K A R L B A R T H C R E D O COMENTÁRIOS AO CREDO APOSTOLIC KARL BAKTH CREDO Com um Prefácio por Robert Mcafee Brown Digitalizado por: jolosa © Copyright 2005 by Editora Cristã Novo Século © Copyright 2005 by karl Barth Revisão: Cláudio J. A. Rodrigues DtP: Alpha Design - 11 5585-9709 Capa: Eduardo de Proença ISBN 85-86671-19-3 Proibida a reprodução total ou parcial desta obra, de qualquer forma ou meio eletrônico e mecânico, inclusive através de processos xerográficos, sem permissão expressa da editora (Lei n° 9.610 de 19.2.1998). Todos os direitos reservados à EDITORA CRISTA NOVO SECULO LTDA. Rua Barão de Itapetininga. 140 - Loja 4 Cep 01042-000 - São Paulo, SP Tel.: (11) 3259-1851 e 3159-3957 E-mail: [email protected] Novo Século www.editoranovoseculo.com.br Aos Pastores Hans Asmussen Hermann Hesse Karl Immer Martin Niemoller Heinrich Vogel Em Memória de Todos Quanto Perseveraram Perseieram e Persei era rã o Este importante livro, escrito por um teólogo considerado como o mais eminente deste século, expõe o Credo dos Apóstolos como um alicerce da religião Cristã. PREFÁCIO Pode um livro originariamente publicado em 1935 re presentar claramente após um quarto de século o pon to de vista do autor mais de? Em particular, pode isso acontecer quando o autor em questão for Karl Barth, um homem que partiu para uma longa e radical pere grinação teológica? Quando se lança os olhos sobre o curso da peregri nação de Barth, nota-se certos marcos ao longo do ca minho, certos pontos nos quais o caminho mudou para uma nova e, decisivamente, diferente direção. Há a ori ginal Epístola aos Romanos de 1919, completamente reescrita em 1922, repleta com referências a Kierkegaard, existencialismo, o “totalmente outro” e “a distinção infi nitamente qualitativa entre Deus e o homem”. Há a Christlicbe Dogmatik (Dogmática Teológica Cristã) 10 - Prefácio de 1927, na qual Barth publicou um programa teológi co completo a ser elaborado em volumes futuros. Este empreendimento foi interrompido quase tão logo fora iniciado, pois em 1931 apareceu um volume decisivo, um trabalho sobre Anselmo, no qual Barth repensou a essência da tarefa teológica à luz do Ansélmico credo ut intelligam. O resultado foi que o Christliche Dogmatik foi descartado e reescrito com um novo títu lo, Kirchliche Dogmatik (Church Dogmatics) (Dogmática da lgreja)\ o primeiro volume aparecendo em 1932. A partir deste ponto, Barth seguiu de maneira geral um caminho consistente. Volumes sucessivos da Church Dogmatics apareceram (e, até este momento existem doze, com pelo menos mais dois prometidos), e a mudança, se tiver ocorrido uma, foi somente naqui lo que um dos críticos de Barth refere-se como uma, cada vez maior e maior, “concentração Cristológica”. Em outras palavras, as linhas mestras da posição teológica de Barth foram asseguradas por volta de 1932, três anos antes do aparecimento de Credo. Este último nào é, portanto, um volume “de transição”, de interesse apenas para aqueles que desejam traçar estágios no desenvolvimento de Barth. Embora Barth pudesse cer tamente dizer algumas coisas diferentemente hoje, (pen sando, sem dúvida, em suas palavras sobre os Sacra mentos nas páginas finais), nào é de se espantar ao ler o Credo, retrospectivamente, à luz da completa Church Dogmatics, quanto desta última está presente aqui, em essência, neste pequeno livro. A insatisfação com a “te ologia natural", a centralidade da Cristologia, a “gratuidade” da dádiva da graça para com o homem indigno, o reconhecimento de que nós não podemos ver realmente a enormidade do pecado até que tenhamos Prefácio - 11 sido capturados pela imensidade da graça; a vida Cristã como a vida de gratidão em resposta à grandeza do que Deus fez; a agradável certeza que, em Cristo, o pecado e a morte foram definitivamente subjugados e que uma nova situação se coloca, portanto, sempre diante de nós - estes e outros temas que a Church Dogmatics reve la ao longo de centenas de páginas, nos confronta aqui em um parágrafo, em uma página, em um capítulo, de tal forma que descobrimos que para barth as tarefas do exegeta e do pregador, do erudito e arauto, professor e testemunha, estão todas combinadas em uma vocação. Que existe uma urgência particular por detrás des tas preleçòes torna-se claro pelas circunstancias da época em que este surgiu. Elas foram ministradas quando a sombra de Hitler já havia se espalhado por toda a Euro pa. Dias chegaram. Uma convicção correta era impor tante como base para uma ação correta, e Barth sentiu, apropriadamente, que uma convicção errônea poderia levar à uma ação errônea. Então, como agora, uma re flexão sobre uma elocução histórica da fé não seria uma fuga do presente, mas um meio de guarnecer-se para viver com responsabilidade no presente. O leitor tem o privilégio de discordar de Barth. No entanto, não tem mais o privilégio de ignorá-lo. ROBERT McAFEE BROWN Professor de Religião nos Programas Especiais em Humanidades da Universidade de Stanford PREFÁCIO DO TRADUTOR Este livro é mais simples e popular que alguns dos outros trabalhos de Karl Barth. Ele pode ser compreendido e, certamente, tem uma mensagem para cada membro da Igreja. Infelizmente a parte mais difícil do livro ocorre no início. Por não desejar que o leitor abandone o livro após ler as primeiras e poucas páginas os quais me referi é que eu transgrido a regra do tradutor, não para ser visto ou ouvido, e escrevo esta nota. Eu sugiro ao leitor em geral que, na sua primeira leitura do livro, comece pelo Quinto Capítulo. Provavelmente Karl Barth ficaria choca do se soubesse que eu estaria fazendo tal sugestão; e, ademais, eu não estou tão seguro disso. Para ele a fé principia com Jesus Cristo. O leitor que principia pelo Quinto Capítulo, portanto, não somente se livra de algu mas barreiras difíceis, mas inicia onde a fé inicia. Prefácio do Tradutor -13 Embora eu tenha usado as palavras “simples” e “popular” eu nào quero dizer que CREDO será tão fácil de ler como o jornal do dia que lemos às pressas na mesa do café da manhã. Mas vale a pena um pequeno sacrifício, pois este livro é uma demonstração, pelo maior pensador vivo da Igreja, da fé da Igreja. Em vinte anos Karl Barth mudou, sob a providência de Deus, a dire ção total do pensamento da Igreja. Cada uma das partes da Igreja de Cristo através do mundo todo está hoje se debatendo com as questões levantadas por ele. Mas muitos dos que estão discutindo estas questões e citan do o nome de Barth têm as mais estranhas idéias sobre o que Barth queria dizer. Este livro mostrará que ele não é nem o iconoclasta nem o articulador de ousadas teorias especulativas que algumas pessoas imaginam que ele seja, mas que ele é, antes de tudo o mais, um “Dou tor das Sagradas Escrituras”. Ele trouxe a Igreja de volta para a Palavra de Deus. Se as pessoas tiverem que dar um rótulo a sua teologia, que a chamem não de “Teolo gia Dialética”, nem de “Teologia da Crise”, mas de Teo logia da Palavra. Esta nota é para “o homem do banco da igreja”, a quem eu quero encorajar a ler este livro. Pastores e outros especialistas em teologia nào precisarão de qual quer encorajamento, mas, começando do princípio, irão, estou seguro, encontrar desafio e inspiração em cada palavra dele.