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Cultura da Oliveira no Brasil PDF

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- CULTURA DA - · , ao OLIVEIRA BRASIL . \ ' \ • SHISUTO JOSÉ MURAIAMA _ · 2.• EDIÇÃO SHISU!O JOSÉ MU~IAMA Engenheiro Agrônomo CULTURA DA OLIVEIRA NO BRASIL . z.a Edição . . EDIÇõES MELHORAMENTOS Todos _os d.ireitos reservados pela Comp. Melhor~mentos de São Paulo, Indústrias de Papel Caixa Postal 8120 - São Paulo Sx-2/V-8 Outras obras de Shisuto José Muraiama, nas Edições Melhoramentos: Série "ABC do Lavrador Prático" N." 5- CEBOLA E ALHO N.0 8- O TOMATE N.0 33- CULTURA DA MELANCIA N.0 59 CULTURA DA ALCACHôFRA CULTURA DA ALFACE N.0 66 -CULTURA DE LIMÕES Nos pedidos telegráficos basta citar o cód. 0-01-026 .. § ~~~!::JJitii:m4 ,INHEIAO AO LIVRO, UMA REALIZAÇÃO MHHORAMfNTOS tNDICE Introdução . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 4 Solo .. ·. ............. :. ................. ...... .. 6 Clima . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 7 Preparo do solo . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 8 Adubação . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . ... . . . . . 9 Distâncias de plantio . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 1O Época do transplante . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 11 Mudas . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 11 . . Exposição do pomar . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 14 Variedades . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 14 ~ Polinização . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 17 Florada . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .. 19 Frutificação . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 20 Produção . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 20 Culturas intercalares . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 21 · Duração de um pomar ......................... 22 Poda . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 24 Colheita ........... , . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 26 Tipos· de azeite . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 27 Gôsto da azeitona ao natural . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 27 Pragas . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 27 Moléstias . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 28 Métodos caseiros de conservação das azeitonas . 29 Conserva de azeitonas negras (maduras) . . . . . . . . . 31 Industrialização das azeiton~s . . . . . . . . . . . . . . . . . . 32 Valor alimentício da azeitona . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 32 INTRODUÇAO "Será que dá azeitona no Brasil?" é a pe-rgunta que freqüen temente ouvimos. E nós respondemos: "Dá, e muito!" No pró prio Estado de São Paulo, a oliveira produz de maneira posi tiva. Não é preciso, portanto, descermos para o Paraná, Santa Catarina e Rio Grande do Sul, "à procura de .zonas frias. Aqui mesmo, no município de Buri, ao sul, nos municípios de São Bento do Sapucaí e Campos do Jordão, há exemplares de oli veiras em plena produção, vistos e verificados por nós, pessoal mente. Em São Bento, há uma oliveira que produz, anualmente, mais de 100 kg de azeitonas! Portanto, não há mais dúvida: é possível a cultura comercial de azeitonas no Brasill Positivado isto, outra pergunta e outra dúvida vêm ao espírito do leitor, possível interessado na questão: "Uma vez produzida a azei tona, haverá consumo no país? Haverá industriais interessados em montar maquinarias caras e importadas que se destinem ao enlatamento das azeitonas e para extração de azeite?" Mas que dúvida! Para a primeira pergunta, basta alinhar a impor tação dos últimos dezesseis anos, feit~ pelo Brasil, da Itália', Por tugal e Espanha, para se ter idéia do quanto consumimos em azeitona e azeite de oliva: ANOS AZEITE AZEITONAS . 1940 3.842 toneladas 2.755 toneladas 1941 1.509 2.047 1942 1.017 1.362 1943 273 1.299 1944 339 1.767 1945 172 2.792 1946 2.112 4.328 1947 1.662 4.052 1948 3.805 4.304 1949 2.008 5.452 1950 10.431 8.429 1951 8.493 9.955 1952 4.461 5.059 1953 5.391 31.319 1954 15.279 7.557 1955 9.236 5.616 1 4 Vejamos, agora, o quanto importava a Argentina: ANOS AZEITE AZEITONAS 1932 36.273 toneladas 3.442 toneladas 1933 37.735 4.131 1934 23.I5B 3.534 1935 21.456 4.258 1936 15.296 3.903 1937 12.366 3.967 1938 18.536 3.757 1939 9.190 3.672 1940 8.718 4.632 1941 551 1.027 1942" 9 2.150 É curioso o contraste: enquanto no Brasil aumentava a impor tação, na Argentina ela diminuía a ponto de, a partir de 1943, estancar completamente a entrada de azeite e azeitona estrangeira naquele país! Isto pela simples razão de que, a partir daquele ano, a Argentina já começava a produzir o sufi ciente para se auto-abastecer. É verdade que naquele país, ainda não se encontra óleo de oliva muito fàcilmefnte nos hotéis e restaurantes, a não ser quando solicitado. Encontra-se, às mesas, óleo de algodão ou girassol. Mas, os números demons tram que não há mais importação de azeite e azeitona, a não ser em quantidades homeopáticas. O Brasil está em condições de proceder de idêntica maneira, pois, sendo a azeitona e azeite qe oliva artigos de primeira necessidade, tão logo haja produção de olivas em quantidade suficiente, surgirão as fábricas, as prensas. Em Campos do Jordão, onde em 1950 já haviam sido plan tadas mais de 3.000 oliveiras, i!\dustriais diversos têm manifes tado o desejo de q1ontar prensas tão logo haja produção. Por tanto, podem os futuros olivicultores ficar descansados quanto ao futuro desta cultura: é um esplêndido negócio. E, como em negócto, aquêle que possui a mercadoria em primeiro lugar abocanho os melhores preços, devem os interessados pensar bem sôbre o assunto e, depois da resolução tomada, meter mãos à obra, pois a cultura demanda paciência e tempo. Só cinco anos após o plantio a oliveira começa a produzir, comer cialmente, os seus frutos. Daí ser um empreendimento pelo qual 5 só podem interessar-se aquêles que têm capital suficiente para ser empregado durante tanto tempo sem Tender juros. É verdade que, sendo a oliveira uma planta que requer um distanciamento de 10 metros de um exemplar a outro, o agri cultor pode explorar o mesmo terreno durante dois ou três anos, plantando nas entrelinhas arroz, feijão, milho, videiras, pesse gueiros e outras culturas de ciclo curto ou de pequeno porte vegetativo. Dessas culturas, o fruticultor obterá alguma receita que cubra, no todo ou em parte, os gastos havidos com as oliveiras. Além disso, terão elas o grande mérito · de consolar o fazendeiro da longa espera até que se produzam as azeitonas. Há outro ponto interessante que não deve ser esquecido: o àspecto oferecido por um oliveira! é bonito, sugestivo, e, além de ser raro em nosso país, apresenta folhagem permanente, abundante, d~ côres vivas e atraentes. Para que a tarefa do olivicultor iniciante não seja tão pesada e complexa, comparecemos hoje com êste nosso despretensioso trabalho, fruto de observações pessoais dos exemplares exis tentes no Estado, das suas condições ecológicas, e elaborado por estudioso apaixonado do assunto, que teve oportunidade de visitar, embora durante pouco tempo, a República Argen tina, nas zonas de Mendoza, San Juan e San Rafael, procurando aprender, o quanto possível, os segredos da cultura em aprêço, agora em grande evidência naqu~le país. No Brasil, não existe, pràticamente, bibliografia sôbre o as sunto. Em caste ano e em italiano há muitos e Ótimos livros. Eis por que desejamos contribuir com esta pequenina parcela para o preenchimento da lacuna existente entre nós. É um tra balho talvez cheio de imperfeições e defeitos, mas possivel mente virá a ser útil a lavradores patrícios. É o que desejamos. Tôda e qualquer crítica e sugestões serão aceitas com o r:p.á ximo prazer. SOLO A oliveira não é exigente quanto ao solo. Vegeta bem em todos os tipos, contanto que a terra não esteja encharcada. É claro que quanto mais rica e humosa a terra, melhores resul tados oferecerá, mas alguns autores europeus dizem que os agricultores daquele continente escolhem exatamente os solos mais pobres, mais imprestáveis, para o s;:ultivo da oliveira, aconselhando mesmo a não gastar adubos!· É o que aqui acon- 6 tece em relação aos eucaliptos. Há, todavia, um ponto impor tante a observar: a acidez excessiva não é boa para a oliveira. Quanto mais alcalina a terra, melhor. Na Argentina, o solo é neutro ou alcalino, pois o pH atinge até 10-11, e é onde a oli veira alcança o máximo de produção. Ora, em nosso país, as terras são ácidas em excesso. Logo, é preciso corrigir ou c;rte nuar, um pouco que seja, êsse defeito, alcalinizando as covas anualmente com 1 kg de calcário. Portanto, quanto ao solo, a questão é simples: qualquer tipo de terra é bom para as oliveiras. . ) Uma vista parcial das 450 oliveiras, compreendendo 20 variedades, que o Campo de Produção de Mudas de São Bento do Sapucaí - São Paulo, plantou e está observando. Idade das plantas: 4 anos e meio, com uma produção acima de 20 kg de azeitonas por pé! CLIMA O clima é o fator mais importante no sucesso desta cultura. Não tanto em relação à altitude, mas sim, em relação à latitude. Vejamos num mapa as posições geográficas de Portugal, Es panha, Itália, Grécia e Argentina. Todos êstes países estão muito longe da linha equatorial; a altitude é o de menos, pois 7 supomos que os melhores oliveirais se situem entre 200 e 800 metros. O que valem, no caso, são a chuva no inverno e a sêca no verão, e as condições peculiares às chamadas zonas olivícolas de cada país. Entre estas condições, citamos a temperatura. Esta deve oscilar, como média anual, entre 17° a 22° C, e como extremos máximos, entre 30° C e 40° C. Ora, aqui no Brasil há várias zonas que se adaptam a êste quadro climático. São, entre outras, aquelas atingidas pelas serras do Mar e da Manticrueira. Os Estados mais indicados são o de São Paulo e todos os sulinos do Brasil. Os exemplares de oliveiras existentes e iá produzindo são a prova do que estamos afirmando, apesar de, em nosso clima, chover no verão e estiar no inverno. Muda ideal, de 2 anos, para o plantto definitivo. Notem-se, no segundo plano, as condições topográficas da zona serrana. PREPARO DO SOLO Do exposto, conclui-se que a zona indicada é a montanhosa. Se assim é, o solo está sujeito à erosão. E se é acidentado, difl.cilmente entra o arado ou outro trabalho mecânico. Daí o preparo do solo consistir apenas na derrubada do mato ou da 8 capoeira ou simplesmente em roçar a capineira e abrir os bu racos e nunca em capinar ou arar. Se, todavia, o chão per mitir a aração, ara-se, gradeia-se, abrem-se as covas, e nelas plantam-se as oliveiras, enquanto que nas entrelinhas culti vam-se milho, arroz, feijão, batata ou fruteiras de ciclo rápido ou porte baixo. Tudo depende das condições de cada terreno. No caso de terras serranas, cumpre apenas roçar o mato, para que a erosão não produza os seus terríveis efeitos, e abrir as covas em forma de banquetas ou terraços individuais. Tudo isso em curva de nível, dentro do. possível. As covas são abertas de lO em lO m, devendo as dimensões de cada uma ser de 60 em de bôca e 60 em de fundo. Nas encostas das montanhas, o sistema mais prático e racional de plantio de f.ruteiras é o de terraços individuais em curvas de nível. ADUBAÇAO Em boas terras, mesmo que se plante sem nenhum adubo, a oliveira produz. Entretanto, quem faz uma cultura correta, racional, deve adubar, e muito bem, as covas. Isto se toma bem claro quando nos lembrarmos de que a oliveira é como o cafeeiro: dura de vinte até cem anos ou mais, conforme o trato que se lhe dispensar. 9

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