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Ensino de História e Culturas Afro-Brasileiras e Indígenas PDF

352 Pages·33.385 MB·Portuguese
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PALLAb ENSINO DE HISTÓRIA E CULTURAS AFRD-BRASILEIRAS INDÍGENAS e AUTORES Alain Pascal Kaly Carmen Teresa Gabriel ] Cinthia Monteiro de Araujo j Circe Fernandes Bittencourt Giovana Xavier Giovani José da Silva Lorene dos Santos \ Patrícia Taxeira Santos Verena Alberti | Warley da Costa ORGANIZADDRES Amilcar Araujo Pereira 9 Ana Maria Monteiro N,i |ii imelra década do século XXI, i. >'< >vim mo hi .isllelro promulgou duas leis < |i!«• introduziram modificações na Lei mu ’> I'M de 20 de dezembro de 1996, I I ei de Diretrizes e Bases da Educação Nat Ional, vindo de encontro a antigas reivindicações de movimentos sociais no p*iis. A primeira, a Lei 10.639 de 9 de janeiro de 2003, tornou obrigatório o ensino de história e cultura africanas e afro-brasileiras no Ensino Básico. A segunda, a Lei I 1.645 de 10 de março de 2008, acrescentou à lei anterior a obi igatoriedade do ensino de história e culturas indígenas. Essas leis criaram novos problemas: como será o ensino de História dentro dessa nova perpectiva? Como superar as deficiências e distorções tão comuns na formação de professores das diversas áreas de conhecimento envolvidas nesses temas? Como superar a falta de materiais didáticos? Como sair da tradicional visão eurocêntrica e contemplar os povos dos continentes africano e americano como sujeitos de uma história não redutível a um apêndice da trajetória das nações colonialistas? Como, enfim, superar os preconceitos que, muitas vezes até disfarçados em visões positivas, ainda contaminam o pensamento e a prática escolar? Cientes desses problemas, professores e pesquisadores de instituições de todo o país se engajaram numa agenda de estudo, discussão, formulação de propostas e produção de recursos para o ensino de história e cultura africanas, afro-brasileiras e indígenas no Brasil. bçrinilltk Av. Rio Branco, 185 ■ Lj 10 - Centro - RJ Tel: (21)2532-3646 i t íno\\\^ V 2 0 ENSINO DE HISTÓRIA E CULTURAS AFRO-BRASILEIRAS INDÍGENAS e Copyright © 2013 Amilcar Araujo Pereira Ana Maria Monteiro Editoras Cristina Fernandes Warth Mariana Warth Coordenação editorial Raphael Vidal Coordenação gráfica Aron Balmas Preparação de originais Eneida D. Gaspar Diagramação Abreu’s System Capa Luis Saguar e Rose Araujo Todos os direitos reservados à Pallas Editora e Distribuidora Ltda. É vetada a re­ produção por qualquer meio mecânico, eletrônico, xerográfico etc., sem a permissão por escrito da editora, de parte ou totalidade do material escrito. Este livro segue as novas regras do Acordo Ortográfico da Língua Portuguesa. CIP-BRASIL. CATALOGAÇÃO-NA-FONTE SINDICATO NACIONAL DOS EDITORES DE LIVROS, RJ E52 Ensino de história e culturas afro-brasileiras e indígenas / Amilcar Araujo Pereira, Ana Maria Monteiro (org.). - Rio de Janeiro : Pallas, 2013. 356 p. Apêndice Inclui bibliografia ISBN 978-85-347-0492-2 1. Educação - Brasil. 2. índios do Brasil - Educação. 3. índios do Brasil - História. 4. Cultura afro-brasileira - História. 5. Cultura afro-brasileira - Estudo e ensino. 6. Negros - Brasil - História. 7. Professores - Forma­ ção. 8. Currículos - Mudanças - Brasil. I. Pereira, Amilcar Araujo. II. Monterio, Ana Maria. 12-7616. CDD: 305.896081 CDU: 316.34-054(81) Pallas Editora e Distribuidora Ltda. Rua Frederico de Albuquerque, 56 - Higienópolis CEP 21050-840 - Rio de Janeiro - RJ Tel./fax: 55 21 2270-0186 www.pallaseditora.com.br PALLAb [email protected] S u m á rio 7 Apresentação — Amilcar Araujo Pereira e Ana Maria Monteiro 19 Prefácio — MônicaLima 27 Algumas estratégias para o ensino de história e cultura afro-brasileira — Verena Alberti 57 Ensino de história e cultura africana e afro-brasileira: dilemas e desafios da recepção à Lei 10.639/03 — Lorene dos Santos 85 "Já raiou a liberdade": caminhos para o trabalho com a história da pós-abolição na Educação Básica — Giovana Xavier 101 História das populações indígenas na escola: memórias e esquecimentos — Circe Fernandes Bittencourt 133 Ensino de história indígena no Brasil: algumas reflexões a partir de Mato Grosso do Sul — Giovani lose da Silva 155 O ensino da história da África no Brasil: o início de um processo de reconciliação psicológica de uma nação? — Alain Pascal Kaly 215 A escrita escolar da história da África e dos afro-brasileiros: entre leis e resoluções — Warley da Costa 245 Educação e diversidade: uma análise da trajetória da escola industrial de Carapira, Moçambique (1964-1975) — Patricia Teixeira Santos 265 Uma outra história possível? O saber histórico escolar na perspectiva intercultural — Cinthia Monteiro de Araujo 287 O “outro” como elemento incontornável na produção do conhecimento histórico — Carmen Teresa Gabriel 313 Referências 347 Sobre os autores A p re s e n ta ç ã o O ensino da disciplina escolar História tem se mantido nos currículos escolares no Brasil há mais de um século. Ape­ sar dos períodos em que o seu ensino foi questionado, negado ou objeto de censura, sua importância tem sido reconhecida, de modo geral, pela sociedade e pelo estado como conjunto de sa- beres necessários à formação de cidadãos e à viabilização de participação política, seja em formas conservadoras, seja em transformadoras, o que parece confirmar o papel estratégico e crucial desempenhado pelo currículo e pelos saberes escolares na leitura de mundo e na construção de um projeto político de sociedade. A constituição da História como disciplina escolar ao longo do século XIX, no Ocidente, implicou processos de seleção cul­ tural e didatização que, articulados, são necessários para tornar ensináveis os saberes a serem aprendidos pelas novas gerações. As narrativas produzidas tiveram diferentes objetivos: revelar o "espírito dos povos" a "alma das nações” o “fundamento” da identidade, expressos como história "universal" da "civilização” "geral" ou da "nação" e que contribuiriam para afirmar poderes instituídos. Ou, mais recentemente, desenvolver a cidadania e o 8 ensino de história e culturas afro-brasileiras e indígenas pensamento crítico em perspectivas voltadas para a mudança e transformação social. Podemos perceber, então, que o ensino desta disciplina en­ volve operação cultural e política de forte conteúdo simbólico, constituindo espaço/tempo no currículo escolar (ainda) privile­ giado nas sociedades contemporâneas para a partilha e cons­ trução de significados necessários à leitura e compreensão do mundo, nacional ou globalmente organizado. Tornar possível, aos alunos, produzir conhecimentos sobre as sociedades e ações humanas do presente e do passado, em diálo­ go com o conhecimento histórico produzido pelos historiadores a partir de documentos constituídos como fontes, e com outros di­ ferentes conhecimentos que circulam na sociedade; possibilitar a leitura crítica de textos e imagens, e, também, a escrita de suas apropriações-aprendizagens, a (re)construção de representações; selecionar quais saberes, quais narrativas, quais poderes legitimar ou questionar, são alguns de seus desafios no tempo presente. Assim, entendemos que ensinar História implica enfrentar grandes desafios: superar a tradição que buscou, em diferentes tempos históricos, instituir e legitimar poderes e identidades so­ ciais "únicas” que apagavam diferenças através das histórias na­ cionais; tornar acessível aos alunos o conhecimento constituído sobre as diferentes sociedades e ações humanas do passado, e não mais a questionável "verdade” histórica; contribuir para a compreensão da historicidade da vida social, para a atribuição de sentido às ações humanas e aos diferentes atores sociais, e para aprofundar o pensamento crítico; desenvolver com os es­ tudantes argumentação capaz de desconstruir discursos discri­ minatórios orientados por fundamentalismos; compreender que a diversidade das experiências históricas nos constitui como sujeitos na relação com o "outro”; constituir e reinventar tradições e a memória social. apresentação 9 Nesse sentido, no ensino de História, o mito de Clio, a musa da história, que tem numa das mãos o estilete da escri­ ta e na outra a trombeta da fama, parece se expressar em uma de suas formas mais desafiadoras. Mas esta construção da cultura clássica, fiel à tradição da Antiguidade greco-latina, que tem orientado nosso olhar investigativo, não é a única forma de representação de nosso ofício. Os griots em muitas sociedades africanas, por exemplo, são também referências no que diz respeito à narração de histórias, como guardiões da memória; assim como pajés ou xamãs também são refe­ rências nesse aspecto em muitas sociedades indígenas aqui no Brasil. Que memórias temos constituído e afirmado através do ensi­ no de História no Brasil? Com que referências e perspectivas? Nos últimos anos, no Brasil e em outros países, pesquisas so­ bre o ensino/aprendizagem desta disciplina, e também sobre sua epistemologia, têm sido ampliadas em número e qualida­ de, pesquisas que reconhecem a especificidade dos saberes e práticas a ele relacionados. No âmbito do Laboratório de Estu­ dos e Pesquisas em Ensino de História (LEPEH) da Universida­ de Federal do Rio de Janeiro (UFRJ),1 por exemplo, reunimos um grupo de pesquisadores do ensino de História que tem de­ senvolvido pesquisas sobre diferentes temas nesta área, ope­ rando com o conceito de ensino de História como "lugar de fronteira” o que implica em utilizar instrumental teórico que articula contribuições teóricas da História e da Educação para a investigação, fundamental para a compreensão e enfrenta- mento conseqüente das questões e desafios presentes na cultu­ ra escolar e em diferentes contextos curriculares, no mundo contemporâneo (MONTEIRO, 2007). Ver nosso website: <www.lepeh.fe.ufrj.br>

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