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Criação de Abelhas e Produção de Mel PDF

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GERONET SERVICES Apostilas, cursos, manuais e tutoriais APICULTURA Criação de abelhas e produção de mel SUMÁRIO: www.geronetservices.com 1 [email protected] GERONET SERVICES Apostilas, cursos, manuais e tutoriais Histórico da Apicultura 4 Introdução da Apis mellifera no Brasil 5 Abelha africanizada 9 Outras raças de abelhas 9 Importância econômica 10 Outros produtos importantes da atividade 11 Cera 12 Própolis 12 Pólen apícola 12 Polinização 13 Geléia real 13 Apitoxina 13 Mel 14 Aspectos morfológicos das abelhas Apis mellifera 22 Organização e estrutura da colméia 26 Estrutura e uso dos favos 31 Diferenciação das castas 32 Comunicação 33 Termorregulação da colméia 35 Equipamentos 36 Martelo de Marceneiro e Alicate 36 Arame 37 Esticador de Arame 37 Carretilha de Apicultor 38 Incrustador Elétrico de Cera 38 Limpador de Canaleta 39 Fumigador 39 Formão de Apicultor 40 Vassoura ou espanador apícola 41 Vestimentas 41 Colméia 42 Tipos de Apiários 46 Apiário Fixo 46 Apiário Migratório 47 Localização do Apiário 48 Flora Apícola 48 Outros Fatores a Serem Considerados 49 Povoamento da Colméia 51 Caixa Isca (captura passiva) 52 Coleta de Enxame Fixo 52 Divisão de Enxame 53 Manejo produtivo das colméias 53 Revisão das colméias 54 Fortalecimento e união das famílias 57 Fortalecendo enxames 57 União de enxames 58 Divisão das famílias 59 Colméia poedeira ou zanganeira 59 Pilhagem 64 Alimentação e Produção de Mel 64 Alimentação Energética 66 Alimentação Protéica 68 Alimentadores 69 Alimentador de Cobertura ou Bandeja 71 Doenças e Inimigos Naturais das Abelhas 71 Doenças de crias 72 Controle: 76 Cria Ensacada 77 Cria Giz 78 Doenças e parasitoses de abelhas adultas 79 Traças-da-cera 82 Formigas e cupins 83 Substituição de Rainhas 84 Cuidados na Substituição 85 www.geronetservices.com 2 [email protected] GERONET SERVICES Apostilas, cursos, manuais e tutoriais Colheita do Mel 86 Vestimentas 86 Fatores Climáticos 87 Uso da Fumaça 87 Seleção dos quadros 87 Transporte das melgueiras durante a colheita 88 Cuidados com o veículo e o transporte 89 Extração e Processamento do Mel 90 A CRIAÇÃO DE ABELHAS SEM FERRÃO 99 Caixinhas contra inimigos naturais 101 Começando a criação de abelhas 102 O comércio de produtos do mel 103 Atração de Enxames 106 Divisão de Colônias 106 Captura de Colônias e sua Transferência para Caixas 107 Colméias Racionais 109 Extração de Mel 110 MODELOS DE COLMÉIAS 111 MODELO UBERLÂNDIA PARA URUÇU (Melipona scutellaris). 113 COLMÉIA SOBENKO PARA JATAÍ 114 COLMÉIA RACIONAL, (MODELO PNN). 115 Medidas da caixa para mandaçaia. 116 Medidas da Caixa para jataí 117 O mel, que é usado como alimento pelo homem desde a pré-história, por vários séculos foi retirado dos enxames de forma extrativista e predatória, muitas vezes causando danos ao meio ambiente, matando as abelhas. Entretanto, com o tempo, o homem foi aprendendo a proteger seus enxames, instalá-los em colmeias racionais e manejá- los de forma que houvesse maior produção de mel sem causar prejuízo para as abelhas. Nascia, assim, a apicultura. Essa atividade atravessou o tempo, ganhou o mundo e se tornou uma importante fonte de renda para várias famílias. Hoje, além do mel, é possível explorar, com a criação racional das abelhas, produtos como: pólen apícola, geléia real, rainhas, polinização, apitoxina e cera. Existem casos de produtores que comercializam enxames e crias. O Brasil é, atualmente, o 6° maior produtor de mel (ficando atrás somente da China, Estados Unidos, Argentina, México e Canadá), entretanto, ainda existe um grande potencial apícola (flora e clima) não explorado e grande possibilidade de se maximizar a produção, incrementando o agronegócio apícola. Para tanto, é necessário que o produtor possua conhecimentos sobre biologia das abelhas, técnicas de manejo e colheita do mel, pragas e doenças dos enxames, importância econômica, mercado e comercialização. As abelhas são descendentes das vespas que deixaram de se alimentar de pequenos insetos e aranhas para consumirem o pólen das flores quando essas surgiram, há cerca de 135 milhões de anos. Durante esse processo evolutivo, surgiram várias espécies de abelhas. Hoje se conhecem mais de 20 mil espécies, mas acredita-se que existam umas 40 mil espécies ainda não-descobertas. Somente 2% www.geronetservices.com 3 [email protected] GERONET SERVICES Apostilas, cursos, manuais e tutoriais das espécies de abelhas são sociais e produzem mel. Entre as espécies produtoras de mel, as do gênero Apis são as mais conhecidas e difundidas. O fóssil mais antigo desse gênero que se conhece é da espécie já extinta Apis ambruster e data de 12 milhões de anos. Provavelmente esse gênero de abelha tenha surgido na África após a separação do continente americano, tendo posteriormente migrado para a Europa e Ásia, originando as espécies Apis mellifera, Apis cerana, Apis florea, Apis korchevniskov, Apis andreniformis, Apis dorsata, Apis laboriosa, Apis nuluensis e Apis nigrocincta. As abelhas que permaneceram na África e Europa originaram várias subespécies de Apis mellifera adaptadas às diversas condições ambientais em que se desenvolveram. Embora hoje essa espécie seja criada no continente Americano e na Oceania, elas só foram introduzidas nessas regiões no período da colonização. Histórico da Apicultura Pesquisas arqueológicas mostram que as abelhas sociais já produziam e estocavam mel há 20 milhões de anos, antes mesmo do surgimento do homem na Terra, que só ocorreu poucos milhões de anos atrás. No início, o homem promovia uma verdadeira “caçada ao mel”, tendo que procurar e localizar os enxames, que muitas vezes nidificavam em locais de difícil acesso e de grande risco para os coletores. Naquela época, o alimento ingerido era uma mistura de mel, pólen, crias e cera, pois o homem ainda não sabia como separar os produtos do favo. Os enxames, muitas vezes, morriam ou fugiam, obrigando o homem a procurar novos ninhos cada vez que necessitasse retirar o mel para consumo. Há, aproximadamente, 2.400 anos a.C., os egípcios começaram a colocar as abelhas em potes de barro. A retirada do mel ainda era muito similar à “caçada” primitiva, entretanto, os enxames podiam ser transportados e colocados próximo à residência do produtor. Apesar de os egípcios serem considerados os pioneiros na criação de abelhas, a palavra colméia vem do grego, pois os gregos colocavam seus enxames em recipientes com forma de sino feitos de palha trançada chamada de colmo. Naquela época, as abelhas já assumiam tanta importância para o homem, que eram consideradas sagradas para muitas civilizações. Com isso várias lendas e cultos surgiram a respeito desses insetos. Com o tempo, elas também passaram a assumir grande importância econômica e a ser consideradas um símbolo de poder para reis, rainhas, papas, cardeais, duques, condes e príncipes, fazendo parte de brasões, cetros, coroas, moedas, mantos reais, entre outros. Na Idade Média, em algumas regiões da Europa, as árvores eram propriedade do governo, sendo proibido derrubá-las, pois elas poderiam servir de abrigo a um enxame no futuro. Os enxames eram registrados em cartório e deixados de herança por escrito, o roubo de www.geronetservices.com 4 [email protected] GERONET SERVICES Apostilas, cursos, manuais e tutoriais abelhas era considerado um crime imperdoável, podendo ser punido com a morte. Nesse período, muitos produtores já não suportavam ter que matar suas abelhas para coletar o mel e vários estudos iniciaram-se nesse sentido. O uso de recipientes horizontais e com comprimento maior que o braço do produtor foi uma das primeiras tentativas. Nessas colméias, para colheita do mel, o apicultor jogava fumaça na entrada da caixa, fazendo com que todas as abelhas fossem para o fundo, inclusive a rainha, e depois retirava somente os favos da frente, deixando uma reserva para as abelhas. Alguns anos depois, surgiu a idéia de se trabalhar com recipientes sobrepostos, em que o apicultor removeria a parte superior, deixando reserva para as abelhas na caixa inferior. Embora resolvesse a questão da colheita do mel, o produtor não tinha acesso à área de cria sem destruí-la, o que impossibilitava um manejo mais racional dos enxames. Para resolver essa questão, os produtores começaram a colocar barras horizontais no topo dos recipientes, separadas por uma distância igual à distância dos favos construídos. Assim, as abelhas construíam os favos nessas barras, facilitando a inspeção, entretanto, as laterais dos favos ainda ficavam presas às paredes da colméia. Em 1851, o Reverendo Lorenzo Lorraine Langstroth verificou que as abelhas depositavam própolis em qualquer espaço inferior a 4,7 mm e construíam favos em espaços superiores a 9,5 mm. A medida entre esses dois espaços Langstroth chamou de “espaço abelha”, que é o menor espaço livre existente no interior da colméia e por onde podem passar duas abelhas ao mesmo tempo. Essa descoberta simples foi uma das chaves para o desenvolvimento da apicultura racional. Inspirado no modelo de colméia usado por Francis Huber, que prendia cada favo em quadros presos pelas laterais e os movimentava como as páginas de um livro, Langstroth resolveu estender as barras superiores já usadas e fechar o quadro nas laterais e abaixo, mantendo sempre o espaço abelha entre cada peça da caixa, criando, assim, os quadros móveis que poderiam ser retirados das colméias pelo topo e movidos lateralmente dentro da caixa. A colméia de quadros móveis permitiu a criação racional de abelhas, favorecendo o avanço tecnológico da atividade como a conhecemos hoje. Introdução da Apis mellifera no Brasil As abelhas da espécie Apis mellifera foram introduzidas no Brasil em 1840, oriundas da Espanha e Portugal, trazidas pelo Padre Antônio Carneiro. Provavelmente as subespécies Apis mellifera mellifera (abelha preta ou alemã) e Apis mellifera carnica tenham sido as primeiras abelhas a chegar em nosso país. Em 1845, imigrantes alemães introduziram no Sul do País a abelha Apis mellifera mellifera. Entre os anos de 1870 a 1880, as abelhas italianas, Apis mellifera ligustica foram introduzidas no Sul e na Bahia. www.geronetservices.com 5 [email protected] GERONET SERVICES Apostilas, cursos, manuais e tutoriais Não se tem registro preciso da introdução das abelhas no Norte e Nordeste do país, mas em 1845 Castelo Branco afirmava: “as abelhas do Piauí não têm ferrão”. Naquele período, a maior parte dos apicultores criava as abelhas de forma rústica, possuindo poucas colméias no fundo do quintal, onde, em razão da baixa agressividade, eram criadas próximo a outros animais, como porcos e galinhas. O objetivo principal da maioria dos produtores era atender às próprias necessidades de consumo. Em meados de 1950, a apicultura sofreu um grande baque em razão de problemas com a sanidade em função do surgimento de doenças e pragas(nosemose, acariose e cria pútrida européia), o que dizimou 80% das colméias do País e diminuiu a produção apícola drasticamente. Diante desse quadro, ficou evidente que era preciso aumentar a resistência das abelhas no País. Assim, em 1956, o professor Warwick Estevan Kerr dirigiu-se à África, com apoio do Ministério da Agricultura, com a incumbência de selecionar rainhas de colméias africanas produtivas e resistentes a doenças. A intenção era realizar pesquisas comparando a produtividade, rusticidade e agressividade entre as abelhas européias, africanas e seus híbridos e, após os resultados conclusivos, recomendar a abelha mais apropriada às nossas condições. Dessa forma, em 1957, 49 rainhas foram levadas ao apiário experimental de Rio Claro para serem testadas e comparadas com as abelhas italianas e pretas. Entretanto, nada se concluiu desse experimento, pois, em virtude de um acidente, 26 das colméias africanas enxamearam 45 dias após a introdução. A liberação dessas abelhas muito produtivas, porém muito agressivas, criou um grande problema para o Brasil. O pavor desse inseto invadiu o mundo em razão de notícias sensacionalistas nas televisões, jornais e revistas internacionais, que não condiziam exatamente com a verdade, mas ajudavam nas vendas. Nesse período, nenhum animal foi mais comentado em livros, entrevistas, reportagens e filmes do que as “abelhas assassinas” ou “abelhas brasileiras”, como eram chamadas. As “abelhas assassinas” eram consideradas pragas da apicultura e começaram a surgir campanhas para a sua erradicação, não só dos apiários, mas também das matas, com a aplicação de inseticidas em todo o País. Essa atitude, além de ser uma operação de alto custo, provocaria um desastre ecológico de tamanho incalculável. Toda essa campanha acabou provocando o abandono de muitos apicultores da atividade e uma queda na produção de mel no País. Na verdade, o que acontecia era uma completa inadequação da forma de criação e manejo das abelhas africanas. Embora as técnicas usadas fossem adaptadas às abelhas européias, para as abelhas africanas, as vestimentas eram inadequadas; os fumigadores, pequenos e pouco potentes; as técnicas de manejo, impróprias para as abelhas e as colméias dispostas muito próximas das residências, escolas, estradas www.geronetservices.com 6 [email protected] GERONET SERVICES Apostilas, cursos, manuais e tutoriais e de outros animais. Todos esses fatores, em conjunto com a maior agressividade, facilitavam o ataque e os acidentes. Com isso, muitos produtores considerados amadores abandonaram a atividade e os que permaneceram tiveram que se adaptar as novas técnicas de manejo, profissionalizando-se cada vez mais para controlar a agressividade das abelhas. Na tentativa de amenizar a situação, distribuíram-se entre os apicultores rainhas italianas fecundadas por zangões italianos. Tal iniciativa não deu certo porque os produtores, já sabendo da maior produtividade das abelhas africanas, eliminavam as rainhas italianas. A solução foi distribuir rainhas italianas virgens, que se acasalavam com zangões africanos, obtendo uma prole mais produtiva e menos agressiva. Outros fatores importantes que contribuíram para a redução da agressividade das abelhas africanas e para o crescimento e desenvolvimento da atividade foram: a interação entre produtores e pesquisadores nos congressos e simpósios; a criação de concursos premiando novos inventos; a liberação de créditos para a atividade; a participação do País em eventos internacionais; o investimento em pesquisas; a criação da Confederação Brasileira de Apicultura em 1967; e a valorização progressiva de outros produtos apícolas. Hoje, as abelhas chamadas de africanizadas, por terem herdado muitas características das abelhas africanas, são consideradas como as responsáveis pelo desenvolvimento apícola do País, de modo que o Brasil, que era o 28º produtor mundial de mel (5 mil t/ano), passou para o 6º (20 mil t em 2001). A agressividade é considerada por muitos apicultores como um forte aliado para se evitar roubo da sua produção e ainda vêem a vantagem de serem tolerantes a várias pragas e doenças que assolam a atividade em todo o mundo, mas não têm acarretado impacto econômico no Brasil. Raças de Abelhas Apis mellifera O habitat das abelhas Apis mellifera é bastante diversificado e inclui savana, florestas tropicais, deserto, regiões litorâneas e montanhosas. Essa grande variedade de clima e vegetação acabou originando diversas subespécies ou raças de abelhas, com diferentes características e adaptadas às diversas condições ambientais. A diferenciação dessas raças não é um processo fácil, sendo realizado somente por pessoas especializadas, que podem usar medidas morfológicas ou análise de DNA. A seguir, apresentam-se algumas características das raças de abelhas introduzidas no Brasil. Apis mellifera mellifera (abelha real, alemã, comum ou negra) • Originárias do Norte da Europa e Centro-oeste da Rússia, provavelmente estendendo-se até a Península Ibérica. • Abelhas grandes e escuras com poucas listras amarelas. www.geronetservices.com 7 [email protected] GERONET SERVICES Apostilas, cursos, manuais e tutoriais • Possuem língua curta (5,7 a 6,4 mm), o que dificulta o trabalho em flores profundas. • Nervosas e irritadas, tornam-se agressivas com facilidade caso o manejo seja inadequado. • Produtivas e prolíferas, adaptam-se com facilidade a diferentes ambientes. • Propolisam com abundância, principalmente em regiões úmidas. Apis mellifera ligustica (abelha italiana) • Originárias da Itália. • Essas abelhas têm coloração amarela intensa; produtivas e muito mansas, são as abelhas mais populares entre apicultores de todo o mundo. • Apesar de serem menores que as A. m. mellifera, têm a língua mais comprida (6,3 a 6,6 mm). • Possuem sentido de orientação fraco, por isso, entram nas colméias erradas freqüentemente. • Constroem favos rapidamente e são mais propensas ao saque do que abelhas de outras raças européias. Apis mellifera caucasica • Originárias do Vale do Cáucaso, na Rússia. • Possuem coloração cinza-escura, com um aspecto azulado, pêlos curtos e língua comprida (pode chegar a 7 mm). • Considerada a raça mais mansa e bastante produtiva. • Enxameiam com facilidade e usam muita própolis. • Sensíveis à Nosema apis. Apis mellifera carnica (abelha carnica) • Originárias do Sudeste dos Alpes da Áustria, Nordeste da Iugoslávia e Vale do Danúbio. • Assemelham-se muito com a abelha negra, tendo o abdome cinza ou marrom. • Pouco propolisadoras, mansas, tolerantes a doenças e bastante produtivas. • Coletam «honeydew» em abundância. • São facilmente adaptadas a diferentes climas e possuem uma tendência maior a enxamearem. Apis mellifera scutellata (abelha africana) • Originárias do Leste da África, são mais produtivas e muito mais agressivas. • São menores e constroem alvéolos de operárias menores que as abelhas européias. Sendo assim, suas operárias possuem um ciclo de desenvolvimento precoce (18,5 a 19 dias) em relação às européias www.geronetservices.com 8 [email protected] GERONET SERVICES Apostilas, cursos, manuais e tutoriais (21 dias), o que lhe confere vantagem na produção e na tolerância ao ácaro do gênero Varroa. • Possuem visão mais aguçada, resposta mais rápida e eficaz ao feromônio de alarme. Os ataques são, geralmente, em massa, persistentes e sucessivos, podendo estimular a agressividade de operárias de colméias vizinhas. • Ao contrário das européias que armazenam muito alimento, elas convertem o alimento rapidamente em cria, aumentando a população e liberando vários enxames reprodutivos. • Migram facilmente se a competição for alta ou se as condições ambientais não forem favoráveis. • Essas características têm uma variabilidade genética muito grande e são influenciadas por fatores ambientais internos e externos. Abelha africanizada A abelha, no Brasil, é um híbrido das abelhas européias (Apis mellifera mellifera, Apis mellifera ligustica, Apis mellifera caucásica e Apis mellifera carnica) com a abelha africana Apis mellifera scutellata. A variabilidade genética dessas abelhas é muito grande, havendo uma predominância das características das abelhas européias no Sul do País, enquanto ao Norte predominam as características das abelhas africanas. A abelha africanizada possui um comportamento muito semelhante ao da Apis mellifera scutellata, em razão da maior adaptabilidade dessa raça às condições climáticas do País. Muito agressivas, porém, menos que as africanas, a abelha do Brasil tem grande facilidade de enxamear, alta produtividade, tolerância a doenças e adapta-se a climas mais frios, continuando o trabalho em temperaturas baixas, enquanto as européias se recolhem nessas épocas. Outras raças de abelhas Na Tabela 3 são citadas outras raças de abelhas Apis mellifera e o seu local de ocorrência. Tabela 3. Raças de abelhas Apis mellifera e sua distribuição. Raça distribuição Apis mellifera adami Creta Apis mellifera andansonii Costa Oeste da África Apis mellifera anatolica Turquia até Oeste do Irã Apis mellifera armenica Armênia Apis mellifera capennsis Sul da África do Sul Apis mellifera cecropia Sul da Grécia www.geronetservices.com 9 [email protected] GERONET SERVICES Apostilas, cursos, manuais e tutoriais Apis mellifera cypria Mediterrâneo central e Sudoeste da Europa Apis mellifera intermissa Líbia até Marrocos Apis mellifera jemenetica Somália, Uganda, Sudão Apis mellifera lamarckii Egito, Sudão e Vale do Nilo Apis mellifera litórea Costa Leste da África Apis mellifera macedonica Norte da Grécia Apis mellifera major Marrocos Apis mellifera meda Turquia até Oeste do Irã Apis mellifera nubica África Apis mellifera remipes Região caucasiana Apis mellifera sahariensis Argélia Apis mellifera siciliana Sicília - Itália Apis mellifera syriaca Palestina e Síria Apis mellifera unicolor Madagascar Apis mellifera yementica Yemen e Oman Apis mellifera litorea Costa Leste da África Apis mellifera monticola Tanzânia, em altitude entre 1500 e 3100 m Importância econômica Estudos sobre a produção apícola no Brasil mostram dados contraditórios quanto ao número de apicultores e colméias, produção e produtividade. Quanto aos apicultores, as pesquisas apontam os extremos entre 26.315 e 300.000; esses produtores, juntos, possuem entre 1.315.790 e 2.500.000 colméias e um faturamento anual entre R$ 84.740.000,00 e R$ 506.250.000,00. Os dados conflitantes refletem a dificuldade em se obterem informações precisas quanto à produção e comercialização no setor agropecuário, entretanto, conseguem passar a idéia da importância dessa atividade para o País. Produção de mel no Brasil e no mundo Dimensionar o volume de mel produzido e comercializado é uma tarefa difícil, pois os poucos dados confiáveis sobre o assunto são conflitantes. Estima-se que a produção mundial de mel durante o ano de 2001 foi de, aproximadamente, 1.263.000 toneladas, sendo a China o maior produtor (256 mil toneladas). A Tabela 1 demonstra a produção de mel nos continentes e em alguns países nos últimos anos. Segundo os dados do IBGE, a produção de mel em 2000 no Brasil foi de 21.865.144 kg, gerando um faturamento de R$ 84.640.339,00. www.geronetservices.com 10 [email protected]

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