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Dicionário de psicanálise PDF

888 Pages·1998·10 MB·Portuguese
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Dicionário de Psicanálise (PSI) 1ª revisão – 13.08.98 2ª revisão – 31.08.98 3ª revisão – 24.09.98 4ª revisão – 29.09.98 – Cad. 0 Produção: Textos & Formas Para: Ed. Zahar Elisabeth Roudinesco Michel Plon D ICIONÁRIO DE P SICANÁLISE TRADUÇÃO: Vera Ribeiro psicanalista Lucy Magalhães letras neolatinas SUPERVISÃO DA EDIÇÃO BRASILEIRA: Marco Antonio Coutinho Jorge psiquiatra e psicanalista Dicionário de Psicanálise (PSI) 1ª revisão – 13.08.98 2ª revisão – 31.08.98 3ª revisão – 24.09.98 4ª revisão – 29.09.98 – Cad. 0 Produção: Textos & Formas Para: Ed. Zahar Tïtulo original: Dictionnaire de la psychanalyse Tradução autorizada da primeira edição francesa publicada em 1997 por Librairie Arthème Fayard, de Paris, França Copyright © 1997, Libraire Arthème Fayard Copyright da edição em língua portuguesa © 1998: Jorge Zahar Editor Ltda. rua México 31 sobreloja 20031-144 Rio de Janeiro, RJ tel.: (21) 2108-0808 / fax: (21) 2108-0800 [email protected] www.zahar.com.br Não pode circular em Portugal. Todos os direitos reservados. A reprodução não-autorizada desta publicação, no todo ou em parte, constitui violação de direitos autorais (Lei 9.610/98) Este livro, publicado no âmbito do programa de auxílio à publicação, contou com o apoio do Ministério francês das Relações Exteriores, da Embaixada da França no Brasil e da Maison française do Rio de Janeiro. Revisão de texto: André Telles Revisão tipográfica: Lincoln Natal Jr. Preparação de bibliografia: Marcela Boechat Preparação de índice: Nelly Telles Capa: Carol Sá CIP-Brasil. Catalogação-na fonte Sindicato Nacional dos Editores de Livros, RJ Roudinesco, Elisabeth, 1944 — R765d Dicionário de psicanálise/Elisabeth Roudinesco, Michel Plon; tradução Vera Ribeiro, Lucy Magalhães; supervisão da edição brasileira Marco Antonio Couti- nho Jorge. — Rio de Janeiro: Zahar, 1998. Tradução de: Dictionnaire de la psychanalyse Inclui bibliografia ISBN 978-85-7110-444-0 1. Psicanálise — Dicionários. I. Plon, Michel. II. Título. CDD: 150.19503 98-1608 CDU: 159.964.2(038) Dicionário de Psicanálise (PSI) 1ª revisão – 13.08.98 2ª revisão – 31.08.98 3ª revisão – 24.09.98 4ª revisão – 29.09.98 – Cad. 0 Produção: Textos & Formas Para: Ed. Zahar S UMÁRIO Prefácio vii Sobre os autores x Agradecimentos xi Nota à edição brasileira xiii Abreviaturas bibliográficas xiii VERBETES — A-Z 1 Cronologia 795 Índice onomástico 831 Índice dos verbetes 865 Dicionário de Psicanálise (PSI) 1ª revisão – 13.08.98 2ª revisão – 31.08.98 3ª revisão – 24.09.98 4ª revisão – 29.09.98 – Cad. 0 Produção: Textos & Formas Para: Ed. Zahar Dicionário de Psicanálise (PSI) 1ª revisão – 13.08.98 2ª revisão – 31.08.98 3ª revisão – 24.09.98 4ª revisão – 29.09.98 – Cad. 0 Produção: Textos & Formas Para: Ed. Zahar P REFÁCIO O primeiro dicionário de psicanálise, intitulado Handwörterbuch der Psychoana- lyse, foi elaborado por Richard Sterba, entre 1931 e 1938. Foram publicados cinco fascículos, até o momento em que a ocupação da Áustria pelos nazistas pôs fim ao empreendimento. A intenção era compor um léxico geral dos termos freudianos, um vocabulário mais do que um recenseamento dos conceitos: “Não desconheço, escreveu Freud em uma carta a seu discípulo, que o caminho que parte da letra A e passa por todo o alfabeto é muito longo, e que percorrê-lo significaria para você uma enorme carga de trabalho. Assim, não o faça, a menos que se sinta interna- mente levado a isso. Apenas sob o efeito desse impulso, mas certamente não a partir de uma incitação externa!”1 Sem dúvida, Freud sabia melhor que ninguém que um dicionário pode respon- der a um impulso interno, a um desejo, a uma pulsão. Em sua famosa análise do caso Dora (Ida Bauer), ele frisava que um dicionário é sempre objeto de um prazer solitário e proibido, no qual a criança descobre, à revelia dos adultos, a verdade das palavras, a história do mundo ou a geografia do sexo.2 Obrigado a se exilar nos Estados Unidos, como a quase totalidade dos psicana- listas europeus de língua alemã, Sterba interrompeu a redação do seu Handwör- terbuch na letra L, e a impressão do último volume na palavra Grössenwahn: “Não sei, declarou vinte anos depois em uma carta a Daniel Lagache, se esse termo se refere à minha megalomania ou à de Hitler.” De qualquer forma, o Handwörterbuch inacabado serviu de modelo para as obras do gênero, todas publicadas na mesma data (1967-1968), em uma época em que o movimento psicanalítico internacional, envolvido em rupturas e dúvidas, experimentava a necessidade de fazer um balanço e recompor, através de um saber comum, a sua unidade perdida. Diversas denominações foram utilizadas: glossário, dicionário, enciclopédia, vocabulário. O Glossary of Psychoanalytic Terms and Concepts (180 verbetes, 70 colabora- dores), obra coletiva publicada sob a égide da poderosa American Psychoanalytic Association (APsaA), expressava a ortodoxia de um freudismo pragmático e medicalizado. Na mesma perspectiva, a Encyclopedia of Psychoanalysis — rea- lizada sob a direção de Ludwig Eidelberg (1898-1970), psicanalista americano nascido na parte polonesa do antigo Império Austro-Húngaro e radicado em Nova York depois de escapar do nazismo — se mostrava mais ambiciosa, ampliando a 1.Sigmund Freud, ”Prefácio ao Dicionário de psicanálise, de Richard Sterba“ (1936), ESB, XXIII, 309; OC, XIX, 287-9; GW, Nachtragsband, 761; SE, XXII, 253. Richard Sterba, Han- dwörterbuch der Psychoanalyse, 5 vols., Viena, Intern. Psychoanalytischer Verlag, 1936-1938. 2.Sigmund Freud, “Fragmento da análise de um caso de histeria” (1905), ESB, VII, 5-128. vii Dicionário de Psicanálise (PSI) 1ª revisão – 13.08.98 2ª revisão – 31.08.98 3ª revisão – 24.09.98 4ª revisão – 29.09.98 – Cad. 0 Produção: Textos & Formas Para: Ed. Zahar lista dos verbetes e eliminando a noção de colaborador, em proveito de um organograma de realizadores (640 verbetes e 40 editors assistentes ou associados). Em contrapartida, o Critical Dictionary of Psychoanalysis (600 verbetes) do psicanalista inglês Charles Rycroft, claro, conciso e racional, tinha a vantagem de não ser uma obra coletiva. Daí a sua coerência e legibilidade. Rycroft foi também o primeiro a pensar o freudismo sem com isso deixar de considerar a terminologia pós-freudiana (especialmente a de Melanie Klein e de Donald Woods Winnicott). À medida que revia o trabalho, incluiu de modo sucinto as correntes da psicanálise moderna (Heinz Kohut, Jacques Lacan, Self Psychology), com um espírito de abertura distante de qualquer dogmatismo. A obra de Rycroft serviria de modelo para alguns empreendimentos do mesmo gênero, na França e em outros países. Quanto ao célebre Vocabulário da psicanálise (417 verbetes) de Jean Laplanche e Jean-Bertrand Pontalis, foi o primeiro e único a estabelecer os conceitos da psicanálise encontrando as “palavras” para traduzi-los, segundo uma perspectiva estrutural aplicada à obra de Freud. Composto de verdadeiros artigos (de 20 linhas a 15 páginas), e não de curtas notas técnicas, como os precedentes, inaugurou um novo estilo, optando por analisar “o aparelho nocional da psicanálise”, isto é, os con- ceitos elaborados por esta para “explicar suas descobertas específicas”. Marcados pelo ensino de Lacan e pela tradição francesa da história das ciências, os autores conse- guiram a proeza de realizar uma escrita a duas vozes, impulsionada por um vigor teórico ausente nas outras obras. É a essas qualidades que ela deve seu sucesso.3 Os insucessos terapêuticos, a invasão dos jargões e das lendas hagiográficas levaram a uma fragmentação generalizada do movimento freudiano, deixando livre curso à ofensiva fin de siècle das técnicas corporais. Relegada entre a magia e o cientificismo, entre o irracionalismo e a farmacologia, a psicanálise logo tomou o aspecto de uma respeitável velha senhora perdida em seus devaneios acadêmicos. O universalismo freudiano teve então o seu crepúsculo, mergulhando seus adeptos na nostalgia das origens heróicas. Foi nesse contexto dos anos 1985-1990 que surgiu uma segunda geração de dicionários, muito diferente da dos anos 60. Por um lado, surgiram obras de escola, nas quais os conceitos eram recenseados em função de um dogma, e portanto recortados uns dos outros. Por outro lado, apareceram monstros polimorfos, com entradas anárquicas e profusas, nas quais a lista dos verbetes, artigos e autores estendia-se infinitamente, pretendendo esgotar o saber do mundo, sob o risco de mergulhar as boas contribuições em um terrível caos. Em resumo, de um lado, o breviário; de outro, Bouvard et Pécuchet.4 3.Jean Laplanche e Jean-Bertrand Pontalis, Vocabulário da psicanálise (Paris, 1967), S. Paulo, Martins Fontes, 1991, 2ª ed. Charles Rycroft, A Critical Dictionary of Psychoanalysis, N. York, Basic Books, 1968. E. Burness, M.D. Moore e D. Bernard Fine, A Glossary of Psychoanalytic Terms and Concepts (APsaA), Library of Congress, 1968. Encyclopedia of Psychoanalysis, Ludwig Eidelberg (org.), N. York, Free Press, e Londres, Macmillan, 1968. 4.É uma exceção o notável léxico biográfico realizado por Elke Mühlleitner para o período de 1902 a 1938 sobre os pioneiros da Sociedade Psicológica das Quartas-Feiras e da Sociedade Psicanalítica Vienense (WPV). Ver Elke Mühlleitner, Biographisches Lexikon der Psychoana- lyse. Die Mitglieder der psychologischen Mittwoch-Gesellschaft und der Wiener psychoanalyti- schen Vereinigung von 1902-1938, Tübingen, Diskord, 1992. viii Dicionário de Psicanálise (PSI) 1ª revisão – 13.08.98 2ª revisão – 31.08.98 3ª revisão – 24.09.98 4ª revisão – 29.09.98 – Cad. 0 Produção: Textos & Formas Para: Ed. Zahar O presente Dicionário se opõe a essas duas tendências sem retomar a idéia do Vocabulário, o que equivaleria a uma paráfrase inútil. Portanto, ele não é nem um léxico nem um glossário, e tampouco é centrado exclusivamente na descoberta freudiana. Propõe um recenseamento e uma classificação de todos os elementos do sistema de pensamento da psicanálise e apresenta a maneira pela qual esta construiu, ao longo do último século, um saber singular através de uma conceitua- lidade, uma história, uma doutrina original (a obra de Freud) permanentemente reinterpretada, uma genealogia de mestres e discípulos e uma política. Nessa perspectiva, é também o primeiro e único a levar em conta ao mesmo tempo: os conceitos; os países de implantação (23); a biografia dos atores (do nas- cimento à morte); as entidades psicopatológicas que a psicanálise criou ou trans- formou; as disciplinas para que contribuiu ou em que se inspirou (psiquiatria, an- tropologia etc.); os casos princeps (ou tratamentos protótipos) sobre os quais construiu o seu método clínico; as técnicas de cura e os fenômenos psíquicos sobre os quais se apoiou, inventou ou que nela se inspiraram; os discursos e comporta- mentos que modificou em relação ao nascimento, à família, à morte, ao sexo e à loucura, ou que se construíram a partir dela; as instituições fundadoras; o próprio freudismo, suas diferentes escolas e sua historiografia; assim como a incidência contraditória de suas descobertas sobre outros movimentos intelectuais, políticos ou religiosos. Foram incluídos, enfim, os membros da família de Sigmund Freud, seus mestres diretos, os escritores e artistas com os quais ele manteve correspondência impor- tante ou contato pessoal determinante, e os 23 livros por ele publicados entre 1891 e 1938, inclusive o segundo, escrito com Josef Breuer (Estudos sobre a histeria), e o último, inacabado e publicado a título póstumo (Esboço de psicanálise). Foi acrescentada uma outra obra póstuma, O presidente Thomas Woodrow Wilson, da qual Freud redigiu apenas o prefácio, mas à qual deu contribuição essencial como co-autor ao lado de William Bullitt. Para esclarecer cada conceito ou entidade clínica e certas disciplinas, mé- todos, objetos de estudo ou comportamentos, cujas denominações foram criadas por um autor preciso ou em circunstâncias particulares, há no início desses verbetes uma definição com caracteres em negrito. Quando estritamente necessá- rio, conservamos o termo em sua língua original, fornecendo sempre uma expli- cação adequada. Cada verbete comporta seja uma bibliografia dos melhores títulos, documentos ou arquivos que permitiram a redação do artigo, seja uma ou várias remissões a outros verbetes, onde essas fontes são indicadas, ou ambos. No que se refere às 24 obras de Freud, indicamos a data e o local da primeira publicação em língua alemã, assim como as diversas traduções inglesas e france- sas, indicando os nomes dos tradutores. Uma cronologia foi acrescentada ao final da obra. Encontram-se nela os fatos marcantes da história da psicanálise no mundo, desde suas origens. E.R. e M.P. ix Dicionário de Psicanálise (PSI) 1ª revisão – 13.08.98 2ª revisão – 31.08.98 3ª revisão – 24.09.98 4ª revisão – 29.09.98 – Cad. 0 Produção: Textos & Formas Para: Ed. Zahar S A OBRE OS UTORES ELISABETH ROUDINESCO é historiadora, doutora em letras, directeur de recherches na Universidade de Paris-VII, vice-presidente da Sociedade Internacional de História da Psiquiatria e da Psicanálise, e psicanalista. De sua autoria destacam-se História da psicanálise na França (2 vols.), Jacques Lacan: esboço de uma vida, história de um sistema de pensamento, e Genealogias — todos com traduções publicadas no Brasil. MICHEL PLON é directeur de recherches no Centre National de Recherches Scientifiques (CNRS), membro do Centre de Recherche Universitaire Psychana- lyse et Pratiques Sociales de la Santé (CNRS/Universidade da Picardia), e psica- nalista. É autor de La Théorie des jeux: une politique imaginaire. x Dicionário de Psicanálise (PSI) 1ª revisão – 13.08.98 2ª revisão – 31.08.98 3ª revisão – 24.09.98 4ª revisão – 29.09.98 – Cad. 0 Produção: Textos & Formas Para: Ed. Zahar

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