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Adler Tradução de Adriel Teixeira VIDE EDITORIAL Dez erros filosóficos Mortimer J. Adler Primeira edição — março de 2021 — CEDET Título original: Ten Philosophical Mistakes Copyright © 1985 by Mortimer J. Adler Publicado em acordo com a editora original, Touchstone, uma divisão da Simon & Schuster, Inc. Todos os direitos reservados. Os direitos desta edição pertencem ao CEDET Centro de Desenvolvimento Profissional e Tecnológico Av. Comendador Aladino Selmi, 4630, galpão 8 CEP: 13069-096 —Vila San Martin, Campinas-SP Telefone: (19) 3249-0580 e-mail: [email protected] Editor: Thomaz Perroni Tradução: Adriel Teixeira Revisão: Thauan Monteiro Preparação de texto: Letícia de Paula Diagramação: Maurício Amaral Capa: Bruno Ortega Conselho editorial: Adelice Godoy César Kyn d’Avila Silvio Grimaldo de Camargo FICHA CATALOGRÁFICA Adler, Mortimer J. Dez erros filosóficos / Mortimer J. Adler; tradução de Adriel Teixeira — Campinas, SP: Vide Editorial, 2021. ISBN: 978-65-87138-22-0 1. Filosofia. 2. História da filosofia. I. Autor II. Título CDD — 100 /109 ÍNDICE PARA CATÁLOGO SISTEMÁTICO 1. Filosofia —100 2. História da filosofia — 109 VIDE Editorial — www.videeditorial.com.br Reservados todos os direitos desta obra. Proibida toda e qualquer reprodução desta edição por qualquer meio ou forma, seja ela eletrônica, mecânica, fotocópia, gravação ou qualquer outro meio de reprodução, sem permissão expressa do editor. AO LEITOR Títulos de livros são com frequência enganosos; às vezes são imprecisos. O do meu não é enganoso, mas é impreciso. Os leitores descobrirão que há mais de dez erros filosóficos considerados e corrigidos neste livro. Mas há dez matérias sobre as quais se erra normalmente. Um título mais preciso, mas também mais enfadonho, teria sido: Dez matérias sobre as quais errou-se filosoficamente. Creio que os leitores compreenderão por que optei pela forma mais curta, porém menos precisa, do título. Os leitores também irão achar que os cinco capítulos da Parte i são mais longos que os outros cinco da Parte n. O motivo disso é que os erros discutidos na Parte i são mais difíceis de serem expostos claramente. É mais difícil também explicar o que está envolvido na sua correção. Talvez eu devesse acrescentar que, a meu ver, os erros filosóficos discutidos na Parte i são mais fundamentais e dão azo a consequências mais sérias para o pensamento moderno. Não tentei argumentar a favor ou provar apoditicamente a veracidade das correções oferecidas por mim como solução para os erros propostos. Apelo então ao senso comum do leitor para que consiga discernir se tais correções possuem ou não o selo da verdade. PRÓLOGO Pequenos erros no princípio 1 “O mínimo desvio inicial da verdade multiplica-se posteriormente em mil e um outros desvios”. Assim escreveu Aristóteles no quarto século antes de Cristo. Dezesseis séculos mais tarde, Santo Tomás de Aquino fez ecoar a observação do Estagirita: parafraseando-a, disse o Aquinate, com efeito, que pequenos erros no princípio conduzem a graves consequências no final. Mas nem Aristóteles nem Santo Tomás tinham em mente os equívocos filosóficos — todos constituindo pequenos erros no princípio — com que este livro está preocupado. Tratam-se, todos eles, de erros da Modernidade, cometidos por diversos filósofos a partir do século XVII — o século que foi marcado pelos desvios de pensamento que se iniciaram com Thomas Hobbes na Inglaterra e com René Descartes na França. Em um ou dois casos, os erros filosóficos de que aqui nos ocuparemos repetem outros que em primeiro lugar ocorreram na Antiguidade. Mas isso não muda o fato de que todos esses erros são tipicamente, senão totalmente, modernos na origem e nas sérias consequências a que conduziram no pensamento moderno. Essas graves consequências não apenas impregnam o pensamento filosófico contemporâneo, como se manifestam em populares equívocos amplamente difundidos nos dias de hoje — equívocos estes que tendem todos para a mesma direção; que afetam a compreensão que temos de nós mesmos, de nossas vidas, de nossas instituições e de nossa experiência; e que desorientam nossas ações do mesmo modo que turvam nosso pensamento. Não se trata de erros enclausurados de relevância meramente acadêmica, mas de noções que foram popularizadas e espalhadas por toda parte nas mais variadas formas e pelos mais variados meios de difusão. Muitos de nós acolhemos involuntariamente alguns desses equívocos em nossas mentes sem saber de onde vieram ou como ali se alojaram. 2 Chamar a esses equívocos de pequenos erros não é diminuir-lhes a importância. Convém antes dizer que são equívocos extremamente simples, capazes de serem postulados em uma única sentença ou duas, e que as verdades que os corrigem são igualmente simples e similarmente capazes de serem estatuídas com brevidade. Entretanto, a sua simplicidade não impede que sobrevenham algumas complicações. Alguns desses pequenos erros envolvem um número correlato de questões; outros, uma série de vários aspectos; e outros ainda vêm aos pares, incluindo ambos os extremos de uma falsa polaridade. Vistos em sua simplicidade, ou mesmo com suas respectivas complicações, estes são equívocos que ocorrem no início de um longo encadeamento lógico, que conduz de premissas errôneas, através de diversos passos, até falsas conclusões ou consequências, às quais aquelas premissas dão ensejo. Logo no início, antes de as consequências serem discernidas, o equívoco parece inocente e passa despercebido. Somente quando somos confrontados com as repugnantes conclusões, a que raciocínios convincentes nos conduzem, é que somos forçados a retraçar nossos passos a fim de descobrir onde erramos. Só então a premissa errônea, que a princípio parecia inocente, revela-se como a grande culpada — um lobo em pele de cordeiro. Infelizmente, grande parte do pensamento moderno não procurou, nesse sentido, evitar aquelas conclusões que já haviam sido consideradas inaceitáveis por um motivo ou outro. Em vez de retraçar os passos que reconduziriam à fonte dos pequenos erros no princípio do raciocínio, os pensadores modernos tentaram por outras vias contornar os resultados daqueles erros iniciais, frequentemente multiplicando as dificuldades em vez de superá-las. Os avanços realizados pela filosofia moderna não foram suficientes para mitigar os desastres produzidos por aquelas conclusões que não foram abandonadas quando da descoberta dos equívocos iniciais que as originaram. A opção por adotar novos pontos de partida, substituindo premissas falsas por verdadeiras, teria mudado radicalmente a imagem que a filosofia moderna ora nos apresenta. 3 A ordem em que os equívocos filosóficos irão aparecer nos próximos capítulos é um tanto arbitrária, conquanto não inteiramente. Se a gravidade de cada um deles para a vida e a ação humanas tivesse sido o critério adotado para decidir qual deveria vir primeiro, a ordem talvez tivesse sido invertida. Os últimos seis dos dez capítulos são dedicados a temas de importância mais obviamente prática para a nossa vida cotidiana; já os quatro primeiros parecem mais teoréticos, mais distantes dos nossos interesses imediatos. Contudo, embora sejam de fato mais teoréticos, os quatro primeiros capítulos abordam equívocos subjacentes a muito do que se seguirá posteriormente. Trata-se de equívocos que guardam, entre suas graves consequências, pequenos erros no princípio de outras linhas de raciocínio. O equívoco sobre a consciência, de que trata o primeiro capítulo, é, de todos, talvez, o mais importante, pois está instalado no âmago mesmo do pensamento moderno, determinando sua compleição característica. Quando combinado ao equívoco sobre a mente humana, estudado no segundo capítulo, termina por lançar o pensamento moderno numa desventura que inclui muitos outros desvios para direções erradas. 4 O equívoco que iremos estudar no primeiro capítulo talvez se prove, aos olhos do leitor, o mais intrincado ou mesmo o mais desconcertante de todos, pois não apenas filósofos modernos, mas, de um modo geral, a maioria das pessoas está inclinada a cometê-lo. Sem refletir muito sobre o assunto,