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Emancipação e Diferença PDF

220 Pages·2011·3.64 MB·Portuguese
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Matrizes do saber Contemporâneo Emancipação e diferença emancipação e diferença.indd 1 11/5/2011 10:35:07 UNIVERSIDADE DO ESTADO DO RIO DE JANEIRO Reitor Ricardo Vieiralves de Castro Vice-reitora Maria Christina Paixão Maioli EDITORA DA UNIVERSIDADE DO ESTADO DO RIO DE JANEIRO Conselho Editorial Antonio Augusto Passos Videira Flora Süssekind Italo Moriconi (presidente) Ivo Barbieri Luiz Antonio de Castro Santos Pedro Colmar Gonçalves da Silva Vellasco emancipação e diferença.indd 2 11/5/2011 10:35:07 Emancipação e diferença Coordenação e revisão técnica geral Alice Casimiro Lopes Elizabeth Macedo Rio de Janeiro 2011 emancipação e diferença.indd 3 11/5/2011 10:35:07 Copyright  2011, EdUERJ. Todos os direitos desta edição reservados à Editora da Universidade do Estado do Rio de Janeiro. É proibida a duplicação ou reprodução deste volume, ou de parte do mesmo, em quaisquer meios, sem autorização expressa da editora. EdUERJ Editora da UNIVERSIDADE DO ESTADO DO RIO DE JANEIRO Rua São Francisco Xavier, 524 – Maracanã CEP 20550-013 – Rio de Janeiro – RJ – Brasil Tel./Fax.: 55 (21) 2334-0720 / 2334-0721 / 2334-0782 / 2334-0783 www.eduerj.uerj.br [email protected] Editor Executivo Italo Moriconi Coordenadora Administrativa Rosane Lima Coordenador de Publicações Renato Casimiro Coordenadora de Produção Rosania Rolins Coordenador de Revisão Fábio Flora Revisão Shirley Lima Capa Carlota Rios Projeto e Diagramação Emilio Biscardi CATALOGAÇÃO NA FONTE UERJ/REDE SIRIUS/NPROTEC L141 Laclau, Ernesto, 1935- Emancipação e diferença/ Ernesto Laclau; coorde- nação e revisão técnica geral, Alice Casimiro Lopes e Elizabeth Macedo. – Rio de Janeiro: EdUERJ, 2011. 220 p. ISBN 978-85-7511-199-4 1. Ciência política - Filosofia. 2. Liberdade. 3. Identidade (Conceito filosófico). I. Título. CDU 32 emancipação e diferença.indd 4 11/5/2011 10:35:08 Sumário Sobre a organização e os tradutores ...................................................7 Alice Casimiro Lopes Elizabeth Macedo Prefácio da edição inglesa, Editora Verso, 1996...............................15 Agradecimentos publicados na edição inglesa .................................19 Agradecimento referente à edição brasileira ....................................21 Da emancipação à liberdade ...........................................................23 Universalismo, particularismo e a questão da identidade .................45 Por que os significantes vazios são importantes para a política? ................................................................................65 Sujeito da política, política do sujeito .............................................79 O tempo está deslocado ................................................................105 Poder e representação ...................................................................129 emancipação e diferença.indd 5 11/5/2011 10:35:08 Comunidade e seus paradoxos: a “utopia liberal” de Richard Rorty ..........................................................................157 Articulação e os limites da metáfora ..............................................183 Índice ...........................................................................................217 emancipação e diferença.indd 6 11/5/2011 10:35:08 Sobre a organização e os tradutores Alice Casimiro Lopes (UERJ) Elizabeth Macedo (UERJ) Em nossas pesquisas educacionais no campo do currículo, a aproximação mais significativa do pensamento de Ernesto La- clau – para além de leituras esporádicas nos anos 1990, suscitadas pelas relações que Peter McLaren e Henry Giroux faziam entre a proposta de pedagogia radical e os textos pós-marxistas – é recen- te. Nosso movimento foi decorrente de diferentes questões ori- ginadas em investigações na linha de pesquisa Currículo: sujeitos, conhecimento e cultura,1 do Programa de Pós-Graduação em Edu- cação (ProPEd)2 da Universidade do Estado do Rio de Janeiro (UERJ). Nessa linha, Alice Casimiro Lopes e Maria de Lourdes Tura vêm desenvolvendo pesquisas sobre políticas de currículo em diferentes contextos sociais, assim como Elizabeth Macedo vem dando destaque às investigações sobre currículo, cultura e diferença. Por intermédio das parcerias que estabelecemos com outros grupos de pesquisa, vêm sendo nucleados estudos que têm bus- cado uma interlocução com a teoria do discurso. O grupo coor- denado por Miriam Soares Leite, no ProPEd/UERJ, que focaliza cultura escolar e diferença, o grupo coordenado por Aura Helena 1 http://www.curriculo-uerj.pro.br. 2 http://www.proped.pro.br. emancipação e diferença.indd 7 11/5/2011 10:35:08 8 Emancipação e diferença Ramos e Rita Frangella, na Faculdade de Educação da Baixada Fluminense (FEBF/UERJ), que mira os direitos humanos, a cul- tura e a formação de professores, e o grupo coordenado por Ro- sanne Dias e Rozana Gomes de Abreu, na Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ), que destaca a formação de professores, têm estabelecido diferentes interfaces entre a teoria do discurso e a do currículo, com especial diálogo com nossas produções. Também temos estabelecido convênios com grupos de pesquisa em currículo da Universidade do Minho (Portugal), da Universidade Federal do Mato Grosso (UFMT), Universida- de Federal da Paraíba (UFPB), da Universidade Federal do Pará (UFPB) e da Universidade Federal de Pelotas (UFPel), nos quais temos buscado privilegiar as discussões pós-marxistas e pós-estru- turalistas de Ernesto Laclau. Pelo constante debate a respeito das relações entre teoria do discurso e teoria de currículo, somos levadas a inquietações sobre como pensar as propostas de currículo, vinculadas a projetos de cultura comum, em seu embate com as demandas multiculturais. Como a tensão entre universalizar o currículo e buscar produzi-lo em contextos particulares pode ser compreendida para além das dualidades identitárias fixas: saberes acadêmicos/saberes popula- res; global/local; macroestruturas explicativas/microcontextos da diferença? Que novos desafios para os significados das relações en- tre currículo e emancipação são engendrados diante da ruína dos projetos universais de mudança social? No contexto dos processos de identificação não fixos e notadamente provisórios, como ficam os projetos curriculares que visam constituir dadas identidades? Como investigar as lutas por hegemonizar determinados projetos curriculares frente à “morte” do sujeito centrado, um sujeito que anteriormente nos permitia concebê-lo como direcionador das ações de mudança social numa dada direção histórica predeter- minada? Que reconfigurações precisamos fazer em nossas concep- emancipação e diferença.indd 8 11/5/2011 10:35:08 Sobre a organização e os tradutores 9 ções de currículo e cultura, de forma a superar as divisões clássicas estabelecidas entre cultura, economia e política? Temos buscado avançar na análise dessas e de outras ques- tões. Nossos trabalhos3 expressam as problemáticas que temos construído na tentativa de produzir outras significações para o campo do currículo. Temos procurado também potencializar in- vestigações que não busquem projetar sentidos para a prática cur- ricular, mas, sim, participar da arena política em que múltiplos sentidos do que vem a ser currículo são disputados. Como desenvolvemos em outros textos, ao mesmo tempo que incorporamos discussões pós-estruturalistas e pós-coloniais, afastamo-nos das concepções pós-modernas que se limitam, como afirma Laclau, a valorizar o particularismo. Nesse sentido, tra- balhamos com a perspectiva de que não se trata de uma virada cultural no campo do currículo – em contraposição à anterior forte vinculação do campo aos enfoques políticos. Do mesmo modo, não se trata de abandonar bandeiras como a justiça so- cial, a luta pela igualdade, o foco no político e o desenvolvimento de uma agenda de transformação social em direção a relações de poder menos excludentes do ponto de vista econômico. Trata-se de questionar as dicotomias existentes entre os enfoques cultural e político, o simbólico e o material, as propostas e as práticas, as políticas e as práticas, entre teoria e política, estrutura e ação. Esse questionamento nos parece ser potencializado pela teoria do discurso de Ernesto Laclau. Nessa perspectiva, discurso é uma totalidade relacional de significantes que limitam a signi- ficação das práticas e que, quando articulados hegemonicamente, constituem uma formação discursiva. E esta é o conjunto de dis- cursos articulados por meio de diferentes práticas hegemônicas; entender uma formação discursiva significa entender um processo hegemônico: como são definidos os termos de um debate político, 3 Ver Lopes (2006, 2008a, 2008b e 2010) e Macedo (2004, 2006a, 2006b, 2009). emancipação e diferença.indd 9 11/5/2011 10:35:08

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