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DENIS DE ROUGEMONT - Amor e o Ocidente PDF

340 Pages·2011·2.97 MB·Portuguese
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DENIS DE ROUGEMONT O amor e o Ocidente Tradução de Paulo Brandi e Ethel Brandi Cachapuz EDITORA GUANABARA Título Original L'AMOUR ET L'OCCIDENT Copyright Librairie Plon 1972 Direitos exclusivos para a língua portuguesa no Brasil Copyright by EDITORA GUANABARA S.A. Travessa do Ouvidor, 11 Rio de Janeiro, RJ — CEP 20040 1988 Reservados todos os direitos. É proibida a duplicação ou reprodução deste volume, no todo ou em parte, sob quaisquer formas ou por quaisquer meios (eletrônico, mecânico, gravação, fotocópia, ou outros), sem permissão expressa da Editora. Sumário Advertência.................................................................................................. 9 Prefácio à edição de 1956 .......................................................................... 12 O AMOR E O OCIDENTE ....................................................................... 14 LIVRO I O MITO DE TRISTÃO ............................................................. 15 1. TRIUNFO DO ROMANCE... E O QUE ELE ESCONDE ............... 15 2. O MITO ............................................................................................. 17 3. ATUALIDADE DO MITO: RAZÕES DE NOSSA ANÁLISE ....... 21 4. O CONTEÚDO MANIFESTO DO ROMANCE DE TRISTÃO ........ 24 5. ENIGMAS ......................................................................................... 26 6. CAVALARIA CONTRA CASAMENTO ........................................ 28 7. O AMOR DO ROMANCE ............................................................... 31 8. O AMOR DO AMOR ....................................................................... 33 9. O AMOR DA MORTE ..................................................................... 36 10. O FILTRO ....................................................................................... 40 11. O AMOR RECÍPROCO INFELIZ .................................................. 43 12. UMA ANTIGA E GRAVE MELODIA .......................................... 46 LIVRO II AS ORIGENS RELIGIOSAS DO MITO ................................ 48 1. O "OBSTÁCULO" NATURAL E SAGRADO ................................ 48 2. EROS OU O DESEJO SEM FIM (Platonismo, druidismo, maniqueismo) ........................................................................................ 50 3. ÁGAPE OU O AMOR CRISTÃO .................................................... 55 4. ORIENTE E OCIDENTE.................................................................. 58 5. REPERCUSSÃO DO CRISTIANISMO NOS COSTUMES OCIDENTAIS ....................................................................................... 60 6. O AMOR CORTÊS: TROVADORES E CATAROS ....................... 62 7. HERESIA E POESIA ........................................................................ 69 8. OBJEÇÕES ....................................................................................... 77 1. Religião mal conhecida ................................................................. 78 2. Os trovadores guardam o segredo ................................................. 79 3. O Amor cortês seria uma idealização do amor carnal ................... 82 9. OS MÍSTICOS ÁRABES.................................................................. 87 10. VISÃO DE CONJUNTO DO FENÔMENO CORTÊS .................. 92 11. DO AMOR CORTÊS AO ROMANCE BRETÃO ....................... 105 12. DOS MITOS CELTAS AO ROMANCE BRETÃO ..................... 109 13. DO ROMANCE BRETÃO A WAGNER, PASSANDO POR GOTTFRIED ....................................................................................... 113 14. PRIMEIRAS CONCLUSÕES....................................................... 117 LIVRO III PAIXÃO E MÍSTICA ........................................................... 119 1. SITUAÇÃO DO PROBLEMA ....................................................... 119 2. TRISTÃO: UMA AVENTURA MISTICA .................................... 120 3. TRANSPOSIÇÕES CURIOSAS, MAS INEVITÁVEIS ............... 127 4. AS MÍSTICAS ORTODOXAS E A LINGUAGEM DA PAIXÃO 128 5. A RETÓRICA CORTÊS NOS MÍSTICOS ESPANHÓIS ............. 134 6. NOTA SOBRE A METÁFORA ..................................................... 139 7. LIBERTAÇÃO FINAL DOS MÍSTICOS ...................................... 142 8. CREPÚSCULO DO AMOR-PAIXÃO ........................................... 143 LIVRO IV O MITO NA LITERATURA ................................................ 146 1. SOBRE UMA INFLUÊNCIA PRECISA DA LITERATURA NOS COSTUMES ........................................................................................ 146 2. AS DUAS ROSAS .......................................................................... 148 3. SICILIA, ITALIA, BEATRIZ E SÍMBOLO .................................. 149 4. PETRARCA OU O RETÓRICO CONVERTIDO.......................... 152 5. UM IDEAL AS AVESSAS: A GAULOISERIE .............................. 156 6. EVOLUÇÃO DA CAVALARIA ATÉ CERVANTES .................. 158 7. ROMEU E JULIETA — MILTON ................................................. 159 8. ASTRÉIA: DA MÍSTICA À PSICOLOGIA .................................. 163 9. CORNEILLE OU O MITO COMBATIDO .................................... 165 10. RACINE OU A IRRUPÇÃO DO MITO ...................................... 168 11. FEDRA OU O MITO "PUNIDO" ................................................. 170 12. ECLIPSE DO MITO ..................................................................... 173 13. DON JUAN E SADE .................................................................... 175 14. A NOVA HELOISA...................................................................... 179 15. O ROMANTISMO ALEMÃO ...................................................... 181 16. INTERIORIZAÇÃO DO MITO ................................................... 184 17. STENDHAL OU O FIASCO DO SUBLIME ............................... 187 18. WAGNER OU A PERFEIÇÃO .................................................... 189 19. VULGARIZAÇÃO DO MITO ..................................................... 193 20. O INSTINTO GLORIFICADO ..................................................... 197 21. A PAIXÃO EM TODOS OS DOMÍNIOS .................................... 199 LIVRO V AMOR E GUERRA ............................................................... 202 1. PARALELISMO DAS FORMAS ................................................... 202 2. LINGUAGEM GUERREIRA DO AMOR ..................................... 203 3. A CAVALARIA, LEI DO AMOR E DA GUERRA ...................... 205 4. OS TORNEIOS OU O MITO EM AÇÃO ...................................... 207 5. CONDOTTIERI E CANHÕES ....................................................... 209 6. A GUERRA CLÁSSICA ................................................................ 212 7. A GUERRA DE PUNHOS DE RENDA ........................................ 214 8. A GUERRA REVOLUCIONÁRIA ................................................ 216 9. A GUERRA NACIONAL ............................................................... 218 10. A GUERRA TOTAL ..................................................................... 220 11. A PAIXÃO LEVADA À POLITICA............................................ 222 LIVRO VI O MITO CONTRA O CASAMENTO ................................. 227 1. CRISE MODERNA DO CASAMENTO ........................................ 227 2. IDÉIA MODERNA DA FELICIDADE .......................................... 231 3. "AMAR É VIVER!" ........................................................................ 232 4. DESPOSAR ISOLDA? ................................................................... 233 5. DA ANARQUIA AO EUGENISMO .............................................. 237 6. SENTIDO DA CRISE ..................................................................... 240 LIVRO VII O AMOR-AÇÃO, OU DA FIDELIDADE ......................... 245 1. NECESSIDADE DE UMA TOMADA DE POSIÇÃO .................. 245 2. CRITICA DO CASAMENTO ........................................................ 246 3. O CASAMENTO COMO DECISÃO ............................................. 249 4. SOBRE A FIDELIDADE................................................................ 251 5. EROS SALVO POR ÁGAPE ......................................................... 255 6. OS PARADOXOS DO OCIDENTE ............................................... 259 7. ALÉM DA TRAGÉDIA.................................................................. 262 APÊNDICES ........................................................................................... 267 1. CARÁTER SAGRADO DA LENDA ............................................. 267 2. CAVALARIA SAGRADA ............................................................. 268 3. CANÇÕES DE GESTA E ROMANCES CORTESES .................. 268 4. CONCEPÇÕES ORIENTAIS DO AMOR ..................................... 271 5. MÍSTICA E AMOR CORTÊS ........................................................ 272 6. FREUD E OS SURREALISTAS .................................................... 274 7. ADVENTO DA DAMA NO JOGO DE XADREZ ........................ 275 8. DANTE HERÉTICO ....................................................................... 275 9. AMOR À PRIMEIRA VISTA E CONVERSÃO ........................... 276 10. PAIXÃO E ASCESE ..................................................................... 277 11. SÃO FRANCISCO DE ASSIS E OS CÁTAROS ........................ 278 12. AS BEGUINAS: DO CATARISMO À MÍSTICA ATRAVÉS DA POESIA CORTÊS ............................................................................... 279 13. SOBRE O SADISMO ................................................................... 280 PÓS-ESCRITO ........................................................................................ 281 NÃO DEFINITIVO E CIENTÍFICO-POLÊMICO ............................ 281 AMBIGÜIDADE DAS INFLUÊNCIAS ............................................ 282 O RENASCIMENTO CÁTARO NO SÉCULO XX .......................... 282 RÉPLICA AOS MEUS CRÍTICOS .................................................... 286 UM TROVADOR MÍSTICO HENRIQUE SUSO ............................. 291 ORIGENS IRANIANAS DO GRAAL ............................................... 293 TROVADORES E CÁTAROS ........................................................... 295 TANTRISMO E CORTESIA .............................................................. 303 SOBRE A INVENÇÃO DO AMOR NO SÉCULO XII ..................... 306 IMPRECAÇÃO FINAL ...................................................................... 315 EQUÍVOCOS QUANTO À MORAL ................................................. 318 PAIXÃO E INCESTO ......................................................................... 321 PAIXÃO E ALERGIA ........................................................................ 323 PAIXÃO E DROGA ........................................................................... 324 PAIXÃO E CASAMENTO ................................................................. 326 BIBLIOGRAFIA ..................................................................................... 330 I O MITO DE TRISTÃO .................................................................... 330 II ORIGENS RELIGIOSAS DO MITO .............................................. 331 Sobre o maniqueísmo e os cátaros: ................................................. 331 Ver também: .................................................................................... 332 Sobre os trovadores: ........................................................................ 332 Ver também: .................................................................................... 333 Sobre os místicos árabes:................................................................. 333 Sobre os ciclos romanescos do Norte: ............................................. 334 Ver também: .................................................................................... 335 III O MITO E A MÍSTICA ................................................................. 335 IV O MITO NA LITERATURA ......................................................... 336 V AMOR E GUERRA ........................................................................ 337 VI e VII O MITO E O CASAMENTO ............................................... 338 VIII APÊNDICE. ................................................................................ 338 Obras em que se discutem as teses deste livro: ............................... 338 Advertência Chamei "livros" às diferentes partes desta obra porque o conteúdo de cada uma delas é mais ou menos o de um volume de tamanho comum. O grande número de fatos e textos citados e o jogo dos leitmotiv entrelaçados poderiam desorientar alguns leitores, caso eu não fornecesse logo a chave deste trabalho. O primeiro livro expõe o conteúdo oculto da lenda ou mito de Tristão. É uma descida aos sucessivos círculos da paixão. O último livro indica uma atitude humana diametralmente oposta e com isso remata a descrição da paixão, pois somente se conhecem as coisas ultrapassadas ou, ao menos, aquelas cujos limites se pôde tocar, sem todavia transpô-los. Quanto aos livros intermediários, o segundo tenta remontar às origens religiosas do mito, enquanto os seguintes descrevem seus efeitos nos mais diversos domínios: mística, literatura, arte da guerra, moral do casamento. * * * A tentação de falar de coisas do amor é pretexto muito pouco convincente, em se tratando de volume tão denso. Duvidosa vantagem, por sinal: envergonhar-nos-íamos de partilhá-la com tantos autores famosos. Por isso, impus algumas dificuldades a mim mesmo. Não quis enaltecer nem depreciar aquilo que Stendhal chamava de amor-paixão, mas tentei descrevê-lo como um fenômeno histórico de origem propriamente religiosa. Ora, os homens e as mulheres aceitam perfeitamente que se fale de amor e, aliás, nunca se cansam disso, por mais vulgar que seja o discurso; mas temem que se defina a paixão, por menos rigorosa que seja a definição. A maioria, diz Lados, "renunciaria aos seus próprios prazeres, se estes lhe custassem a fadiga de uma reflexão". A validade deste livro poderá ser comprovada na medida em que consiga sobretudo desagradar; e somente será útil se convencer aqueles que tomarem consciência, ao lê-lo, das razões que podiam ter para considerá-lo principalmente desagradável. Este procedimento custará ao autor numerosas censuras. Os apaixonados tomar-me-ão por cínico, e aqueles que jamais conheceram a verdadeira paixão ficarão surpresos por eu ter consagrado um livro inteiro ao tema. Uns dirão que definir o amor significa perdê-lo; outros, que perdemos nosso tempo. A quem agradarei? Àqueles que talvez queiram saber ou, até mesmo, curar-se? * * * Parti de um tipo de paixão tal como a vivem os ocidentais, de uma forma extrema, aparentemente excepcional: o mito de Tristão e Isolda. Precisamos desta referência fabulosa, deste exemplo brilhante e "banal" — como se diz que um forno é banal, logo único — se quisermos compreender o sentido e a finalidade da paixão em nossas vidas. Está claro, portanto, que simplifiquei. Por que perder tempo e estilo em explicar incessantemente que a realidade é mais complexa do que tudo aquilo que se pode dizer a respeito dela? Se a vida é confusa, uma obra escrita não deve necessariamente imitá-la. Se por vezes dogmatizei, pedirei desculpas apenas aos meus leitores que considerarem minhas estilizações prejudiciais ao sentido profundo do mito. * * * Levado por minhas análises a domínios habitualmente reservados aos "especialistas", procurei tirar o máximo proveito de trabalhos considerados clássicos e de alguns outros; e se apenas citei um número bastante reduzido, não foi sempre por ignorância, mas por uma preocupação de me restringir ao essencial. Perdoar-me-ão os especialistas por haver tentado um esforço de síntese que toda a sua formação técnica condena? Na ausência de uma ciência universal que demandaria muitas vidas para dominar, limitei-me a procurar aqui e ali confirmações oportunas para certas opiniões inteiramente intuitivas. Encontrei, aliás, mais do que era necessário e apenas apresentei um resumo de minhas pesquisas. Este compromisso me expõe a um duplo perigo. Teria convencido talvez algumas leitoras se não tivesse fornecido provas. E teria obtido a estima dos especialistas se não tivesse tirado de seus trabalhos algumas conclusões... Nesta situação deplorável, resta-me apenas uma esperança: a de instruir as leitoras e, ao mesmo tempo, divertir os sábios. * * * Vivi este livro ao longo de toda a minha adolescência e juventude; concebi-o sob a forma de obra escrita e o enriqueci com algumas leituras feitas

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Houve, sobretudo, em 1348, a grande peste negra que assolou a Europa: isso vem lembrar ao Mas esse Kriegspiel permitiu o aperfeiçoamento
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