser reproduzida ou usada de qualquer forma ou por qualquer meio, eletrônico ou mecânico, inclusive fotocópias, gravações ou sistema de armazenamento em banco de dados, sem permissão por escrito, exceto nos casos de trechos curtos citados em resenhas críticas ou artigos de revistas. A Editora Seoman não se responsabiliza por eventuais mudanças ocorridas nos endereços convencionais ou eletrônicos citados neste livro. Coordenação editorial: Manoel Lauand Editoração eletrônica: Estúdio Sambaqui Produção de ebook: S2 Books Dados Internacionais de Catalogação na Publicação (CIP) (Câmara Brasileira do Livro, SP, Brasil) Weiss, Michael Estado Islâmico : desvendando o exército do terror / M ichael W eiss, Hassan Hassan ; tradução Jorge Ritter. -- São Paulo : Seoman, 2015. Título original: ISIS : inside the army of terror ISBN 978-85-5503-013-0 1. Estado Islâmico (Organização) 2. Terrorismo - Aspectos religiosos - Islã 3. Terrorismo - Oriente Médio 4. Terroristas - Iraque 5. Terroristas - Síria I. Hassan, Hassan. II. Título 15-04560 CDD-956.054 Índices para catálogo sistemático: 1. Oriente Médio : Estado Islâmico : Organização : História 956.054 1ª edição digital: 2015 eISBN: 978-85-5503-016-1 Seoman é um selo editorial da Pensamento-Cultrix EDITORA PENSAMENTO-CULTRIX LTDA. R. Dr. Mário Vicente, 368 – 04270-000 – São Paulo, SP Fone: (11) 2066-9000 – Fax: (11) 2066-9008 E-mail: [email protected] http://www.editoraseoman.com.br que se reserva a propriedade literária desta tradução. Foi feito o depósito legal. Índice Capa Folha de rosto Ficha Dedicatória Introdução 1. O pai fundador - A jihad de Abu Musab Al-Zarqawi 2. O xeique dos Chacinadores - Al-Zarqawi e al-Qaeda no Iraque 3. A administração da selvageria - O nascimento do Estado Islâmico do Iraque 4. Agentes do caos - Irã e Al-Qaeda 5. O despertar - A vez dos iraquianos de lidarem com o Estado Islâmico do Iraque 6. Sintomas da retirada - Estado Islâmico do Iraque e Maliki esperam a saída dos 7. Testa de Ferro de Assad - Síria e Al-Qaeda 8. Renascimento - Estado Islâmico do Iraque sob o domínio de Abu Bakr al-Baghdadi 9. Revolução traída - A Jihad Chega à Síria 10. Convertidos e “Jihadistas cinco estrelas” - Perfis de combatentes do Estado 11. Do twitter à Dabiq - Recrutando os novos mujahidin 12. Divórcio - A al-Qaeda se separa do Estado Islâmico 13. A extorsão dos xeiques - O Estado Islâmico coopta as tribos 14. Al-Dawla - As células dormentes do “Estado” Islâmico Epílogo Agradecimentos Conheça outros títulos Notas Créditos Para Amy e Ola, que aguentaram o Estado Islâmico (e nós) mais do que qualquer esposa deveria suportar em vida. INTRODUÇÃO NO FIM DE 2011, Abdelaziz Kuwan procurou o seu tio sírio para colocá-lo em contato com Riad al-Assad, um coronel na Força Aérea Síria e um dos primeiros desertores militares da ditadura de Bashar al-Assad. Abdelaziz, um adolescente de dezesseis anos de Bahrain, queria se juntar à rebelião armada na Síria, mas seus pais o proibiam de ir. Então ele os desafiou. No início de 2012, ele voou primeiro para Istambul e, então, como tantos outros combatentes estrangeiros fizeram, andou treze horas de ônibus até Reyhanli, a cidade fronteiriça ao sul da Turquia. Dali cruzou até a província síria de Aleppo, a região rural ao norte da síria que havia então caído completamente nas mãos da rebelião armada anti-Assad. Abdelaziz lutou por facções rebeldes moderadas por várias semanas antes de considerá-las corruptas e ineficientes demais. Então migrou através de várias brigadas islâmicas, juntando-se primeiro à Ahrar al-Sham e então à Jabhat al-Nusra, que mais tarde revelou-se uma franquia da al-Qaeda na Síria. Tendo adquirido uma reputação como um combatente destemido e religiosamente devoto, Abdelaziz mesmo assim desencantou-se cada dia mais com seus camaradas islâmicos, além de enfrentar a pressão de sua família para retornar a Bahrain. Ele o fez no fim de 2012. Uma vez em casa, a mãe de Abdelaziz prontamente confiscou o seu passaporte. — Eu caminho pelas ruas [de Bahrain] e me sinto aprisionado — Abdelaziz contou aos autores um ano mais tarde, ainda saudoso de seus dias como um guerreiro virtuoso. — Eu me sinto amarrado. É como se alguém sempre estivesse me observando. Este mundo não significa nada para mim. Eu quero ser livre. Eu quero voltar. As pessoas estão doando suas vidas, esta é a vida honrada. A família de Abdelaziz havia se mudado da região leste da Síria para Bahrain na década de 1980. Seus pais haviam lhe proporcionado os meios para levar uma vida decente. — O seu pai o criou bem — relembrou-se um parente. — Ele não o fez passar necessidade alguma e queria que Abdelaziz fosse uma pessoa de alto status social. O parente acrescentou que Abdelaziz era um sujeito “tranquilo”, “refinado” e “sempre se comportou decentemente”. Abdelaziz permaneceu em Bahrain por três meses antes de conseguir persuadir sua mãe a devolver-lhe o seu passaporte. Ele partiu para a Síria três dias depois. Assim que chegou ao país, Abdelaziz juntou-se ao Estado Islâmico do Iraque e al-Sham[01], que estava então crescendo em proeminência como um dos grupos jihadistas mais disciplinados e bem organizados na Síria. Abdelaziz disse mais tarde que nos seus últimos meses em Bahrain ele tomara a decisão de juntar-se ao EI após conversar com “alguns dos irmãos” na Síria via Skype. A sua experiência anterior com outras facções islâmicas ideologicamente similares ao EI foi uma vantagem ao juntar-se a uma que era dominada por combatentes estrangeiros. Abdelaziz foi subindo na hierarquia do EI, primeiro tornando-se um coordenador entre os emires locais e outros grupos rebeldes, entregando mensagens e celebrando acordos orais em nome do seu líder. Quando o EI tomou enormes faixas de território, tanto na Síria quanto no Iraque, no verão de 2014, Abdelaziz foi promovido a oficial de segurança, supervisionando três cidades próximas da cidade fronteiriça de Albu Kamal entre a Síria e o Iraque, há muito tempo um portal entre os dois países para homens como ele. No EI, Abdelaziz descobriu coisas novas a respeito de si mesmo. Ele aprendeu que era um sujeito violento, brutal e determinado. Ele decapitava inimigos. Ele mantinha uma garota Yazidi na sua casa como uma sabiyya, ou escrava sexual. Ela era o seu prêmio por sua participação em batalhas contra as forças peshmerga curdas do Iraque e outras milícias curdas em Sinjar, Iraque, próximo da fronteira síria. De acordo com a revista de propaganda do EI, Dabiq, um quinto das escravas sexuais tomadas de Sinjar era distribuído para a liderança central do EI dispor dessas mulheres como bem quisessem; o restante era dividido entre os combatentes, tal qual Abdelaziz, como espólios de guerra. Abdelaziz mostrou-nos uma foto da sua sabiyya. Ela estava no fim de sua adolescência. Ela “pertenceu” a Abdelaziz por, aproximadamente, um mês antes de ser passada adiante para outros comandantes do EI. Ser um estuprador não parecia ir contra o que Abdelaziz considerava suas obrigações morais como um muçulmano devoto. Um dos seus colegas combatentes disse que, durante as transmissões de notícias, Abdelaziz cobria a tela da televisão para evitar ver os rostos das apresentadoras mulheres. Ele citava fervorosamente o Alcorão e o Hadith, os dizeres orais atribuídos ao Profeta Maomé, e falava com toda pompa a respeito do al-Dawla, o “estado”, que é o termo que o EI usa para referir-se ao seu projeto. Perguntado sobre o que faria se o seu pai fosse um membro do Jabhat al-Nusra e os dois se encontrassem no campo de batalha, Abdelaziz respondeu prontamente: — Eu o mataria. Abu Obeida [um dos companheiros do Profeta] matou o seu pai no campo de batalha. Qualquer um que estender a sua mão para prejudicar o al-Dawla terá sua mão decepada. Abdelaziz também chamou seus parentes no exército ou nas forças de segurança de Bahrain de “apóstatas”, já que o seu país adotivo estava envolvido em uma campanha de bombardeio promovida por uma coalizão multinacional contra o EI liderada pelos EUA. Antes de partir para se juntar à jihad na Síria, Abdelaziz fora um noviço teológico que mal terminara um ano de estudos islâmicos em uma academia religiosa na Arábia Saudita. Ele havia abandonado a escola no segundo grau em Bahrain e viajara para a cidade de Medina para estudar a Sharia, a jurisprudência islâmica. Na escola, de acordo com um dos membros da sua família, ele evitou colegas não devotos e enturmou-se fundamentalmente com estudantes linha- dura. Logo ele começou a usar a “linguagem jihadi”, constantemente referindo- se às condições desoladoras nas quais perseveram os muçulmanos sunitas na África, Oriente Médio e região sudeste da Ásia. Na Síria, a sua metamorfose continuou no campo de batalha. Ele chamava a si mesmo de Abu al-Mu’tasim, em homenagem ao oitavo califa de Abbasid, al- Mu’tasim Billah, conhecido por liderar um exército para se vingar de soldados bizantinos que haviam insultado uma mulher. Abdelaziz disse que ele queria seguir o exemplo do califa de Abbasid ao apoiar muçulmanos desamparados na Síria e Iraque. Embora ele tivesse sido designado como um oficial de segurança, Abdelaziz sempre procurava qualquer oportunidade para lutar nas linhas de frente. — Não consigo ficar parado — ele nos disse. — Eu vim para cá em busca do martírio, e procurei-o por toda parte. No dia 23 de outubro de 2014, Abdelaziz encontrou-o. Ele levou um tiro fatal de um atirador de elite do regime sírio no distrito al-Hawiqa de Deir Ezzor. Os combatentes costumeiramente escrevem um testamento quando se juntam a um grupo, para ser dado às suas famílias apenas após sua morte. Abdelaziz havia escrito o seu para sua mãe. “Como a senhora sabe e vê nos canais de televisão, os infiéis e os rafida [um termo pejorativo usado para descrever os xiitas] foram longe demais em sua opressão, morte, tortura e violações da honra dos muçulmanos. Eu, por Deus, não posso ver minhas irmãs e irmãos muçulmanos sendo mortos, enquanto alguns deles apelam para os muçulmanos e não encontram ninguém vindo em sua ajuda, enquanto assisto a isso impassível. Eu queria ser como al-Muta’sim Billah. E a razão mais importante é que eu desejava ir para o céu, junto ao Profeta Maomé, que a paz esteja com ele, e queria pedir o perdão para você na vida eterna.” Quando o EI invadiu a cidade de Mosul, a capital da província de Ninewah, no Iraque, em meados do mês de junho de 2014, a resposta do mundo foi ao mesmo tempo confusa e chocada. Homens como Abdelaziz haviam conquistado uma extensão de terras no Oriente Médio aproximadamente equivalente ao tamanho da Grã Bretanha. Apenas mil de seus combatentes haviam tomado uma cidade na região central do Iraque, guarnecida por cerca de trinta mil soldados e

Description:
Com força brutal e horríveis decapitações de reféns, o Estado Islâmico do Iraque e da Síria (ISIS) chocou o mundo. O jornalista americano Michael Weiss e o analista sírio Hassan Hassan explicam como esses extremistas violentos evoluíram de um quase derrotado grupo insurgente iraquiano para
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