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Desregulagens: Educação, Planejamento e Tecnologia como Ferramenta Social PDF

127 Pages·1981·8.993 MB·Portuguese
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nCCDcrii -> DESRE® DESREGULAGENS EDUCACÃO, PLANEJAMENTO E TECNOÍOGIA COMO FERRAMENTA SOCIAL LAYMERT GARCIA DOS SANTOS A teoria de sistemas procura se impor atribuindo seus fundamentos aos progres­ sos da ciência e da tecnologia. Seus detra­ tores contra-atacam argumentando que se trata de uma ideologia tecnocrática. O de­ bate é do maior interesse mas, a questão essencial é outra: o sistemismo se ins­ creve num modo de pensar utilitário, numa racionalidade instrumental, que raramente é posta em xeque tanto pelos homens de ciência quanto por aqueles que pretendem construir um conhecimento científico do social e do político. Este tipo de pensar realiza um movi­ mento que conduz o sujeito a acreditar que é possível controlar o real, prevê-lo, progra- má-Io, graças à intervenção racionalizadora do especialista, expressa nos planos, nos gráficos, nos diagramas, nas análises quan­ titativas. A racionalidade permanece into­ cável mesmo quando o real desmente as pretenções do modelo: a responsabilidade do fracasso é sempre imputada a deficiên­ cias no sistema nunca ao sistema enquanto tal. Laymert Garcia dos Santos C^ un amp ídação de desenvolvimento da unicamp roí. Paulo Gomes Romeo •esidente em exercício > Conselho de Curadores da FUNCAMP DNSELHO EDITORIAL ências Exatas Aécio Pereira Chagas (Presidente) Dino Ferraresi ‘ências Biológicas Walter August Hadler Luiz Valdrighi ências Humanas Jesus Antônio Durigan Maria Hermínia T. Almeida IA PUBLICADA EM CO-EDIÇÃO COM A FUNCAMP FUNDAÇAO DE DESENVOLVIMENTO DA UNICAMP Laymert Garcia dos Santos DESREGULAGENS Educação, Planejamento e Tecnologia como Ferramenta Social fun<£amp Originalmente este trabalho foi realizado como tese de doutora* mento em Ciências da Informação e da Documentação na Universi­ dade de Paris VII, sob a orientação do professor Armand Mattelart, graças ' uma bolsa de estudos do Conselho Nacional de Desenvolvi­ mento Científico e Tecnológico (CNPq). Copyright © Laymert Garcia dos Santos Capa: José Resende Revisão: Lygia Silva José E. Andrade editora brasiliense s.a. 01223 — r. general jardim, 160 sãopaulo — brasil A meus amigos do Departamento Audiovisual da Universidade pairis VII. Durante oito anos nossos caminhos cruzaram-se regular­ ei te;. Para mim foram anos decisivos. A eles, não devo apenas o ntat»:o com a universidade francesa; pois além do enriquecimento elec:tual, o que mais me marcou foi a amizade franca e leal e a iJariedade que sempre manifestaram. Agradecimentos A meus pais, Helena e Laymert, pelo incentivo e ajuda multiforme que me deram ao longo de toda a pesquisa. Quero registrar igualmente meu reconhecimento a: • Etienne Allemand, Bemard Cuau, Evando Mirra de Paula e Silva, Dominique Wolton, que discutiram comigo as questões levantadas durante a elaboração do texto e trouxeram-me preciosa contri­ buição. • Associação Brasileira de Teleducação (ABT), Angela Senra, Malu Belloni, João Vicente de Abreu Neto, José Paulo Carneiro Vieira, Martin Camoy e, especialmente, João Batista Araújo e Oliveira, que me ajudaram a reunir a documentação necessária. • Margarida Câmara, Zoé Guimarães, Vathsala Stone, Amon de An­ drade, João Batista Campanholi, Lubnem Name Moussi, do Projeto SACI/EXERN, que concordaram em receber-me e responder a minhas perguntas. • Ivaldo Ribeiro Leão, meu guia em Natal, que sensibilizou-me por sua acolhida calorosa e por ter-me introduzido junto a pessoas do povo do Rio Grande do Norte. • Núcleo de Pesquisas e Publicações (NPP) da Escola de Adminis­ tração de Empresas de São Paulo da Fundação Getúlio Vargas, que me permitiu desencadear a fase preliminar do trabalho concedendo- me uma bolsa de pesquisa de dezembro de 1976 a maio de 1977. • Marilena Chauí, Vanilda Paiva, Luís Antônio Cunha e à Funcamp, que apoiaram a publicação do texto. índice Parte I QUESTÃO DE MÉTODO uestão de Método................................................................................ 10 Parte II O SONHO TECNOLÕGICO E A REALIDADE SOCIAL Vl Escola Primária no Brasil.................................................................. 52 Untecedentes e Preparação do Projeto SACI/EXERN................... 82 0 Desenrolar das Operações................................................................ 131 D Fracasso do SACI/EXERN............................................................ 159 Parte III A IMAGEM SISTÉMICA k Imagem Sistémica ............................................................................... 184 conclusão ............................................................................................... 226 «ibliografia............................................................................................. 230 PARTE I QUESTÃO DE MÉTODO “II nous appartient de soumettre au joug bienfaisant de la raison tous les êtres inconnus, habitants d’autres planètes, qui se trouvent peut-être encore à 1’état sauvage de la liberté. S’ils ne comprennent pas que nous leur apportons le bonheur mathé- matíque et exact, notre devoir est de les forcer à être heureux. Mais avant toutes autres armes, nous employerons celle du Verbe.” Eugène Zamia tine “Ce que nous refusons n’est pas sans valeur ni sans importance. C’est bien à cause de cela que le refus est nécessaire. II y a une raison que nous n’accepterons plus, il y a une apparence de sagesse qui nous fait horreur, il y a une offre d’accord et de conciliation que nous n’entendrons pas. Une rupture s’est pro- duite. Nous avons été ramenés à cette franchise qui ne tolère plus la complicité." Maurice Blanchot Questão de método Um sociólogo francês já escreveu que em sua opinião o método não passa de uma codificação a posteriori da démarche da pesquisa.1 Eu diria que, em muitos trabalhos sociológicos, a questão do método freqúentemente assume o caráter de uma racionalização, no sentido freudiano do termo.2 Pois, quer a démarche seja empírica, parta do concreto ou abstrato ou, ao contrário, quer proceda da aplicação siste­ mática de um esquema de interpretação sobre um determinado objeto, freqúentemente considera-se a questão da metodologia como uma prova. O pesquisador deve, então, demonstrar que detém a herança le­ gada pelos que o precederam no mesmo campo, que emprega as ferra­ mentas conceituais adequadas, que sabe, melhor que ninguém, ilu­ minar seu objeto de análise. Em suma, deve justificar, para si próprio e para os outros, o fundamento de sua conduta — porque vai se compor­ tar como o dono da situação. Ora, não se domina uma situação exibindo as fraquezas, as hesi­ tações, o voo cego. A parada exige a evidência de um pensamento bem construído, a coerência sem brechas, o brilho da razão. Por isso, talvez, (1) Nicolas Herpin, Les Sociologues américains et le siècle, p. 159. (2) Racionalização: “Procedimento através do qual o sujeito procura dar uma explicação coerente do ponto de vista lógico, ou aceitável do ponto de vista moral, P*™ uma atitude, um ato, uma idéia, um sentimento, etc., cujos motivos verdadeiros não são percebidos; fala-se mais especificamente da racionalização de um sintoma, de uma compulsão defensiva, de uma formação reativa. A racionalização quando intervém ♦ I ’ dcsembocando numa sistematização mais ou menos acentuada”. Jean Laplancn etJ. B. Pontalis, Vocabulaire de la Psychanalyse. i

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