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Criança e poesia na pedagogia Freinet PDF

112 Pages·1998·5.586 MB·Portuguese
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GLORIA KIRINUS CRIANÇA EPOESIA NA PEDAGOGIA FREINET Boston Public Library Boston, MA 02116 Gloria Kirinus CRIANÇA E POESIA na Pedagogia Freinet Dados Internacionais de Catalogação na Publicação (CIP) (Câmara Brasileira do Livro, SP, Brasil) Kirinus, Gloria Criança c poesia na pedagogia Freinet / Gloria Kirinus. - São Paulo: Paulinas, 1998. - (Coleção Comunicar) Bibliografia. ISBN 85-336-O157-O 1. Freinet, Célestin, 1896-1966 2. Poesia e crianças I. Título. II. Série. 98-2131 CDD-371.3 índices para catálogo sistemático: 1. Criança c poesia: Pedagogia Freinet: Sala de aulas: Técnicas: Educação 3713 2. Poesia na sala de aulas: Pedagogia Freinet: Educação 371.3 Direção geral: Ivani Pulga Coordenação editorial: Noemi Dariva Gerente de produção: Antonio Cestaro Revisão de texto: Sandra Helena da Silva Capa: Marta Cerqueira Leite Nenhuma parte desta obra poderá ser reproduzida ou transmitida por qualquer forma e / ou quaisquer meios (eletrônico ou mecâ­ nico, incluindo fotocópia e gravação) ou arquivada em qualquer sistema ou banco de dados sem permissão escrita da Editora. Paulinas Av. Indianópolis, 2752 04062-003 - São Paulo - SP (Brasil) Tel.: (011) 276-5566 — Fax: (011) 275-0255 http://www.paulinas.org.br — [email protected] Telemarketing - Fone: 0800-157412 © Pia Sociedade Filhas de São Paulo - São Paulo, 1998 AGRADEÇO A Gernoth, Dante, Hebnuth e Nanci — minha família, meu centro, minha fonte. Francisca Nóbrega — pelas palavras sábias e saborosas. Regina de Assis — pelo acolhimento, sempre carinhoso, com jeito de cigamiga. Maria Thereza Strôngoli — pelo convite generoso para as­ sistir às suas aulas de Antropologia do Imaginário, no cur­ so de Pós-Graduação da PUC/SP. Maria Ignez Guimarães — que me descobriu como escri­ tora, na primeira redação. Elisa Campos de Quadros — que ousou prefaciar meu pri­ meiro livro. Tatiana Ahen Athar—que me iniciou na Pedagogia Freinet e me abriu as portas do Colégio Integral, em Curitiba. Sueli de Souza Cagneti — amiga e parceira de leituras. Sylvia Manzano — pela leitura especial. Joanita Ramos — pelos socorros oportunos. Agradecimentos também À CAPES — que facilitou meus estudos com bolsa de pesquisa. Ao Heye — coordenador do curso de Pós-Graduação, du­ rante a época que cursei o mestrado, na Pontifícia Univer­ sidade Católica do Rio de Janeiro. À Paulinas Editora — pelo crédito e carinho. 5 PREFÁCIO Professora Gloria Kirinus, Uma coisa quero dizer-lhe, neste encontro-festa em tor­ no da leitura de sua dissertação. Impropriamente, chamam este acontecimento de “defesa". Aqui, comigo, não haverá defesa, porque não haverá “ataques". Nesta festa lhe digo: amei entre-viver sua conspiração mito-poética. Amei primeiro e me expliquei depois: encon­ trei duas afinidades fundamentais entre mim e você. Afinidade de pensar: eis minha óbvia razão de amor. Afi­ nal encontrei formalizado em tese o pensar filogenético no estudo do literário. Também eu estou na convicção de que, no ser humano, a História se escreve dentro de uma profun­ da coerência sistemática. O processo de viver é sempre o mesmo: constatar registrando, organizar categorizando e es­ colher situando-se. Desde o primeiro homem, assim se faz: constata-se o universo para sobreviver; organiza-se o uni­ verso para conviver com as categorias; problematiza-se o universo para estabelecer uma ordem que nela flui inteiro, religiosamente uno e eterno. Assim vejo todo o processo humano de ser-no-mundo com o outro, para ser si-mesmo. Não poderia deixar de vibrar com sua reafirmação da natureza mito-poética do sujeito-homem. Nada me poderia ser mais grato que dar-de-cara com sua defesa do inatismo poético de todos nós. Afinidade de dizer: eis minha outra razão de amor. Es­ tou cada vez mais feliz por ver ratificada a certeza que te­ 6 nho defendido; esta: é possível ser belo sendo sério. Seu ensaio se tece na beleza do discurso que, poeticamente, diz o poético. Você não escorrega nem para a chatice do dis­ curso acadêmico, nem para o embalo alienante do leitor lambuzado na pieguice açucarada da fala bonita. Lindíssima sua expressão escrita. Parabéns pela re-citação do Era uma vez... que nos des­ liga do tempo físico e nos religa ao tempo metafísico que flui inteiro, religiosamente uno e eterno. Quero, no entanto, acrescentar uma terceira razão de amor ao seu trabalho. Teço com o seu texto a certeza do inatismo da linguagem. Professo que todos nascemos com o PODER de representar. E que o supremo crime contra o ser humano é interditar esse poder. Tal como a maior glória dos mediadores é propiciar o SABER representar, como o faz a mãe sonora a que você se refere. Coisa que compete às instituições. Coisa que a Escola, no mínimo, bloqueia com suas regras e exigências artificiosas. Diga-me, Gloria! Por que tenho eu dc interrogá-la? Só para cumprir a lei de cerimônia? Minha linguagem ousa abrir mão deste desnecessário. E que você não veja nisto um índice de desconsideração por seu trabalho. Há muito membro de banca que, para não dar a impressão de que não leu a dissertação, pinça pergun­ tas porque tem de fazê-las. É com enorme respeito que lhe afirmo: não preciso de esclarecimentos, mesmo porque poetas se entendem. Mas nunca é demais proclamar diferenças, já que isto é o mesmo que promover identidades. Então é de linguagem, língua e discurso do professor que gostarei de ouvi-la falar. Do discurso da escola, não. Mas do deste professor com quem você tem convivido. Aquele que chega “de braços 7 cruzados protegendo o peito” como “muralha protetora ou couraça defensora do perigo”. Serão eles órfãos da mãe- sonora? Você se preocupa com o que farão eles depois de lerem você como mediadora? Você lhes fala de linguagem? Como? Por ora é só. Além de confessar-me renascida e cantar como quem agradece “vagalum, tum, tum. Meu pai lá lá. Minha mãe taqui...”. Francisca Nóbrega Rio de Janeiro, 12/7/1992. 8 ERA UMA VEZ... ERA UMA VEZ... Nunca aprendi a leitura das mãos mas, se as contemplo, acerto, sempre pela fantasia. Bartolomeu Campos Queiróz Era uma vez eu mesma no mundo da lua. No sonho acor­ dado do meu real mais inventado. Era uma vez eu mesma no mundo da ciência, da régua, da bússola, do compasso, da nave espacial. Assistia na TV ao primeiro passo de Yuri Gagarin na lua. Ouvia sua primeira frase sideral: a terra é azul. A poesia veio a galope, quem sabe, no cavalo branco de São Jorge, descortinando a palavra-imagem. Sim, a terra era azul vista de longe, do seu exterior, de um novo ângulo. A terra era azul... Palavras de astro-nauta, ou palavras de poeta? Na época escolar, minhas “viagens espaciais” ao mun­ do da lua também pintavam a terra e seus objetos com as cores mais inusitadas. Por pouco tempo... até virarem luas de papel amassadas nas mãos da professora. Na escola di­ ziam que devia pintar a terra e seus objetos com as cores verdadeiras da verdade. Isto é, o tronco das árvores de mar­ rom e a copa de verde. Viver no “mundo da lua” e olhar para a terra de ou­ tras distâncias, de outros ângulos, não era bem-visto pe­ los adultos, em geral, e pelos adultos da escola, em par­ ticular. 10

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