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Desejo, mercado e religião PDF

223 Pages·2010·18.018 MB·Portuguese
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JUNG MO SUNG Jung Mo Sung RELIGIÃO | 4 edição revista e ampliada 2010 & Fonte Editorial e Jung Mo Sung Capa e preparação: EDUARDO DE PROENÇA Revisão LucraNA MOREIRA Formato 14x21 cm - 224 páginas Dados Internacionais de Catalogação na Publicação (CIP) Sung, Jung Mo Desejo, mercado e religião / Jung Mo Sung; São Paulo: 4º edição revista e ampliada. Fonte Editorial, 2010. | ISBN 978-85-63607-09-6 1. Capitalismo 2. Desejo - Aspectos religiosos 3. Economia - Aspectos religiosos I. Título. CDD 261.85 Proibida a teprodução total ou parcial desta obra, de qualquer forma ou meio eletrônico e mecânico, inclusive por meio de processos xerográficos, sem permissão expressa da editora. (Lei nº 9.610 de 19.2,1998) Todos os direitos reservados à "FONTE EDITORIALLIDA. Rua Barão de Itapetininga, 140 loja 4 01042-000 São Paulo - SP Tel.: 11 3151-4252 www.fonteeditorial com.br e-mail: contato(Dfonteeditorial.com.br Aomestre e INTRODUÇÃO............. ssa traem mermo TEOLOGIA E ECONOMIA Uma visão introdutória.........sssen: 21 DESEJO MIMÉTICO, EXCLUSÃO SOCIAL E | CRISTIANISMO.........cisreemeeeeeeessemm teeeaemramearresseer teemiram 53 CONTRIBUIÇÕES DA TEOLOGIA NA LUTA CONTRAA EXCLUSÃO SOCIAL............ estereo 81 ECONOMIAE RELIGIÃO: , DESAFIOS PARA O CRISTIANISMO NO SÉCULO XXL............ 115 TEOLOGIA DA LIBERTAÇÃO entre o desejo de abundância ea realidade da escassez... isisasisemamasssersanesiasiasassosaesssamasts 147 CRISTIANISMO DE LIBERTAÇÃO: fracasso de uma utopia?......smesansmersemeramtemaero cesnseeseraneaeseamereraniansaastaaatas 185 Desejo, mercado e religião: o que une estes três conceitos? Já faz um tempo que circulam entre nós livros e artigos que tratam teologicamente da relação entre religião e economia. Textos que analisam a dinâmica do mercado e, em especial, a forma como o neoliberalismo eleva o mercado à condição de um ídolo. Também há livros que tratam de teologia e sexualidade, o campo que vem primeiro à nossa mente quando falamos de desejo. Mas, juntar desejo, mercado-economia e religião não é tão comum. Exatamente por não ser muito comum que este livro assume explicitamente um caráter de ensaio, de uma tentativa de aproximação da lógica que interliga estas três palavras. Rubem Alves é um dos teólogos ou pensadores cristãos latino-americanos que mais chamou a atenção sobre o papel do desejo na religião e na política. Talvez o fato de ter sido um dos iniciadores da Teologia da Libertação e a sua posterior formação e atuação psicanalítica expliquem esta ênfase. Em um de seus livros, ele diz que “se o mistério da religião é o mistério do desejo, e se o mistério do desejo se revela como poder, o poder se transforma na nova religião. (...) O lugar do desejo é tomado pela ilusão do poder: a ilusão de que o poder é capaz de produzir o que o coração deseja. Os profetas denunciaram esta ilusão e lhe deram o nome de idolatria. Um ídolo é um objeto feito pelas mãos do homem (práxis) ao qual se atribui o poder para realizar os desejos do coração”. Hoje a “ilusão do poder” não se dá na tanto esfera política, mas sim na do mercado. À hegemonia neoliberal no mundo consolidou, no final do século XX, o mercado como o fundamento e o centro das nossas sociedades: E a busca da riqueza e, com isso, a ostentação das mercadorias de “grife” se tornaram o mais importante objetivo na vida da maioria das pessoas, particularmente os integrados no mercado. À mercadoria tornou-se “o” objeto de - desejo.Marx, no início do seu livro O Capital, disse que a riqueza das sociedades em que domina o modo de produção capitalista aparece como uma “imensa coleção de mercadorias” e referiu-se à mercadoria como “um objeto extemo, uma coisa, a qual pelas suas propriedades satisfaz necessidades humanas de qualquer espécie. À natureza dessas necessidades, se elas se originam do estômago ou da fantasia, não altera nada na coisa”, Uma necessidade que vem da fantasia tem a ver com o desejo e, portanto, a mercadoria tem a ver com a satisfação dos desejos, além, é claro, das necessidades. Se uma das funções da mercadoriaé satisfazer uma fantasia, um desejo, e se a satisfação dos desejos mais fundamentais do ser humano tem a ver com a religião, é provável que haja uma relação entre desejo, mercadoria e religião. Afinal, como diz Freud, o segredo da força das religiões reside na força dos desejos, no desejo de que os desejos mais fortes e prementes da humanidade sejam realizados. Mesmo que não tenha buscado analisar a relação entre “desejo, mercado e religião, há-afirmações de Marx sobre o fetichismo da mercadoria que é bastante estimulante para esta nossa reflexão. Por exemplo, ele disse que “À primeira vista, a mercadoria parece uma coisa trivial, evidente. Analisando-a, vê-se que ela é uma coisa muito complicada, cheia de sutileza metafísica e manhas. “teológicas.” Marx, quando jovem, havia dito que a religião era um produto da sociedade, uma consciência invertida do mundo porque o próprio mundo era invertido. Ele havia explicado a religião a partir das relações sociais invertidas. Os seres humanos produziam o Estado e o Estado, o produto, passava a dominar sobre os seres humanos, os seus-produtores. Essas relações sociais invertidas tinham uma correspondência na consciência, na qual os seres humanos que produziam os deuses e os seres sobrenaturais passavam a ser ver como produtos da vontade e das ações dos deuses, vistos como os verdadeiros sujeitos e agentes da história humana. Na maturidade, ao falar do fetiche da mercadoria, ele reencontra, de uma certa forma, a religião. Para fazer uma analogia da forma misteriosa em que consiste a mercadoria, ele disse que “temos de nos deslocar à região nebulosa do mundo da religião." É como se ele estivesse fechando um círculo: para entender a religião precisamos nos voltar para as relações sociais invertidas; e para entender o coração das inversões no capitalismo, o fetiche da mercadoria, precisamos, ou pelo menos nos ajuda muito, voltar os olhos para o mundo da religião. Esta teoria do fetichismo da mercadoria influenciou bastante os teólogos da libertação que mais trabalham a relação entre teologia e economia — Franz Hinkelammert, Hugo Assmann, Enrique Dussel, entre outros — e acredito que há ainda muita riqueza a ser recuperada e desenvolvida a partir desta intuição marxista da relação entre economia e teologia. Max Weber, no seu clássico livro A ética protestante e o espírito do capitalismo, no qual relaciona a religião e a economia capitalista, também se referiu ao problema do desejo. Para explicar a razão pela qual os empresários são irracionais do ponto de vista da felicidade pessoal e dedicam a sua vida ao trabalho continuo dos seus negócios, em vez dos negócios estarem em função das suas vidas, ele diz que “naturalmente, o desejo de poder e de consideração alheia pelo mero fato de riqueza desempenha seu papel," A acumulação de riqueza, de mercadorias, como o único ou o melhor caminho para se satisfazer o desejo de poder e de consideração alheia, o reconhecimento: este é um dos segredos do dinamismo do sistema capitalista, ou do espírito do capitalismo. Veblen, no seu clássico Teoria da classe ociosa, já alertava que “o motivo que está na base da propriedade é a emulação”, isto “6, rivalidade, competição e inveja em torno da honra e do mérito

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