Minha publicação que recebe o título acima, está na página 150, é sobre:
Estudos sobre infância têm apontado a importância de compreender a criança e seus
modos de ser a partir de contextos socioculturais e como participantes de suas culturas. O
brincar, inerente à infância, além de uma ação livre e prazerosa é espaço de
experimentação e transformação sociocultural. Brincando a criança participa do seu
ambiente. Nessa perspectiva, o presente artigo tem como objetivo identificar como brincam
as crianças moradoras das terras que ficam nas margens da BR-101 do município de
Teixeira de Freitas no extremo sul da Bahia/Brasil, e como os seus modos de brincar na
adversidade Beiradeira contribuem para a construção de suas identidades e percepção da
realidade. Os Beiradeiros vivem em terras que pertencem ao Estado, ou seja, não têm
posse e nem mesmo autorização para ocupa-las. A situação irregular de ocupação está
diretamente relacionada a um acesso limitado às políticas públicas e dificuldades de
produzir sua subsistência. As crianças Beiradeiras têm modos de vida muito específicos
de acordo com a realidade socioeconômica em que vivem. A pesquisa, em andamento,
tem como metodologia a observação e as entrevistas individuais e em grupos a partir das
quais as crianças revelam suas interpretações sobre questões como: Quando brincam?
Onde brincam? Como brincam? Quais brincadeiras fazem parte do seu cotidiano? O que
é brincar? Embora a pesquisa encontre-se em fase inicial já é possível observar que há
ausência de espaços coletivos para o brincar e que as crianças brincam exclusivamente
com seu núcleo familiar, o qual sempre possui duas ou mais crianças.