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durabilidade e vida útil das estruturas hidráulicas de betão e de betão armado PDF

22 Pages·2011·3.02 MB·Portuguese
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1as Jornadas de MATERIAIS NA CONSTRUÇÃO 149 DURABILIDADE E VIDA ÚTIL DAS ESTRUTURAS HIDRÁULICAS DE BETÃO E DE BETÃO ARMADO ARMANDO CAMELO Engº Civil EDP Produção, SA Porto - Portugal SUMÁRIO A construção de Aproveitamentos Hidroeléctricos em Portugal teve recentemente um desenvolvimento relevante em face à aplicação do Plano Nacional de Barragens ao qual a EDP não podia deixar de estar presente, em particular na qualidade de Projectista de barragens, centrais hidroeléctricas e respectivas obras anexas. No enquadramento legal e normativo a durabilidade destas estruturas em betão e em betão armado não será inferior a 100 anos pelo que os critérios e especificações destes materiais nos respectivos projectos têm em consideração a acção química das águas de contacto, as características relevantes das propriedades dos betões que influenciam a durabilidade e, em particular, os condicionamentos de prazos de construção e de aplicação em obra, resultantes dos gradientes térmicos provocados por betonagens de elevados volumes correspondentes a aplicação do conceito de “betão em massa”. 1. INTRODUÇÃO E ENQUADRAMENTO NAS OBRAS HIDRÁULICAS O conceito de vida útil das estruturas em geral encontram-se definidos no Eurocódigo [1] como o “período durante o qual se pretende que uma estrutura ou parte da mesma seja utilizada para as funções a que se destina, com a manutenção prevista mas sem necessidade de grandes reparações”, sendo os valores especificados naquela mesma norma em termos de categoria das estruturas, e transcritos no DNA da NP EN 206 [2] conforme indicado na Tabela 1, pelo que a categoria das estruturas ou parte das estruturas de betão e de betão armado a executar em aproveitamentos hidroeléctricos deverá ser da categoria 5. 150 JMC’2011 Tabela 1: Categorias da vida útil das estruturas de betão. Vida útil das obras Exemplos Categoria Anos 1 10 Estruturas temporárias 2 10 a 25 Partes estruturais substituíveis, p. ex., apoios 3 15 a 30 Estruturas para a agricultura e semelhantes 4 50 Edifícios e outras estruturas comuns 5 100 Edifícios monumentais, pontes e outras estruturas de engenharia civil Por sua vez, e sobre o conceito de durabilidade, refere-se igualmente no Eurocódigo [1] que a deterioração das estruturas não deve reduzir o seu desempenho ao longo da vida útil abaixo do prescrito, tendo em conta as acções ambientais e o nível de manutenção previsto, sendo que aquelas acções devem ser identificadas na fase de projecto de modo a estimar a durabilidade e avaliar o grau de deterioração. Esta identificação das acções ambientais é fundamental que seja desenvolvida na fase de projecto em particular quanto aos seus valores característicos como é por exemplo o da agressividade química das águas de contacto com as estruturas de betão e de betão armado e se o efeito de “lixiviação” e/ou ataque químico são ou não severos. Haverá também que diferenciar a capacidade incrustante que as águas de contacto têm ou não nos betões e se essa diferenciação exige que sejam tomadas medidas de minimização contra os riscos de perda de resistência ou de capacidade de passivação das armaduras. Para além das características intrínsecas (desempenho e geometria) dos materiais aplicados nas estruturas que influenciam o desenvolvimento do grau de deterioração dos betões, esta não depende exclusivamente das acções ambientais mas também de factores relevantes de ordem técnica e também de factores humanos relacionados com: - características dos materiais constituintes dos betões seleccionados em fase de projecto; - abordagem e técnicas de execução dos estudos de misturas de betão; - níveis de controlo aplicado na obra pelos intervenientes; - cumprimentos das tolerâncias de doseamento dos constituintes dos betões; - a qualidade dos equipamento de fabrico, transporte, colocação e compactação dos betões; - riscos de gradientes térmicos elevados entre os betões superficiais e a massa interna dos volumes betonados (cujas condições fronteira – físicas e climáticas - são determinantes); - condições de execução, por exemplo relacionadas com dificuldades em acessos; - condições de segurança no trabalho; - condições ambientais de execução associadas aos tempos de trajecto e de acessos aos pontos de aplicação dos betões particularmente em obras subterrâneas; - grau de ambientação, competências e condições de remuneração do pessoal afecto à execução; - níveis de controlo, monitorização e manutenção em fase de exploração; Estes factores terão notoriedade acrescida em face dos graus de dificuldade de execução da obra quer no que diz respeito aos volumes de trabalho envolvidos quer no que diz respeito aos prazos exigidos aos intervenientes no processo construtivo. 1as Jornadas de MATERIAIS NA CONSTRUÇÃO 151 Assim, a deterioração das estruturas de betão e de betão armado nas estruturas hidráulicas, apesar do elevado número de variáveis que afectam o processo, pode ser acautelado pela consideração de requisitos e/ou especificações reconhecidas, mas tendo sempre em conta a experiência obtida em construções anteriores e de semelhante grau de dificuldade, como aliás se prevê naquele Eurocódigo [1]. Neste enquadramento, a observação e monitorização das obras existentes e em exploração são fundamentais para a constante avaliação do seu desempenho, tendo em consideração as datas de construção. Portugal tem em exploração 65 barragens cuja construção se iniciou em 1913 correspondente ao mais antigo registo de barragens existente na Comissão Nacional Portuguesa das Grandes Barragens [3] Na Fig. 1a) indicamos o número de barragens em Portugal em função da respectiva idade, onde podemos observar um número já significativo (25) de obras com idades superiores a 50 anos, e na Fig.1b) podemos observar a evolução no tempo do número de barragens em função da idade, observando-se que em 2050, dos actuais aproveitamento em exploração, 36 terão mais de 75 anos e 9 terão mais de 100 anos. Idade das Barragens em Portugal No. e Idade das barragens em Portugal (betão e alvenaria) -ano de ref. -2011 (betão e alvenaria) -ano de ref. -2011 70 62 > 70 60 >50 Anos 60 a 70 50 s)50 a 60 ns 40 Idade (Ano3400 aa 4500 .de Barrage3400 25 30 36 >75 Anos No20 17 20 a 30 10 7 9 >100 Anos < 20 3 0 1 2 0 0 5 10 15 20 2011 2020 2030 2050 No.de barragens Ano a) b) Figura1: Número e idade das barragens existentes em Portugal. Deste modo, recolhendo informação sobre a qualidade do betões aplicados naquelas obras a partir de documentos da época da construção das barragens da EDP, e por outro lado observando a evolução dos resultados da qualidade da água das albufeiras e ainda acompanhando a monitorização do envelhecimento destas estruturas hidráulicas, obtemos adequado ensinamento sobre os parâmetros e características que são mais relevantes para a manutenção das estruturas durante a sua vida útil. 2. DETERIORAÇÃO E PATOLOGIAS DAS ESTRUTURAS DE BETÃO Grande parte das estruturas de betão projectadas e executadas em Aproveitamentos Hidroeléctricos são, como se referiu atrás, estruturas de “betão em massa”, com e sem 152 JMC’2011 armaduras (ver fig 2.), sendo que o conceito de “betão em massa” pode não ser apenas uma questão de geometria de secção ou dimensão das estruturas. De acordo com o ACI Committe 207 [4] betão em massa é definido como o “volume de betão moldado no local com suficientes dimensões para exigir que sejam tomadas medidas para lidar com a geração de calor interno originado pela hidratação do ligante e para lidar com a correspondente variação de volumes para minimizar os riscos de fissuração”. a b c Figura 2: Barragem do Alqueva (a e c) e difusor da central de Venda Nova II. De salientar que podem enquadrar-se nesta definição secções com dimensão inferior a 1 metro quando a aplicação do betão decorre épocas de elevado arrefecimento nocturno (caso dos períodos dos equinócios em Portugal) e/ou de aplicação de misturas com elevadas dosagens em ligante por imposição das classes de resistência e respectiva idade de verificação associadas ou não a exigências de especificação ambiental (por exemplo numa classe XA2 com cimento do tipo I a E464 [5] prescreve-se uma classe de resistência C40/50). Por isso convém recordar que a própria norma NP EN 206-1 refere que podem ser requeridos requisitos adicionais ou diferentes nos casos de aplicação de betões para estruturas em grandes massas As principais causas de deterioração das estruturas de betão em massa estão relacionadas com ocorrência de fissuração e perda de propriedades físicas, químicas ou mecânicas dos betões cujas ocorrências podem evidenciar-se em idade do betão ainda jovem e em idades mais avançadas e ainda por factores associadas às tensões térmicas desenvolvidas durante a construção ou desenvolvidas durante os ciclos térmicos anuais (ver Fig.3 e 4). 1as Jornadas de MATERIAIS NA CONSTRUÇÃO 153 Em idades mais jovens a ocorrência de patologias de deterioração na estrutura podem ter origem nos seguintes factores : - assentamento plástico do betão - deficiente preparação das juntas de betonagem; - insuficiente estanqueidade das cofragens; - insuficiente capacidade resistente dos cimbres e cofragens - deficiente cura originando retracção superficial ; - retracção excessiva por elevadas tolerâncias de doseamento das misturas; - excessiva variação granulométrica dos agregados em relação aos estudos de mistura; - insuficiente rendimento de colocação do betão; - gradientes térmicos de curta e longa duração; a b e c d Figura 3: Assentamento plástico do betão (a, b), RAA nas barragens de A. Ceira e Pracana (c, d) e erosão de 11m no túnel do descarregador cheias com 2000m3 de volume (Glen Canyon Dam). Em idades mais avançadas outras factores são mais determinantes, tais como: - fissuração devido a reacção expansivas alcali agregado (RAA), dos tipos alcali-silica, alcali-silicato ou alcali.carbonato; - fissuração por reacções sulfáticas internas expansivas pela exposição das estruturas a águas com elevados teores em sulfatos ou por formação de etringite retardada. - erosões excessivas por cavitação hidráulica ou caudal sólido importante A estas causas de deterioração e de patologias nas estruturas de betão em aproveitamentos hidroeléctricos acrescem ainda os fenómenos de envelhecimento correntes dos betões associados à carbonatação nas zonas submersas e não submersas, sendo que naquelas a velocidade de evolução é muitíssimo baixa. 154 JMC’2011 Figura 4: Efeitos tensionais dos gradientes térmicos numa barragem de secção gravidade. Análise em fase de construção. Na Fig.5 esquematizamos um modelo da interpretação dos fenómenos de deterioração das estruturas de betão associadas às acções químicas (de carácter ambiental) e físicas e as respectivas consequências nas estruturas. [6] Figura5: Possíveis mecanismos envolvidos na deterioração das estruturas de betão(1). (1) CSH – Silicatos hidratados de cálcio produzidos na hidratação do clinker. 1as Jornadas de MATERIAIS NA CONSTRUÇÃO 155 Noutros documentos encontramos igualmente modelos e estruturas dos mecanismos de deterioração do betão nas situações mais correntes aos quais cabe igualmente fazer referência como os indicados na NP EN 1504-9:2009 – “Produtos e sistemas para aprotecção e reparação de estruturas de betão. Parte 9: Princípios gerais para a utilização de produtos e sistemas”. Não consideramos como causas de deterioração as consequências de acções acidentais como são o caso de sismos, de risco de incêndio, caudais de cheia excepcionais, para os quais o projecto deverá prever dimensionamento adequado como se determina no Regulamento de Segurança de Barragens [7]. 3. IDENTIFICAÇÃO DAS ACÇÕES AMBIENTAIS EM OBRAS HIDRÁULICAS 3.1 Agressividade das águas de contacto com os betões As águas de contacto com os betões desempenham um papel muito relevante na evolução dos fenómenos de deterioração. No entanto não poderemos deixar de salientar que o betão saturado em água num estado estacionário pode contribuir para um aumento da durabilidade do mesmo betão. Nas obras hidráulicas estão em contacto com a água os paramentos de betão da barragem a montante e os paramentos das estruturas das tomadas de água, restituição, circuito hidráulico e descarregadores de cheias e de fundo, com pressões variáveis consoante o aproveitamento, e ainda com variações da mineralização da água. Além disso os paramentos em contacto com os solos encontram-se também saturados, e aqui o grau de mineralização é também variado e fortemente influenciado pelas características mineralógicas dos maciços rochosos onde essas estruturas se apoiam. Acresce que os gases dissolvidos na água das chuvas e nos cursos de água estão em geral em equilíbrio com a atmosfera, mas após atingirem os aquíferos tendem a ficar retidos, como acontece com o dióxido de carbono (CO ) e o oxigénio (O ), sendo o primeiro um gás 2 2 relativamente solúvel que, ao hidrolizar-se, produz ácido carbónico originando um abaixamento do valor pH. Também numa albufeira, a concentração de O na água é variável com a profundidade 2 (eutrofização da água com menos O e maior concentração de produtos azotados e fosfatados) 2 criando condições de maiores concentrações de anidrido carbónico agressivo pela capacidade de dissolução do hidróxido de cálcio (CH) dos betões. A caracterização da agressividade da água varia com a temperatura ao longo do ano alterando assim a sua capacidade de dissolução. Também ao longo do período da vida útil da obra, a água da albufeira tem maiores concentrações de matéria orgânica após o primeiro enchimento devido à vegetação que fica submersa e, consequentemente apresenta maior concentração de CO em idades mais avançadas do aproveitamento. 2 A classificação da agressividade química dos solos naturais e da águas subterrâneas é definida na NP EN 206-1 [2] e está subdividida em 3 classes - XA1, XA2 e XA3 – como ligeiramente agressiva, moderadamente agressiva e fortemente agressiva, respectivamente e em função das 156 JMC’2011 concentrações de sulfatos (SO 2-), dióxido de carbono agressivo (CO ), amónio (NH +), 4 2 4 magnésio (Mg2+) e do valor de pH (ver Tabela 2) De salientar que os valores indicados naquela normativa são válidos para os limites de temperatura entre 5ºC e 25ºC e considerando que o contacto da água com o betão se refere a um estado quase estacionário, situação que ocorre nos paramentos da barragem mas não nos circuitos hidráulicos ou nos descarregadores. Tabela 2: Valores limite das classes de exposição para o ataque químico de solos e águas neles contida conforme NP EN 206-1. Nos casos correntes deveremos ainda contar com o poder dissolvente ou incrustante das águas, definidas em função da variação da alcalinidade num ensaio de dissolução do carbonato de cálcio na água da amostra registando a diferença entre o valore do pH obtido com o valor do pH inicial, designado pelo parâmetro I [8]. Valores positivos de I com maior alcalinidade final significam que a água dissolve o carbonato de cálcio e não é incrustante, valores negativos significam uma alcalinidade final inferior pela precipitação do carbonato de cálcio e portanto a água é incrustante, e para valores nulos a água não precipita o carbonato e por isso não protege o betão. No entanto dever-se-á ter em conta a influência de iões agressivos na água, (sulfatos, sulfuretos, magnésio, amónia) definindo-se assim a agressividade química como moderada ou elevada conforme indicado na Tabela 3 [8]. 1as Jornadas de MATERIAIS NA CONSTRUÇÃO 157 Tabela 3: Agressividade química da água. Agressividade Índice Teor em iões Valor do poder química I agressivos (mg(l) incrustante (mg/l) ≥ 300 - - - Elevada I ≥ 0 - - - > + 25 I ≥ 0 < 300 < +25 Moderada I < 0 > 300 - - - Um outro critério que podemos referir [9] combina três parâmetros característicos: o valor do pH, a mineralização relativa ao total de sais dissolvidos (TSD) e o índice saturação de Langelier (i) com base no algoritmo de Morton [10]: i = pH + log C + log A + 0,025 T – 0,011 S (1/2) – 12,3 onde C é a dureza carbonatada da água (mg CaCO3/l); A é a alcalinidade (mg CaCO3/l); T é a temperatura da água entre 0ºC e 25ºC S é total de sais dissolvidos (mg/l) com limite máximo de 1000mg/l. Na Tabela 4 indicamos a classificação da potencialidade agressiva das águas aos betões de acordo com este critério. Tabela 4: Classificação da potencialidade agressiva da água [7]. Parâmetro Valores limite Classificação da agressividade ≤ 6 Elevado potencial agressivo 6 < pH ≤ 8 Aguas equilibradas mas poder dissolvente para TSD baixos pH 8 < pH ≤ 10 Baixo ou nulo potencial agressivo pH > 10 Potencial agressivo para os minerais silicatados ≤ 100 Elevado poder dissolvente 100 < TSD ≤ 300 Baixo poder dissolvente e moderado potencial agressivo TSD 300 < TSD ≤ 800 Baixo ou nulo potencial agressivo TSD > 800 Elevada probabilidade de conter iões agressivos ao betão i ≤ (-3) Aguas fortemente agressivas (-3) < i ≤ (-1) Aguas medianamente agressivas i (-1) < i ≤ 1 Aguas pouco agressivas i < 1 Aguas não agressivas Dadas dificuldades na realização de estudos de previsão de mineralização e eutrofização das águas numa albufeira, recorre-se em geral ao comportamento em outras albufeiras com as devidas correlações em relação às características litológicas, geológicas e geotécnicas dos maciços a montante dos aproveitamentos. Também é importantes a análise histórica da evolução dos parâmetros característicos da água das albufeiras, valores monitorizados pelos Laboratórios de EDP (Labelec) que nos permitem correlacionar e obter modelos de previsão da agressividade das águas para os betões da obras hidráulicas. 158 JMC’2011 3.2 Influência dos agregados na deterioração dos betões As normativas nacionais aplicadas aos agregados para betão determinam a aptidão destes constituintes a partir de ensaios de caracterização mecânica, física, geométrica e química, parâmetros que devem ser convenientemente avaliados na fase de projecto ou antes do início da obra que permitam estabelecer quais as medidas a adoptar na formulação das misturas de betão ou adoptar medidas preventivas de protecção ou minimização de riscos expansão potencial por ocorrências de reacções expansivas internas. Com efeito, de acordo com a norma NP EN 206-1:2007 e respectivo DNA e ainda do NP EN 206-1:2007 EMENDA 1:2008, determina-se que, sobre a caracterização dos agregados, se tenham em consideração as seguintes normativas: a) NP EN 12620:2002+A1:2010 que regulamenta a Marcação CE dos agregados para betão; b) A Especificação LNEC E467:2006 - Guia para a utilização de agregados em betões de ligantes hidráulicos; c) A Especificação E461:2007 – Betões: Metodologias para prevenir reacções expansivas internas. Em obras de aproveitamentos hidráulicos, os volumes de betão envolvidos são , em geral, de quantidades significativas, pelo que no início da exploração de manchas de empréstimo associadas à construção das obras, devem ser devidamente caracterizadas. As manchas de empréstimo podem ter origem em pedreiras para exploração da rocha após realização de reconhecimento litológico e geotécnico do maciço pelos métodos convencionais, ou podem ter origem em depósitos aluvionares naturais avaliando-se em ambos os casos os volumes necessários comparados com os volumes disponíveis de exploração após eliminação das perdas habituais de desmonte e processamento. Em ambos os casos é fundamental que caracterização seja levada a cabo utilizando recolha de sondagens até profundidades adequadas com furação à rotação que permita recolher de amostras da rocha mãe (ver Fig.5), e no caso de depósitos aluvionares pela realização de poços de prospecção com recolha de amostras a diferentes profundidades em face da estratificação natural em que se apresentam estes materiais. Para além da determinação das propriedades mecânicas e físicas da rocha, são realizados no mínimo os seguintes ensaios: - análise petrográfica de diferentes fácies da rocha com avaliação do potencial reactivo aos álcalis segundo E461 e RILEM AAR-1[11]; - analise mineralógica do rocha - analise química da rocha - avaliação do grau anisotropia da rocha - ensaios de fracturação experimental em moinho laboratorial - determinação das propriedades físicas e geométricas dos agregados grossos e finos produzidos na fracturação exprimental;

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De acordo com o ACI Committe 207 [4] betão em massa é definido como o “volume de betão moldado no local com suficientes dimensões para exigir
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