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direito natural e iluminismo no direito português do final do antigo regime PDF

223 Pages·2011·1.51 MB·Portuguese
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UNIVERSIDADE FEDERAL DO CEARÁ – UFC FACULDADE DE DIREITO PROGRAMA DE PÓS-GRADUAÇÃO EM DIREITO DIREITO NATURAL E ILUMINISMO NO DIREITO PORTUGUÊS DO FINAL DO ANTIGO REGIME GUSTAVO CÉSAR MACHADO CABRAL FORTALEZA 2011 Gustavo César Machado Cabral Direito natural e iluminismo no direito português do final do Antigo Regime Dissertação de Mestrado apresentada ao Programa de Pós- Graduação em Direito da Faculdade de Direito da Universidade Federal do Ceará, como exigência para a obtenção do título de Mestre em Direito. Orientador: Prof. Dr. Marcio Augusto de Vasconcelos Diniz Fortaleza 2011 2 FOLHA DE APROVAÇÃO Após a sessão de defesa pública desta Dissertação de Mestrado, o candidato foi considerado A P R O V A D O pela Banca Examinadora. Prof. Dr. Marcio Augusto de Vasconcelos Diniz Orientador (UFC) Prof. Dr. Marcelo Lima Guerra Membro Examinador (UFC) Prof. Dr. Airton Cerqueira Leite Seelaender Membro Examinador (UFSC) 3 A todos os estudiosos e amantes da História do Direito, na esperança de que com ela este trabalho tenha contribuído. À minha família, mamãe, Mário Andre, tia Andréa e vovó. À memória do meu pai. A Luana. 4 "Com efeito, a História deve preceder e acompanhar perpetuamento o estudo do direito. Não há tocha mais luminosa para a boa inteligência das leis" Compéndio Histórico da Universidade de Coimbra, 1771 5 RESUMO Este trabalho pretende investigar de que modo o direito português do final do Antigo Regime se relacionou com as modernas doutrinas do direito natural e com o iluminismo característico do absolutismo esclarecido da segunda metade do século XVIII. Para o desenvolvimento deste trabalho, além da bibliografia especializada, a qual inclui a consulta a escritos da época, foram abundantemente utilizadas coleções de leis e de decisões judiciais do período. Partindo de uma contextualização política, econômica, cultural e jurídica de Portugal, das mudanças filosóficas que sofreu a idéia de direito natural a partir das obras de Hugo Grotius e de Samuel von Pufendof e da emergência do usus modernus pandectarum, percebeu-se que, no reinado de D. José I e no consulado do Marquês de Pombal (1750-1777), o direito foi elemento fundamental para garantir as reformas e a modernização do Reino pretendidas pela Coroa Portuguesa, pois serviu para centralizar na figura do rei-legislador a única fonte da qual emanariam as leis, garantindo a predominância do seu poder. Regulamentando a aplicação do Direito Romano, concederam-se importantes poderes à Casa da Suplicação, principal tribunal régio do período. Essa recepção do direito natural pela legislação, pela doutrina, pela Universidade e pela Casa da Suplicação facilitou a penetração das idéias liberais do final do século XVIII, as quais, da mesma forma que o absolutismo esclarecido, tiveram origem nas modernas teorias do direito natural. A reforma do Antigo Regime, nas suas últimas décadas, portanto, contribuiu para o seu fim, e o Direito, especialmente o direito natural, teve papel fundamental nesse contexto. Palavras-chave: Antigo Regime. Direito natural. Reformismo pombalino e josefino. 6 ABSTRACT This thesis aims at investigating how Portuguese Law in the end of Ancient Regime was related to the modern doctrines of Natural Law and to the Enlightened Absolutism of the second half of the eighteenth century. Besides specific literature on the subject, in which are included writings of that time, collections of Statutes and judicial decisions were largely used. At the beginning of this work, the main purpose was introducing the Portuguese political, economic, cultural and juridical context and then showing the philosophical changes of the concept of Natural Law on the works of Hugo Grotius and Samuel von Pufendorf and the emergence of the usus modernus pandectarum. This is important to clarify that, during the kingship of Joseph I and the government of Marquis of Pombal (1750-1777), Law was a fundamental instrument to grant the desire for changing and modernization of Portuguese Crown: it made the King the only source of law-making, which consolidated his power. In order to regulate the use of Roman Law, some powers were granted to the Casa da Suplicação, the most important Royal Court at the moment. The reception of Natural Law by legislation, doctrine and by institutions such as the University and the Casa da Suplicação helped the diffusion of liberal ideas in the end of 18th century, which had the same origins of the Enlightened Absolutism: the modern theories of Natural Law. Thus, the reforms in the Ancient Regime in its last decades contributed to its end, and the Law, mainly Natural Law, had a fundamental importance at this context. Keywords: Ancient Regime. Natural Law. King Joseph’s I and Marquis of Pombal’s reformation. 7 AGRADECIMENTOS À Fundação Cearense de Apoio ao Desenvolvimento Científico e Tecnológico (FUNCAP) e à Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior (CAPES), cujo apoio financeiro foi fundamental para o desenvolvimento dessas pesquisas. À Universidade Federal do Ceará (UFC), especialmente a todos os que compõem o Programa de Pós-Graduação em Direito, que acreditaram na proposta e auxiliaram em tudo o que foi possível. Agradeço aos professores e servidores ligados ao Programa, especialmente ao Prof. Dr. João Luís Nogueira Matias, nosso Coordenador, e a Marilene, cujo apoio e carinho com os discentes não pode ser olvidado. Ao meu orientador, Prof. Dr. Marcio Augusto de Vasconcelos Diniz. Desde que aceitou orientar esse projeto, no final de 2008, o Sr. foi um figura essencial no desenvolvimento dessas pesquisas. O auxílio material, com sugestões e empréstimos praticamente diários de livros, sem os quais este trabalho não poderia ter sido realizado, e a compreensão nas horas difíceis, foram imprescindíveis. Os meus mais sinceros agradecimentos. Ao Prof. Dr. Airton Cerqueira Leite Seelaender, que gentilmente aceitou o convite para participar da banca. Desde que tive o prazer de conhecê-lo, em janeiro de 2008, o Sr. foi fundamental para a minha opção definitiva pela História do Direito. A sua simplicidade e a sua disponibilidade, sempre que o procurei, mais do que terem me ajudado neste trabalho, são inspiradoras de como um pesquisador deve se portar. Ao Prof. Dr. Marcelo Lima Guerra, que prontamente se dispôs a participar da banca avaliadora. Sua visão crítica foi muito útil para o aprimoramento desta pesquisa, e a disposição sempre demonstrada para auxiliar os discentes ao seu redor é estimulante. Também não poderia deixar de agradecer ao Prof. Dr. Martonio Mont’Alverne Barreto Lima. Mesmo sem saber, sua participação foi decisiva para que me decidisse por estudar História do Direito, quando, no final de 2007, numa conversa no seu gabinete na Procuradoria Geral do Município de Fortaleza, falou da sua tese de Doutorado e das oportunidades que a área oferecia àquele momento. À minha família. Sem o amor e o carinho que me foram dados ao longo de todos esses anos, não teria conseguido chegar aqui. Minha mãe, meu irmão, minha avó e minha tia, o meu agradecimento não só pelo o que ocorreu nos últimos meses, mas por tudo o que vocês fizeram por mim em toda a minha vida. Se alcancei vitórias, elas se devem a vocês. 8 À memória do meu pai. Dez anos depois de ele nos ter deixado, penso em como ele estaria feliz nesse momento. O meu agradecimento por tudo o que ele fez em vida, ensinando- me a ser um homem de bem, e pela visão de futuro e de imprevisibilidade importante para subsidiar a nossa educação. A Luana, por todo o amor, companheirismo, amizade e confiança desses oito anos de relacionamento. Muito obrigado por fazer parte da minha vida, por sempre estar ao meu lado e por acreditar que podemos ser ainda mais felizes. Aos meus amigos, conquistados ao longo de todos esses anos, desde os tempos de Maceió, passando pelo Colégio 7 de Setembro, pela Graduação (dos quais eu não poderia deixar de mencionar os “Rochedo-Bacana”) e pelo Mestrado. Não os menciono nominalmente por medo de cometer alguma injustiça, mas quero que saibam que vocês são a maior riqueza que alguém pode ter, e a sua simples existência ajuda a vencer qualquer obstáculo. Por fim, tenho que dizer que este trabalho não teria se realizado sem a existência da internet. A digitalização de obras dos séculos, XVII, XVIII e XIX e a sua disponibilização eletrônica de forma gratuita foram imprescindíveis para que esta dissertação acontecesse. É para isso que serve a tecnologia, para difundir o conhecimento, sem restrições, e eu espero, sinceramente, que essas iniciativas continuem, proporcionando um acesso livre e cada vez mais intenso a tudo o que foi construído pelo homem. 9 SUMÁRIO INTRODUÇÃO .......................................................................................................... 12 1 ENTENDENDO O PORTUGAL DO SÉCULO XVIII ............................................ 17 1.1 Política .............................................................................................................. 17 1.2 Economia .......................................................................................................... 25 1.3 Cultura .............................................................................................................. 36 1.3.1 Questão religiosa ......................................................................................... 36 1.3.2 Os “estrangeirados” ..................................................................................... 44 1.3.3 As Universidades em Portugal ..................................................................... 49 1.4 Direito ............................................................................................................... 54 1.4.1 As fontes do Direito até 1750 ...................................................................... 54 2 DIREITO NATURAL E USUS MODERNUS ......................................................... 64 2.1 Antecedentes ..................................................................................................... 64 2.2 Hugo Grotius e as novas tendências ................................................................... 70 2.3 Os autores alemães do direito natural e o uso moderno ...................................... 79 2.3.1 O direito natural .......................................................................................... 79 2.3.2 O “usus modernus pandectarum” ................................................................. 95 2.4 A recepção da escola do direito natural e do usus modernus em Portugal ........... 99 3 O DIREITO PORTUGUÊS E AS REFORMAS POMBALINAS ........................... 109 3.1 D. José I e a legislação ..................................................................................... 109 3.2 A Lei da Boa Razão (1769) .............................................................................. 113 3.2.1 A proposta da Lei ...................................................................................... 113 3.2.2 As alterações ............................................................................................. 119 3.2.3 A ideia de “boa razão”............................................................................... 125 3.3 Os Estatutos da Universidade (1772) ............................................................... 133 3.3.1 Os Estatutos no contexto reformista .......................................................... 133 3.3.2 As alterações no programa do Direito ........................................................ 139 3.4 O arremate do capítulo ..................................................................................... 151 4 A RECEPÇÃO DO DIREITO NATURAL E DO ILUMINISMO NA CASA DA SUPLICAÇÃO ......................................................................................................... 153 4.1 Sobre a Casa da Suplicação.............................................................................. 153 4.2 Análises dos assentos ....................................................................................... 164 4.2.1 Assentos de 31.5.1710, 11.8.1714 e 14.7.1725 .......................................... 166 10

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No entanto, esse mesmo iluminismo que inspirou a Revolução 318 “Facultatem respicit iustitia Expletrix, quae propriè aut strictè iustitiae nomen
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