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Economia Do Meio Ambiente PDF

385 Pages·2010·3.74 MB·Portuguese
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Economia do Meio Ambiente Preencha a fi cha de cadastro no fi nal deste livro e receba gratuitamente informações sobre os lançamentos e as promoções da Editora Campus/Elsevier. Consulte também nosso catálogo completo e últimos lançamentos em www.elsevier.com.br Economia do meio ambiente - cad 0.indd II 11/12/2009 20:40:40 Peter H. May O R G A N I Z A D O R Economia do Meio Ambiente Teoria e Prática © 2010, Elsevier Editora Ltda. Todos os direitos reservados e protegidos pela lei no 9.610, de 19/02/1998. Nenhuma parte deste livro, sem autorização prévia por escrito da editora, poderá ser reproduzida ou transmitida sejam quais forem os meios empregados: eletrônicos, mecânicos, fotográficos, gravação ou quaisquer outros. Copidesque: Letícia Féres Revisão Gráfi ca: Marco Antônio Corrêa Editoração Eletrônica: DTPhoenix Editorial Elsevier Editora Ltda. Conhecimento sem Fronteiras Rua Sete de Setembro, 111 – 16o andar 20050-006 – Centro – Rio de Janeiro – RJ – Brasil Rua Quintana, 753 – 8o andar 04569-011 – Brooklin – São Paulo – SP Serviço de Atendimento ao Cliente 0800-0265340 [email protected] ISBN: 978-85-352-3765-8 Nota: Muito zelo e técnica foram empregados na edição desta obra. No entanto, podem ocorrer erros de digitação, impressão ou dúvida conceitual. Em qualquer das hipóteses, solicitamos a comunicação ao nosso Serviço de Atendimento ao Cliente, para que possamos esclarecer ou encaminhar a questão. Nem a editora nem o autor assumem qualquer responsabilidade por eventuais danos ou perdas a pessoas ou bens, originados do uso desta publicação. CIP-Brasil. Catalogação-na-fonte. Sindicato Nacional dos Editores de Livros, RJ E22 Economia do meio ambiente: teoria e prática / Peter H. May (org.). — 2. ed. 2. ed — Rio de Janeiro: Elsevier, 2010. ISBN 978-85-352-3765-8 1. Economia ambiental. 2. Desenvolvimento sustentável — Brasil. 2. Desenvolvimento econômico — Aspectos ambientais — Brasil. I. May, Peter Herman, 1952-. CDD: 333.70981 09-5858 CDU: 502.13(81) Economia do meio ambiente - cad 0.indd IV 11/12/2009 20:40:41 Prefácio à primeira edição Este livro é, antes de tudo, um manifesto. Acreditamos não ser mais possível que um economista se forme sem compreender as complexas relações entre o ambiente e as socie- dades modernas. Tampouco cremos que um cientista ambiental possa ignorar a impor- tância das múltiplas conexões das variáveis econômicas com o meio natural. Acreditamos que nenhum dos dois lados, isoladamente, possa tratar de forma adequada as questões ambientais do mundo moderno. Dentro desse espírito multidisciplinar, consolidou-se nas últimas décadas a Economia Ecológica, e este livro-texto está organizado de modo a percorrer os seus principais temas. Seus capítulos não pretendem esgotar tais temas, mas apresentam uma visão abrangente e consistente do estado da arte dos debates atuais na área no Brasil e no exterior. Uma das maiores riquezas no debate acadêmico sobre a relação economia e meio ambiente é a grande diversidade de opinião entre aqueles que se dedicam a pensar o tema. É fundamental reconhecer a importância da pluralidade e os benefícios da coexistência de diferentes correntes de conhecimento, e, dentro delas, distintas abordagens. Por isso, o livro prima pelo reconhecimento da necessidade da pluralidade metodológica e teóri- ca. Não houve preocupação em aprofundar modelos formais, mas dar recursos e apontar possíveis direções para o leitor que queira aprimorar seu conhecimento. Os capítulos não se esgotam em si mesmos, mas servem como portais para expandir conhecimento e des- pertar a curiosidade para os diversos olhares disciplinares sobre a questão da sustentabi- lidade: desde trabalhos nas linhas mais tradicionais de economia ambiental e de recursos naturais até visões alternativas, como a ciência pós-normal, a ecologia política e a história ambiental. Não buscamos a pretensão de uma ciência “neutra”, pois sabemos ser inexistente tal neutralidade. Ao mesmo tempo não fl utua em nuvens da utopia. Pois entre esses dois ex- tremos, caminha a Economia Ecológica: fundamentada na importância da práxis, busca ser uma disciplina vinculada à prática social e sua relação com o meio natural que a cerca. Tal travessia é perigosa, mas ainda mais perigoso é olhar para trás, arrepiar-se e fi car pa- rado nas análises convencionais fundamentadas na ilusão de agentes idealizados e teorias “perfeitas”, mas que negam a realidade como “imperfeição”. Em suma, precisamos enten- der a aplicabilidade da ciência à prática de tomada de decisões, reconhecendo que a pro- dução de trabalhos acadêmicos em si não é sufi ciente para motivar os atores econômicos a alterar suas ações. Por fi m, deve-se destacar que o livro se compõe pelas contribuições de autores cujo foco de ensino e pesquisa é o Brasil. Não se trata de nacionalismo tolo, nem de negar a vali- dade e importância de trabalhos estrangeiros, mas da crença de que se deve contextualizar Economia do meio ambiente - cad 0.indd V 11/12/2009 20:40:41 VI (cid:2) ECONOMIA DO MEIO AMBIENTE: TEORIA E PRÁTICA a economia do meio ambiente na realidade brasileira. A produção acadêmica nacional tem sido grandemente reconhecida internacionalmente e merece ser mais bem conhecida no próprio Brasil, onde por falta de um livro-texto desta natureza não tem sido possível apreciar a amplitude e profundidade dos trabalhos existentes. Rio de Janeiro, julho de 2003 Carlos Eduardo Frickmann Young Peter H. May Economia do meio ambiente - cad 0.indd VI 11/12/2009 20:40:41 Prefácio à segunda edição * Qual a relação entre a economia ecológica, a economia dos recursos naturais e a eco- nomia ambiental? A diferença é que as últimas são subáreas da economia neoclássica e não consideram a escala macro relativa à biosfera que as abriga como uma questão relevante: não tem nenhum conceito de throughput,** e se focalizam na efi ciência da alocação. A economia dos recursos naturais trata da efi ciência da alocação do trabalho e do capital dedicados às indústrias extrativas. Desenvolve muitos conceitos úteis, tais como renda de escassez e custo de uso. Do mesmo modo, a economia ambiental também enfoca a efi - ciência alocativa, desequilibrada por externalidades oriundas da poluição. Os conceitos de internalização de externalidades por impostos pigouvianos ou direitos de propriedade coaseanos são certamente úteis e relevantes para a formulação de políticas, mas seu alvo é a efi ciência alocativa, por intermédio dos preços “corretos” e não por meio de uma escala sustentável. A Economia Ecológica se conecta à economia dos recursos naturais e à econo- mia ambiental, unindo a depleção com a poluição pelo conceito do throughput. Também dá muito mais atenção aos impactos provocados por atividades econômicas que causam a depleção, a poluição e a degradação entrópica, bem como aos feedbacks do resto do ecos- sistema. Não negligencia o problema tradicional de alocação efi ciente, mas o considera dentro dos contextos maiores da escala sustentável e da distribuição justa. Devido ao fato de que o crescimento nos empurra de um mundo vazio para um mun- do cheio, o fator limitante da produção se transformará cada vez mais no capital natural, capital que não é elaborado pelo homem. Por exemplo, a captura dos peixes é hoje limitada já não mais pelo capital investido em barcos de pesca, mas pelo capital natural comple- mentar de populações dos peixes no mar. Enquanto nós nos embrenhamos em um mundo cheio, a lógica econômica permanece a mesma, a saber, economizar e investir no fator limi- tante. Mas a identidade do fator limitante transforma capital fabricado em capital natural remanescente, e nossos esforços e políticas para economizar devem mudar no mesmo sen- tido. Consequentemente, torna-se mais importante estudar a natureza dos bens e serviços ambientais — sejam rival ou não rival, exclusível ou não exclusível — a fi m de saber se são bens do mercado ou bens de propriedade comum. A Economia Ecológica aceita a análise padrão da efi ciência alocativa, dada a prévia escolha social das questões de distribuição e da escala. Embora a diferença principal seja o foco na escala, essa diferença tem envolvido mais atenção às frequentemente negligencia- * Tradução P. May; revisão Maria Amélia Enríquez. ** Não há um termo preciso em português para esta palavra, mas ela pode ser traduzida como “transumo”, entendido como o fl uxo metabólico de matéria e energia que entra e que sai da economia para o ecossistema (M.A.E.). Economia do meio ambiente - cad 0.indd VII 11/12/2009 20:40:41 VIII (cid:2) ECONOMIA DO MEIO AMBIENTE: TEORIA E PRÁTICA das dimensões de distribuição: a saber, a distribuição intergeneracional da base de recursos e a distribuição dos lugares no sol entre seres humanos e todas as espécies restantes (bio- diversidade). Também, enquanto recursos mais vitais terminam de ser bens de livre acesso e são alocados pelo mercado, a justiça distributiva subjacente à alocação do mercado se torna mais crítica. Outros aspectos do debate referem-se: à polêmica de o capital natural e o fabricado serem principalmente substitutos ou complementares; o grau de acoplamento entre o throughput físico e o PIB; e o grau de acoplamento entre o PIB e o bem-estar. Comparado à Ásia, à Europa e mesmo aos EUA, o Brasil pode ser considerado relati- vamente vazio e, consequentemente, ainda não estar necessitando de um direcionamen- to para uma “economia do mundo cheio”. No entanto, os artigos deste livro apresentam evidências de que isso não é tão verdadeiro como se poderia imaginar. O Brasil está en- chendo-se rapidamente em consequência de seu próprio crescimento interno, assim como pelas demandas sobre seus recursos naturais e seus ecossistemas, impostos pela economia do resto do mundo globalizado. O momento para o Brasil se preocupar com a conservação e o uso sábio de seu patrimônio ecológico é agora, antes que tudo esteja esgotado, poluído e degradado pelo vício do crescimento a qualquer preço, desrespeitando os seus custos e comprometendo a integridade das gerações futuras. Herman E. Daly, Washington, DC, março de 2009 Economia do meio ambiente - cad 0.indd VIII 11/12/2009 20:40:41 Apresentação da segunda edição * (cid:2)(cid:2)(cid:2) Peter H. May CPDA/UFRRJ e Presidente da Sociedade Internacional de Economia Ecológica (ISEE) Antecedentes O papel da economia na política e prática de gestão ambiental, antes um assunto abordado apenas por autores como Pigou e Hotelling, entrou defi nitivamente na agenda a partir dos anos 1960. Nessa década, as projeções catastrófi cas acerca da fi nitude dos recursos naturais evidenciaram a falta de atenção aos aspectos ecológicos nos modelos econômicos. Surgiram nesse período diversas escolas de pesquisa, tanto do mainstream neo- clássico quanto dos precursores da economia ecológica. Autores como Kenneth Boulding (The Economics of the Coming Spaceship Earth, de 1966), Herman Daly (On Economics as a Life Science, de 1968) e Nicholas Georgescu-Roegen (The Entropy Law and the Economic Process, de 1971) examinaram os limites da capacidade de suporte do planeta e elaboraram princípios distintos para nortear políticas fundamentadas nas leis da termodinâmica e não no perpetuum mobile da análise marginalista. Neste livro reunimos diferentes autores brasileiros, representando a ótica das diversas escolas representadas no país, para mostrar esta necessária integração entre a ecologia e a eco- nomia nos dias de hoje. O que diferencia este livro dos demais é que ele fornece ao leitor um panorama do que aqui chamamos de economia do meio ambiente, aprofundando questões teóricas destas escolas do pensamento econômico — desde a economia ambiental e dos recur- sos naturais até a economia ecológica e a evolucionista e institucional — que buscam discutir e incorporar a questão ambiental em suas estruturas teóricas e as abordagens aplicadas. Os autores colaboradores nesta segunda edição, além de estudarem os temas aqui dis- cutidos durante toda sua vida profi ssional, o fi zeram tanto do ponto de vista teórico quan- to de uma perspectiva brasileira, gerando uma interpretação própria da questão ambiental aplicável ao caso do Brasil. Em cada capítulo procuramos mostrar a realidade brasileira, considerando que se trata de um país que conta com imensa riqueza natural, seja na me- gadiversidade biológica, seja com os recursos ímpares de água doce, e que necessita utilizar estas dádivas da natureza em prol de sua população atual e futura, em vez de desperdiçá-las em um momento efêmero de rápido crescimento. Não há um pensamento único acerca dos temas abordados, mesmo porque os autores possuem formação e óticas diferentes, sendo comum a todos tratar questões ambientais * Esta apresentação foi revisada do original, escrito conjuntamente por Maria Cecília Lustosa, Peter May e Valéria da Vinha, para a 1a edição deste livro. Economia do meio ambiente - cad 0.indd IX 11/12/2009 20:40:41 X (cid:2) ECONOMIA DO MEIO AMBIENTE: TEORIA E PRÁTICA juntamente com questões econômicas e sociais. A intenção é de apresentar ao leitor uma visão didática sobre Economia do Meio Ambiente que possa ser aproveitada tanto nos cursos de Economia e afi ns como servir como uma excelente introdução nos cursos de pós-graduação interdisciplinares, que se multiplicam no país, que tratem da relação desen- volvimento socioeconômico e meio ambiente. Este livro, agora na sua segunda edição, representa uma iniciativa da Sociedade Bra- sileira de Economia Ecológica — ECOECO,* que busca o desenvolvimento e a dissemi- nação da economia ecológica no Brasil. A economia ecológica se defi ne como um campo de conhecimento transdisciplinar (ou seja, que transcende as fronteiras disciplinares), desenvolvido a partir do reconhecimento de que, de um lado, o sistema socioeconômico baseia-se e depende dos sistemas naturais e, de outro lado, ele interfere e transforma o funcionamento destes últimos. Em vez de colocar o bem-estar do homem no centro das preocupações, a economia ecológica preocupa-se igualmente com o fundamento ético das sociedades humanas que menosprezam os direitos das demais espécies de continuar exis- tindo, tendo promovido ações que levam à extinção acelerada. A atual problemática ambiental e as perspectivas de um desenvolvimento sustentável, portanto, não podem ser devidamente compreendidas apenas nos marcos da economia convencional ou da ecologia convencional. Neste sentido, propõe-se a integração entre economia e ecologia e destas com as ciências sociais e demais disciplinas relacionadas à questão. Repensar a natureza das atividades econômicas e seus efeitos negativos ao meio ambiente, de forma a buscar equacioná-los em resultados concretos que direcionem a um desenvolvimento sustentável, é o objetivo da ECOECO. A ECOECO foi criada em 1994 e atualmente encontra-se sediada no Centro de Desen- volvimento Sustentável da Universidade de Brasília — CDS/UnB, contando com cerca de 300 associados, provenientes de todas as macrorregiões do Brasil, onde se localizam as suas diretorias regionais. Dentre os associados encontram-se economistas, biólogos, agrônomos, fl orestais, cientistas sociais, geógrafos, engenheiros e diversos outros profi ssionais ligados à temática comum de compreender as complexas relações entre desenvolvimento econômico, equidade social e equilíbrio ambiental. A ECOECO realiza seus encontros nacionais bienais, sempre nos anos ímpares (veja o site http://www.ecoeco.org.br). A ECOECO constitui-se também como a seção brasileira da International Society for Ecological Economics — ISEE, criada em 1988 sob a liderança de Robert Costanza e Her- man Daly, entre outros colaboradores. Na estrutura da ISEE, além do Brasil, incluem-se ainda seções regionais em todo o mundo, entre estas as sociedades europeia — ESEE, Aus- trália e Nova Zelândia — ANZSEE, Canadá — CANSEE, Índia — INSEE, Estados Unidos — USSEE, Federação Russa — RSEE, Argentina e Uruguai — ASAUEE e Mesoamericana — MSEE. A ISEE promove desde 1990 seus congressos internacionais bienais, nos anos pares (mais informações no site http://www.ecoeco.org). Agradecemos a todos que nos apoiaram nesta iniciativa, que nasceu durante a reunião plenária do Congresso da ECOECO em Recife, quando da decisão de elaborar este livro- texto escrito por várias mãos. Agradecemos também à Maria Amélia Enríquez, atual presi- dente da ECOECO, que nos deu todo seu apoio e sugestões acerca dos capítulos do livro. * Sociedade Brasileira de Economia Ecológica, Universidade de Brasília — UnB, Centro de Desenvolvimento Susten- tável — CDS, Gleba A, Bloco C, Av. L3 Norte, Asa Norte — Brasília — DF, CEP 70904-970, Tel.: (61) 3107-6001, E-mail: [email protected], web: www.ecoeco.org.br. Economia do meio ambiente - cad 0.indd X 11/12/2009 20:40:42

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