PUCPR – PONTIFÍCIA UNIVERSIDADE CATÓLICA DO PARANÁ JARDEL DE CARVALHO COSTA A CRÍTICA AO LIBERALISMO NA FILOSOFIA DE ALASDAIR MACINTYRE CURITIBA 2010 Livros Grátis http://www.livrosgratis.com.br Milhares de livros grátis para download. 2 JARDEL DE CARVALHO COSTA A CRÍTICA AO LIBERALISMO NA FILOSOFIA DE ALASDAIR MACINTYRE Dissertação apresentada ao Programa de Pós- Graduação: Mestrado em Filosofia da Pontifícia Universidade Católica do Paraná, como requisito para a obtenção do grau de mestre. Orientador: Prof. Dr. César Augusto Ramos CURITIBA 2010 3 Dados da Catalogação na Publicação Pontifícia Universidade Católica do Paraná Sistema Integrado de Bibliotecas – SIBI/PUCPR Biblioteca Central Costa, Jardel de Carvalho C837c A crítica ao liberalismo na filosofia de Alasdair MacIntyre / Jardel de 2010 Carvalho Costa ; orientador, César Augusto Ramos. -- 2010. 139 f. ; 30 cm Dissertação (mestrado) – Pontifícia Universidade Católica do Paraná, Curitiba, 2010 Bibliografia: f. 133-139 1. MacIntyre, Alasdair C. 2. Liberalismo. 3. Ciência política – Filosofia. 4. Justiça. I. Ramos, César Augusto, 1948 -. II. Pontifícia Universidade Católica do Paraná. Programa de Pós-Graduação em Filosofia. III. Título. CDD 20. ed. – 320.51 4 JARDEL DE CARVALHO COSTA A CRÍTICA AO LIBERALISMO NA FILOSOFIA DE ALASDAIR MACINTYRE Dissertação apresentada ao Programa de Pós- Graduação: Mestrado em Filosofia da Pontifícia Universidade Católica do Paraná, como requisito para a obtenção do grau de mestre. COMISSÃO EXAMINADORA Prof. Dr. César Augusto Ramos (Orientador) Pontifícia Universidade Católica do Paraná Prof. Dr. Antônio Edmilson Paschoal Pontifícia Universidade Católica do Paraná Prof. Dr. Helder Buenos Aires de Carvalho Universidade Federal do Piauí Curitiba______de__________________de 2010 5 À minha mãe Maria Creuza de Carvalho Costa e à memória de meu pai Raimundo Pereira Costa. 6 AGRADECIMENTOS Todo esse trabalho só foi possível porque inúmeras pessoas acreditaram nele e sempre me apoiaram numa jornada longa e dolorosa. Agradeço primeiramente àquele motor primeiro que move tudo e à minha família, especialmente à minha mãe, Maria Creuza de C. Costa por sempre ter acreditado e apostado nos meus projetos. Da mesma forma agradeço a meus irmãos, Jaaziel de C. Costa, Natanael de C. Costa, minha irmã, Raquel de C. Costa, meu primo (um verdadeiro irmão) William de Carvalho, e a Débora de S. França, que sempre foi amiga e companheira em todos os meus passos até aqui. Sem o seu apoio jamais teria conseguido concluir essa caminhada. Também agradeço aos amigos que contribuíram de alguma forma nas minhas inquietações acadêmicas principalmente no tocante à política, como é o caso do grande amigo Paulo Rogério de S. Brito, Elielson Santana e do professor Marivaldo Macedo. Ambos ainda muito cedo na minha adolescência me acordaram do sono dogmático, criando em mim fortes inquietações quanto às injustiças sociais do mundo liberal contemporâneo. Não poderia também deixar de agradecer aos professores do departamento de História da Universidade Estadual do Piauí, ao Ms. João Batista do V. Júnior que por meio de suas aulas ampliou ainda mais minhas curiosidades quanto à política. Aos amigos Ms. Maurenir Vaz V. de Mello e Dr. Valdinar da Silva O. Filho meu profundo agradecimento pelos conselhos e ajudas. Não poderia deixar de agradecer aos professores do departamento de filosofia da Universidade Federal do Piauí, especialmente ao prof. Dr. Helder Buenos A. de Carvalho que da mesma forma como um professor de primário tem a paciência de ensinar uma criança a escrever as letras do alfabeto, teve para comigo uma atenção especial em me iniciar nas leituras do filósofo escocês Alasdair MacIntyre, me explicando passo a passo cada capítulo e parágrafo quando eu ainda era bastante novo na filosofia. Da mesma forma, tenho uma profunda e incalculável dívida para com o professor e amigo Dr. Luizir de Oliveira, quem mais me incentivou a caminhar nessa longa jornada do Piauí ao Paraná. Sem seus sábios conselhos e ajuda, muito provavelmente eu não teria criado coragem para trilhar esse caminho, muito menos teria chegado onde cheguei. Tenho também uma grande dívida para com o professor Ms.José Iran Nobre de Sena, o “grande hegeliano da UFPI”, que sempre disponibilizou seu precioso tempo a ensinar filosofia tanto a mim como a meu irmão. A profª.Dr.ª Maria Cristina de T. Sparano e prof. Dr. José Sérgio D. da Fonseca meu profundo agradecimento por todo o apoio. Também gostaria de agradecer ao prof. Dr. Luiz Bernardo Leite Araújo da Universidade Estadual do Rio de Janeiro e ao prof. Dr. David Lorenzo Izquierdo da Universidade Internacional da Catalunya, por toda ajuda prestada. Merecem agradecimento especial os professores do mestrado em filosofia da Pontifícia Universidade Católica do Paraná, especialmente o meu orientador prof. Dr. César Augusto Ramos, por ter me dado essa oportunidade de aprender com seus sábios conselhos e advertências sempre fornecidos nos momentos certos. Tenho um profundo orgulho por ter sido orientado por ele. Agradeço também aos professores: Dr. César Candiotto, Dr. Bortollo Vale e principalmente ao prof. Dr. Antônio Edmilson Paschoal, por todo o companheirismo e disponibilidade em ajudar no que fosse preciso. Não poderia deixar de agradecer a Antônia Pollentini, secretária do mestrado, que sempre me recebeu e me atendeu com o maior carisma, atenção e boa vontade possível. Da mesma forma, quero agradecer aos amigos do mestrado com quem mais pude discutir e aprender muito de filosofia, a saber, Fábio Robson Búffalo, Alexandre Sech Júnior e Daniel Corteline Scherer. Agradeço também à Pontifícia Universidade Católica do Paraná e à CAPES – Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior por todo o apoio material e financeiro fornecido. Por fim, quero agradecer pelas grandes amizades que pude construir em minha estadia em Curitiba, especialmente aos amigos: Sandro de M. Santana, João Carlos Ramires e Wlamir Leandro M. Campos, pessoas que tenho muito apreço e consideração. Da mesma forma agradeço a David Krugman, João M. Francisco Júnior, Anderson Alex S. Rosendo, Luciano Cuozzo, Carlos I. Sepúlveda Gonzalez e família, Rafael de Medeiros B. Gomes e a família “Curitiba Eco Hostel”: Alexandre Martello, Rodrigo Martello, Elza R. dos Santos, Rayane C. dos Santos e Eloy Bohnn. Para com todas estas pessoas, tenho uma dívida incalculável. Também agradeço os meus amigos do Piauí que sempre estiveram torcendo por mim onde quer que eu estivesse, a saber, André Wallas, Alexander A. Moraes, Cícero Tadeu e família, Daniel Miranda, José Nery B. Júnior, Luis Eduardo F. da Silva, Leonardo F. da Silva, Luiz Fernando dos S. Souza, Herbert S. Rios, Willam’s S. de Sousa, Ricardo P. de Cerqueira, João C. Linhares e Nívea G. Nascimento. 7 Esse poema de Bukowski reflete muito bem toda força de vontade necessária para enfrentar essa jornada de Teresina à Curitiba, "Se vai tentar siga em frente. Senão, nem começe! Isso pode significar perder namoradas esposas, família, trabalho...e talvez a cabeça. Pode significar ficar sem comer por dias, Pode significar congelar em um parque, Pode significar cadeia, Pode significar caçoadas, desolação... A desolação é o presente O resto é uma prova de sua paciência, do quanto realmente quis fazer E farei, apesar do menosprezo E será melhor que qualquer coisa que possa imaginar. Se vai tentar, Vá em frente. Não há outro sentimento como este Ficará sozinho com os Deuses E as noites serão quentes Levará a vida com um sorriso perfeito É a única coisa que vale a pena”. - Charles Bukowski. 8 RESUMO Poucos filósofos exerceram uma influência tão poderosa na crítica contemporânea do liberalismo como Alasdair MacIntyre. Escocês radicado nos Estados Unidos tem na sua trajetória intelectual um passado de militância marxista com inúmeros duelos tanto entre os adeptos do marxismo como com os seus inimigos. Contudo, seu amadurecimento intelectual o fez reestruturar sua idéia de ação política abandonando a plataforma marxista de luta de classes, aproximando-se de uma revolução comunitarista. Declarando-se agora um aristotélico-tomista, MacIntyre fez uma virada intelectual buscando uma nova fundamentação teórica na retomada da ética das virtudes. Porém, mesmo tendo mudado de perspectiva teórica, um ponto ainda pode ser claramente percebido em seus escritos, a saber, a recusa radical do capitalismo e do que ele entende ser sua expressão moral: o liberalismo. Nesse sentido, a presente pesquisa tem como principal objetivo analisar o nível das críticas do filósofo escocês ao liberalismo, mapeando até que ponto elas conseguem fornecer uma alternativa às ordens sociais liberais. Para isso, esboçamos no primeiro capítulo um panorama geral dos atuais debates entre liberais e comunitaristas procurando clarificar a posição de MacIntyre em relação aos pensadores comunitaristas. No segundo capítulo, desenvolvemos a narrativa de decadência do mundo moderno como MacIntyre explicita em sua obra “Depois da Virtude” (1981). No terceiro, explicitamos as críticas do filósofo escocês às principais teorias liberais da justiça que existem na contemporaneidade, a saber, as de Rawls, Nozick e Dworkin. Quanto ao quarto capítulo, expomos o diagnóstico negativo de MacIntyre em relação às noções liberais de cidadania, política, mercado e poder. No quinto e último capítulo explicitamos a alternativa que MacIntyre oferece às ordens sociais liberais contemporâneas, ou melhor, procuramos tornar claro que tipo de sociabilidade o escocês pensa como superior às implementadas no mundo liberal moderno. Palavras-chave: Liberalismo. Democracia. Mercado. Comunidade. Virtude. 9 ABSTRACT Few philosophers have had such a powerful influence on contemporary criticism of liberalism as Alasdair MacIntyre. A Scotsman settled in the United States, he carries along his intellectual history as a Marxist militant numerous duels against both the supporters of Marxism as well as their enemies. Nevertheless, his intellectual maturity forced him to restructure his idea of political action, abandoning the Marxist agenda based on class struggle, and coming up with a communitarian revolution. By declaring himself nowadays an Aristotelian-Thomist, MacIntyre proposes an intellectual turn which seeks a new theoretical basis for the reassumption of virtue ethics. However, even having changed his theoretical perspective, a ground point can still be clearly seen in his writings, namely, the radical rejection of capitalism and what he considers as its moral expression: liberalism. In this sense, this research aims at analyzing the level of criticism upon liberalism as developed by the Scottish philosopher , by means of mapping the extent to which his criticism can provide an alternative to liberal social orders. In order to achieve our goal, we offer in the first chapter an overview of current debates between liberals and communitarians seeking to clarify Mac Intyre‟s position towards the communitarian philosophers. In the second chapter, we develop the narrative of the decline of the modern world following MacIntyre‟s exposition in his book "After Virtue" (1981). In the third, we elucidate the criticism of the Scottish philosopher to the main liberal theories of justice that can be found in contemporary society, namely those of Rawls, Nozick and Dworkin. In the fourth chapter, we expose the negative diagnosis of MacIntyre in relation to the liberal notions of citizenship, political and market power. In the fifth and final chapter we focus on explaining MacIntyre‟s alternative to the contemporary liberal social orders, or rather, we seek to state clearly what kind of sociability the philosopher considers as superior to the one implemented in modern liberal world. Keywords: Liberalism. Democracy. Market. Community. Virtue.
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