DIREITO E PODER ECONÔMICO V B ICENTE AGNOLI DIREITO E PODER ECONÔMICO Os Limites Jurídicos do Imperialismo frente aos Limites Econômicos da Soberania Data de fechamento: 31 de julho de 2008. © 2009, Elsevier Editora Ltda. Todos os direitos reservados e protegidos pela Lei no 9.610, de 19/02/1998. Nenhuma parte deste livro, sem autorização prévia por escrito da editora, poderá ser reproduzida ou transmitida, sejam quais forem os meios empregados: eletrônicos, mecânicos, fotográficos, gravação ou quaisquer outros. Editoração Eletrônica Tony Rodrigues Copidesque Livia Maria Giorgio Revisão Gráfica Renato Mello Medeiros Projeto Gráfico Elsevier Editora Ltda. A Qualidade da Informação Rua Sete de Setembro, 111 — 16o andar 20050-006 — Rio de Janeiro — RJ — Brasil Telefone: (21) 3970-9300 Fax: (21) 2507-1991 E-mail: [email protected] Escritório São Paulo Rua Quintana, 753 – 8o andar 04569-011 – Brooklin – São Paulo – SP Telefone: (11) 5105-8555 ISBN: 978-85-352-3224-0 Muito zelo e técnica foram empregados na edição desta obra. No entanto, podem ocorrer erros de digitação, impressão ou dúvida conceitual. Em qualquer das hipóteses, solicitamos a comunicação à nossa Central de Atendimento, para que possamos esclarecer ou encaminhar a questão. Nem a editora nem o autor assumem qualquer responsabilidade por eventuais danos ou perdas a pessoas ou bens, originados do uso desta publicação. Central de Atendimento Tel.: 0800-265340 Rua Sete de Setembro, 111, 16o andar – Centro – Rio de Janeiro E-mail: [email protected] Site: www.campus.com.br Cip-Brasil. Catalogação-na-fonte Sindicato Nacional dos Editores de Livros, RJ B134d Bagnoli, Vicente, 1976— Direito e poder econômico / Vicente Bagnoli. - Rio de Janeiro : Elsevier, 2009. 320p. Inclui bibliografia ISBN 978-85-352-3224-0 1. Direito e economia. I. Título. 08-2738. CDU: 346 03.07.08 03.07.08 007472 DireitoePoder_Santuario.indd 4 8/25/08 2:17:48 PM “O bem comum exige, pois, que, com respeito aos direitos da pessoa, os poderes públicos exerçam uma dupla ação: a primeira no sentido de harmonizar e tutelar esses direitos, a outra, a promovê-los. Haja, porém, muito cuidado em equilibrar, da melhor forma possível, essas duas modalidades de ação. Evite-se que, através de preferências concedidas a indivíduos ou grupos, se criem situações de privilégio. Nem se chegue ao absurdo de, ao intentar a autoridade tutelar os direitos da pessoa, chegue a prejudicá-los. Sempre fique de pé que a intervenção das autoridades públicas em matéria econômica, embora se estenda às estruturas mesmas da comunidade, não deve impedir a liberdade de ação dos particulares, antes deve aumentá-la, contanto que se guardem intactos os direitos fundamentais de cada pessoa humana. Carta Encíclica Pacem In Terris, Papa João XXIII, 1963 (4ª ed. São Paulo: Paulinas, 2000. p. 37) DireitoePoder_Santuario.indd 5 8/25/08 2:17:48 PM Aos meus pais, ao meu irmão, aos meus avós... à minha família, A importante conquista de hoje é fruto da educação, da disciplina e do amor de todos esses anos. A certeza do amanhã é vivenciada hoje com a lição do passado. Cada um é senhor da sua história, mas a história vivenciada no amor da família reflete no hoje e abre as portas do amanhã. Cabe a cada um seguí-la e fazer a sua história. Obrigado por tudo! DireitoePoder_Santuario.indd 7 8/25/08 2:17:48 PM O autor (cid:79) icente Bagnoli V , sócio de Bagnoli e Gonçalves Advogados, é doutor em Filosofia e Teoria Geral do Direito pela Faculdade de Direito da Universidade de São Paulo. Mestre em Direito Político e Econômico e bacharel pela Faculdade de Direito da Universidade Presbiteriana Mackenzie, na qual leciona nos programas de graduação e pós-graduação em Direito. Conselheiro do IBRAC e diretor do GEDECON. Membro das Comissões de Estudos da Concorrência e Regulação Econômica e do Cooperativismo da OAB-SP. Associado à Câmara Ítalo-Brasileira de Comércio e Indústria, na qual é o coordenador do Grupo de Estudo de Concorrência e Regulação do Comitê Jurídico. Integrante do Conselho Editorial da Revista do IBRAC e do Boletim da Concorrência, publi- cação oficial da União Européia, e avaliador da Revista de Direito da Direito Econômico Concorrência, publicação do CADE. Autor dos livros Introdução ao Direito da Concorrência: Brasil – Globalização – União e Européia – Mercosul – ALCA Reflexões em Direito Político e , co-autor de Econômico Estudos de Direito da Concorrência , e organizador de . Site: www.vicentebagnoli.com.br IX DireitoePoder_Santuario.indd 9 8/25/08 2:17:48 PM Apre s e ntação (cid:79) Este livro decorre das pesquisas realizadas pelo autor para defesa da sua tese de doutorado no âmbito do Programa de Pós Graduação da Faculdade de Direito da Universidade de São Paulo, da qual tive a honra de participar na qualidade de examinador externo. Trata-se, portanto, de um livro gerado no contexto e no ambiente da investigação e da pesquisa acadêmica, não obstante, porém, fortemente marcado pela disposição e pela coragem do autor, que enfrentou e suplantou com talento e personalidade o senso comum das abordagens meramente panorâmicas, para oferecer importantes reflexões sobre os fundamentos políticos, jurídicos e econômicos do Direito da Concorrência. Devido a isso, ou seja, ao estudo pautado na análise de temas estrutu- rais do direito concorrencial, é que o presente livro se constitui também em importante e relevante recurso qualificado de apoio e suporte aos profissionais que atuam nesta área que a cada dia cresce em relevância e significado no Brasil. O livro – como poderão observar os leitores – é verdadeiramente substancial. Não só pelo conjunto da obra, mas também pelo inegável e elevado nível de reflexões conduzido por excelente padrão argumentativo, fruto do trabalho de um pesquisador que, mesmo muito jovem, demonstra XI DireitoePoder_Santuario.indd 11 8/25/08 2:17:48 PM (cid:69)(cid:106)(cid:115)(cid:102)(cid:106)(cid:117)(cid:112)(cid:33)(cid:102)(cid:33)(cid:81)(cid:112)(cid:101)(cid:102)(cid:115)(cid:33)(cid:70)(cid:100)(cid:112)(cid:111)(cid:154)(cid:110)(cid:106)(cid:100)(cid:112) |(cid:33)(cid:87)(cid:106)(cid:100)(cid:102)(cid:111)(cid:117)(cid:102)(cid:33)(cid:67)(cid:98)(cid:104)(cid:111)(cid:112)(cid:109)(cid:106) ELSEVIER maturidade intelectual suficiente para qualificá-lo – independentemente da titulação acadêmica que conquistou com mérito e distinção – a assumir desafios acadêmicos mais profundos e radicais. Este livro é um sério e contundente manifesto de defesa da história como substrato do Direito. Em que pese o otimismo exagerado do autor em relação ao capitalismo concorrencial – a ponto de relegar a um plano secundário importantes autores do debate crítico sobre o imperialismo –, inegavelmente, o autor traça um caminho coerente e lógico para o argu- mento central da obra. O texto apresenta, por meio de elegante e consistente narrativa, sem exageros retóricos, os desafios contemporâneos que cercam o Direito da Concorrência. Ao invés de pautar a análise pelos aspectos pontuais, o autor preferiu – acertadamente – resgatar as origens históricas da afirmação do poder econômico e da sua relação com o Direito e com a Economia de Mercado. Portanto, livre da armadilha que é o exame do Direito da Concorrência deslocado de seus fundamentos políticos, jurídicos e econômicos. O caminho percorrido prestigiou, de início, a análise dos aspectos da filosofia mediante a apresentação do que o autor compreende como a relação Hegeliana (Senhor e Escravo) e a Paz Perpétua Kantiana. Em seguida, a narrativa cuida do transformador século XIX com o movimento do Poder Econômico modelando o Estado, do império hege- mônico e dos diversos impérios historicamente vivenciados até o império norte-americano. Os capítulos subseqüentes (quarto e quinto) tratam, respectivamente, da soberania no contexto da globalização e dos limites jurídicos do impe- rialismo em face dos limites econômicos da soberania. Nesta passagem, o autor vislumbra a vinculação do trabalho, do consumo e da concorrência como a base Sócio-Jurídico-Econômica de sustentação do Estado e do controle do poder econômico pelo Direito no século XXI. O autor, inegavelmente, articulou de forma adequada seus pres- supostos para enfrentar a discussão que a sua conclusão suscita. E chegou a este ponto sem preconceitos e com muita personalidade. Este livro, sem qualquer exagero, é uma das mais consistentes abordagens sobre o tema no Brasil, revelador do potencial acadêmico do XII DireitoePoder_Santuario.indd 12 8/25/08 2:17:48 PM |(cid:33)(cid:66)(cid:113)(cid:115)(cid:102)(cid:116)(cid:102)(cid:111)(cid:117)(cid:98)(cid:142)(cid:140)(cid:112) seu autor, realçado, sobretudo, pelo seu estilo de linguagem, manuseio bibliográfico e padrão argumentativo. Mas merece destaque, também, o fato do presente trabalho decor- rer do aprofundamento das reflexões que o autor iniciou com a sua dis- sertação de mestrado no Programa de Direito Político e Econômico da Universidade Presbiteriana Mackenzie. Foi naquele momento que o autor firmou suas convicções sobre a importância dos limites jurídicos do poder econômico. Em suma, este livro resulta de pesquisas amadurecidas com o devido cuidado e zelo acadêmico, mas, todavia, adequadamente efervescidas pela ousadia propositiva que deve sempre acompanhar os pesquisadores de vanguarda. Para mim, que tive o privilégio de acompanhar a trajetória acadêmica e profissional do autor nesses últimos seis anos, este momento é de muita ale- gria, emoção e satisfação. Como testemunha desse processo de crescimento pessoal e intelectual do autor, pude observar em detalhes seu envolvimento com a pesquisa, a seriedade com que tratou seus estudos e sua profissão. Não há como não me sentir realizado e feliz por ter participado – ainda que como coadjuvante – desta jornada. José Francisco Siqueira Neto Professor Titular e Coordenador do Programa de Pós-Graduação em Direito Político e Econômico da Universidade Presbiteriana Mackenzie XIII DireitoePoder_Santuario.indd 13 8/25/08 2:17:48 PM capítulo 1 Di re ito e pode r econôm ico (cid:79) Ar elevância da presente obra intitulada Direito e Poder Econômico: Os limites jurídicos do imperialismo frente aos limites econômicos da soberania, bem como seus aspectos de utilidade social, está em verificar o significado da soberania econômica. A partir da análise filosófica do Direito e da História, questiona-se se um Estado considerado soberano, mas de- pendente economicamente de outro Estado, mormente designado Império, está subordinado às suas decisões e imposições. Tal subordinação pode ser direta ou indireta, por exemplo, a partir de instituições internacionais criadas para liberação de empréstimos financeiros. Outrossim, questiona-se se um Estado considerado soberano está apto a gerir sua nação de modo independente, sobretudo no aspecto legal em limitar o poder econômico em casos de abuso, a fim de garantir o bem de sua coletividade e o seu desenvolvimento, ainda que dependente economicamente do Império. Estruturada dialeticamente a partir da relação hegeliana do senhor e escravo, a obra pretende analisar o significado dessa relação, interpre- tando para tanto o termo “reconhecer” na relação entre Estados tidos como soberanos. A visão hegeliana tende a considerar que o escravo, ao ser reconhecido, torna-se cidadão, e o senhor, ao reconhecer o escravo, também se torna cidadão. Assim evolui-se para um Estado homogêneo e 1 DireitoePoder_Santuario.indd 1 8/25/08 2:17:49 PM