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Dos mitos acerca do determinismo climático/ambiental na história do pensamento geográfico e ... PDF

677 Pages·2011·3.56 MB·Portuguese
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UNIVERSIDADE DE SÃO PAULO FACULDADE DE FILOSOFIA, LETRAS E CIÊNCIAS HUMANAS ILTON JARDIM DE CARVALHO JÚNIOR Dos mitos acerca do determinismo climático/ambiental na história do pensamento geográfico e dos equívocos de sua crítica: reflexões metodológicas, teórico- epistemológicas, semântico-conceituais e filosóficas como prolegômenos ao estudo da relação sociedade-natureza pelo prisma da idéia das influências ambientais V.1 (versão corrigida) São Paulo 2011 ILTON JARDIM DE CARVALHO JÚNIOR Dos mitos acerca do determinismo climático/ambiental na história do pensamento geográfico e dos equívocos de sua crítica: reflexões metodológicas, teórico- epistemológicas, semântico-conceituais e filosóficas como prolegômenos ao estudo da relação sociedade-natureza pelo prisma da idéia das influências ambientais Tese apresentada à Faculdade de Filosofia, Letras e Ciências Humanas da Universidade de São Paulo para obtenção do título de Doutor em Geografia. Área de Concentração: Geografia Física. Orientador: Prof. Dr. Tarik Rezende de Azevedo São Paulo 2011 CARVALHO JUNIOR, I. J. Dos mitos acerca do determinismo climático/ambiental na história do pensamento geográfico e dos equívocos de sua crítica: reflexões metodológicas, teórico-epistemológicas, semântico-conceituais e filosóficas como prolegômenos ao estudo da relação sociedade-natureza pelo prisma da idéia das influências ambientais. 2011. 677 f. Tese (Doutorado em Geografia Física) – Faculdade de Filosofia, Letras e Ciências Humanas, Universidade de São Paulo, São Paulo. Ilton Jardim de Carvalho Junior Dos mitos acerca do determinismo climático/ambiental na história do pensamento geográfico e dos equívocos de sua crítica: reflexões metodológicas, teórico- epistemológicas, semântico-conceituais e filosóficas como prolegômenos ao estudo da relação sociedade-natureza pelo prisma da idéia das influências ambientais. Tese apresentada à Faculdade de Filosofia, Letras e Ciências Humanas da Universidade de São Paulo para obtenção do título de doutor em Geografia. Área de Concentração: Geografia Física. Aprovado em: Banca Examinadora Prof. Dr.______________________________________________________________ Instituição: __________________________ Assinatura:________________________ Prof. Dr.______________________________________________________________ Instituição: __________________________ Assinatura:________________________ Prof. Dr.______________________________________________________________ Instituição: __________________________ Assinatura:________________________ Prof. Dr.______________________________________________________________ Instituição: __________________________ Assinatura:________________________ Prof. Dr.______________________________________________________________ Instituição: __________________________ Assinatura:________________________ A meus pais, pelo amor, atenção e empenho dedicados e que me permitiram concluir mais esta etapa AGRADECIMENTOS Aos meus pais, por serem os maiores responsáveis pelas minhas conquistas e por terem tantas qualidades que me estimulam a preservar meus valores de vida. A eles devo tudo, e o tudo não cabe nas 677 páginas desta tese. Ao meu orientador Dr.Tarik Rezende de Azevedo, pela paciência e pelas chances dadas. Ao amigo e Prof. Dr. Júlio César Suzuki, professor marcante em minha formação na graduação, e pessoa de inestimável valor que, com suas qualidades como intelectual e como mestre, representou importante motivação para minha carreira acadêmica. Ao estimado professor Dr. José Bueno Conti, pelas conversas, pelo incentivo e pelo caráter inspirador. Trata-se de um grande nome da geografia, não apenas pela contribuição intelectual, mas também pela nobreza de idéias e de espírito. Ao amigo Rodolfo de Oliveira Souza, pela participação na banca, e pela longa amizade. Ao Prof. Dr. Élvio Rodrigues, por sua contribuição no processo de qualificação. Ao amigo Jailson Rodrigo Pacheco, pelos 12 anos de amizade e pelas ajudas com a finalização da digitação e organização da tese. Foram dias de muitas risadas. À Amiga Maria do Carmo Jorge, pela longa amizade que data do primeiro dia do curso de graduação nos idos dos anos 90, e por me receber em seu lindo pedaço de Mata Atlântica em Ubatuba ao longo do período de doutorado. À Amiga Maria Carolina Schaedler, pela amizade e pelas dicas na área de psicanálise. Ao amigo William Moritz, pelos 10 anos de amizade, e pela ajuda com os textos em grego clássico. Conclusão a sucata!... Fiz o cálculo, Saiu-me certo, fui elogiado... Meu coração é um enorme estrado Onde se expõe um pequeno animálculo... A microscópio de desilusões Findei, prolixo nas minúcias fúteis... Minhas conclusões práticas, inúteis... Minhas conclusões teóricas, confusões... Que teorias há para quem sente O cérebro quebrar-se, como um dente Dum pente de mendigo que emigrou? Fecho o caderno dos apontamentos E faço riscos moles e cinzentos Nas costas do envelope do que sou... Fernando Pessoa (Álvaro de Campos) ―Por isso, cada um, em regra geral, se esforçará para que sua própria tese triunfe, mesmo quando no momento lhe pareça falsa ou duvidosa; os recursos de sua argumentação lhe são dados, em certa medida, por sua própria astúcia e malícia, pois é isso o que lhe ensina a experiência cotidiana de discutir. E aquele que sai vencedor de uma discussão deve-o, muitas vezes, não tanto à veracidade dos juízos expostos em suas proposições, quanto à astúcia e à destreza com que os defendeu.‖ Arthur Schopenhauer Fragmentos de uma autobiografia Primeiro entretiveram-me as especulações metafísicas, as idéias científicas depois. Atraíram- me finalmente as sociológicas. Mas em nenhum destes estádios da minha busca da verdade encontrei segurança e alívio. Pouco lia, em qualquer das preocupações. Mas no pouco que lia, tantas teorias me cansava de ver, contraditórias, igualmente assentes em razões desenvolvidas, todas elas igualmente prováveis e de acordo com uma certa escolha de fatos que tinha sempre o ar de ser os fatos todos. Se erguia dos livros os meus olhos cansados, ou se dos meus pensamentos desviava para o mundo exterior a minha perturbada atenção, só uma coisa eu via, desmentindo-me toda a utilidade de ler e pensar, arrancando-me uma a uma todas as pétalas da idéia do esforço: a infinita complexidade das coisas, a imensa soma, a prolixa inatingibilidade dos próprios poucos fatos que se poderiam conceber precisos para o levantamento de uma ciência. O desgosto de não encontrar nada encontrei comigo pouco a pouco. Não achei razão nem lógica senão a um ceticismo que nem sequer buscava uma lógica para se defender. Em curar- me disto não pensei – por que me havia eu de curar disso? E o que era ser são? Que certeza tinha eu que esse estado de alma deva pertencer à doença? Quem nos afirma que, a ser doença, a doença não era mais desejável, ou mais lógica, ou mais, do que a saúde? A ser a saúde preferível, porque era eu doente se não por naturalmente o ser, e se naturalmente o era, por que ir contra a Natureza, que para algum fim, se fim ela tem, me quereria decerto doente? Nunca encontrei argumentos senão para a inércia. Dia a dia mais e mais se infiltrou em mim a consciência sombria da minha inércia de abdicador. Procurar modos de inércia, apostar-me a fugir a todo o esforço quanto a mim, a toda a responsabilidade social – talhei nessa matéria de a estátua pensada da minha existência. Deixei leituras, abandonei casuais caprichos de este ou aquele modo estético da vida. Do pouco que lia aprendi a extrair só elementos para o sonho. Do pouco que presenciava, apliquei-me a tirar apenas o que se podia, em reflexo distante e errado, prolongar mais dentro de mim. Esforcei-me porque todos os meus pensamentos, todos os capítulos quotidianos da minha experiência me fornecessem apenas sensações. Criei à minha vida uma orientação estética. E orientei essa estética para puramente individual. Fi-la minha apenas. Apliquei-me depois, no decurso procurado do meu hedonismo interior, a furtar-me às sensibilidades sociais. Lentamente me couracei contra o sentimento do ridículo. Ensinei-me a ser insensível quer para os apelos dos instintos quer para as solicitações. Reduzi ao mínimo o meu contato com os outros. Fiz o que pude para perder toda a afeição à vida. Do próprio desejo da glória lentamente me despi, como quem cheio de cansaço se despe para repousar. Do estudo da metafísica, das ciências, passei a ocupações de espírito mais violentas para o equilíbrio dos meus nervos. Perdi-me pelos sistemas secundários, excitados, da metafísica, sistemas cheios de analogias perturbantes, de alçapões para a lucidez, grandes paisagens misteriosas onde reflexos de sobrenatural acordam mistérios nos contornos. Envelheci pelas sensações... Gastei-me gerando os pensamentos... E a minha vida passou a ser uma febre metafísica, sempre descobrindo sentidos ocultos nas coisas, brincando com o fogo das analogias misteriosas, procrastinando a lucidez integral, a síntese normal para se denegrir . Caí numa complexa indisciplina cerebral, cheia de indiferenças. Onde me refugiei? Tenho a impressão de que não me refugiei em parte nenhuma. Abandonei-me, mas não sei a quê. Concentrei e limitei os meus desejos, para os poder requintar melhor. Para se chegar ao infinito, e julgo que se pode lá chegar, é preciso termos um porto, um só, firme, e partir dali para Indefinido. Que sonhos tenho? Não sei. Forcei-me por chegar a um ponto onde nem saiba já em que penso, com que sonho, o que visiono. Parece-me que sonho cada vez demais longe, que cada vez mais sonho o vago, o impreciso, o invisionável. Não faço teorias a respeito da vida. Se ela é boa ou má não sei, não penso. Hoje sou ascético na minha religião de mim. Uma chávena de café, e os meus sonhos substituem bem o universo e as suas estrelas, o trabalho, o amor, até a beleza e a glória. Não tenho quase necessidade de estímulos. Ópio tenho-o eu na alma. FERNANDO PESSOA, LIVRO DO DESASSOSSEGO O homem perante a natureza - Blaise Pascal A primeira coisa que se oferece ao homem ao contemplar-se a si próprio, é seu corpo, isto é, certa parcela de matéria que lhe é peculiar. Mas, para compreender o que ela representa a fixá-la dentro de seus justos limites, precisa compará-la a tudo o que se encontra acima ou abaixo dela. Não se atenha, pois, a olhar para os objetos que o cercam, simplesmente, mas contemple a natureza inteira na sua alta e plena majestosidade. Considere esta brilhante luz colocada acima dele como uma lâmpada eterna para iluminar o universo, e que a Terra lhe apareça como um ponto na órbita ampla deste astro e maravilhe-se de ver que essa amplitude não passa de um ponto insignificante na rota dos outros astros que se espalham pelo firmamento. E se nossa vista aí se detém, que nossa imaginação não pare; mais rapidamente se cansará ela de conceber, que a natureza de revelar . Todo esse mundo visível é apenas um traço perceptível na amplidão da natureza, que nem sequer nos é dado a conhecer de um modo vago. Por mais que ampliemos as nossas concepções e as projetemos além de espaços imagináveis, concebemos tão somente átomos em comparação com a realidade das coisas. Esta é uma esfera cujo centro se encontra em toda parte e cuja circunferência não se acha em alguma. Que o homem, voltado para si próprio, considere o que ele é diante do que existe; que se encare como um ser extraviado neste pequeno setor da natureza, e que da pequena cela do universo onde se acha preso, aprenda a avaliar em seu valor exato a terra, os reinos, as cidades e ele próprio. Que é um homem diante do infinito? (...) Quem assim raciocinar há de apavorar-se de si próprio e, considerando-se suspenso entre esses dois abismos do infinito e do nada, tremerá à vista de tantas maravilhas; e creio que, transformando sua curiosidade em admiração, preferirá contemplá-las em silêncio a investigá-las com presunção. Afinal que é o homem dentro da natureza? Nada, em relação ao infinito; tudo, em relação ao nada; um ponto intermediário entre o tudo e o nada. Infinitamente incapaz de compreender os extremos, tanto o fim das coisas quanto o seu princípio permanecem ocultos num segredo impenetrável, e é-lhe igualmente impossível ver o nada de onde saiu e o infinito que o envolve. Que poderá fazer, portanto, senão perceber alguma aparência das coisas num eterno desespero e não poder conhecer nem seu princípio nem seu fim? Todas as coisas saíram do nada e são levadas para o infinito – que haverá além desses assombrosos limites? O autor das maravilhas o sabe; ninguém mais. Por não haver meditado sobre esses infinitos, puseram-se os homens temerariamente a investigar a natureza, como se tivessem alguma proporção com ela. E é estranho que tenham querido compreender os princípios das coisas, e

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(Doutorado em Geografia Física) – Faculdade de Filosofia, Ciências e .. 3.5.1. Do clima refém do determinismo ambiental ao clima vilão do futuro da .. volume bíblico de cada pesquisador que representasse sua área de invariably ‗star the energetic European down the same easy descent to
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