Universidade Federal de Santa Catarina Curso de Graduac(cid:24)a~o em Matema(cid:19)tica Elementos de (cid:19)algebras de Hopf por Paulo Ricardo Bo(cid:11) sob a orientac(cid:24)a~o de Dr. Eliezer Batista Trabalho de Conclusa~o de Curso apresentado ao Curso de Graduac(cid:24)a~o em Matema(cid:19)tica da Universi- dade Federal de Matema(cid:19)tica para a obtenc(cid:24)a~o do t(cid:19)(cid:16)tulo de Licenciado em Matema(cid:19)tica. Floriano(cid:19)polis, dezembro de 2009 Resumo Neste trabalho apresentamos os elementos que compo~em as algebras de Hopf. De(cid:12)nimos a(cid:19)lgebras atrav(cid:19)es do conceito de produto tensorial entre K-espac(cid:24)os veto- riais e, dualizando certos diagramas comutativos, obtemos a de(cid:12)nic(cid:24)a~o de coa(cid:19)lgebra. Mostramos que o espac(cid:24)o vetorial dual de uma coa(cid:19)lgebra admite a estrutura de a(cid:19)lgebra, e que o dual (cid:12)nito de uma a(cid:19)lgebra, que(cid:19)e um subespac(cid:24)o do espac(cid:24)o vetorial dual de uma a(cid:19)lgebra, admite uma estrutura de coa(cid:19)lgebra. De(cid:12)nimos bia(cid:19)lgebra e a(cid:19)lgebra de Hopf, mostramos alguns resultados ba(cid:19)sicos sobre o assunto, dentre eles, que o dual (cid:12)nito de uma a(cid:19)lgebra de Hopf possui uma estrutura de a(cid:19)lgebra de Hopf. ii Sum(cid:19)ario Introduc(cid:24)~ao iii 1 A(cid:19)lgebras e Co(cid:19)algebras 1 (cid:19) 1.1 Algebras . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 1 1.2 Coa(cid:19)lgebras . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 11 1.3 A a(cid:19)lgebra e a coa(cid:19)lgebra dual . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 21 1.4 O dual (cid:12)nito de uma a(cid:19)lgebra . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 24 2 Bi(cid:19)algebras e A(cid:19)lgebras de Hopf 31 2.1 Bia(cid:19)lgebras . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 31 (cid:19) 2.2 Algebras de Hopf . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 36 2.3 Exemplos de a(cid:19)lgebras de Hopf . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 39 A Produto Tensorial 41 A.1 De(cid:12)nic(cid:24)a~o e construc(cid:24)a~o . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 41 A.2 Alguns resultados . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 44 B Notac(cid:24)~ao de Sweedler 55 B.1 Coproduto . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 55 iii Introduc(cid:24)~ao (cid:19) Desenvolvemos neste trabalho os elementos ba(cid:19)sicos da teoria de Algebras de Hopf. Para isso, consideramos uma versa~o mais restrita do que o necessa(cid:19)rio para a de(cid:12)nic(cid:24)a~o de a(cid:19)lgebra. As a(cid:19)lgebras podem ser de(cid:12)nidas de maneira mais geral sobre aneis comu- tativos com unidade, por(cid:19)em neste contexto na~o temos a comodidade de trabalhar com produtos tensoriais de espac(cid:24)os vetoriais, que tamb(cid:19)em sa~o espac(cid:24)os vetoriais. Enta~o, optamos por de(cid:12)nir a(cid:19)lgebra utilizando o conceito de produto tensorial de espac(cid:24)os ve- toriais sobre um corpo K. Tal forma nos sera(cid:19) mais conveniente na hora de de(cid:12)nirmos coa(cid:19)lgebras, bia(cid:19)lgebras e a(cid:19)lgebras de Hopf. No primeiro cap(cid:19)(cid:16)tulo, veremos que coa(cid:19)lgebra (cid:19)e uma noc(cid:24)a~o dual de a(cid:19)lgebra. O uso do termo "dual"(cid:19)e justi(cid:12)cado pelo uso da linguagem catego(cid:19)rica. Dualidade refere-se a(cid:18) inversa~o do sentido dos mor(cid:12)smos em certos diagramas comutativos. Dessa forma, para se dualizar a noc(cid:24)a~o de K-a(cid:19)lgebra, (cid:19)e necessa(cid:19)rio transformar a de(cid:12)nic(cid:24)a~o em termos de diagramas. De modo semelhante dualizamos a noc(cid:24)a~o de mor(cid:12)smo de a(cid:19)lgebras, obtendo mor(cid:12)smo de coa(cid:19)lgebras. (cid:19) Algebras e coa(cid:19)lgebras na~o sa~o apenas noc(cid:24)o~es duais. De certo modo, sa~o objetos duais, no setindo de que conseguimos dar uma estrutura de K-a(cid:19)lgebra ao K-espac(cid:24)o vetorial dual C0 de uma coa(cid:19)lgebra C. No entato, a dualidade de objetos na~o (cid:19)e geral. Se o espac(cid:24)o dual de uma coa(cid:19)lgebra (cid:19)e uma a(cid:19)lgebra, na~o conseguimos atribuir de modo geral uma estrutura de K-coa(cid:19)lgebra ao K-espac(cid:24)o vetorial dual A0 de uma a(cid:19)lgebra A. No caso em que a a(cid:19)lgebra A tem dimensa~o (cid:12)nita, veremos que isto (cid:19)e poss(cid:19)(cid:16)vel. Quando a a(cid:19)lgebra A possui dimensa~o in(cid:12)nita, veremos que podemos atribuir uma estrutura de coa(cid:19)lgebra a um subespac(cid:24)o do espac(cid:24)o dual A0, chamado de dual (cid:12)nito da a(cid:19)lgebra, cuja dimensa~o na~o (cid:19)e necessariamente (cid:12)nita. No segundo cap(cid:19)(cid:16)tulo, estudamos a estrutura de bia(cid:19)lgebra, na qual esta~o presentes as estruturas de a(cid:19)lgebra e de coa(cid:19)lgebra, com uma certa compatibilidade entre suas operac(cid:24)o~es. Em uma bia(cid:19)lgebra, dizer que o produto e a unidade sa~o mor(cid:12)smos de coa(cid:19)lgebras (cid:19)e equivalente a dizer que o coproduto e a counidade sa~o mor(cid:12)smos de a(cid:19)lgebras. Com isso, damos uma estrutura de bia(cid:19)lgebra ao dual (cid:12)nito de uma bia(cid:19)lgebra. Em seguida, partimos para o nosso objetivo principal, que (cid:19)e de(cid:12)nir a(cid:19)lgebras de Hopf. Veremos alguns resultados e construiremos a a(cid:19)lgebra de Hopf dual, a partir do dual (cid:12)nito de uma a(cid:19)lgebra de Hopf. Nestetrabalho, assumimoscomoconhecidaateoriaba(cid:19)sicadegrupos, a(cid:19)lgebralinear e an(cid:19)eis. No ap^endice A, apresentamos alguns resultados sobre produto tensorial que sera~o utilizados ao longo do texto. No ap^endice B, esta~o alguns resultados a respeito da notac(cid:24)a~o de Sweedler para o coproduto. iv Cap(cid:19)(cid:16)tulo 1 (cid:19) Algebras e Co(cid:19)algebras (cid:19) 1.1 Algebras Nesta primeira sec(cid:24)a~o de(cid:12)nimos a estrutura primordial da teoria a ser desenvolvida nas sec(cid:24)o~es subsequentes, utilizando principalmente a refer^encia [4]. Em geral, uma a(cid:19)lgebra (cid:19)e um espac(cid:24)o vetorial A munido de um produto, isto (cid:19)e, uma aplicac(cid:24)a~o de A(cid:2)A a valores em A, bilinear. Neste sec(cid:24)a~o de(cid:12)niremos a(cid:19)lgebra de outra forma, a qual nos sera(cid:19) mais conveniente na hora de de(cid:12)nirmos coa(cid:19)lgebras, bia(cid:19)lgebras e a(cid:19)lgebras de Hopf. Existem diversos tipos de a(cid:19)lgebras, com diferentes tipos de propriedades que as de- (cid:12)nem. A anti-simetria e a identidade de Jacobi sa~o caracter(cid:19)(cid:16)sticas das a(cid:19)lgebras de Lie. Outros exemplos sa~o as a(cid:19)lgebras associativas, para as quais a propriedade adicional (cid:19)e x(yz) = (xy)z, e as a(cid:19)lgebras unitais (com unidade), para as quais a propriedade adicional (cid:19)e a exist^encia de um elemento 1 tal que 1x = x. Na maior parte do trabalho estaremos interessados justamente nas a(cid:19)lgebras associativas e com unidade. De(cid:12)nic(cid:24)~ao 1.1.1 Uma K-a(cid:19)lgebra associativa com unidade (cid:19)e uma tripla (A;(cid:22);(cid:17)), em que A (cid:19)e um espac(cid:24)o vetorial (sobre um corpo K), (cid:22) : A(cid:10)A (cid:0)! A e (cid:17) : K (cid:0)! A sa~o func(cid:24)o~es lineares tais que os seguintes diagramas sa~o comutativos: A(cid:10)A(cid:10)A (cid:22)(cid:10)id //A(cid:10)A A(cid:10)K id(cid:10)(cid:17) //A(cid:10)A oo (cid:17)(cid:10)id K(cid:10)A id(cid:10)(cid:22) (cid:15)(cid:15) (cid:15)(cid:15)(cid:22) Hcc HHHHHH’HHHHHHHHHH## (cid:15)(cid:15)(cid:22){{vvvvvvvvvv’vvvvvvv;; A(cid:10)A //A A (cid:22) Chamamos (cid:22) de multiplicac(cid:24)a~o ou produto e (cid:17) de unidade. O primeiro diagrama co- mutativo representa a associatividade da a(cid:19)lgebra, que em s(cid:19)(cid:16)mbolos (cid:19)e o mesmo que (cid:22)(cid:14)((cid:22)(cid:10)id) = (cid:22)(cid:14)(id(cid:10)(cid:22)): (1.1) O segundo diagrama comutativo signi(cid:12)ca que (cid:22)(cid:14)((cid:17) (cid:10)id) = (cid:22)(cid:14)(id(cid:10)(cid:17)) = id: (1.2) 1 Essa de(cid:12)nic(cid:24)a~o pode parecer estranha a(cid:18) primeira vista. De fato, (cid:19)e mais fa(cid:19)cil e intuitivo de(cid:12)nir K-a(cid:19)lgebra como sendo um anel A que tem uma estrutura de K-espac(cid:24)o vetorial tal que a multiplicac(cid:24)a~o (cid:19)e uma aplicac(cid:24)a~o bilinear. Ou seja, De(cid:12)nic(cid:24)~ao 1.1.2 Seja A um corpo, dizemos que um anel com unidade (A;+;(cid:1)) (cid:19)e uma a(cid:19)lgebra sobre K se A for um espac(cid:24)o vetorial sobre K tal que a multiplicac(cid:24)a~o (cid:19)e uma aplicac(cid:24)a~o bilinear sobre K. Proposic(cid:24)~ao 1.1.3 As duas de(cid:12)nic(cid:24)o~es de a(cid:19)lgebra acima sa~o equivalentes. Prova. Para mostrar que a de(cid:12)nic(cid:24)a~o 1.1.1 implica na de(cid:12)nic(cid:24)a~o 1.1.2 , basta de(cid:12)nir a multiplicac(cid:24)a~o por a(cid:1)b = (cid:22)(a(cid:10)b) e a unidade por 1 = (cid:17)(1). Segue das propriedades de A produto tensorial que a multiplicac(cid:24)a~o (cid:19)e bilinear, al(cid:19)em disso os diagramas comutativos nos da~o as propriedades de associatividade e unidade. Reciprocamente, se temos a de(cid:12)nic(cid:24)a~o 1.1.2, o fato da multiplicac(cid:24)a~o ser bilinear implica que podemos estend^e-la para (cid:22) no produto tensorial, de modo que a associa- tividade em A nos da(cid:19) o primeiro diagrama comutativo da de(cid:12)nic(cid:24)a~o 1.1.1. A aplicac(cid:24)a~o (cid:17) (cid:19)e de(cid:12)nida por (cid:17)((cid:21)) = (cid:21)1 para (cid:21) 2 K, onde 1 (cid:19)e a unidade da a(cid:19)lgebra. O outro A A diagrama segue de imediato da de(cid:12)nic(cid:24)a~o de unidade. (cid:3) Em vista desta proposic(cid:24)a~o, confundiremos propositalmente a nomenclatura do pro- duto tanto como sendo a aplicac(cid:24)a~o usual (cid:1) : A (cid:2) A (cid:0)! A, quanto como sendo a aplicac(cid:24)a~o (cid:22). Para simpli(cid:12)car, a partir de agora falaremos apenas a(cid:19)lgebra, sem fazer menc(cid:24)a~o ao corpo, que (cid:12)cara(cid:19) subentendido. E quando mencionarmos simplesmente uma "a(cid:19)lgebra A"estaremos nos referindo a a(cid:19)lgebra (A;(cid:22);(cid:17)), deixando as func(cid:24)o~es (cid:22) e (cid:17) subentendidas no contexto. Exemplo 1.1.4 Todo corpo K(cid:19)e uma a(cid:19)lgebra associativa com unidade sobre si mesmo. Exemplo 1.1.5 Dado um espac(cid:24)o vetorial V sobre K, considere o conjunto L(V) dos operadores lineares T : V ! V. Note que, considerando L(V) com a soma de(cid:12)nida ponto a ponto e a multiplicac(cid:24)a~o dada pela composic(cid:24)a~o de operadores , na~o (cid:19)e dif(cid:19)(cid:16)cil ver que L(V) (cid:19)e uma a(cid:19)lgebra associativa sobre K, cujo elemento unidade (cid:19)e dado pelo operador identidade. Exemplo 1.1.6 (A(cid:19)lgebra produto tensorial) Seja (cid:28) a aplicac(cid:24)a~o flip, i.(cid:19)e, (cid:28) : A (cid:10) B (cid:0)! B (cid:10)A o isomor(cid:12)smo dado por (cid:28)(a(cid:10)b) = b(cid:10)a conforme a proposic(cid:24)a~o A.2.3. Caso (cid:28) tenha sub-(cid:19)(cid:16)ndices, estes denotara~o quais parcelas esta~o sendo trocadas num produto tensorial de va(cid:19)rios espac(cid:24)os vetoriais, por exemplo, a func(cid:24)a~o (cid:28) : A (cid:10)A (cid:10)A (cid:10)A (cid:0)! A (cid:10)A (cid:10)A (cid:10)A 23 1 2 3 4 1 3 2 4 (cid:19)e dada nos geradores por (cid:28) (a (cid:10)a (cid:10)a (cid:10)a ) = a (cid:10)a (cid:10)a (cid:10)a . Agora para a(cid:19)lgebras 23 1 2 3 4 1 3 2 4 A e B, tome o espac(cid:24)o vetorial A(cid:10)B e de(cid:12)na o produto (cid:22) : (A(cid:10)B)(cid:10)(A(cid:10)B) (cid:0)! A(cid:10)B A(cid:10)B 2 dado nos geradores por (cid:22) ((a (cid:10)b )(cid:10)(a (cid:10)b )) = ((cid:22) (cid:10)(cid:22) )(cid:14)(cid:28) ((a (cid:10)b )(cid:10)(a (cid:10)b )) = A(cid:10)B 1 1 2 2 A B 23 1 1 2 2 ((cid:22) (cid:10)(cid:22) )((a (cid:10)a )(cid:10)(b (cid:10)b )) = a a (cid:10)b b e unidade (cid:17) (1)(cid:10)(cid:17) (1) = 1 (cid:10)1 . Para A B 1 2 1 2 1 2 1 2 A B A B veri(cid:12)car que (cid:22) esta(cid:19) bem de(cid:12)nida basta notar que a func(cid:24)a~o f : A(cid:2)B(cid:2)A(cid:2)B (cid:0)! A(cid:10)B A(cid:10)B, dada por f(a ;b ;a ;b ) = a a (cid:10)b b (cid:19)e quadrilinear, logo pode ser estendida 1 1 2 2 1 2 1 2 para o produto tensorial (pela proposic(cid:24)a~o A.2.8). Esta a(cid:19)lgebra (cid:19)e chamada de a(cid:19)lgebra produto tensorial entre A e B. Exemplo 1.1.7 (A(cid:19)lgebra oposta Aop) Seja (A;(cid:22);(cid:17)) uma a(cid:19)lgebra. De(cid:12)na a func(cid:24)a~o (cid:22)op = (cid:22)(cid:14)(cid:28), em que (cid:28)(a(cid:10)b) = b(cid:10)a. Temos enta~o que (A;(cid:22)op;(cid:17)) (cid:19)e uma a(cid:19)lgebra. De fato, (cid:22)op atua da senguinte maneira: (cid:22)op(x(cid:10)y) = yx: Assim veri(cid:12)ca-se facilmente que (cid:22)op (cid:14)(id(cid:10)(cid:22)op) = (cid:22)op (cid:14)((cid:22)op (cid:10)id) e (cid:22)op (cid:14)((cid:17) (cid:10)id) = (cid:22)op (cid:14)(id(cid:10)(cid:17)) = id Denotamos esta a(cid:19)lgebra por Aop e chamamos de a(cid:19)lgebra oposta a(cid:18) a(cid:19)lgebra A. Note que uma condic(cid:24)a~o necessa(cid:19)ria e su(cid:12)ciente para que uma a(cid:19)lgebra A seja comutativa (cid:19)e que (cid:22) = (cid:22)op. Exemplo 1.1.8 (A(cid:19)lgebra de func(cid:24)o~es) Seja K um corpo e X um conjunto na~o-vazio qualquer. De(cid:12)na F(X) como o conjunto de todas as func(cid:24)o~es f : X (cid:0)! K. Dados f;g 2 F(X) e k 2 K, de(cid:12)na f +g e kf por: (f +g)(x) = f(x)+g(x);8x 2 X (kf)(x) = kf(x);8x 2 X: Agora de(cid:12)na (cid:22) : F(X)(cid:10)F(X) (cid:0)! F(X) f (cid:10)g 7(cid:0)! f (cid:1)g; em que (f (cid:1)g)(x) = f(x)(cid:1)g(x);8x 2 X. Com estas operac(cid:24)o~es e considerando a func(cid:24)a~o constante 1(x) = 1 , (F(X);(cid:22);1) (cid:19)e uma a(cid:19)lgebra associativa com unidade sobre K, sendo o elemento unidade a func(cid:24)a~o constante 1. De fato, (cid:22)(cid:14)(id(cid:10)(cid:22))(f (cid:10)g (cid:10)h)(x) = f(x)(cid:1)(g(x)(cid:1)h(x)) = (f(x)(cid:1)g(x))(cid:1)h(x) = (cid:22)(cid:14)((cid:22)(cid:10)id)(f (cid:10)g (cid:10)h)(x);8x 2 X: Onde utilizamos a associatividade do corpo K. E tamb(cid:19)em temos (cid:22)(cid:14)(1(cid:10)f)(x) = 1(x)(cid:1)f(x) = 1(cid:1)f(x) = f(x): 3 Exemplo 1.1.9 (A(cid:19)lgebra de grupo KG) Seja G um grupo e KG o espac(cid:24)o vetorial das func(cid:24)o~es de G em K com suporte (cid:12)nito, em que a soma e o produto por escalar sa~o de(cid:12)nidos ponto a ponto. Em seguida, para cada g 2 G de(cid:12)na (cid:14) : G (cid:0)! K, em que g (cid:14) (h) = (cid:14) = o se g 6= h e (cid:14) (h) = (cid:14) = 1 se g = h. Note que f(cid:14) g (cid:19)e um g g;h g g;h g g2G conjunto linearmente independente em KG. De fato, de(cid:12)na f = a (cid:14) , em que g g g2G X a 2 K para todo g 2 G, e suponha que f = a (cid:14) = 0. Enta~o, pela de(cid:12)nic(cid:24)a~o de (cid:14) , g g g g g2G X f(h) = a (cid:14) (h) = a = 0. Logo, para todo h 2 G, a = 0. Dessa forma f(cid:14) g (cid:19)e g g h h g g2G g2G uma basXe para KG. Agora, considere a seguinte aplicac(cid:24)a~o: (cid:3) : KG(cid:2)KG (cid:0)! KG (a;b) 7(cid:0)! a(cid:3)b em que (a(cid:3)b)(g) = a(h)b(l); g 2 G: h;l2G X hl=g Para a;b;c 2 KG, (cid:21) 2 K e g 2 G, temos que (a(cid:3)(b+(cid:21)c))(g) = a(h)(a+(cid:21)c)(l) = a(h)b(l)+(cid:21) a(h)c(l) h;l2G h;l2G h;l2G X X X hl=g hl=g hl=g = ((a(cid:3)b)+(cid:21)(a(cid:3)c))(g); ou seja, (cid:3) (cid:19)e bilinear. Note tamb(cid:19)em, que se e 2 G (cid:19)e a unidade em G enta~o (cid:14) (cid:19)e a e unidade relativa a(cid:18) (cid:3) em KG. De fato, dados a 2 KG;g 2 G, temos que (a(cid:3)(cid:14) )(g) = e a(h)(cid:14) (l) = a(g), sendo o outro lado ana(cid:19)logo. Estendendo (cid:3) para o produto hl=g e tensorial, de(cid:12)nimos a multiplicac(cid:24)a~o (cid:22) por (cid:22)(a(cid:10)b)(g) = (a(cid:3)b)(g) para a;b 2 KG;g 2 G, P e a aplicac(cid:24)a~o (cid:17) por (cid:17) : K (cid:0)! KG (cid:21) 7(cid:0)! (cid:17)((cid:21)) = (cid:21)(cid:14) : e Mostremos com isso que (KG;(cid:3);(cid:14) ) (cid:19)e uma a(cid:19)lgebra. Com efeito, dados a;b;c 2 KG;g 2 e G, temos a associatividade: 4 (a(cid:3)(b(cid:3)c))(g) = a(h)(b(cid:3)c)(l) = a(h)0 b(x)c(y)1 h;l2G h;l2G x;y2G hXl=g hXl=g BxXy=l C B C @ A = a(h)b(x)c(y) = a(h)b(x)c(y) h;x;y2G h;x;y2G X X h(xy)=g (hx)y=g = a(h)b(x) c(y) 0 1 u;y2G h;x2G uXy=g BhXx=u C @ A = (a(cid:3)b)(u)c(y) = ((a(cid:3)b)(cid:3)c)(g): u;y2G uXy=g A unidade ja(cid:19) mostramos acima. Esta a(cid:19)lgebra (cid:19)e chamada a(cid:19)lgebra de grupo. De(cid:12)nic(cid:24)~ao 1.1.10 Seja A uma a(cid:19)lgebra. Um espac(cid:24)o vetorial B (cid:18) A (cid:19)e dito uma suba(cid:19)lgebra se (cid:22)(B (cid:10)B) (cid:18) B. Observac(cid:24)~ao 1.1.11 Note que (B;(cid:22) ;(cid:17) ) (cid:19)e uma a(cid:19)lgebra, com (cid:22) = (cid:22)j e (cid:17) = (cid:17)j . B B B B B B De(cid:12)nic(cid:24)~ao 1.1.12 Um subespac(cid:24)o I de uma a(cid:19)lgebra A (cid:19)e dito: (i) um ideal a(cid:18) esquerda (a(cid:18) direita) se (cid:22)(A(cid:10)I) (cid:18) I (respect. (cid:22)(I (cid:10)A) (cid:18) I). (ii) um ideal se (cid:22)(A(cid:10)I +I (cid:10)A) (cid:18) I. De(cid:12)nic(cid:24)~ao 1.1.13 Sejam A e B a(cid:19)lgebras. Diremos que f : A (cid:0)! B (cid:19)e um mor(cid:12)smo de a(cid:19)lgebras se f (cid:19)e uma func(cid:24)a~o linear, f (cid:14)(cid:22) = (cid:22) (cid:14)(f (cid:10)f) e f (cid:14)(cid:17) = (cid:17) . A B A B (cid:22)A f A(cid:10)A //A A //B f(cid:10)f (cid:15)(cid:15) (cid:15)(cid:15)f (cid:17)A OO vvvvvvvvvv(cid:17)vBvvvvvvv;; B (cid:10)B //B K (cid:22)B Exemplo 1.1.14 Seja f : A (cid:0)! B um mor(cid:12)smo de a(cid:19)lgebras. Enta~o Im(f) (cid:19)e uma suba(cid:19)lgebra de B e ker(f) (cid:19)e um ideal de A. Com efeito, como f (cid:19)e mor(cid:12)smode a(cid:19)lgebras, f(cid:22) = (cid:22) (f (cid:10)f). Logo, A B (cid:22) (Im(f)(cid:10)Im(f)) = (cid:22) (f(A)(cid:10)f(A)) B B = ((cid:22) (f (cid:10)f))(A(cid:10)A) = (f(cid:22) )(A(cid:10)A) B A = f((cid:22) (A(cid:10)A)) (cid:18) f(A) = Im(f): A E para mostrar que ker(f) (cid:19)e ideal de A, note que ((cid:22) (f (cid:10)f))(ker(f (cid:10)f)) = (cid:22) ((f (cid:10)f)(ker(f (cid:10)f))) = f0g B B 5