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Espaços da Urbanização: o urbano a partir da teoria crítica PDF

347 Pages·2018·30.031 MB·Portuguese
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ESPAÇOS DA URBANIZAÇAO: O URBANO A PARTIR DA TEORIA CRÍTICA Copyright © Neil Brenner, 2018 . Todos os direitos reservados e protegidos pela Lei 9.610 de 19/02/1998. Nenhuma parte deste livro poderá ser reproduzida por meio impresso ou eletrônico, sem a autorização prévia por escrito da Editora/Autor. Preparação dos Originais Samuel Thomas Jaenisch e Pedro Paulo Machado Bastos Capa Samuel Thomas Jaenisch e Thais Velasco Imagem da Capa Nikos Katsikis Editor João Baptista Pinto Editoração Luiz Guimarães Revisão Rita Luppi CIP - BRASIL. CATALOGAÇÃO NA FONTE SINDICATO NACIONAL DOS EDITORES DE LIVROS, RJ B848e Brenner, Neil Espaços da urbanização: o urbano a partir da teoria crítica/ Neil Brenner. - 1. ed. - Rio de Janeiro: Letra Capital: Observatório das Metrópoles, 2018. 356 p. : il. ; 15,5x23 cm. Inclui bibliografia ISBN 978-85-7785-627-5 1. Sociologia urbana. I. Título. 18-53536 CDD: 307.7609 CDU: 316.334.56 Leandra Felix da Cruz - Bibliotecária - CRB-7/6135 Observatório das Metrópoles - IPPUR/UFRJ Coordenação Geral: Luiz Cesar de Queiroz Ribeiro Av. Pedro Calmon, 550, sala 537, 52 andar - Ilha do Fundão Cep 21.941-901 - Rio de Janeiro, RJ Tel/Fax 55-21-3938-1950 www.observatoriodasmetropoles.net.br Letra Capital Editora Telefax: (21) 3553-2236/2215-3781 [email protected] Sumário Prefácio................................................................................................7 Neil Brenner 1. O que é teoria crítica urbana?..................................................21 2. Cidades para pessoas, sem fins lucrativos?.............................39 (com Peter Marcuse e Margit Mayer) 3. Apresentando o Laboratório de Teoria Urbana...................53 4. A globalização como reterritorialização: o reescalonamento da governança urbana na União Européia.............................63 5. Reestruturação, reescalonamento e a questão urbana .......105 6. Teorizando as relações socioespaciais....................................137 (com Bob Jessop e Martin Jones) 7. Após a neoliberalização?..........................................................161 8. Cidade aberta ou o direito à cidade? ..................................195 9. Seria o “urbanismo tático” uma alternativa contra o urbanismo neoliberal?..........................................................203 10. Revolução urbana?..................................................................233 11. Teses sobre a urbanização.....................................................261 12. A hinterlândia, urbanizada?...................................................311 Epílogo: Teoria urbana crítica, repaginada? .............................323 (entrevista com Martin Arboleda) Fontes das publicações originais e créditos...............................353 5 Prefácio Este livro reúne uma série de textos dedicados ao estudo da urbanização contemporânea. Em primeiro lugar, vale dizer que a minha abordagem implica na preocupação em decifrar as formas emergentes de reestruturação e transfor­ mação urbanas, especialmente no contexto euro-americano, mas também em escala global, desde a década de 1980. A condição urbana nunca é estática; é um redemoinho implacável de transfor­ mações socioespaciais e de contestações sociopolíticas. Portanto, qualquer investigação da vida urbana é, necessariamente, uma análise de fluxo, transição, mutação e reestruturação. Assim sendo, a interação entre antigo e novo, continuidade e descon- tinuidade, reprodução e ruptura, persistência e emergência, é o tema central deste livro. Em segundo lugar, as explorações contidas aqui exigem que elas estejam sistematicamente engajadas com questões clás­ sicas da teoria urbana - para tal, é necessária a realização de um interrogatório crítico a respeito das epistemologias urbanas que herdamos junto à busca harmônica de novos modos de interpre­ tação, categorias de análise e métodos através dos quais possamos decifrar uma paisagem urbana global em rápida mutação. Assim como a vida urbana está sendo constantemente retrabalhada e transformada, as nossas concepções também devem ser conti­ nuamente atualizadas e até reinventadas de modo a oferecer uma visão analítica do modo como os espaços físicos e sociais em rápida mutação procuram ascender nessa velocidade. Em meu entendimento, a teoria nunca se desprende da história, da política e da luta; é um produto direto, meio pelo qual se expressam as forças sociais históricas e da contestação política. Qualquer teoria que afirma sua validade universal e trans-histó- rica está baseada em uma autoilusão metafísica, do meu ponto de vista. Todas as reivindicações que procuram validar uma teoria, 7 Prefácio trans-históricas ou não, estão intrínseca e historicamente incor­ poradas nas relações socioespaciais e nos processos em curso de contestação sociopolítica, da legitimidade, dos recursos e do significado dominante dessas relações sobre o poder. Ou seja, é impossível nos “desviarmos” de uma teoria de condições “obje- # tivas” ou de quaisquer “leis” abrangentes da História. Em vez disso, o desafio em reformular o entendimento teórico para esclarecer uma realidade socioespacial que está em rápida mutação requer dedicação intelectual sustentada, investi­ gação sociológica, experimentação conceituai criativa e debate normativo coletivo. A contestação interpretativa tem de ser necessariamente permanente e intrinsecamente exploratória em contextos sociais, políticos e ideológicos. Esse é o desafio deste livro ao enfrentar um terreno vasto e variado do debate acadê­ mico sobre as questões urbanas. Não pretendemos “resolver” a questão sobre como deveriamos compreender a vida urbana contemporânea, mas sim disponibilizar “ofertas” - categorias de análise, quadros interpretativos e possíveis horizontes para futuras investigações - que possam facilitar a discussão coletiva sobre a rápida velocidade na qual estamos produzindo nossas paisagens urbanas atualmente, e que, por sua vez, moldam tão poderosamente nossa vida cotidiana. Senão as mais importantes, as investigações contidas neste livro articulam os elementos do que considero uma abordagem crítica da questão urbana. As abordagens convencionais da questão urbana tendem a pressupor o que Andrew Sayer designou sobre uma epistemologia resultante de um “objetivismo ingênuo”, no qual a cidade e o urbano são concebidos como entidades empí­ ricas metonímicas, entendidas de forma transparente e instru­ mentalmente manipuladas por um pesquisador supostamente neutro que ocuparia um ponto de vista exterior não participante aos locais e processos aos quais se dedica a investigar (SAYER, 1992). Tal como elaborei na Parte Um deste livro, uma das carac­ terísticas principais de qualquer escopo concernente à teoria social crítica, incluindo a teoria urbana crítica, é a sua ênfase em considerar o lugar prático de todos os modos de conheci­ 8 i Prefácio mento e em refletir rigorosa e epistemologicamente tudo o que disser respeito à mudança de cenários, condições e mediações desse lugar em relação aos processos em curso de reestruturação socioespacial. Portanto, ao invés de pressupormos uma separação rígida entre sujeito (conhecedor) e objeto (o espaço ou o contexto sob investigação), as abordagens reflexivas ou críticas enfatizam que o sujeito e o objeto se constituem mutuamente, são dependentes um do outro em termos práticos e que se transformam intermiten­ temente através das relações socioespaciais, inclusive no campo ideológico e das interpretações. Para a realização de qualquer abordagem crítica da teoria urbana, as categorias, os métodos e as cartografias são pontos de interrogação indispensáveis para a análise. Assim, compreender as condições de emergência e de inteligibilidade dessas abordagens, bem como as suas possibili­ dades de desestabilização ou obsolescência, representam prio­ ridades essenciais contínuas e potencialmente transformadoras de pesquisa. Em suma, as abordagens críticas da teoria urbana devem submeter constantemente seus próprios pressupostos epistemológicos e categorias de análise a interrogatórios críticos, mesmo que estes últimos já façam parte do desenvolvimento de pesquisa. Os meus textos aqui reunidos sobre a questão urbana indicam um caminho intelectual através do qual é possível compreender a imperatividade epistemológica de reflexividade teórica, mas, para além disto, espero que eles ofereçam um argumento plau­ sível sobre a importância de centralizar essa linha de pensamento na prática da pesquisa urbana crítica. Em forte contraste às abor­ dagens convencionais, as abordagens críticas que embasam esses estudos urbanos se esforçam para oferecer insights não apenas sobre a mudança das condições urbanas, mas também sobre os quadros mutantes da análise - ou seja, as teorias - através dos quais essas questões podem ser investigadas, compreendidas e influenciadas. Por essa razão, entre muitas outras, creio que as abordagens críticas da questão urbana têm muito a contribuir com o conhecimento e a prática urbanos contemporâneos. 9 Prefácio Essas foram as preocupações gerais que perfilaram as minhas análises sobre o tema da urbanização nas últimas duas décadas. Este livro apresenta alguns dos resultados dessajornada, agora direcionados para o público brasileiro. Embora vários dos textos inclusos aqui tenham aparecido anteriormente em revistas brasileiras de Estudos Urbanos, Planejamento e Geografia, este volume apresenta uma gama bastante ampla de seleções recém- traduzidas de meus escritos sobre a problemática geral do desen­ volvimento de novas abordagens para a compreensão de formas emergentes de urbanização. O Capítulo 4 é consideravelmente o mais antigo; data de 1998, quando completei meus estudos de doutorado em Ciência Política na Universidade de Chicago. Embora seja uma das minhas primeiras publicações acadêmicas, esse capítulo articula conceitos e métodos de teoria urbana que, posteriormente, desenvolví no meu livro, New State Spaces: Gover­ nança urbana e Rescaling of Statehood, e que eu ainda, mesmo duas décadas depois, continuo defendendo (BRENNER, 2004). Vários ensaios incluídos aqui são produto de esforços colabora- tivos frutíferos - com Margit Mayer e Peter Marcuse (Capítulo 2); com Bobjessop e Martin Jones (Capítulo 6); e comjamie Peck e Nik Theodore (Capítulo 7). Sou profundamente grato aos meus colegas por sua generosa permissão para incluir o nosso trabalho em coautoria neste volume. O livro está estruturado em quatro partes, cada uma das quais correspondente a um momento importante de meu trabalho de pesquisa na teoria urbana crítica desde o início dos anos 2000. A Parte I apresenta em maior detalhe a concepção da teoria urbana crítica esboçada neste prefácio, especialmente em relação aos legados das abordagens da Escola de Frankfurt e suas aplicações potenciais aos estudos urbanos. Esses textos se concen­ tram, em particular, nos desafios e perspectivas da teoria urbana crítica com base nas condições iniciais do século XXI, sobretudo em relação às geografias mutantes, profundamente polarizadas e ameaçadas, além de intensamente contestadas do capitalismo neoliberal. Esta seção do livro também inclui um breve manifesto associado ao Urban Theory Lab (UTL), programa de pesquisa 10

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