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Dicionario da Antiguidade Africana PDF

270 Pages·3.13 MB·Portuguese
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O Dicionário preenche de forma acessível, clara e concisa uma lacuna d a historiografia nacional. Em verbetes, o poeta, contista e ensaísta N ei Lopes apresenta conceitos segundo uma perspectiva africana. Ele ressalta a anterioridade das civilizações egípcia e cuxita sobre a greco- l atina e revisa axiomas que definem termos como civilização, escrita e outros tópicos decisivos. U nindo talento artístico, erudição e articulação política, o autor revela u m passado muito pouco ou quase nada visitado. Uma nova África se d esenha, com traços fortes e vários matizes: antropologia, geografia, c ultura e, até mesmo, filosofia. Uma carta de alforria para a escravidão c ultural que entrava a compreensão de nossa realidade. Poucas obras a nalisam de maneira independente e isenta as sociedades africanas florescidas e desenvolvidas a partir do século VII. “ Num momento em que as publicações acadêmicas ainda abordam a Á frica preferencialmente por meio de suas relações com a Europa, no c ontexto da escravidão. Tomamos para nós, de acordo com nossas p ossibilidades, a tarefa de difundir parte deste conhecimento, a presentando-o segundo uma perspectiva africana”, explica Nei Lopes. É inegável a contribuição dos negros na formação da sociedade b rasileira e sua influência na cultura e política. A importância é tanta q ue desde 2003 o ensino de história e cultura afro-brasileira é o brigatório nas escolas de todo o país. Mas o estudo da história a fricana esbarra em um muro aparentemente intransponível, formado por tronco e chibata. “Muitos eurocentristas acreditam que os afro-americanos devem apenas escrever sobre a escravidão e deixar a História Antiga para estudiosos mais ‘qualificados’. [...] O problema central é que os historiadores fizeram da escravidão sua única preocupação, e persuadiram os estudantes a fazer o mesmo. O dano que isso causou é incalculável, pois os negros passaram a ter de enxergar a sua História e a da África apenas pela ótica da escravidão.” CLYDE A. WINTERS * * * “Não se trata de fabricar, para a África, um passado que ela não tem, e sim de pesquisar o passado que ela na realidade teve, qualquer que seja ele.” R. MAUNY INTRODUÇÃO/ COM A EDIÇÃO, NO BRASIL, em 1980, de História geral da África em dois volumes, organizados pelo historiador burquinense Joseph Ki-Zerbo e publicados pela Unesco, inaugurava-se um novo capítulo dos estudos africanos em nosso país. Mais tarde, com A enxada e a lança, do diplomata e acadêmico Alberto da Costa e Silva, dava-se outro salto de qualidade. Entretanto, do nosso ponto de vista, sentíamo-nos ainda carentes de uma obra que popularizasse esse conhecimento, tornando-o acessível a um público diversificado. Então, num momento em que as publicações acadêmicas ainda abordam a África preferencialmente por meio de suas relações com a Europa, no contexto da escravidão, tomamos para nós, de acordo com nossas possibilidades, a tarefa de difundir parte desse conhecimento, apresentando- o segundo uma perspectiva africana, inclusive ressaltando a anterioridade das civilizações egípcia e cuxita em relação à greco-latina. A forma que elegemos foi a de um dicionário. Porque o conjunto de informações que este livro traz a público tem finalidade essencialmente didática. Um dicionário, com informações organizadas em verbetes que remetam com a máxima exatidão possível a outros que os completem, é, a nosso ver, a forma didática por excelência para a transmissão de conceitos que rematem uma ideia- mãe, um conceito axial. Essa ideia é a construção de uma nova visão da História africana, baseada na revisão de axiomas como os que definem “civilização”, “tecnologia”, “conhecimento científico”, “escrita”, “literatura” etc., a partir do que se produziu, antes da chegada de europeus e asiáticos, em várias regiões do continente africano, notadamente no Vale do Nilo, nas proximidades do Lago Chade, e até mesmo na floresta densa, durante as milenares e sucessivas migrações dos ancestrais dos atuais povos bantos. Assim, a seleção dos verbetes, tornando visíveis lugares, povos, eventos e heróis cuja importância jamais foi evidenciada ou avaliada, objetivou mostrar o continente africano não só como o “berço da humanidade”, mas também como o lugar onde a civilização humana deu seus primeiros passos, certamente antes das contribuições advindas do contexto indo- europeu. A antropologia física eurocentrada povoa o passado africano de “raças” e “sub-raças” irreais. Assim – conforme o antropólogo, linguista, historiador e físico senegalês Cheikh Anta Diop (1923-86) –, a história que se escreveu sobre a África está repleta de referências a “negroides”, hamitas, camitas, etiopídeos, nilóticos, em nenhuma parte constando a palavra “negro”. Busca-se sempre uma origem externa para os aportes civilizadores que fecundaram o continente, restando apenas aos povos coletores e caçadores – pigmeus, bosquímanos, hotentotes etc. –, até hoje congelados em seus ambientes naturais, a condição de autóctones. Daí, a abordagem escolhida para este trabalho. Como premissa básica do Dicionário, procuramos estabelecer o real significado de nomes como Axum, Cuxe, Etiópia, Querma, Meroe, Napata, Núbia, Punt, Sabá, e mesmo Egito. Para tanto, partimos do princípio de que o nome “Núbia” se referiria, como ainda hoje, a uma vasta região; de que Cuxe teria sido um território delimitado geográfica, social e politicamente, ou seja, um país dentro dessa região, a qual abrigou também os reinos da Etiópia (sub-região também chamada Abissínia); de que Querma, Napata e Meroe foram capitais cuxitas – a última sediando mais tarde um poderoso Estado imperial que acabou por tomar- lhe o nome, e que, finalmente, a sub-região da Etiópia viu surgir em seu seio, nas proximidades do antigo reino conhecido como Punt, a cidade-Estado de Axum, fundada por migrantes de Sabá, no atual Iêmen (ou no próprio território africano, como querem alguns historiadores), mais tarde também expandida a dimensões imperiais. Outra premissa, sabendo-se que o nome “Etiópia” foi concebido pelos gregos provavelmente a partir do século XIII a.C. e que o nome “Abissínia” tem origem árabe, foi procurar conhecer a denominação vernácula de cada uma dessas unidades talvez a partir do Egito, berço da mais antiga civilização no nordeste africano. Os antigos egípcios chamavam de “Ta-Seti” (“o país do arco”) a Núbia, e de “Ta-Neter” (“o país do sagrado”) a Etiópia. Já “Querma”, também de provável origem egípcia, seria a denominação do Egito (ou Quemet, seu nome vernáculo) para o país de Cuxe – por sua vez, uma nomeação originariamente hebraica. Já o nome “Abissínia” tem origem, segundo consta, no sul da Arábia, sendo utilizado, então, a partir de 1000 a.C., com a chegada de migrantes sabeus à região; esses migrantes, aliás, tanto poderiam ter partido do atual Iêmen, a Arabia Felix dos romanos, quanto de algum lugar mais próximo, uma vez que o nome Sabá, como veremos neste Dicionário, parece designar duas regiões distintas. Desse modo, com essas premissas – estabelecimento do real significado desses topônimos – esclarecemos sobre a cronologia adotada nesta obra, a partir de M. K. Asante, além de Baines & Malek, conforme explicado no verbete “dinastias egípcias”. As datações foram cotejadas com outras tábuas cronológicas, como a de Cazelles para a História de Israel. Sobre a grafia de antropônimos e topônimos, diante da dificuldade de adaptá-los buscando fidelidade às sonoridades originais ou partindo das suas versões europeias (gregas, no caso do Egito), optamos por utilizar a regra da ortografia geral, mantendo, no entanto, a fidelidade às grafias tradicionais já consagradas pelo uso em língua portuguesa. Quanto ao âmbito temporal do Dicionário, adotamos o conceito de “Antiguidade expandida” – não mais limitada no tempo nem no espaço – proposto pelo historiador Pedro Paulo Funari (ver verbete “Antiguidade”). Assim, todas as sociedades africanas que floresceram e se desenvolveram fora do contexto islâmico, a partir do século VII d.C., ou do católico, a partir do século XV, são por nós consideradas sociedades arcaicas (de arkhé), tendo vivido cada uma, em seu contexto histórico, uma “idade antiga” do continente. Finalmente, na defesa dos princípios que norteiam este livro – com o qual nos opomos às teorias que colocam os africanos à margem do pensamento racional e da experiência humana –, damos a palavra ao historiador e filósofo congolês Théophile Obenga, que assim escreveu, em 2002: É necessária uma grande coragem intelectual, da parte dos egiptólogos e africanistas, para colocar a história dos negros africanos em sua dimensão real e verdadeira. É preciso também, e sobretudo, que os jovens pesquisadores africanos sejam lúcidos, desembaraçando-se das fórmulas escolares, evitem os caminhos já percorridos e se recusem a contar as mesmas histórias já sabidas. Essa história é nossa e deve ser abordada com seriedade: ela encerra um panorama da história da Humanidade. AAQUEPERRÉ SETEPENRÉ. Título dinástico e religioso do faraó Osorcon I. Ver FARAÓ: nomes e títulos. ABALE. Personagem da história de Cuxe, mãe do faraó Taharca. No sexto ano de seu reinado, em regozijo por uma benfazeja cheia do Nilo, o faraó mandou trazê-la de Napata para Tanis, a fim de que ela o reconhecesse coroado, tal como a deusa Ísis, segundo a tradição egípcia, vira seu filho Hórus no trono do pai, Osíris. ABASCE. O mesmo que Abissínia. Ver HABBASHAT. ABEXIM. O mesmo que abissínio, habitante da Abissínia. ABIDOS. Cidade egípcia, localizada na Tebaida, às margens do Nilo e a 560 km ao sul da atual Cairo. Abrigou a importante necrópole dos faraós desde a época arcaica ou tinita. Cidade sagrada do deus Osíris, lá foram encontradas, além de túmulos e cenotáfios como o de Seti I, as chamadas “tábuas de Abidos”, listagens enumerativas dos 76 primeiros faraós desde Narmer. ABILA. Primitivo nome de Ceuta, cidade e porto na costa setentrional do atual Marrocos, em frente a Gibraltar. Sob o domínio grego, foi chamada Heptadelfos. Pertenceu a Cartago e, sob tutela romana – quando teve seu nome traduzido para Septem Fratres, reduzido para Septa e corrompido em Ceuta –, tornou-se capital da Mauritânia Tingitana. ABISSÍNIA. Antigo nome da Etiópia, mais especificamente da região planaltina do maciço da Etiópia, no nordeste da África. Deriva provavelmente do nome árabe Habash ou Habbashat, de uma das tribos iemenitas tidas, pela tradição, como fundadoras do país. Outras versões apresentam o nome como originário de um vocábulo cujo significado é “mistura de povos”. ABRAÃO. Patriarca hebreu. Segundo o Gênesis, premido pela seca em Canaã, ao tempo em que seu nome era ainda Abrão, foi morar no Egito, onde sua mulher, ainda chamada Sarai, e não Sara, se viu forçada a casar-se com o faraó, que a imaginava solteira. Situando-se a existência histórica de Abraão por volta de 1850 a.C., esse faraó provavelmente seria Senusret III ou Amenemat III. Entretanto, alguns textos rabínicos narram esse episódio de modo diferente. Alguns historiadores negam até mesmo a real existência de Abraão. ABU SIMBEL. Região da Núbia, no atual Sudão, abaixo de Cartum. Sítio sagrado, era dominado por duas grandes colinas rochosas. Nelas, no século XIII a.C., Ramsés II, concluindo obra iniciada por seu antecessor Seti I, fez erigir dois templos escavados na rocha, nos quais se ergueram, em meio a paredes naturais, decoradas com belíssimos relevos, gigantescas estátuas encravadas na montanha. Segundo algumas interpretações, o gigantismo dessas estátuas tinha a intenção de intimidar os núbios, potenciais inimigos do Egito, pela propaganda ostensiva do poder e da grandiosidade do faraó. ABUSIR. Cidade egípcia influenciada pelo clero de Heliópolis. Nela, boa parte dos faraós construiu seus complexos funerários, numa tradição rompida por Djedkaré Isesi, que construiu o seu em Sacara, mais próximo a Mênfis, sob cuja influência se colocou. ABUTRE. Ave símbolo do Alto Egito. Em geral estigmatizados na cultura ocidental, os abutres são, em algumas culturas africanas, devido à altura que atingem em seus voos, considerados espécies de mensageiros dos humanos junto às altas potências do Universo. Assim é, por exemplo, o papel da Aura tiñosa (urubu) no culto de Ifá, introduzido pelos iorubanos em Cuba. ACÃ (AKAN). Denominação geral sob a qual se reúnem vários povos do oeste africano. Unidos pela cultura e pela língua, os povos acã, dos quais fazem parte, entre outros, axantis, fantis, baúles, agnis e tuís, ocupam principalmente as florestas do centro e as regiões mais temperadas da antiga Costa do Ouro. Os ancestrais desses povos teriam vindo de terras que se situam entre as atuais fronteiras de Gana e Costa do Marfim, na bacia do rio Volta Negro. Segundo antigas tradições locais, entretanto, eles teriam migrado originalmente da Etiópia, passando por Egito e Líbia, chegando ao Antigo Gana e depois às bacias do Benuê e do Chade. Por volta do início da Era Cristã, eles teriam caminhado até a confluência dos rios Pra e Ofin, evitando as partes ao norte da floresta. Nessa região, teriam conquistado os povos nativos e se misturado a eles, dando origem à língua tuí e a instituições sociais que perduram até nossos dias. Por volta do século XII d.C., movimentando- se para o sul e para o norte, organizaram, na orla da floresta, pequenos principados, os quais foram o germe do império axanti, no norte, e do Estado Fanti ou Fante, no sul. Segundo Asante, as concepções dos povos acã sobre o universo se revestem do mesmo holismo e da mesma harmonia encontrados na concepção quemética do Maat. ADAMAUA. Planalto elevado da atual República dos Camarões, entre a Nigéria e a República Centro-Africana. Foi, em tempos remotos, berço e núcleo de dispersão dos povos bantos. ADEQUETALI. Rei cuxita em Meroe, aproximadamente entre 134 e 140 d.C. Ver CUXE. ADJIB. Faraó egípcio da I dinastia, à época tinita ou arcaica. Seu governo foi breve, após o de Den. ADULIS. Porto fundado em Axum por Ptolomeu Filadelfo (c. 250 a.C.) Situado no golfo de Zula, próximo a Massauá, na Etiópia. ÁFRICA. Ligado à Ásia pelo istmo de Suez e pelo estreito de Bab-el-Mandeb, e separado da Europa apenas pelo estreito de Gibraltar, o continente africano – em contraste com a impenetrabilidade de suas densas florestas e regiões de grande altitude – teve nas águas do rio Nilo sua via natural de comunicação com as outras partes do mundo antigo, através do mar Mediterrâneo. Uma das regiões mais férteis do mundo, o vale do Nilo foi o berço das primeiras civilizações africanas, e do contato dessas civilizações com o mundo exterior nasceram os nomes pelos quais o continente africano – conforme Dapper, citado por Parreira – seria conhecido ao longo dos tempos: Olímpia, Oceânia, Herféri, Etiópia etc., entre os gregos; Feruch, para os fenícios; Afar, entre os hebreus; Bezecath, entre os indianos; e Líbia, entre os romanos. O nome “África” deriva de Afer, personagem mitológico, filho de Hércules e mencionado como “o líbio”. Berço da Humanidade – Os primeiros hominídeos, ancestrais do homem moderno, surgiram há aproximadamente 120 mil anos, na porção oriental do continente africano. De lá, cerca de 50 mil anos depois, os representantes do Homo sapiens foram-se dispersando paulatinamente, em várias direções, até alcançar todos os outros continentes. Em 2001, uma equipe de cientistas norte-americanos apresentou, no congresso da Organização do Genoma Humano, conclusão de pesquisa segundo a qual os europeus modernos descendem de um grupo de africanos que há cerca de 25 mil anos migrou de seu sítio de origem para a direção norte. Essa conclusão colocou por terra a ideia de que os humanos teriam evoluído, em grupos de origem distinta, simultaneamente na África, na Ásia e na Europa. África Profunda – As recentes descobertas científicas tornaram sem sentido a denominação “África Negra”, usada para qualificar a África Subsaariana em contraposição ao norte do continente. Assim, preferimos vê-la substituída por outra menos arbitrária, como “África Profunda”, por exemplo. E isso porque, na contramão de autores como Delafosse e Laffont, a moderna antropologia afirma a origem autóctone das populações denominadas “negro- africanas”. As novas aquisições da ciência afastam cada vez mais as hipóteses de o continente africano ter sido originalmente povoado por populações imigrantes. Consoante essas antigas hipóteses, todas as aquisições culturais observadas no continente teriam sido trazidas por ondas migratórias provenientes da Ásia. Entretanto, já na primeira metade do século XX se constatava que a África – como lembra Dimitri Olderogge – é o único continente no qual se encontram, numa linha evolutiva ininterrupta, todos os estágios do desenvolvimento humano, do Australopithecus ao Homo sapiens. Polo de difusão de homens e técnicas num período decisivo da História humana, só muito depois a África recebeu correntes migratórias retornadas do exterior. Segundo Cheikh Anta Diop, no início da pré- história, um importante movimento do sul para o norte levou grandes contingentes populacionais da região dos Grandes Lagos para a bacia do Nilo, onde viveram durante milênios. Foram descendentes desses migrantes que criaram a civilização nilótica sudanesa e o que conhecemos como Quemet ou Egito. Ainda segundo Diop, essas primitivas populações negras constituíram as primeiras civilizações do mundo, visto que o desenvolvimento da Europa ficara estagnado, desde a última Era Glacial, por aproximadamente cem mil anos. A partir do século VI a.C., com a ocupação do Egito pelos persas, os povos africanos até então atraídos como por magnetismo para o vale do Nilo espalharam-se por todo o continente. Alguns séculos mais tarde, já na Era Cristã – como provaram os métodos de datação por radiocarbono –, esses migrantes fundaram as primeiras civilizações continentais no oeste e no sul: Gana, Nok-Ifé, Zimbábue e outras. Os Africanos na Ásia – Segundo a concepção estabelecida da História, a civilização teria surgido na extremidade sul da Mesopotâmia, com os sumérios, povo tido como construtor das primeiras cidades do mundo, por volta de 3500 a.C. Durante muito tempo

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