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Descentralização Administrativa Novos Caminhos, Novas Realidades PDF

197 Pages·2016·1.58 MB·Portuguese
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Descentralização Administrativa Novos Caminhos, Novas Realidades Bruna Alexandra Marques Duarte Dissertação de Mestrado Outubro de 2016 Área de Especialização: Direito Administrativo Tese elaborada sob a orientação da Professora Doutora Alexandra Leitão Descentralização Administrativa Novos Caminhos, Novas Realidades “Fracionar ou descentralizar o poder corresponde, forçosamente, a reduzir a soma absoluta de poder, e o sistema de concorrência é o único capaz de reduzir ao mínimo, pela descentralização, o poder exercido pelo homem sobre o homem.” Friedrich Hayek 2 Descentralização Administrativa Novos Caminhos, Novas Realidades Aos meus Pais e à minha Irmã, pelo alento e compreensão em todos os momentos. Uma especial palavra de agradecimento à Exma. Senhora Professora Doutora Alexandra Leitão por todos os conselhos e orientação que me deu apesar dos grandes desafios profissionais. 3 Descentralização Administrativa Novos Caminhos, Novas Realidades Abreviaturas ANAFRE – Associação Nacional de Freguesias ANMP – Associação Nacional de Municípios Portugueses CECA – Comunidade Europeia do Carvão e do Aço CCDR – Comunidades de Coordenação e Desenvolvimento Regional CCR – Comissão e Coordenação Regional CEE – Comunidade Económica Europeia CIM – Comunidades Intermunicipais CRP – Constituição da República Portuguesa FAM – Fundo de Apoio Municipal FEDER – Fundo Europeu de Desenvolvimento Regional FSM – Fundo Social Municipal GAT – Gabinete de Apoio Técnico LCRA – Lei de Criação das Regiões Administrativas LQAR – Lei-Quadro das Regiões Administrativas NUTS – Nomenclatura das Unidades Territoriais para Fins Estatísticos OCDE – Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Económico PCP – Partido Comunista Português PEV – Partido Ecologista “Os Verdes” POCAL – Plano Oficial de Contabilidade das Autarquias Locais PS – Partido Socialista QREN – Quadro de Referência Estratégico Nacional SCI – Sistema de Controlo Interno 4 Descentralização Administrativa Novos Caminhos, Novas Realidades Resumo A organização territorial da Administração Pública tem estado, ao longo dos tempos, em debate, sem, contudo, reunir consensos e muito menos conclusões. Nos últimos tempos tem, no entanto, havido novos movimentos descentralizadores muito em razão necessidade da reforma do Estado e da tentativa de diminuição de despesa, assumindo a Descentralização uma prioridade governativa do Governo. Com efeito, a Descentralização, consagrada constitucionalmente, é defendida por alguns Autores como uma necessidade do Estado de Direito Democrático e de defesa da liberdade local, e desconsiderada por outros Autores. Apesar de serem variados os incentivos, os receios são também muitos, e o caminho nem sempre se revela claro. Diga-se que mesmo entre os seus defensores as opiniões quanto à sua concretização são diversas e divergindo quanto às melhores formas de concretizar a Descentralização. Efetivamente, e apesar das hesitações, uma coisa é certa, a Constituição da República Portuguesa consagra Portugal como um país unitário devendo na sua organização respeitar a Descentralização Democrática da Administração Pública, reconhecendo a Autonomia do Poder Local e consagrando os interesses próprios das comunidades locais e regionais. Aliás, é um imperativo constitucional a afirmação da existência não só de Autarquias Locais ao nível das freguesias e municípios, mas ainda a existência de um nível intermédio na organização territorial da Administração Pública assegurado através da criação das Regiões Administrativas, cujos órgãos seriam diretamente eleitos pela população das comunidades regionais, assegurando, desse modo, o Direito de Participação Democrática das comunidades nos assuntos que lhes dizem diretamente respeito. Porém, até ao momento não foram criadas as Regiões Administrativas, justamente, uma instância intermédia na organização territorial da Administração Pública e que colmatariam uma situação de ausência de uma instância que permitiria articular a Administração Central e a Administração Local permitindo uma mais adequada atuação desta e um melhor acompanhamento daquela, sendo as medidas até agora instituídas incipientes face à necessidade efetiva de Descentralização e de concretização dos ditames constitucionais. 5 Descentralização Administrativa Novos Caminhos, Novas Realidades Abstract The territorial organization of public administration has been over time on discussion however, build consensus and much less conclusions. In the last times, however, been new decentralized movements much because need for reform of the state and attempt to decrease spending, assuming Decentralization a governing priority of the Government. Current, the decentralization enshrined constitutionally is advocated by some authors as a necessity of the state of democratic law and defense of local freedom, and disregarded by other authors. Although they are different incentives, fears are also many, and the path is not always reveal clear. Tell yourself that even among his supporters and the opinions of its implementation are diverse and diverging as to the best ways of implementing the Decentralization. Actually, while the hesitations, one thing is certain, the Portuguese Constitution consecrates Portugal as a unitary country should in your organization respect the Democratic Decentralization of Public Administration, recognizing the Local Government Autonomy and consecrating the personal interests of local communities and regional. By the way, it is a constitutional imperative affirmation of the existence not only of Local Authorities at the level of parishes and municipalities, but also the existence of an intermediate level in the territorial organization of public administration ensured through the creation of administrative regions, whose organs would be directly elected by the population of regional communities, there by ensuring the Right to Democratic community participation in matters that concern them directly about it. However, so far they have not created the Administrative Regions precisely an intermediate instance in the territorial organization of public administration and culminated a situation of absence of an instance that would link the Central Administration and Local Administration allowing a better performance of this and better monitoring of that, with the measures imposed so far incipient due to the effective need for decentralization and the implementation of constitutional principles. 6 Descentralização Administrativa Novos Caminhos, Novas Realidades Índice 1. Introdução ...................................................................................................................... 10 2. Contexto Histórico .......................................................................................................... 12 2.1 O Poder Local em Portugal. Os Municípios ......................................................... 12 2.3 Da 1.ª República e o Estado Novo ....................................................................... 18 3. Regionalização na União Europeia ................................................................................. 26 3.1 Alemanha ............................................................................................................ 26 3.2 Bélgica ................................................................................................................. 27 3.3 Espanha ............................................................................................................... 29 3.4 Itália ..................................................................................................................... 30 3.5 França .................................................................................................................. 31 3.6 Países Baixos........................................................................................................ 32 3.7 Reino Unido ......................................................................................................... 33 3.8 País de Gales ........................................................................................................ 34 3.9 Escócia ................................................................................................................. 34 3.10 Irlanda ................................................................................................................. 35 3.11 Grécia .................................................................................................................. 35 3.12 Dinamarca ........................................................................................................... 36 3.13 Suécia ..................................................................................................................... 37 4. A Descentralização na Constituição da República Portuguesa ...................................... 39 4.1 A consagração Constitucional do Princípio da Descentralização ........................ 40 4.2 O Poder Local na Constituição da República Portuguesa.................................... 41 4.3 As Regiões Administrativas na Constituição da República Portuguesa .............. 43 5. Descentralização ............................................................................................................ 45 5.1 Descentralização. Notas introdutórias ................................................................ 45 5.2 Descentralização e Centralização ........................................................................ 49 5.3 A Terceira via de Charles Eisenmann .................................................................. 50 5.4 Descentralização Política e Descentralização Administrativa ............................. 51 5.5 Descentralização e Desconcentração. ................................................................. 52 5.6 Descentralização Administrativa. A Descentralização Territorial ....................... 56 5.7 A Descentralização Territorial e a Descentralização Funcional........................... 61 5.8 Vantagens da Descentralização ........................................................................... 63 5.9 Desvantagens da Descentralização ..................................................................... 67 5.10 Limites da Descentralização ................................................................................ 68 7 Descentralização Administrativa Novos Caminhos, Novas Realidades 6. Princípio da Subsidiariedade .......................................................................................... 72 6.1 Princípio da Subsidiariedade ............................................................................... 72 6.2 A Subsidiariedade na União Europeia ................................................................. 78 6.3 Meios e Decisões de Controlo Jurisdicional do Princípio da Subsidiariedade .... 81 6.4 A Subsidiariedade e o Princípio da Autonomia Local .......................................... 82 7. O Princípio da Legalidade ............................................................................................... 86 8. Tutela Administrativa ..................................................................................................... 88 9. As entidades no panorama Atual ................................................................................... 94 9.1 As Associações de Municípios ............................................................................. 94 9.1.1 Contexto do surgimento das Associações de Municípios ........................... 94 9.2 As Áreas Metropolitanas. A Área Metropolitana de Lisboa e a Área Metropolitana do Porto. As Comunidades Urbanas. ..................................................... 99 9.3 As Comunidades Intermunicipais ...................................................................... 101 10. As CCDR ........................................................................................................................ 103 11. As Autarquias Locais ..................................................................................................... 106 11.1 Os elementos essenciais das Autarquias Locais ................................................ 110 11.1.1 O Território ................................................................................................ 110 11.1.2 O Agregado Populacional .......................................................................... 112 11.1.3 Os Interesses Comuns ............................................................................... 113 11.1.4 Os órgãos representativos ........................................................................ 119 11.1.5 Eleição dos Órgãos .................................................................................... 119 11.2 As Atribuições .................................................................................................... 120 11.3 As Freguesias ..................................................................................................... 122 11.4 Os Municípios .................................................................................................... 125 11.4.1 Competências ............................................................................................ 126 11.4.2 Os Órgãos Representativos ....................................................................... 127 11.5 Descentralização de Poderes para os Municípios ............................................. 129 11.5.1 O Princípio da Autonomia Local ................................................................ 129 11.5.2 A Carta Europeia da Autonomia Local ....................................................... 133 11.6 Descentralização Financeira .............................................................................. 135 11.6.1 O Princípio da Autonomia Financeira dos Municípios .............................. 135 11.6.2 Fundo de Apoio Municipal ........................................................................ 139 11.7 Contratos-Programa (Contratos Interadministrativos) ..................................... 141 11.8 O exemplo da Educação .................................................................................... 144 12. A Regionalização ........................................................................................................... 148 8 Descentralização Administrativa Novos Caminhos, Novas Realidades 12.1 A Regionalização................................................................................................ 148 12.2 Princípios orientadores da Regionalização ....................................................... 151 12.3 Os órgãos representativos ................................................................................ 154 12.4 As Regiões Administrativas ............................................................................... 156 12.5 Apresentação de propostas para as Regiões Administrativas .......................... 163 12.6 A instituição das Regiões Administrativas ......................................................... 168 12.6.1 O Referendo .............................................................................................. 168 12.7 Competências das Regiões Administrativas ...................................................... 171 12.7.1 Desenvolvimento Económico e Social ....................................................... 172 12.7.2 O Ordenamento do Território ................................................................... 174 12.7.3 Ambiente, Conservação da Natureza e Recursos Hídricos ....................... 174 12.7.4 Infraestruturas viárias e Equipamentos .................................................... 175 12.7.5 Educação e Formação Profissional ............................................................ 176 12.7.6 Cultura e Património Histórico .................................................................. 176 12.7.7 Juventude, Desporto e Tempos-Livres ...................................................... 177 12.7.8 Turismo ...................................................................................................... 177 12.7.9 Abastecimento Público .............................................................................. 178 12.7.10 Apoio Técnico à Ação dos Municípios ....................................................... 178 13. Conclusões .................................................................................................................... 180 14. Bibliografia .................................................................................................................... 184 15. ANEXOS......................................................................................................................... 192 9 Descentralização Administrativa Novos Caminhos, Novas Realidades 1. Introdução A Descentralização enquanto modelo de organização do território pode ser concretizada de várias formas. Em Portugal, e, apesar de a Descentralização estar constitucionalmente consagrada a verdade é que não tem sido consensual a formalização da mesma. Com efeito, não só se está muito aquém do nível de Descentralização da União Europeia modelo que tendemos a seguir e que nos apresenta o modo de organização que tentamos obter como de resto, se encontra por cumprir os objetivos constitucionais quanto à Descentralização Administrativa. Porém, ao propormo-nos a analisar a temática verifica- se que obtemos algumas questões que necessitam de resposta, alguns pontos que merecem reflexão. Desde logo, importa analisar se fará sentido descentralizar perante um país com as dimensões que Portugal apresenta. Ou sequer, se é tão necessário o apelo às Regiões Administrativas. Se de facto, a transferência de competências da Administração Central para os Municípios a que se tem assistido constitui uma forma adequada e suficiente para concretizar a Descentralização. Por outro lado, essa atribuição de competências aos Municípios tem sido realizada ao abrigo das premissas da lei, e, ainda, através de contratualização com os Municípios. Assim, a temática suscita algumas questões que apesar de serem objeto variadas vezes do debate político não tem havido um plano a ser concretizado. De facto, no panorama nacional constata-se que a intenção de descentralizar é antiga e o projeto de criação das Regiões Administrativas encontra-se consagrado na Constituição da República Portuguesa; no entanto, na prática apesar do reforço dos poderes dos municípios, é certo, porém, que não tem havido uma atribuição de autonomia financeira que permita fazer de Poder Local uma realidade consistente e que acompanhe a tendência de descentralização. Também, ao nível da delegação de poderes se tem conseguido atribuir mais força ao poder municipal sendo uma forma de delegar tais competências que pertencem à Administração Central para o domínio dos Municípios. 10

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da criação das Regiões Administrativas, cujos órgãos seriam diretamente eleitos .. 5.4 Descentralização Política e Descentralização Administrativa .
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