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Difusão e desenvolvimento do português vernáculo de Angola PDF

59 Pages·2016·1.1 MB·Portuguese
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Radoslava Filusová Difusão e desenvolvimento do português vernáculo de Angola Masarykova univerzita Filozofická fakulta Ústav románskych jazykov a literatúr Portugalský jazyk a literatura Radoslava Filusová Difusão e desenvolvimento do português vernáculo de Angola Bakalárska diplomová práca Vedúca práce: Mgr. Iva Svobodová, Ph.D. 2012 Prehlasujem, že som diplomovú prácu vypracovala samostatne s využitím uvedených prameňov a literatúry. ........................................................................................... Týmto by som sa chcela poďakovať Mgr. Ive Svobodovej, Ph.D. za vedenie mojej diplomovej bakalárskej práce, za jej trpezlivosť, cenné rady a čas, ktorý mi venovala. Taktiež Radke Konůpkovej za ochotné poslanie materiálov z Angoly. Nemenšia vďaka patrí i mojej rodine a priateľom za podporu v období písania práce. Índice 1. Introdução 6 2. Breve introdução histórica 8 2.2. Primeiro período (séculos XV-XIX) 10 2.2.1. Os anos 1575 – 1845 11 2.2.2. Os anos 1620 – 1750 11 2.2.3. Os anos 1750 – 1820 12 2.3. Segundo período (século XIX. até 1974) 12 2.3.1. Década de 50 do século XX. 14 2.3.2. Décadas de 60 e 70 do século XX. 16 2.4. Terceiro período – a independência angolana 17 3. Actual situação linguística 19 3.1. Informações sobre o país 19 3.2. Informações sobre a situação linguística 20 3.2.1. Bilinguismo e multilinguismo 21 3.2.2. Superstato, substrato e estrato 21 3.2.3. Línguas locais 22 3.2.4. Estatuto da língua portuguesa em Angola 24 3.2.5. Variações diatópicas, diastráticas e diafásicas 26 4. Demarcação da norma padrão 28 4.1. Sintagma nominal do português vernáculo 28 4.1.1. Marcação de número 29 4.1.2. Marcação de género 30 4.1.3. Marcação de posse 31 4.1.4. Pronomes pessoais 32 4.2. Desvios no plano lexico – semántico 33 4.2.1. Empréstimos 34 4.2.2. Criação das designações pelos processos morfológicos 38 4.2.2.1. Derivação prefixal 38 4.2.2.1. Derivação sufixal 39 4.2.2.2.1. Derivação sufixal verbal 40 4.2.2.2.2. Derivação sufixal nominal 40 4.2.2.2.3. Derivação sufixal adverbial 42 4 4.2.2.3. Outros processos morfológicos 42 5. Linguagem literária 43 5.1. Linguagem e discurso 43 5.2. Português como linguagem literária em Angola 43 5.3. “variedade” do português produzida por Luandino Vieira 45 5.3.1. Oralidade 47 5.3.2. Plano morfológico 48 5.3.3. Plano sintáctico 50 6. Conclusão 54 7. Bibliografia 55 5 1. Introdução O primeiro objecto do presente trabalho é descrever a imagem da situação linguística do português em Angola e o seu desenvolvimento no contexto sociolinguístico desde o início da colonização até ao presente. Não falta também a enumeração dos desvios mais significantes da norma padrão, concretamente no plano morfosintáctico e lexico-semántico. O segundo objecto deste trabalho é aproximar uma das variações diafásicas do português vernáculo de Angola, nomeadamente a linguagem literária. O trabalho aqui apresentado contém quatro partes principais. A primeira destes partes oferece uma breve introdução histórica, onde descreveremos a difusão e o desenvolvimento da língua portuguesa no território de Angola. A segunda parte apresenterá a actual situação linguística do país, que é, na verdade, multifacetada graças à existência de cerca 40 línguas bantu usadas nesta área. A língua oficial é contudo o português. Sendo o resultado desta situação do contacto e da influência das línguas que convivem no mesmo território, dedicaremos a terceira parte à descrição dos desvios mais significantes do português vernáculo de Angola, incluindo também a lista de empréstimos, a maioria dos quais tem origem justamente nestas línguas bantu. O plano lexico-semántico desta variedade do português é muito interessante, porque neste plano linguístico os angolanos são muito productivos e é nele que encontram e afirmam a sua identidade. A última parte abrange a problemática da linguagem literária de Angola, pondo em foco sobretudo a linguagem revolucionária de Luandino Vieira, incluindo a análise com base nos estudos de Perpétua Gonçalves (2000) e Maurício Silva (2008), como também na própria leitura, o que consideramos a parte práctica deste trabalho. É importante notar que nesses dias não existe nenhum manual do português „angolano“. O que existe são teses (de mestrado ou doutoramento) e artigos científicos que procuram identificar algumas das características linguísticas que distinguem o português de Angola de outras variedades da língua, nomeadamente a europeia e a brasileira. Liliana Inverno, o experto no âmbito do português vernáculo de Angola escreve:“A referência na vida pública e no ensino é e continua a ser a norma europeia do português e os traços linguísticos que têm vindo a ser apontados na literatura como caraterísticos do português angolano continuam ainda a ser vistos, no plano oficial, 6 como "erros" ou "desvios" relativamente à norma do português europeu.”1 Uma das informações básicas sobre o país é, além do mais, o facto de que pertence à Comunidade dos Países de Língua Portuguesa. No que concerne ao Acordo ortográfico, por causa da actual situação linguística, a qual descreveremos numa das seguintes capítulos, solicitou um moratório de três anos para o ratificar. (Notícias, 12.3.2010)2 Temos que confessar que a extensão deste trabalho não nos permite oferecer a descrição da imagem completa do português vernáculo de Angola. Esta descrição vê-se dificultada também pelo facto de que, como afirma Liliana Inverno (2009: 4), a língua está sempre num processo do desenvolvimento, que está provavelmente ainda muito longe do seu término. O trabalho que aqui apresentamos é apenas um esforço por captar pelo menos os traços básicos desta variante e do seu desenvolvimento sociolinguístico. 1 Informação baseada na correspondência com a autora. [2012-05-07] 2 Disponível em: http://www.jornalnoticias.co.mz/pls/notimz2/getxml/pt/contentx/985675 [Consult. 2012- 06-18] 7 2. Breve introdução histórica Ó Pátria, nunca mais esqueceremos Os heróis do quatro de Fevereiro. Ó Pátria, nós saudamos os teus filhos Tombados pela nossa Independência. Honramos o passado e a nossa História, Construindo no Trabalho o Homem novo, Angola, avante!3 2.1. História do contacto O primeiro encontro da língua portuguesa com as línguas africanas foi uma consequência natural da exploração de África pelos portugueses, iniciada no século XV. Naquela época os navegadores e aventureiros nem imaginavam que iriam a descobrir a diversidade linguística africana e provocar os efeitos linguísticos inesperados, nem poderiam vislumbrar a possibilidade de expansão da língua portuguesa na África (Petter, 2008:15). No que concerne à fase histórica da colonização angolana em geral, no ano de 1977, Ehrentrant escreve no prefácio do livro de Salvato Trigo, Introdução de literatura angolana de expressão portuguesa, que a história de África, especialmente da África negra, incluindo os contactos com os portugueses, tão decisivos para o seu futuro desenvolvimento linguístico, é mal conhecida. Afirma que: “A respeito de Angola, os estudantes aprenderam que, em 1482, Diogo Cão atingiu a foz do Congo. Eles sabem que Portugal – como outras potências marítimas europeias – instalou em África estabelecimentos comerciais, muitas vezes secundados por pequenas guarnições militares, e que, em Angola, devido a uma certa relação de trono para trono, a corte do Congo beneficiou do concurso de letrados portugueses, na maioria padres católicos. Ouviram também falar da Conferência de Berlim de 1885, 3 O hino nacional angolano, um dos símbolos do país, adaptado em ano de 1975, quando o país tornou-se independente. Citado de: http://www.governo.gov.ao/Simbolos.aspx [Consult. 2012-06-25] 8 verdadeira partilha da África pelas potências europeias: França, Inglaterra, Alemanha, Bélgica e Portugal. Poucos deles saberão, contudo, até que ponto a colonização foi sagrenta devido à escravatura que aí foi praticada do modo odioso“ (Trigo, 1977:8) Ora, hoje a situação é bem diferente: através de leitura das obras literárias e da educação e devido aos meios de comunicação, chegamos a ganhar mais informações sobre a escravatura africana e sobre as actividades que os portugueses desenvolveram no território africano. Não obstante, quanto à história da língua portuguesa neste território quanto à sua divulgação e ao desenvolvimento, muito ainda está por descobrir. Como escreve Emilio Bonvini (1996:127-148 in Petter, 2008:15-17) no seu artigo sobre a historiografia das línguas africanas, durante a época da exploração, os portugueses tiveram que promover uma estratégia linguística de abordagem do continente africano com o objecto de resolver o impasse da comunicação com os habitantes dos territórios invadidos. As primeiras expedições a explorar a costa ocidental da África, levaram apenas os intérpretes árabes, visto que pressupuseram que os habitantes deste território também pertencessem ao mundo árabe, como os habitantes das costas setentrionais. No entanto, a comunicação revelou-se impossível devido ao facto de que os habitantes não falavam árabe, mas a língua, mais tarde identificada como bérbere. Tendo adquirido estas experiências, os portugueses estabeleceram em Lisboa uma „estratégia de interpretariado e de ensino do português aos africanos.”. Como escreve Bonvini (1996:131-132 em Petter, 2008:17): “ […] os intérpretes eram escolhidos entre os escravos de alguns senhores africanos que os emprestavam aos portugueses para que eles aprendessem a língua portuguesa e eram trocados por um outro escravo que estava no barco; quando um desses intérpretes conseguia conquistar outros quatro escravos para os seus senhores, eles eram alforriados“ Desta maneira, esses intérpretes foram levados, voluntaria ou obrigatoriamente, para Portugal, onde aprendiam a língua e trabalhavam nas expedições marítimas portuguesas. A Portugal, nomeadamente a Lisboa, chegaram também junto com os outros intérpretes das diferentes línguas africanas faladas nos territórios atingidos pelos portugueses, o que contribuiu, no futuro, para uma comunicação melhor (Bonvini, 1996:132 em Petter, 2008:17). Isto foi um dos primeiros passos da difusão do português no continente africano. 9

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Дипломная работа. Масариков университет, Брно, 2012. 59 стр.ÍndiceIntroduçãoBreve introdução históricaPrimeiro período (séculos XV-XIX)Segundo período (século XIX. até 1974)Terceiro período – a independência angolanaActual situação linguíst
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