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Educação à direita: mercados, padrões, Deus e desigualdade PDF

161 Pages·2003·46.419 MB·Portuguese
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sducando ) 8 à Direita e l p p Educando A ercados, Padrões, Deus e Desigualdade . W l à Direita e 'e livro de Michael Apple constitui, do mesmo tempo, a ia lúcida análise do projeto político-pedagógico dos h c iados Unidos e uma denúncia das ameaças daí a i Eaparatodo o planeta. M A Mercados. Padrões. Deus e Desigualdade S ita da aliança neoliberal e neoconservadora, apoiada = lo fundamentalismo cristão evangélico e pelo Michae] W. Apple R ocratismotecnicistapequeno-burguês,quesealastram = osistemaeducacional norte-americanoemundial, im- R idonoyas lógicas e racionalidades que ameaçam aJu". E e ez científica, educacional e pedagógica e, portanto, e A . eaçando até mesmo a continuidade do processo d ilizatório. à “isso,éumlivrodeleituraobrigatóriaparatodosquantos o Hiram; compreender, em profundidade, as implicações d a ipedagogias com pretensõeshegemônicas equedei d n a 1, simultaneamente, construir os instrumentos e as a iatégias da resistência e dacontra-hegemonia. c u d E ]SBNm85-2m49-09013X . 2 CORTEZ INSTITUTO Seditora fo PAULO FREIRE Biblioteca Freiriana 5 A Michael W. Apple DadosInternacionaisdeCatalogaçãona Publicação (CIP) (Câmara Brasileira do Livro, SP, Brasil) Apple,MichaelW. Educandoàdireita : mercados,padrões,Deuse desigualdade/ MichaelW.Apple;traduçãodeDinahdeAbreuAzevedo ;revisão Educando técnicade José Eustáquio Romão. —São Paulo : Cortez : Instituto PauloFreire, 2003.(Bibliotecafreiriana; v.5) a Direita Títulooriginal: Educatingthe“right”way:markets, standards, God,andinequality. Bibliografia. ISBN 85-249-0903-X Mercados, Padrões, Deus e Desigualdade 1.Conservantismo—Estados Unidos 2.Educação—Aspectos políticos—EstadosUnidos 1. Título. II. Série. Tradução de Dinah de Abreu Azevedo 02-6700 CDD-370.973 Revisão Técnica de Índicespara catálogosistemático: José Eustáquio Romão 1. Estados Unidos : Educação 370.973 CORTEZ &; INSTITUTO ESA é PAULO FREIRE E INSTITUTO PAULO FREIRE ea! Título original: Educating the “Right” Way. Markets, Standards, God andInequality MichaelW. Apple Biblioteca Freiriana Conselho editorial: Adriana Puiggrós (Argentina), Antonio Teodoro (Portugal), Capa: DAC Arturo Ornelas (México), Azril Bacal (Suécia), CarlosAlbertoTorres (coord.), Célio Layoutde capa: SorayaLudmillaRomão da Cunha (Brasil), Daniel Schugurensky (Canadá), Fausto Telleri (Itália), Francisco Revisão: LiegeM. S.Marucci Gutiérrez (coord.), José Rivero (Peru), José Eustáquio Romão (coord.), Frank Composição: Dany Editora Ltda. Youngman(Botswana),HiromiEhara(Japão),IlseSchrimpfHerken (Alemanha), Ira Coordenação editorial: Danilo A.Q. Morales Shor (EUA),JasonChang(Taiwan),JulieThompson (Angola), Liam Kane (Escócia), Lilians M. Lopes (Argentina), Luíza Cortesão(Portugal), Maureen Silos (Suriname), Moacir Gadotti (coord.), Moacyr de Goes (Brasil), Octavio Augusto Pescador Hernández (Mexico), PauloRosas (CentroPauloFreire- Recife- Brasil), Paul Taylor (França),PepAparício(Espanha), PeterMayo(Malta),PilarO'Cadiz(USA), Raymond Morrow(Canadá), ReinaldoMatiasFleuri (Brasil),RicardoCetrulo(Uruguai),Roger Dale (Nova Zelândia), Steve Stoer (Portugal), Sylvia Schmelkes (Mexico), Walter Esteves Garcia (coord.), Zelda Groener (África doSul). Conselho Internacional deAssessores (Fórum Paulo Freire—LosAngeles, setembrode2002) Presidente: Budd Hall (Canadá), Vice-presidentes: Akira Kusuhara (Ásia), Carlos Rodrigues Brandão (América Latina), Frank Youngman (África) e Júrgen Zimmer (Europa). Membros:AdrianaPuiggrós(Argentina),AdrianoNogueira (Brasil),Ahmet Duman(Turquia),AlfredoGhiso(Colômbia),AntonioFaundez(Suíça),AntônioJoão Máânfio (Brasil), Antônio Monclús Estella (Espanha), Antonio Teodoro (Portugal), AfonsoCelsoScocuglia(Brasil),ArturoOrnelas(México),AzrilBacal(Suécia),Barbara FreitagRouanet(RepúblicaTcheca),BartolomeoBellanova (Itália),BenoSander(Bra- sil), Bernardino Mata Garcia (México), Birgit Wingenroth (Alemanha), Carlo Nanni (Itália), Carlos Lagoeiro (Holanda), Célia Linhares (Brasil), Célio da Cunha (Brasil), Celso de Rui Beisiegel (Brasil), Daniel Schugurensky (Canadá), DaniloStreck (Bra- Nenhuma parte desta obra podeserreproduzida ou duplicada semautorizaçãoexpressa do sil), Edna SerafimdeOliveira (Brasil), ElizabethProtacio-Marcelino (Filipinas), Fáti- autoredoseditores. maFreire(Brasil),FaustoTelleri (Itália), FranciscoVioGrossi (Chile), Gaston Pineau (França), Genoino Bordignon (Brasil), GuilhermoWillianson (Chile), Heinz Schulze O2001 byRoutledgeFalmer—NY/London (Alemanha), HenryGiroux (EUA), Hiroyuki Nomoto (Japão), IlseSchrimpf Herken (Alemanha), Ira Shor (EUA), Isabel Hernández (Argentina), Isolina Centeno Ubeda (Nicarágua), Ivor Baatjes (África doSul), Jacques Chonchol (Chile), João Prancisco Direitosparaestaedição deSouza (Brasil),JorgeWerthein(Brasil),JoséAngelPescadorOsuna (México),José CORTEZ EDITORA Instituto PauloFreire Miguel Rodriguez Matos (PortoRico),JoséRivero(Peru), Ladislau Dowbor(Brasil), RuaBartira, 317—Perdizes RuaCerroCorá,550—cj. 22—2ºandar Liam Kane (Escócia), Licínio C. Lima (Portugal), Lilians M. Lopes (Argentina), Luis 05009-000 — São Paulo-SP 05061-100—SãoPaulo-SP—Brasil Eduardo Wanderley (Brasil), Luiza Cortesão (Portugal), Marcela Gajardo (Chile), Tel.:(11)3864-0111 Fax:(11)3864-4290 Tel.:(5511)3021-5536 Fax:(5511)3021-5589 MarcosGuerra(Brasil),MadalenaFreire(Brasil),MariadaGlóriaGohn(Brasil), María e-mail: cortezQcortezeditora.com.br E-mail: ipfOpaulofreire.org Teresa Sirvent (Argentina), MartinCarnoy (EUA), Miguel EscobarGuerrero (Méxi- www.cortezeditora.com.br Home Page: www.paulofreire.org Impressono Brasil—janeiro de2003 co), Nestor Alfredo Fuentes (Argentina), Orlando Fals Borda (Colômbia), Osmar Fávero(Brasil), PedroDemo(Brasil),PepAparícioGuadas(Espanha), Peter Lownds (EUA), Peter Mayo (Malta), Peter McLaren (EUA), Peter Park (EUA), Pierre Furter (Suíça), Pierre Marc (Suíça), Pilar O'Cadiz (EUA), Ramon Moncada (Colômbia), Raymond Morrow(Canada), ReinaldoMatiasFleuri(Brasil), RobertoOrozcoCanelo (Chile), Roger Dale (Nova Zelândia), Rosa Maria Perez de Santos (Venezuela), Sér- gioGuimarães(Guiné-Bissau),SergioMartinic(Chile),SteveStoer(Portugal),Sylvia Schmelkes (México), Teresa Penna Firme (Brasil), Torbjôn Stockfelt (Suécia), Zelda Groener (África doSul). Conselho Internacional Diretivo: Carlos Alberto Torres, Francisco Gutiérrez, José Eustáquio Romão, MoacirGadotti eWalterEsteves Garcia. Agradecimentos Coordenação da Sede Central: Patrono:PauloFreire. DiretorGeral: MoacirGadotti. Secretário Geral: José Eustáquio Romão. Diretoria Técnico-Pedagógica: Ângela Antunes e Paulo Roberto Padilha. Coordenação de Relações Institucionais: Salete Nos últimos dez anos, dediquei uma série de livros aos movi- ValesanCamba.CoordenaçãodeMovimentos:ÂngelaAntunes,JasonF.Mafra,Maria mentos conservadores que continuam reconstruindo a educação de Alice de Paula Santos, Margarita Victória Gómez, Paulo Roberto Padilha e Sônia Couto. formas perniciosas. Em Official Knowledge e em Cultural Politics and Education, combinei investigações históricas, empíricas e conceituais, Equipe Técnico-Pedagógica do IPF eprocurei mostrar alguns dos maiores perigos associados essas “re- formas”. A influência que essas posições têm hoje sobre.a sociedade Adriano Nogueira, Alexandro Fernandoda Silva, Alice Akemi Yamasaki, Ana Ma- ria do Vale Gomes, Afonso Celso Scocuglia, AntônioJoão Mânfio, Bianco Zalmora em geral e sobre a política e a prática educacional em particular não Garcia, Claudinéli Moreira Ramos, Custódio Gouvea da Motta, Débora Cristina diminuiu, ao contrário: intensificou-se e arraigou-se mais ainda no Goulart, Débora Mazza, Deucélia Nunes, Dulce Ferreira Pedreira, Edgar Pereira senso comum de nossa sociedade e de muitas outras. Essa situação Coelho, Edilson Fernandes, EdsonMartinsJúnior, Eliana deOliveira, Eliseu Cintra, requer análises críticas que sejam, elas próprias, mais profundas e Eliseu MunizdosSantos,FábioCascino,FernandoJoséMendonçadeAraújo,Gabriel Guimard,GenoínoBordignon,GildeanSilvaPereira,GustavoBélicCherubine,Izabel amplas ainda. Por isso este livro. Educando à direita fundamenta-se Cristina Petraglia, Jason F. Mafra, João R. Alves dos Santos, José Rubens Lima nosvolumes que o precederam, mas estende sua análise críticapara o Jardilino,JúlioNogueira,JúlioWainer,Lígia M. L.Aquino,LourdesMilãoFernandez, que espero que sejam direções mais empolgantes ainda. É LúciaHelenaCouto,LucianoCarvalhoBarbosa,LuizCarlosdeOliveira, Luiz Marine Josédo Nascimento,Luiza HelenadaSilvaChristov, LutgardesCostaFreire, Marcia Preciso ser honesto aqui desde o início. Neste livro, meus argu- Moraes, Maria Alice de Paula Santos, Maria de Lourdes Melo Prais, Maria Isabel mentos são alimentadosporumasérie de coisas: umnúmero conside- OrofinoSchaefer,MariaJoséPereira,MariaJoséVale,Maria LeilaAlves,Maria Luiza rável de evidências nacionais e internacionais sobre os efeitos das Peixoto Ferreira, Maria Rita Avanzi, Maria Sebastiana Isidório, Maria Stela Reis, MargaritaVictoriaGomez, MisaelGeraldoSouza Camargo,PaulinaChristov, Paulo políticas correntes da educação; minha participação em movimentos Silveira, Regina Elena Pinto Ribeiro, Reinaldo Matias Fleuri, Rudolf Wiedemann, contra a reestruturação radicalmente conservadora da educação em SaleteValesan Camba,SidneyNiltonde Oliveira, Sônia CoutoSouza Feitosa, Sônia muitas nações, experiências que são uma evidência danatureza abso- Marrach, Valdete A. Melo. lutamente fantástica dasvidas e esperanças queserão perdidas senão continuarmos a batalha contra essas políticas; e, por fim, minha pró- pria indignação contra a arrogância daqueles que acreditam tanto na lógica do mercado que não conseguem enxergar os danos que essa arrogância cria no mundoreal. vin EDUCANDO À DIREITA AGRADECIMENTOS IX Portanto, minhas preocupações aqui não se baseiam somente no Paraskeva, Bu-Kwon Park, Daniel Pekarsky, Michael Peters, Gary mundo do debate acadêmico, mas também numa quantidade consi- Price, Susan Robertson,Judyth Sachs, FranSchrag, Simone Schweber, derável de experiências pessoais aqui e no exterior. Como disse mais Mi Ock Shim, Tomaz Tadeu da Silva, Parlo Singh, Graham detalhadamente em Poxwer, Meaning, and Identity, um livro recente de Hingangaroa Smith, Linda Tuhiwai Smith, Richard Smith, Amy minha autoria, os anos quepassei comoprofessor em escolassituadas Stambach, Gita Steiner-Kamsi, William Tate, Carlos Alberto Torres, no centro empobrecido das cidades e na zona rural deixaram absolu- JurjoSantomeTorres, RenukaVital, Amu StuartWells, DylanWiliam, tamente claro para mim que palavras grandiloquentes sobre eficiên- Anna Zantiotis e Kenneth Zeichner. cia, formas de avaliação, excelência e padrões de qualidade, no mais Gostariadeagradecerparticularmenteas contribuiçõesdeSteven das vezes, passam ao largo das realidades das escolas de verdade e Selden, GeoffWhitty e James Beane. Sua amizade e as discussões in- das salas de aula de verdade cheias de professores de verdadee alu- tensas que tivemos ao longo dos anos foram importantes para este nos de verdade, e costumam ser irremediavelmente ingênuas a res- livro. peito das condições econômicas e sociais dos pais, das mães e das Ao longo dos anos, tive a oportunidade de trabalhar commuitos comunidades. O fato de eu ter visto de perto o que essas políticas e editores, como Routledge e outros. Ninguém tem mais talento do que práticas conservadoras, e os cortes nos serviços que elas implicam, Heidi Freund. Sinto-me profundamente grato por sua amizade e su- fizeramamembrospróximos deminhaprópriafamíliatambéméuma gestões. Também quero agradecer a Karita Dos Santos, que sucedeu motivação. ' Heidi na Routledge. Comono caso de qualquerlivro, estevolume é, naverdade, uma Talvezjá esteja ficando monótono, mas em todo livro que escre- obracoletiva. Há muita gente dentro e fora da educação cuja sabedo- vi agradeço o Seminário da Sexta. Durante as três últimas décadas, ria temsido importanteno sentido demepossibilitarvero queeunão reuni-me toda sexta-feira à tarde com meus alunos da pós-graduação teria visto sozinho. Mas, dada a natureza deste livro em particular, e com os professores visitantes da faculdade que vieram trabalhar minhas dívidas são ainda maiores e mais internacionais que de hábi- comigo. Esses seminários são internacionais mesmo,e frequentemen- to. A lista é longa; mas as dívidas são grandes. Dentre as pessoas que temuitointensos. Combinamcríticapolíticaecultural;leituradasobras me ajudaram a pensar tirar conclusões a respeito de umasérie de uns dos outros; mobilização em torno das questões políticas e educa- argumentos apresentados neste livro estão Petter Aasen,Jill Adler, cionais de peso em âmbito local, nacional ou internacional.; e, às ve- Peter Apple, Shigeru Asanuma, Bernadette Baker, Stephen Ball, Len zes, trabalho com outros professores que são membros do grupo em Barton, Basil Bernstein, Jo Boaler, Barbara Brodhagen, Kristen Buras, suas escolase salas de aula. De importância exatamente igual é o fato Dennis Carlson, Wilfred Carr, Roger Dale, Ann DeVaney, Debbie dessas reuniões das sextas-feiras serem uma mistura deliciosa de se- Epstein, Manuel Fabrega, Stephen Fain, Nilton Fischer, Regina Leite riedade e bom-humor, sendo este último uma das coisas que mais Garcia, David Gillborn, Carl Grant, Beth Graue, Maxine Greene, faltam nos grupos de orientação crítica. Quase tudo o que está neste Richard Hatcher, Diana Hess, Allen Hunter, MichaelJames, Jonathan livro foi escrito e reescrito com a ajuda de membros do Seminário da Jansen, Knud Jensen, Daniel Kallos, Ki Seok Kim, Herbert Kliebard, Sexta, no passado e no presente. Meus sinceros agradecimentos a to- Jae-HoKo,JuliaKoza,GloriaLadson-Billings,TheodoreLewis,Lisbeth dos eles. Lindahl, Alan Lockwood, Allan Luke, Eric Margonis, Fernando Marhuenda,JamesMarshall, CameronMcCarthy, RobertMcChesney, Bekisizwe Ndimandetrabalhou comoassistente de pesquisa em Mary Metz, Alex Molnar, Antônio Flávio Moreira, Akio Nagao, An- partes deste livro. Não é só o seu empenho que é admirável; suas ex- tonio Nóvoa, Michael Olneck, José Pacheco, Stefan Palma, João periências na luta pela educação na África do Sul também serviram x EDUCANDO À DIREITA constantemente de lembrete do porquê as questões que discuto aqui são cruciais. Os argumentos deste livro foram testados em muitas universida- des, reuniões políticas e grupos de trabalho no mundo inteiro. Mas é precisofazermençãoespecial dealgunslugares específicos: emprimei- ro lugar, a Universidade de Wisconsin, Madison, continua sendo o lar do debate intelectual, político e educacional sério. Oferece um espaço onde as posições social e culturalmente críticas são centrais, e não pe- riféricas. Três outras instituições merecem ser citadas. Partes deste li- Sumário vroforamescritas quando em estava trabalhando no Departamento de Educação da Norges Teknisk-Naturvitenskapelige Universitet, em Trondheim, Noruega, no Instituto de Educação da Universidade de Prefácio à edição brasileira ...............riereeteeee XV Londres e no Instituto Internacional de Pesquisa da Educação Maori e IndígenadaUniversidadedeAuckland, comoprofessorvisitanteacon- Capítulo 1 e Mercados, padrões de qualidade, Deus e vite dessas instituições. Todas elas são caracterizadas por aquela rara desigualdade «sastareseriasasasoranceseaonenanaseamaserno 1 combinação de amizade e de discussão estimulante. Introdução,sussacaraiasanian 1 Finalmente, dedicoestelivroaRimaD. Apple.Aolongo dosanos A história de Josephisscanasnncenaneaanssegan 3 que vivemos e trabalhamos juntos, sua dedicação às causas progres- sistas e seu compromisso com a excelência no ensino e na vida inte- Agendas conservadoras .asasssasssnsmeneasesicagreuaraeragnugeo 9 Jectual foram cruciais para manter a minha chamaacesa. O mapa-da direita...sessrusssaasasusnsesensesearsasersesssemssasscmssiss 11 Liberdade contestada............emeseeeeseeeseeserereeeamerteeerertens 14 A mercantilização do mundo...rise 21 A restauração da ordem cultural. 24 A Igreja e o Estado .. 27 Economiae religião.... 29 O gerencialismo................iitereeearerereeereeeereeeereeseseeereeesereseres 35 Uma análise da modernização conservadora... 37 Capítulo 2 e Mercados de quem? Saber de quem?............. 41 Introdução:sasesssesecaçaganaranesennacrerunesena 41 Neoliberalismo: ensino, liberdade de escolha e democracia....... 44 O neoconservadorismo: a transmissão do “verdadeiro” EEo(SR 56 O populismo autoritário: o ensino como Deus quer................ 65 Como o ódio pode parecer tão bom?. A nova classe média de profissionais qualificados e gerentes: A transformação da palha em ouro .... mais provas, mais frequentemente ..............memenemeem 70 CrTCIuISÃO saspassosaaa Zu Capítulo 6 e Fora comtodos os professores: a política cultural do ensino doméstico .........eereeesemenieereeeereereeeemeemeereeereeerrerreeraeenas 211 Capítulo 3 e Aprodução das desigualdades: a modernização O contexto do ensino doméstico . 211 conservadora em termos políticos e práticos... 77 A ameaça de Satã e o lar-fortaleza...............sesemee 214 As materialidades e suas muitas arestas .. TEA O ataque ao Estado ... 220 A guinada para a direita ..... 79 Público e privado .. . 229 Mercados novos, tradições antigas ..... 81 Conclusão ................... 234 Os mercados e o desempenho ................meemesmesesmeeeeeeees 85 Bom padrão de qualidade em nível nacional, currículo Capítulo 7 e Corrigir os erros e deter a direita... 239 nacional e provas nacionais.............cemeesemeeseereeeersemesertes 103 A cultura conta ... . 239 A criação da triagem educacional .............itereereseeerrsermsermss 111 Reformas contraditórias... 243 Pensar estrategicamente................rrieeereeeeeseeneerseneenseneos 117 A “corrida” em direção à reforma educacional...............m 251 Tornar os questionamentos públicos....... 262 Capítulo 4 e O cristianismo em perigo - 125 : Aprender com outras nações.... a 221 Darwin, Deus e o mal... 125 | Pensar hereticamente................ 273 Os perigos seculares............eeeeeemeeeessameeessmmmeerries 138 Tornar práticas as práticas educacionais críticas ............... 281 Do centro para a periferia ................iiereeeereeeemeereeerareeresereros 143 A esperança, UM IeCUIsO..............ureerrorsrms 283 A cruz do Sul...........eseresemerereeereereereereenrereeersereereerrerrersertencersersers 150 Bibliografia ..........sereseerereerareereeresaraeeirerararareraserresertsrrçõãa 287 Capítulo 5 e Deus, moralidade e mercados...............emememe 159 Trazer Deus para o mundo..................eireermesrerersateeernos 159 A política e o clero...........reeemereerreeeeeereeereerrreeneeeneerserresereerseersos 165 O clero eletrônico ...................estrsrreerereeereereereeess 167 Uma naçãocristã e a liberdade de expressão ..... 170 Escolas;sém:DeuS:..scsiseenserturasasastocenseroremmansassamsarseemenrsensanscurcinsatarisa 176 Não estamos fazendo nada de mais .................eemeener 182 As estruturas afetivas do populismo autoritário ................. 186 Prefácio à edição brasileira Após aaquiescênciade Michael Apple, em face da manifestação de interesse do Instituto Paulo Freire natradução e publicação de seu livro no Brasil, entendemos que, talvez, devêssemos redigirnotas que o contextualizassem, para facilitar e enriquecer a compreensão de nossos educadores sobre a realidade educacional norte-americana. Afinal, é muito importante conhecer concepções e projetos pedagógi- cos que espalham tentáculos por todos os continentes. Imediatamen- te percebemos que, qualquer que fosse nossa intervenção no texto da edição nacional do livro, teríamos umaimensa responsabilidade. Afi- nal, Apple é um dos pensadores da educação mais consagrados nos Estados Unidos. Além disso, contextualizar um trabalho, como o que ora se oferece ao público, exige, como se perceberá após sua leitura, umempenhomuito grande, durantemuito tempo, porque a sua com- preensão mais profunda só podeser atingida a partir de um “exame abissal” e deumaverificação ampla deeducação comparada. Porisso, optamos por fazer um prefácio que resultasse de duasleituras e de uma discussão sobrea adequação críticaeoportunidade dolivropara o público brasileiro. À medida que fomos avançando naleitura dos originais, perce- bemos queMichaelApple, emboraestejamaispreocupado comoexa- me crítico e com apresentação de alternativas da/para a realidade educacional estadunidense — predominantemente voltada para a “di- reita”, segundoele—desenvolve, naverdade, umareflexão apartirde realidades e de referenciais desenvolvidos em outras partes do mun- XvI EDUCANDO À DIREITA PREFÁCIO xvi do, como, por exemplo, na Europa (Inglaterra, mais frequentemente) Apple usa para o desnudamento de formulações e propostas aparen- e em regiões bem mais distantes e diferentes das formações sociais tementelibertadoras, mas que, naverdade,buscam a consolidação de ocidentais, comoéocaso daNovaZelândia. Alémdisso,mesmoquan- uma educaçãoalienante, ou seja, parausaruma expressão do próprio do trata de questões mais específicas e localizadas na América do autor, de uma “educação à direita”. Norte, Apple escolhe temáticas e formas de abordagem que seriam Sabíamos quea proposta de substituição de notas por umprefá- aplicáveisemqualquer sistemaeducacional doPlaneta;semfalar que, cio nãosignificava simplificar nossa tarefa. Contudo, estávamos con- certamente por causa da mundialização das propostas conservadoras vencidos pela profundidade das análises e impulsionados pelas im- hegemônicas,os problemas da educação, como os dos demais setores pressionantes denúncias de Apple, no sentido dealertar os leitores das relações humanas, tendem a uma homogeneização planetária. brasileiros para pontos que, ainda que venham sendo desenvolvidos Assim, as questões educacionaistratadasnaobranãosediferemsubs- naliteratura pedagógica latino-americanaebrasileira, ganham novas tancialmente das que ocorrem no Brasil, mesmo porquea internaliza- cores, nuances explicativas e dramaticidade no exame de quem vive ção da agenda internacional de “ajustes estruturais” nas economias no coração doImpérioepercebe, commaispropriedade, aspectosiné- latino-americanas levou a umareestruturação dos sistemas educacio- ditos das intenções dominantes, alimentando, de forma mais lúcida e nais do subcontinente. Mesmo que as políticas educacionais neocon- consistente, a construção de instrumentos de políticas de resistência. servadoras e neoliberais atinjam, com intensidades variadas, os di- Primeiramente, cabe destacar uma das teses de Michael Apple versos países do mundo, de acordo com os contextos específicos, cer- que facilita a compreensão da hegemonia daaliança direitista (neoli- tamente impactam mais dramaticamente os países latino-americanos berais, neoconservadores, populistas autoritários e “nova classe mé- do queas nações centrais, dadas as fragilidades peculiares à periferia dia deprofissionais qualificadose gerentes”): adespolitização dopro- e porque é aí que se trava a luta mais avançada do neocapitalismo. jeto político-pedagógico e sua consegiiente “economização”. Ou seja, É notável, por exemplo, verificar que os alvos das críticas de a educação deixa de ser discutida como um bem de uso e passa pelo Michael Apple são os mesmos que os educadores e pesquisadores da processo de mercantilização, transformando-se numbem de troca no educação da América Latina temos endereçado ao projeto político- mercado de trabalho e no mercado dos bens simbólicos. Esta estraté- pedagógico neoliberal e neoconservador. gia dos grupos dominantes facilita a criação de consensos em torno A partir de determinado momento da leitura, foi ficando cada do débito do fracasso na conta dospróprios “fracassados”, ao mesmo vez mais claro que não havianecessidade de notas “contextualizado- tempo quejustifica a exclusão montada sobre as verificações de com- ras” para o leitor brasileiro e que, talvez, fosse mais interessante a petências individuais. “Em vez de democracia ser um conceito polí- formulação de uma apresentação ou algo congênere à edição brasilei- tico, é transformado num conceito inteiramente econômico” (Apple, 2002: 46). ra. Percebemos, também, progressivamente, a importância do texto para os educadores detodo omundo, mormente,para os queviveme E a verificação das competências é instrumentalizada pela “nova trabalhamno “olho do furacão” da acumulação capitalista, o que nos classe média de profissionais qualificados e gerentes” —naverdade, a tenta a propor, futuramente, ao autor, a versão do texto para o espa- pequenaburguesiaburocrática — que, “enquanto especialistas em efi- nhol, se ele ainda não o fez. O abandono de notas explicativas e a ciência, administração, provas e avaliação, fornecem os conhecimen- opçãoporesteprefácio se deu, nãoporquefacilitasse a tarefa do “exa- tos técnicos necessários para implementar as políticas de moderniza- me abissal” e do estudo de educação comparada exigido, mas por ser ção conservadora” (p. 71). Numa passagemum pouco anterior à esta esta forma mais apropriada para destacar, para os brasileiros, aspec- citação, Apple refere-se a um certo “liberalismo” (diríamos, antes, tos cruciais deste livro, especialmente os instrumentos analíticos que progressismo) dos membros dessa nova fração da pequena burgue- xx EDUCANDO À DIREITA mente, na ganga bruta dos inúmerostítulos, pouco tem escapado das repetições e das especulações destituídas de relevância pedagógica e social. O livro de Apple constitui umafeliz exceção e, por isso, torna- seleitura obrigatória para todos quantos queiram carregar asbaterias da lucidez sobre o modus operandi dos grupos que têm pretensões he- gemônicas, bem como construir os instrumentos e as estratégias da crítica e da resistência ao imperialismo simbólico de nossos dias. Capítulo 1 Mercados, padrões de qualidade, Deus e desigualdade Introdução A temporada de caça à educação continua aberta. A mídia, can- didatos a cargospúblicos, eruditosconservadores, dirigentes degran- des empresas, quase todos, ao queparece, têm algo a dizer sobre o quehá de erradocomas escolas. Tenho emoções contraditóriasa res- peito de toda essa atenção. Por um lado, o que haveria de errado em discutir, de ponta a ponta, o que a educação faz e devia fazer? Como alguém profundamente envolvido com o pensare agir nas escolas, é muito bom para mim perceber que as conversas sobre ensino,currí- culos,avaliação,obtençãode fundos e tantas outras coisas nãosão. vistas como o equivalente lógico de conversas sobre o tempo. O fato de essas discussões serem muitas vezes acaloradas também é bom sinal. Afinal de contas, o que nossos filhos devem saber e os valores que isso deve concretizar é um negócio sério. Por outro lado, essa atenção toda gera certa inquietação. Uma palavra daúltima frase do parágrafo anteriorexplicaum dosmotivos dessa inquietação — negócio. Para muitíssimos dos eruditos, políti- cos, dirigentes de grandes empresas e outros, a educação é umnegó- cio e não deve sertratado de forma diferente de nenhum outro negó-

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