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Deixa o Alfredo Falar PDF

134 Pages·2012·0.81 MB·Portuguese
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DO AUTOR OS GRILOS NÃO CANTAM MAIS, contos, 1941; 3ª ed., 1984. A MARCA, novela, 1944; 3ª ed., 1984. A CIDADE VAZIA, crônicas e histórias de Nova York, 1950; 8ª ed., 1984, acrescida de Medo em Nova York, 1979. A VIDA REAL, novelas, 1952; 8ª edição, 1984. LUGARES-COMUNS, dicionário, 1952; 3ª ed., 1984. O ENCONTRO MARCADO, romance, 1956; 46ª edição, 1985. Editora Livro do Brasil, Portugal, 1959. J.P. Bachem Verlag, Alemanha, 1962. DuFontein, Holanda, 1963. Luis de Caralt Editor, Espanha, 1964. Souvenir Press, Inglaterra, 1967. Panther Books, Inglaterra, 1968. O HOMEM NU, contos e crônicas, 1960; Círculo do Livro, 1978; 25ª edição, 1985. A MULHER DO VIZINHO, crônicas, 1962; 14ª edição, 1984. A COMPANHEIRA DE VIAGEM, contos e crônicas, 1965; Círculo do Livro, 1977; 8ª edição, 1984. A INGLESA DESLUMBRADA, crônicas e histórias da Inglaterra e do Brasil, 1967; 9ª edição, 1984. GENTE I e GENTE II, crônicas e reminiscências, 1975. DEIXA O ALFREDO FALAR!, crônicas e histórias curtas, 1976; 11ª edição, 1985. O ENCONTRO DAS ÁGUAS, crônica irreverente de uma cidade tropical, 1977; 4ª edição, 1984. GENTE, crônicas e reminiscência, 1979; 3ª ed., 1984. O GRANDE MENTECAPTO, romance, 1979; 24ª edição, 1985. A FALTA QUE ELA ME FAZ, contos e crônicas, 1980; 13ª edição, 1985. O MENINO NO ESPELHO, romance, 1982. Edição especial, limitada e fora do comércio para MPM Propaganda, 1982. O MENINO NO ESPELHO, romance, 1982; 19ª edição, 1985. O GATO SOU EU, contos e crônicas, 1983; 14ª edição, 1984. MACACOS ME MORDAM, contos infantil, 1984 (coleção Abre-te Sésamo) A FACA DE DOIS GUMES, novelas, 1985; 5ª edição, 1985. FERNANDO SABINO DEIXA O ALFREDO FALAR! 11ª EDIÇÃO Capa: Gian Calvi FICHA CATALOGRÁFICA (Preparada pelo Centro de Catalogação-na-fonte do Sindicato Nacional dos Editores de Livros, RJ) Sabino, Fernando, 1923 S121d Deixa o Alfredo Falar! Rio de Janeiro, Record. 11ª edição. 1985. 215p. 21cm. 1. Crônicas brasileiras. 1. Título. 76-0385 CDD — 869.93 CDU — 869.(81)-94 hhttttpp::////ggrroouuppss..ggooooggllee..ccoomm//ggrroouupp//ddiiggiittaallssoouurrccee DISTRIBUIDORA RECORD DE SERVIÇOS DE IMPRENSA S.A. Rua Argentina 171 — 20921 Rio de Janeiro, RJ — Tel.: 580-3668 Proibida reprodução integral ou parcial em livro de qualquer espécie ou outra forma de publicação sem autorização expressa do autor. Copyright © 1976 by Fernando Sabino Impresso no Brasil PEDIDOS PELO REEMBOLSO POSTAL Caixa Postal 23.052 — Rio de Janeiro, RJ — 20922 CCCCCCCCOOOOOOOONNNNNNNNTTTTTTTTRRRRRRRRAAAAAAAA CCCCCCCCAAAAAAAAPPPPPPPPAAAAAAAA Iniciando-se ainda na adolescência com um livro de contos, Fernando Sabino chamou a atenção para o seu nome em 1944 com uma novela, A Marca. Em 1948, voltando dos Estados Unidos, onde viveu cerca de 3 anos, fez sucesso com um livro de crônicas, A Cidade Vazia. Em 1952 publicou um livro de novelas, A Vida Real, onde exercita a sua técnica em novas experiências literárias. Com O Encontro Marcado, seu primeiro romance, em 1956 o escritor mineiro abriu à sua carreira um caminho novo dentro da literatura nacional. Os livros de contos, crônicas e histórias curtas que se sucederam, O Homem Nu (1960), A Mulher do Vizinho (1962), A Companheira de Viagem (1965), A Inglesa Deslumbrada (1967), Gente I e II (1975), Deixa o Alfredo Falar! (1976) e O Encontro das Águas (1977) vieram reafirmar as suas qualidades de prosador, capaz de explorar com fino senso de humor o lado pitoresco ou poético do dia-a-dia, colhendo de fatos cotidianos e personagens obscuros, verdadeiras lições de vida, graça e beleza. Em 1979 publicou seu segundo romance, O Grande Mentecapto, que imediatamente conquistou verdadeira consagração nacional, aclamado pela crítica e pelo público. Lançou ainda novo livro de crônicas e pequenas histórias em 1981, A Falta que Ela me Faz. No fim de 1982 publicou seu terceiro romance, O Menino no Espelho, com ilustrações de Carlos Scliar, que logo ultrapassou a casa dos 100.000 exemplares. Em 1983 publicou com igual sucesso a coletânea de crônicas e histórias O Gato Sou Eu. Em 1985 provocou verdadeiro impacto com o seu surpreendente livro A Faca de Dois Gumes, uma trilogia de amor, intriga e mistério. OOOOOOOORRRRRRRREEEEEEEELLLLLLLLHHHHHHHHAAAAAAAASSSSSSSS DDDDDDDDOOOOOOOO LLLLLLLLIIIIIIIIVVVVVVVVRRRRRRRROOOOOOOO DEIXA O ALFREDO FALAR! Fernando Sabino melhor do que nunca: leve, divertido, irônico, mas , acima de tudo, descobrindo a verdade das pessoas e das coisas que acontecem todos os dias e que poucos sabem perceber. Um anjo que pede carona. O mistério entre dois retratos. A rainha e o crioulo doido. Os que têm medo de avião e os que fingem não ter. O mundo das gafes, distrações, esquecimentos e equívocos em que se mete o autor. Um consultório sentimental à porta da cozinha. Como deixar de ser fumante sem deixar de fumar. A arte de ser inglês, a arte de bater papo e a arte de beber. Um marido que não voltou, os hippies que estão voltando, o filho que nascerá no Natal. Assalto no meio da noite, fantasmas em Minas, sangue de touro em Madri. Uma mulher completamente vestida, um cineasta improvisado, caretas do autor ao espelho fazendo autocrítica. Estas e outras histórias, reminiscências, casos e episódios da vida cotidiana: um gênero de crônica hoje identificado com Fernando Sabino, que dele se tornou um mestre. Obras de Fernando Sabino • Cidade Vazia • A Vida Real • Lugares-Comuns • O Encontro Marcado • O Homem Nu • A Companheira de Viagem • Gente • Deixa o Alfredo Falar! • O Encontro das Águas • O Grande Mentecapto • A Falta que Ela me Faz • O Menino no Espelho • O Gato Sou Eu • A Faca de Dois Gumes • As Melhores Histórias • A Mulher do Vizinho • Macacos me Mordam (Coleção Infantil “Abre-te Sésamo”) Foto do Autor: Márcia Ramalho ÍNDICE O ENVIADO DE DEUS / 9 O RETRATO / 11 UM POUCO DISTRAÍDO / 13 O FALSO CORONEL / 15 CONVERSA DE BOTEQUIM / 17 DEIXA O ALFREDO FALAR! / 19 VALENTIA / 22 O RÁDIO, ESSE MISTÉRIO / 24 A ÚLTIMA VIAGEM / 26 NAS ASAS DO MEDO / 28 AO BOM BEBEDOR MEIA GARRAFA BASTA / 30 A IRONIA DO DESTINO / 34 OCASIÕES DE FICAR CALADO / 36 ROTEIRO DE HONG-KONG / 38 O DIAMANTE / 40 EM LONDRES, COMO OS INGLESES / 42 AFLIÇÕES DE UM NOIVO / 52 COM O MUNDO NAS MÃOS / 54 SEM TIRAR PATENTE / 56 MAIS INVENÇÕES / 58 FUMAR SEM SER FUMANTE / 61 PELA ESCADA / 65 COMO MELHORAR A MEMÓRIA / 68 A SELVA DO ASFALTO / 70 O IMPROVÁVEL RETORNO / 72 A MULHER VESTIDA / 75 A VOLTA DOS HIPPIES / 77 A VINDA DO FILHO / 80 O RICOCHETE TELEFÔNICO / 82 O PREÇO DA ADMISSÃO / 86 VINTE PENOSOS ANOS DEPOIS / 91 FANTASMAS DE MINAS / 95 ELEGÂNCIA / 99 PRIMEIRO ANDAR / 101 ASSALTO NUMA NOITE DE VERÃO / 104 SANGUE DE TOURO EM MADRI / 108 COMÉDIA HUMANA / 110 MINHA (IN)EXPERIÊNCIA DE CINEMA / 112 INFRAÇÕES / 119 ANO NOVO / 122 DIANTE DO ESPELHO / 124 O ENVIADO DE DEUS FAZIA um dia lindo. O ar ao longo da praia era desses de lavar a alma. O meu fusca deslizava dócil no asfalto, eu ia para a cidade feliz da vida. Tomara o meu banho, fizera a barba e, metido além do mais num terno novo, saíra para enfrentar com otimismo a única perspectiva sombria naquela manhã de cristal: a da hora marcada no dentista. Mas eis que o sinal se fecha na Avenida Princesa Isabel e um rapazinho humilde se aproxima de meu carro. — Moço, me dá uma carona até a cidade? O que mais me impressionou foi a espontaneidade com que respondi: — Eu não vou até a cidade, meu filho. Havia no meu tom algo de paternal e compassivo, mas que suficiência na minha voz! Que segurança no meu destino! Mal tive tempo de olhar o rapazinho e o sinal se abria, o carro arrancava em meio aos outros, a caminho da cidade. Logo uma voz que não era a minha saltou dentro de mim: — Por que você mentiu? Tentei vagamente justificar-me, alegando ser imprudente, tantos casos de assalto... — Assalto? A esta hora? Neste lugar? Com aquele jeito humilde? Ora, não seja ridículo. Protestei contra a voz, mandando que se calasse: eu não admitia impertinência. E nem bem entrara no túnel, já concluía que fizera muito bem, por que diabo ele não podia tomar um ônibus? Que fosse pedir a outro, certamente seria atendido. Mas a voz insistia: eu bem vira pelo espelho retrovisor que alguém mais, atrás de mim, também havia recusado, despachando-o com um gesto displicente. Nem ao menos dera uma desculpa qualquer, como eu. Não contaria com ninguém, o pobre diabo. Como os mais afortunados podem ser assim insensíveis! Era óbvio que ele não dispunha de dinheiro para o ônibus e ficaria ali o dia todo. E eu no meu carro, de corpo e alma lavada, todo feliz no meu terninho novo. Comecei a aborrecer o terno, já me parecia mesmo ligeiramente apertado. Dentro do túnel a voz agora ganhara o eco da própria voz de Deus: — Não custava nada levá-lo. Não, Deus não podia ser tão chato: que importância tinha conceder ou negar uma simples carona? Ah, sim? Pois então eu ficasse sabendo que aquele era simplesmente o teste, o Grande Teste da minha existência de homem. Se eu pensava que Deus iria me esperar numa esquina da vida para me oferecer solenemente numa bandeja a minha oportunidade de Salvação, eu estava muitíssimo enganado: ali é que Ele decidia o meu destino. Pusera aquele sujeitinho no meu caminho para me submeter à prova definitiva. Era um enviado Seu, e a humildade do pedido fora só para disfarçar — Deus é muito disfarçado. Agora o terno novo me apertava, a gravata me estrangulava, e eu seguia diretamente para as profundas do inferno, deixando lá atrás o último Mensageiro, como um anjo abandonado. Ao meu lado, no carro, só havia lugar para o demônio. — Não tem dúvida: aquele cara me estragou o dia — resmunguei, aborrecido, acelerando mais o carro a caminho da cidade. Quando dei por mim, já em Botafogo, entrava no primeiro retorno à esquerda, sem saber por quê, de volta em direção ao túnel. Imediatamente me revoltei contra aquela tolice, que apenas me faria perder o dentista — o que, aliás, não seria mau. Mas era tarde, e o fluxo do tráfego agora me obrigaria a refazer todo o percurso. Como explicar-lhe, sem perda de dignidade, que havia mentido e voltara para buscá-lo? Certamente ele nem estaria mais lá. Estava. Foi só fazer a volta na praia, e pude vê-lo no mesmo lugar, ainda postulando condução. Detive o carro a seu lado. Justificando meu regresso, gaguejei uma desculpa qualquer, que ele mal escutou. Aceitou logo a carona que eu lhe oferecia: sentou-se a meu lado como se fosse a coisa mais natural do mundo eu ter voltado para buscá-lo. Era mesmo alguém que pedia condução simplesmente porque não tinha dinheiro para o ônibus. Desempregado, ia para a cidade por não saber mais para onde ir — o que já é outra história. Só não me pareceu que fosse um enviado de Deus: não perdi o dentista e, ainda por cima, Deus houve por bem distinguir-me com um nervo exposto.

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