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Dicionário da antiguidade africana PDF

287 Pages·2013·2.95 MB·Portuguese
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Copyright © Nei Lopes, 2011 CAPA: Evelyn Grumach FOTOS DA CAPA: Sylvester Adams, Frans Lemmens/Getty Images e Hiroyuki Matsumoto/Getty Images PROJETO GRÁFICO E COMPOSIÇÃO DE MIOLO DA VERSÃO IMPRESSA: CIP-BRASIL. CATALOGAÇÃO NA FONTE SINDICATO NACIONAL DOS EDITORES DE LIVROS, RJ Lopes, Nei, 1942- Dicionário da antiguidade africana [recurso eletrônico) / Nei Lopes. – Rio de Janeiro : L854d Civilização Brasileira, 2012. recurso digital : il. Formato: ePub Requisitos do sistema: Adobe Digital Editions Modo de acesso: World Wide Web Inclui bibliografia ISBN 978-85-2001-098-3 [recurso eletrônico] 1. África - Civilização - Dicionários. 2. África - Antiguidades - Dicionários. 3. África - Religião - Dicionários. 4. Livros eletrônicos. I. Título. 11- CDD: 960.03 7141 CDU: 94(6)(038) Todos os direitos reservados. Proibida a reprodução, armazenamento ou transmissão de partes deste livro, através de quaisquer meios, sem prévia autorização por escrito. Texto revisado segundo o novo Acordo Ortográfico da Língua Portuguesa. Direitos exclusivos desta edição reservados pela EDITORA CIVILIZAÇÃO BRASILEIRA Um selo da EDITORA JOSÉ OLYMPIO LTDA. Rua Argentina, 171 – Rio de Janeiro, RJ – 20921-380 – Tel.: 2585-2000 Seja um leitor preferencial Record. Cadastre-se e receba informações sobre nossos lançamentos e nossas promoções. Atendimento e venda direta ao leitor: [email protected] ou (21) 2585-2002 Produzido no Brasil 2012 Aos Guerreiros, Benfeitores e Ancestrais que inspiraram esta obra. À memória de meu irmão Ismar Braz Lopes, o “Mavilis”, operário gráfico que, nos anos 1950, ao presentear-me com meus primeiros livros, inoculou em mim o amor pelas ciências da humanidade. “Muitos eurocentristas acreditam que os afro-americanos devem apenas escrever sobre a escravidão e deixar a História Antiga para estudiosos mais ‘qualificados’. [...] O problema central é que os historiadores fizeram da escravidão sua única preocupação, e persuadiram os estudantes a fazer o mesmo. O dano que isso causou é incalculável, pois os negros passaram a ter de enxergar a sua História e a da África apenas pela ótica da escravidão.” CLYDE A. WINTERS * * * “Não se trata de fabricar, para a África, um passado que ela não tem, e sim de pesquisar o passado que ela na realidade teve, qualquer que seja ele.” R. MAUNY INTRODUÇÃO/ COM A EDIÇÃO, NO BRASIL, em 1980, de História geral da África em dois volumes, organizados pelo historiador burquinense Joseph Ki-Zerbo e publicados pela Unesco, inaugurava-se um novo capítulo dos estudos africanos em nosso país. Mais tarde, com A enxada e a lança, do diplomata e acadêmico Alberto da Costa e Silva, dava-se outro salto de qualidade. Entretanto, do nosso ponto de vista, sentíamo-nos ainda carentes de uma obra que popularizasse esse conhecimento, tornando-o acessível a um público diversificado. Então, num momento em que as publicações acadêmicas ainda abordam a África preferencialmente por meio de suas relações com a Europa, no contexto da escravidão, tomamos para nós, de acordo com nossas possibilidades, a tarefa de difundir parte desse conhecimento, apresentando-o segundo uma perspectiva africana, inclusive ressaltando a anterioridade das civilizações egípcia e cuxita em relação à greco-latina. A forma que elegemos foi a de um dicionário. Porque o conjunto de informações que este livro traz a público tem finalidade essencialmente didática. Um dicionário, com informações organizadas em verbetes que remetam com a máxima exatidão possível a outros que os completem, é, a nosso ver, a forma didática por excelência para a transmissão de conceitos que rematem uma ideia-mãe, um conceito axial. Essa ideia é a construção de uma nova visão da História africana, baseada na revisão de axiomas como os que definem “civilização”, “tecnologia”, “conhecimento científico”, “escrita”, “literatura” etc., a partir do que se produziu, antes da chegada de europeus e asiáticos, em várias regiões do continente africano, notadamente no Vale do Nilo, nas proximidades do Lago Chade, e até mesmo na floresta densa, durante as milenares e sucessivas migrações dos ancestrais dos atuais povos bantos. Assim, a seleção dos verbetes, tornando visíveis lugares, povos, eventos e heróis cuja importância jamais foi evidenciada ou avaliada, objetivou mostrar o continente africano não só como o “berço da humanidade”, mas também como o lugar onde a civilização humana deu seus primeiros passos, certamente antes das contribuições advindas do contexto indo-europeu. A antropologia física eurocentrada povoa o passado africano de “raças” e “sub-raças” irreais. Assim – conforme o antropólogo, linguista, historiador e físico senegalês Cheikh Anta Diop (1923-86) –, a história que se escreveu sobre a África está repleta de referências a “negroides”, hamitas, camitas, etiopídeos, nilóticos, em nenhuma parte constando a palavra “negro”. Busca- se sempre uma origem externa para os aportes civilizadores que fecundaram o continente, restando apenas aos povos coletores e caçadores – pigmeus, bosquímanos, hotentotes etc. –, até hoje congelados em seus ambientes naturais, a condição de autóctones. Daí, a abordagem escolhida para este trabalho. Como premissa básica do Dicionário, procuramos estabelecer o real significado de nomes como Axum, Cuxe, Etiópia, Querma, Meroe, Napata, Núbia, Punt, Sabá, e mesmo Egito. Para tanto, partimos do princípio de que o nome “Núbia” se referiria, como ainda hoje, a uma vasta região; de que Cuxe teria sido um território delimitado geográfica, social e politicamente, ou seja, um país dentro dessa região, a qual abrigou também os reinos da Etiópia (sub-região também chamada Abissínia); de que Querma, Napata e Meroe foram capitais cuxitas – a última sediando mais tarde um poderoso Estado imperial que acabou por tomar-lhe o nome, e que, finalmente, a sub-região da Etiópia viu surgir em seu seio, nas proximidades do antigo reino conhecido como Punt, a cidade-Estado de Axum, fundada por migrantes de Sabá, no atual Iêmen (ou no próprio território africano, como querem alguns historiadores), mais tarde também expandida a dimensões imperiais. Outra premissa, sabendo-se que o nome “Etiópia” foi concebido pelos gregos provavelmente a partir do século XIII a.C. e que o nome “Abissínia” tem origem árabe, foi procurar conhecer a denominação vernácula de cada uma dessas unidades talvez a partir do Egito, berço da mais antiga civilização no nordeste africano. Os antigos egípcios chamavam de “Ta-Seti” (“o país do arco”) a Núbia, e de “Ta-Neter” (“o país do sagrado”) a Etiópia. Já “Querma”, também de provável origem egípcia, seria a denominação do Egito (ou Quemet, seu nome vernáculo) para o país de Cuxe – por sua vez, uma nomeação originariamente hebraica. Já o nome “Abissínia” tem origem, segundo consta, no sul da Arábia, sendo utilizado, então, a partir de 1000 a.C., com a chegada de migrantes sabeus à região; esses migrantes, aliás, tanto poderiam ter partido do atual Iêmen, a Arabia Felix dos romanos, quanto de algum lugar mais próximo, uma vez que o nome Sabá, como veremos neste Dicionário, parece designar duas regiões distintas. Desse modo, com essas premissas – estabelecimento do real significado desses topônimos – esclarecemos sobre a cronologia adotada nesta obra, a partir de M. K. Asante, além de Baines & Malek, conforme explicado no verbete “dinastias egípcias”. As datações foram cotejadas com outras tábuas cronológicas, como a de Cazelles para a História de Israel. Sobre a grafia de antropônimos e topônimos, diante da dificuldade de adaptá-los buscando fidelidade às sonoridades originais ou partindo das suas versões europeias (gregas, no caso do Egito), optamos por utilizar a regra da ortografia geral, mantendo, no entanto, a fidelidade às grafias tradicionais já consagradas pelo uso em língua portuguesa. Quanto ao âmbito temporal do Dicionário, adotamos o conceito de “Antiguidade expandida” – não mais limitada no tempo nem no espaço – proposto pelo historiador Pedro Paulo Funari (ver verbete “Antiguidade”). Assim, todas as sociedades africanas que floresceram e se desenvolveram fora do contexto islâmico, a partir do século VII d.C., ou do católico, a partir do século XV, são por nós consideradas sociedades arcaicas (de arkhé), tendo vivido cada uma, em seu contexto histórico, uma “idade antiga” do continente. Finalmente, na defesa dos princípios que norteiam este livro – com o qual nos opomos às teorias que colocam os africanos à margem do pensamento racional e da experiência humana –, damos a palavra ao historiador e filósofo congolês Théophile Obenga, que assim escreveu, em 2002: É necessária uma grande coragem intelectual, da parte dos egiptólogos e africanistas, para colocar a história dos negros africanos em sua dimensão real e verdadeira. É preciso também, e sobretudo, que os jovens pesquisadores africanos sejam lúcidos, desembaraçando-se das fórmulas escolares, evitem os caminhos já percorridos e se recusem a contar as mesmas histórias já sabidas. Essa história é nossa e deve ser abordada com seriedade: ela encerra um panorama da história da Humanidade. AAQUEPERRÉ SETEPENRÉ. Título dinástico e religioso do faraó Osorcon I. Ver FARAÓ: nomes e títulos. ABALE. Personagem da história de Cuxe, mãe do faraó Taharca. No sexto ano de seu reinado, em regozijo por uma benfazeja cheia do Nilo, o faraó mandou trazê-la de Napata para Tanis, a fim de que ela o reconhecesse coroado, tal como a deusa Ísis, segundo a tradição egípcia, vira seu filho Hórus no trono do pai, Osíris. ABASCE. O mesmo que Abissínia. Ver HABBASHAT. ABEXIM. O mesmo que abissínio, habitante da Abissínia. ABIDOS. Cidade egípcia, localizada na Tebaida, às margens do Nilo e a 560 km ao sul da atual Cairo. Abrigou a importante necrópole dos faraós desde a época arcaica ou tinita. Cidade sagrada do deus Osíris, lá foram encontradas, além de túmulos e cenotáfios como o de Seti I, as chamadas “tábuas de Abidos”, listagens enumerativas dos 76 primeiros faraós desde Narmer. ABILA. Primitivo nome de Ceuta, cidade e porto na costa setentrional do atual Marrocos, em frente a Gibraltar. Sob o domínio grego, foi chamada Heptadelfos. Pertenceu a Cartago e, sob tutela romana – quando teve seu nome traduzido para Septem Fratres, reduzido para Septa e corrompido em Ceuta –, tornou-se capital da Mauritânia Tingitana. ABISSÍNIA. Antigo nome da Etiópia, mais especificamente da região planaltina do maciço da Etiópia, no nordeste da África. Deriva provavelmente do nome árabe Habash ou Habbashat, de uma das tribos iemenitas tidas, pela tradição, como fundadoras do país. Outras versões apresentam o nome como originário de um vocábulo cujo significado é “mistura de povos”. ABRAÃO. Patriarca hebreu. Segundo o Gênesis, premido pela seca em Canaã, ao tempo em que seu nome era ainda Abrão, foi morar no Egito, onde sua mulher, ainda chamada Sarai, e não Sara, se viu forçada a casar-se com o

Description:
BORNU. Antigo reino situado a oeste e ao sul do lago Chade. Seu território foi local estratégico na instalação dos povos que, na Antiguidade remota, Kingdom of Kush: The Napatan and Meroitic Empires, Princeton, Nova Jersey, Markus Wiener Publishers,. 1998 Antiga capital do reino Songhai.
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