Escola Nacional de Saúde Pública Escola Superior de Tecnologia da Saúde de Lisboa II Mestrado em Segurança do Doente Erros pré-analíticos em anatomia patológica: prevalência, caracterização e consequências para a segurança do doente. Dissertação para obtenção do grau de mestre em Segurança do Doente Rúben Rodrigues Roque Orientação: Professor Doutor Pedro Manuel Vargues de Aguiar (orientador) Engenheiro Hermínio Marques Henrique (coorientador) Outubro de 2013 Erros pré-analíticos em anatomia patológica: prevalência, caracterização e consequências para a segurança do doente. “Os doentes são como o capital: afluem aonde há confiança.” Fernando Namora citando o Professor Francisco Gentil (Botelho & Namora, 1978) iii Erros pré-analíticos em anatomia patológica: prevalência, caracterização e consequências para a segurança do doente. Dedicatória Ao meu pai e à minha mãe. À Ana e à Inês, por compreenderem os períodos de ausência e pelo apoio incondicional demonstrado. v Erros pré-analíticos em anatomia patológica: prevalência, caracterização e consequências para a segurança do doente. Agradecimentos Em primeiro lugar, aos responsáveis e colaboradores dos serviços de anatomia patológica que participaram no estudo, sem eles este trabalho não teria sido possível; Ao Professor Pedro Aguiar e Engenheiro Hermínio Henrique, pela orientação, amizade e apoio demonstrado ao longo da investigação; Ao Professor David Tavares e Dr. José Cabeçadas pelas sugestões que em muito contribuíram para o estudo e pelo parecer dado sobre os instrumentos de recolha de dados; Ao Dr. Mário Matos e Dr. Raouf Nakhleh, especialistas que deram o parecer sobre os instrumentos de recolha de dados; Ao Professor Amadeu Ferro e Doutora Lucília Gonçalves pela revisão efetuada. A todos, o meu sincero obrigado. vii Erros pré-analíticos em anatomia patológica: prevalência, caracterização e consequências para a segurança do doente. Resumo A literatura disponível revela que a maioria dos erros relacionados com os exames anatomopatológicos ocorre na fase pré-analítica. Existem alguns estudos que quantificam e caracterizam estes erros mas, não foram encontrados artigos publicados sobre o tema em hospitais portugueses. Foi objetivo deste estudo determinar qual a prevalência e características dos erros pré-analíticos em amostras anatomopatológicas e as suas consequências para a segurança do doente. Analisaram-se 10574 casos de exames anatomopatológicos, de cinco hospitais da região de Lisboa e Vale do Tejo. Os serviços de anatomia patológica registaram e caracterizaram, durante vinte dias, erros detetados nas amostras anatomopatológicas com origem nos serviços requisitantes. Posteriormente os hospitais foram caracterizados quanto aos procedimentos relativos à fase pré-analítica. A prevalência de erros aferida foi de 3,1% (n=330), com um intervalo de confiança a 95% compreendido entre os valores 2,8% e 3,5%. Para além destes resultados destacam-se os seguintes pontos: i. As amostras histológicas têm 4,1% de prevalentes e as de citologia 0,9%; ii. Foram registados erros em 2,6% das requisições e em 1,5% dos contentores com as amostras; iii. A aceitação dos casos com erro é a ação mais frequente (66,9%), seguida pela devolução (24,4%) e retenção (8,7%); iv. Os hospitais com sistemas de notificação de erros e normas escritas para aceitação de amostras têm menor prevalência de erros; v. O impacte dos erros detetados na segurança dos doentes é difícil de determinar, sendo que os mais críticos relacionam-se com amostras devolvidas a fresco, meio de colheita inadequado ou com amostras danificadas. Este estudo permitiu determinar a prevalência e caracterizar os erros pré-analíticos envolvendo amostras anatomopatológicas em hospitais portugueses. Reflete a dimensão atual do problema e efetua recomendações para a sua mitigação. A prevalência de erros encontrada é inferior às publicadas em estudos semelhantes. Palavras-chave: Prevalência de erros; Fase pré-analítica; Anatomia patológica; Segurança do doente. ix
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