A elaboração deste Dicionário obedeceu ao propósito de sistematizar a cultura material indígena. Esperamos que, dessa forma, possa prestar bons serviços aos que dele disporem, oferecendo informações práticas necessárias ao manejo e estudo dos objetos recolhidos aos museus e encontrados nas aldeias.
Além da parte lexicográfica, tornou-se necessário dotá-lo de ilustrações. E também de informações de ordem técnica e cientifica, a saber, os processos de manufatura e as matérias-primas neles empregadas.
Às definições de cada artefato foi dado o desenvolvimento compatível com sua importância, o qual é detalhado nos itens e globalizado nas definições genéricas. Era também essencial imprimir ao Dicionário uma disposição que facilitasse o inter-relacionamento das palavras-chave, o que foi feito.
Tendo em vista a simplificação e facilidade de manuseio, os itens limitaram-se ao vocabulário já consagrado pelo uso, dando-se, sempre que necessário, sinônimos. Encontrar-se-ão alguns neologismos inevitáveis para indicar os objetos que não têm designação vernácula.
Procurou-se englobar no Dicionário todas as categorias de artefatos encontradas, comumente, nos acervos de museus etnográficos. Os claros que acaso tenham ficado poderão ser preenchidos, com o uso, segundo as normas aqui estabelecidas.
A nomenclatura se constitui, assim, num amplo museu etnográfico “portátil” em que os protótipos são definidos e desenhados. Acreditamos que este trabalho, por sua natureza, exercerá uma função sistematizadora a serviço da recuperação dos acervos, não só indígenas mas também de cultura popular, que, a partir de agora, poderão ser consultados e estudados convenientemente.