CAPA_EDUCACAO_DIVERSIDADE 03.09.07 09:25 Page 1 dores comprometidos com a qualidade de uma educação voltada para a com- preensão do cotidiano, nessa perspectiva, convidam-nos a refletir sobre as rela- ções entre a educação e os grandes temas sociais que não podemos mais desconsiderar na elaboração de uma proposta autêntica de emancipação popular. Educação A construção de uma efetiva agenda social para o Brasil pressupõe a defi- e d como nição de estratégias políticas que a d contemplem não somente o setor da si r e educação nas suas diversas dimensões Div Exercício de e níveis, mas também os segmentos e d que compõem a sociedade brasileira, o com as suas necessidades específicas cíci Diversidade r e de aprendizagem. Uma exigência subs- x E tantiva e procedimental nesta estratégia mo é o reconhecimento da responsabilidade co o conjunta do Estado e das organizações ã ç sociais no atendimento às múltiplas ca u demandas da sociedade. Nestaperspec- d E tiva, é fundamental a sinergia entre Estado e sociedade civil no caminho da desejada transformação da realidade de exclusão social, com base no reco- nhecimento do diferente e da diversi- dade como riquezas a serem explora- das e não como o “exótico” a ser obser- vado, negado ou marginalizado. No mesmo sentido, é necessário compre- ender a importância de desencadear amplo movimento capaz de dinamizar as qualificações que existem nesses diferentes espaços e de criar redes de interação que as façam saltar no nível potencial para o real. Assim, oferecemos aos educadores brasileiros esta coletânea de artigos como um dos primeiros resultados dos esforços que estamos empreendendo para a articulação interinstitucional. 7 CAPA_EDUCACAO_DIVERSIDADE 03.09.07 09:25 Page 2 dores comprometidos com a qualidade A Coleção Educação para Todos, de uma educação voltada para a com- lançada pelo Ministério da Educação e preensão do cotidiano, nessa perspectiva, pela Organização das Nações Unidas convidam-nos a refletir sobre as rela- para a Educação, a Ciência e a Cultura ções entre a educação e os grandes (UNESCO) em 2004, apresenta-se como temas sociais que não podemos mais um espaço para divulgação de textos, desconsiderar na elaboração de uma documentos, relatórios de pesquisas proposta autêntica de emancipação e eventos, estudos de pesquisadores, popular. acadêmicos e educadores nacionais e internacionais, no sentido de aprofundar A construção de uma efetiva agenda o debate em torno da busca da educa- social para o Brasil pressupõe a defi- ção para todos. nição de estratégias políticas que contemplem não somente o setor da Representando espaço de interlo- educação nas suas diversas dimensões cução, de informação e de formação e níveis, mas também os segmentos para gestores, educadores e pessoas que compõem a sociedade brasileira, interessadas no campo da educação com as suas necessidades específicas continuada, reafirma o ideal de incluir de aprendizagem. Uma exigência subs- socialmente um grande número de tantiva e procedimental nesta estratégia jovense adultos, excluídos dos proces- é o reconhecimento da responsabilidade sos de aprendizagem formal, no Brasil conjunta do Estado e das organizações e no mundo. sociais no atendimento às múltiplas Para a Secretaria de Educação Con- demandas da sociedade. Nestaperspec- tinuada, Alfabetização e Diversidade – tiva, é fundamental a sinergia entre SECAD, a educação não pode estar Estado e sociedade civil no caminho da separada, nos debates, de questões desejada transformação da realidade como desenvolvimento ecologicamente de exclusão social, com base no reco- sustentável, gênero e orientação se- nhecimento do diferente e da diversi- xual, direitos humanos, justiça e demo- dade como riquezas a serem explora- cracia, qualificação profissional e mun- das e não como o “exótico” a ser obser- do do trabalho, etnia, tolerância e paz vado, negado ou marginalizado. No mundial. A compreensão e o respeito mesmo sentido, é necessário compre- pelo diferente e pela diversidade são ender a importância de desencadear dimensões fundamentais do processo amplo movimento capaz de dinamizar educativo. as qualificações que existem nesses Este volume, o nº 7 da coleção, traz diferentes espaços e de criar redes de uma coletânea de artigos originalmente interação que as façam saltar no nível publicados na Revista Brasileira de potencial para o real. Educação, periódico da Associação Na- Assim, oferecemos aos educadores cional de Pós-Graduação e Pesquisa em brasileiros esta coletânea de artigos Educação (ANPEd). O foco da coletânea como um dos primeiros resultados dos incidiu, prioritariamente, nos artigos que esforços que estamos empreendendo trouxessem temas essenciais para uma para a articulação interinstitucional. abordagem à diversidade, reflexão sem- pre necessária e incompleta. Pesquisa- MEC Educ_diversidade_miolo 03.09.07 09:26 Page 1 Educação como Exercício de Diversidade Organização: Osmar Fávero Timothy Denis Ireland Brasília, maio de 2007 MEC Educ_diversidade_miolo 03.09.07 09:26 Page 2 edições MEC/UNESCO SECAD – Secretaria de Educação Continuada, Alfabetizada e Diversidade Esplanada dos Ministérios, Bl. L, sala 700 Brasília, DF, CEP: 70097-900 Tel.: (55 61) 2104-8432 Fax.: (55 61) 2104-9423 www.mec.gov.br Representação no Brasil SAS, Quadra 5, Bloco H, Lote 6, Ed. CNPq/IBICT/UNESCO, 9º andar 70070-914 – Brasília/DF – Brasil Tel.: (55 61) 2106-3500 Fax: (55 61) 3322-4261 [email protected] www.unesco.org.br MEC Educ_diversidade_miolo 03.09.07 09:26 Page 3 Educação como Exercício de Diversidade Organização: Osmar Fávero Timothy Denis Ireland Ministério da Educação MEC Educ_diversidade_miolo 03.09.07 09:26 Page 4 ©2005.SecretariadeEducaçãoContinuada,AlfabetizaçãoeDiversidade (SECAD)eOrganizaçãodasNaçõesUnidasparaaEducação,aCiênciaeaCultura (UNESCO) Segundaimpressão:2007 Conselho Editorial da Coleção Educação para Todos AdamaOuane AlbertoMelo DalilaShepard Célio da Cunha OsmarFávero RicardoHenriques Coordenação Editorial da UNESCO: Célio da Cunha Assistente Editorial da UNESCO: LarissaVieiraLeite Coordenação Editorial da SECAD/MEC: TimothyDenisIreland Assistente Editorial da SECAD/MEC: JoséCarlosSalomão Diagramação: PauloSelveira Capa: CarmemMachado Tiragem: 5.000exemplares Educaçãocomoexercíciodediversidade.–Brasília:UNESCO, MEC,ANPEd,2005. 476p.–(Coleçãoeducaçãoparatodos;7). 1.EducaçãoUniversal—AméricaLatina2.Democratizaçãoda Educação—AméricaLatinaI.UNESCOII.BancoInteramericano deDesenvolvimentoIII.Brasil.Ministérioda Educação CDD379.2 Os autores são responsáveis pela escolha e apresentação dos fatos contidos neste livro, bem como pelas opiniões nele expressas, que não são necessaria- mente as da UNESCO e do Ministério da Educação, nem comprometem a Organização nem o Ministério. As indicações de nomes e a apresentação do material ao longo deste livro não implicam a manifestação de qualquer opinião por parte da UNESCO e do Ministério da Educação a respeito da condição jurídica dequalquerpaís,território,cidade,regiãooudesuasautoridades,nem tampouco a delimitação de suas fronteiras ou limites. MEC Educ_diversidade_miolo 03.09.07 09:26 Page 5 PARCEIROS Esta obra contou com o apoio/participação da Associação Nacional de Pós-Graduação e Pesquisa em Educação (ANPEd). MEC Educ_diversidade_miolo 03.09.07 09:26 Page 6 MEC Educ_diversidade_miolo 03.09.07 09:26 Page 7 SUMÁRIO Apresentação . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .9 As desigualdades multiplicadas François Dubet . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .13 Educação escolar e cultura(s): construindo caminhos Antonio Flavio Barbosa Moreira, Vera Maria Candau . . . . . . . . . . . . . . . .37 EDUCAÇÃO DE JOVENS E ADULTOS Jovens e adultos como sujeitos de conhecimento e aprendizagem Marta Kohl de Oliveira . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .61 Escolarização de jovens e adultos Sérgio Haddad, Maria Clara Di Pierro . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .85 Como erradicar o analfabetismo sem erradicar os analfabetos? Munir Fasheh . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .129 Programa Integração: avanços e contradições de uma proposta de educação formuladapelos trabalhadores Sonia Maria Rummert . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .151 ÉTNICO-RACIAL Movimento negro e educação Luiz Alberto Oliveira Gonçalves, Petronilha Beatriz Gonçalves e Silva . . . . .181 Trajetórias escolares, corpo negro e cabelo crespo: reprodução de estereótipos ou ressignificação cultural? Nilma Lino Gomes . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .229 Os negros, a educação e as políticas de ação afirmativa Ana Lúcia Valente . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .251 MEC Educ_diversidade_miolo 03.09.07 09:26 Page 8 EDUCAÇÃO NO CAMPO Trabalho cooperativo no MST e ensino fundamental rural: desafios à educação básica Marlene Ribeiro . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .271 A contribuição do homem simples na construção da esfera pública: os trabalhadores rurais de Baturité – Ceará Sônia Pereira . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .305 Aprender e ensinar no cotidiano de assentados rurais em Goiás Jadir de Morais Pessoa . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .331 SEXUALIDADE Revisando o passado e construindo o presente: o movimento gay como espaço educativo Anderson Ferrari . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .351 ETNIA/ÍNDIOS Movimentos indígenas no Brasil e a questão educativa: relações de autonomia, escola e construção de cidadanias Rosa Helena Dias da Silva . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .371 E agora, cara pálida? Educação e povos indígenas, 500 anos depois Nietta Lindenberg Monte . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .401 Olhares que fazem a “diferença”: o índio em livros didáticos e outros artefatos culturais Teresinha Silva de Oliveira . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .431 “Cara ou coroa”: uma provocação sobre educação para índios Maria Helena Rodrigues Paes . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .449
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