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Conversas com economistas brasileiros PDF

448 Pages·1996·1.463 MB·Portuguese
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Conversas com Economistas Brasileiros 1 2 C. Biderman, L.F. Cozac e J.M. Rego Ciro Biderman, Luis Felipe L. Cozac José Marcio Rego CONVERSAS COM ECONOMISTAS BRASILEIROS Roberto Campos Edmar Bacha Celso Furtado Luiz Gonzaga Belluzzo Delfim Netto André Lara Resende Conceição Tavares Pérsio Arida Bresser Pereira P. Nogueira Batista Jr. Mário H. Simonsen E. Giannetti da Fonseca Affonso C. Pastore Prefácio de Pedro Malan Conversas com Economistas Brasileiros 3 EDITORA 34 Distribuição pela Códice Comércio Distribuição e Casa Editorial Ltda. R. Simões Pinto, 120 CEP 04356-100 Tel. (011) 240-8033 São Paulo - SP Copyright © Editora 34 Ltda., 1996 Conversas com economistas brasileiros © Ciro Biderman, Luis Felipe L. Cozac e José Marcio Rego, 1996 A FOTOCÓPIA DE QUALQUER FOLHA DESTE LIVRO É ILEGAL, E CONFIGURA UMA APROPRIAÇÃO INDEVIDA DOS DIREITOS INTELECTUAIS E PATRIMONIAIS DO AUTOR. Capa, projeto gráfico e editoração eletrônica: Bracher & Malta Produção Gráfica Imagem da capa: Elisa Bracher, Sem título, 1995, óleo s/ papel arroz Revisão: Ingrid Basilio Créditos das fotografias: André Duzek/AE (p. 30); Reprodução/AE (pp. 60, 96a, 126, 152a, 152b, 188a, 188b, 212a, 230, 284a, 364b); José Varella/AE (p. 88); Wilson Pedrosa/AE (p. 96b); Suc. Brasília/AE (p. 212b); Monica Zarattini/AE (p. 250); Vidal Cavalcante/AE (p. 284b); Alfredo Reizzutti/AE (p. 318); Michele Mifano/AE (p. 340); Arquivo José Marcio Rego (p. 364a); Júlia Alcantara/AE (p. 368) 1ª Edição - 1996 Editora 34 Ltda. R. Hungria, 592 Jardim Europa CEP 01455-000 São Paulo - SP Brasil Tel/Fax (011) 816-6777 Catalogação na Fonte do Departamento Nacional do Livro (Fundação Biblioteca Nacional, RJ, Brasil) Biderman, Ciro B585 Conversas com economistas brasileiros / Ciro Biderman, Luis Felipe L. Cozac e José Marcio Rego. — São Paulo : Ed. 34, 1996. 448 p. ISBN 85-7326-046-7 1. Economistas - Brasil - Entrevistas. 2. Economia. 3. Economia - Estudo e ensino - Brasil. I. Cozac, Luis Felipe L. II. Rego, José Marcio III. Título. CDD - 330 4 C. Biderman, L.F. Cozac e J.M. Rego CONVERSAS COM ECONOMISTAS BRASILEIROS Prefácio...................................................................................... 7 Apresentação ............................................................................. 10 Desenvolvimento do Ensino da Economia no Brasil................... 14 1. ROBERTO DE OLIVEIRA CAMPOS ................................................. 31 2. CELSO MONTEIRO FURTADO...................................................... 61 3. ANTÔNIO DELFIM NETTO.......................................................... 89 4. MARIA DA CONCEIÇÃO TAVARES ................................................ 127 5. LUIZ CARLOS BRESSER PEREIRA................................................... 153 6. MÁRIO HENRIQUE SIMONSEN..................................................... 189 7. AFFONSO CELSO PASTORE.......................................................... 213 8. EDMAR LISBOA BACHA .............................................................. 231 9. LUIZ GONZAGA DE MELLO BELLUZZO......................................... 251 10. ANDRÉ LARA RESENDE............................................................ 285 11. PÉRSIO ARIDA......................................................................... 319 12. PAULO NOGUEIRA BATISTA JR................................................... 341 13. EDUARDO GIANNETTI DA FONSECA............................................ 369 Uma Leitura Comparada das Entrevistas................................... 401 Glossário de Siglas e Abreviaturas ............................................. 426 Bibliografia................................................................................ 428 Índice Onomástico .................................................................... 443 Conversas com Economistas Brasileiros 5 A CINZIA, PAULA E MARISA 6 C. Biderman, L.F. Cozac e J.M. Rego PREFÁCIO por Pedro Malan Brasília, novembro de 1996 Excelente iniciativa dos autores e da Editora 34 este livro que, em boa hora, é apresentado ao público. Trata-se de uma importante contribuição, não apenas ao debate de idéias como, também, à preservação da memória institucional do País. Referindo-se à precariedade desta memória, Millôr Fernandes teria afirmado, com o misto de humor e seriedade que caracteriza os grandes moralistas, que a cada quinze anos o Brasil parecia esquecer o que havia acontecido nos últimos quinze anos. Felizmente, como em várias outras áreas, isto parece estar mudando no Brasil. A excelente qualidade profissional de inúmeros trabalhos, pesquisas, ensaios e biografias que vêm sendo publicadas recentemente, vem atraindo crescente interesse público. As atividades da Fundação Getúlio Vargas, tan- to em São Paulo, quanto no Rio de Janeiro, em particular por meio de seus programas de História Oral, têm contribuído para este necessário esforço de preservação da memória nacional. Cada vez mais, creio eu, é reconhecido no Brasil o sentido da pertinente observação de Edward H. Carr: aquilo que chamamos de presente nada mais é senão um fugidio momento entre um irrevogável passado e um futuro que tem por ofício ser incerto. Entretanto, embora irrevogável, o passado é re-escrito e re-interpretado, por sucessivas gerações, à luz das exigências interrogativas do presente e de preocupações com o futuro. Um futuro sempre incerto, mas, em parte, aberto à ação e aventura humana, à luz de restrições e circunstân- cias postas pelo passado. A história, segundo Carr, é, pois, um infindável di- álogo entre o passado e o futuro. A riqueza deste diálogo é tanto maior quan- to maiores as ansiedades do presente e as incertezas sobre o futuro. Este livro é editado em um destes momentos e, seguramente, haverá de contribuir para esse infindável diálogo, ao reunir conversas francas, informais e, por vezes desabridas, com treze destacados economistas. Todos com ativa produção intelectual, participação no debate público e na formação de gera- ções de economistas brasileiros. Não foi tão excelente idéia o convite a mim dirigido para escrever este breve prefácio. Só posso imaginar duas razões para tal honroso convite. A primeira, por estar ocupando, temporariamente, um cargo considerado relevante na República. A segunda, talvez, por conhecer Conversas com Economistas Brasileiros 7 pessoalmente a todos os entrevistados, ter trabalhado com alguns, privar da amizade destes e de mais outros, admirar e ter apreço pessoal por todos os entrevistados, apesar de algumas divergências com uns e outros que em nada afetaram, afetam e afetarão, espero eu, nosso relacionamento pessoal. Recentemente foram publicados dois tipos de livros como este. O pri- meiro, cuja influência e inspiração é explicitamente reconhecida por Biderman, Cozac e Rego, é o interessante Conversations with Economists, de Arjo Kla- mer, que tem como subtítulo da edição norte-americana (1983) New Classical Economists and Opponents Speak Out on the Current Controversy in Macro- economics. Conduzido, como o presente livro, sob forma de entrevistas com (onze) figuras representativas de diferentes supostas “escolas de pensamen- to”, o livro de Klamer constitui recompensadora leitura para os interessados no tema da produção “científica” e da retórica em economia. A classifica- ção de Klamer é, seguramente, arbitrária, mas correspondia, grosso modo, a uma visão que prevalecia à época em que realizou suas entrevistas. O outro modelo é o livro editado por W. Breit and R. Spencer, Lives of the Laureates: Thirteen Nobel Economists, que reproduz conferências formais apresentadas por treze economistas agraciados com o Prêmio Nobel. Nessas conferências, cada um dos laureados apresenta o fundamental do processo de sua formação intelectual, produção acadêmica e experiência retórica em eco- nomia, em termos do que considerava as controvérsias fundamentais de seu tempo, em sua área de trabalho ou da economia como “ciência”. O livro que o leitor tem em mãos constitui uma síntese destas duas abor- dagens. Há algo de história da vida de cada um dos entrevistados, tal como apresentada pelo próprio, bem como suas respostas a perguntas específicas mas comuns, isto é, feitas a todos pelos autores, que procuram lançar luz sobre algumas questões fundamentais da “lúgubre ciência” e seu “método”, tal como vistos ou praticados por alguns expoentes da profissão, no País. O conjunto das entrevistas constitui importante leitura e inestimável contribuição para uma radiografia, não só do processo de formação da pro- fissão no Brasil na segunda metade do século XX, como, também, da situa- ção em que se encontra, hoje, a profissão no país. Há neste livro o depoimento de cinco ex-Ministros de Estado (Campos, Furtado, Delfim, Simonsen e Bresser, este hoje Ministro, novamente), dois ex- Presidentes do Banco Central (Pastore e Arida), dois ex-Presidentes do BNDES (Bacha, Arida), dois ex-Diretores do Banco Central (Lara Resende, Arida), um ex-Chefe de Assessoria Econômica e um outro Assessor do Ministro da Fa- zenda (Belluzzo e Paulo Nogueira à época de Funaro). Três dos entrevistados são hoje Deputados Federais (Campos, Delfim, Conceição). O único (ainda?) 8 C. Biderman, L.F. Cozac e J.M. Rego virgem deste processo é Giannetti, não por acaso o mais moço dentre os en- trevistados, embora já ativo participante do debate público. A diferença com os onze economistas do livro de Klamer e com os laureados com o prêmio Nobel é flagrante. Todos estes economistas foram, ou são, acadêmicos tout court, isto é, tiveram toda a sua vida profissional em universidades, alguns com rá- pidas passagens pelo Council of Economic Advisors do Presidente dos EUA. Esta diferença parece intrigar os autores deste livro, que notam que eco- nomistas brasileiros parecem ser mais “generalistas” que seus equivalentes do mundo desenvolvido. A resposta é dada com clareza, por exemplo, por Simonsen, ao notar (à la Adam Smith) que a especialização é função do tamanho do mer- cado, que no Brasil o mercado de bons economistas e bons professores de eco- nomia é relativamente reduzido e que, portanto, há um trade-off entre especi- alização e pluralismo que explica, inclusive, a expressiva participação de eco- nomistas brasileiros de renome, não apenas em sucessivos governos como, tam- bém, em inúmeros empreendimentos e atividades privadas. Não obstante tudo isto, é inegável o salto de qualidade que foi dado no processo de formação aca- dêmica da profissão de economista no Brasil após a implantação dos progra- mas de mestrado e doutorado e do envio de brasileiros ao exterior para dou- torado e pós-doutorado. Como conseqüência, vêm aumentando, continuamente, a quantidade e a qualidade da pesquisa econômica no País, do debate profis- sional sobre economia brasileira, e da própria reflexão crítica dos economis- tas sobre sua “ciência”, seus métodos e suas formas de dirimir controvérsias. Apesar de todas as dificuldades envolvidas, estou convencido de que o Brasil tem hoje, em relação a qualquer outro país em desenvolvimento, uma grande vantagem que reside, precisamente, na riqueza e na diversidade do debate sobre estes temas. A liberdade com que se expressam estas diferentes visões e as contínuas controvérsias sobre temas relevantes, reforçam a esperança de que o País continuará sendo capaz de encontrar o seu rumo, de corrigir desacer- tos em prazo hábil, de reconhecer quando políticas devem ser revistas para adaptar-se a novas circunstâncias. Estes processos serão tanto mais fáceis quanto maior for o grau de profissionalismo dos economistas, mais sólida sua forma- ção, e mais clara a necessidade de manter como eixos de qualquer ação prá- tica a ética profissional, a perspectiva histórica, o contexto internacional e a visão político-institucional do País. O leitor verificará por si que há neste livro um riquíssimo material para reflexão sobre estes temas, para o estudo do papel da retórica (como arte da persuasão) na profissão, e para uma avaliação, por parte de cada um, da im- portância (ou falta de importância) que os economistas atribuem a si próprios e à sua profissão ou à sua “ciência”, tanto no Brasil como no mundo. Conversas com Economistas Brasileiros 9 APRESENTAÇÃO Entre o real e a linguagem, entre o vivido e a memória, entre a memória e seus registros, há sempre disparidades, desencontros, desavenças, omissões e inserções, que são inevitáveis, pelo simples fato de que, para conhecer o real, temos também de inventá-lo. Não há, desse modo, história oral ou qualquer forma de história, sem um pouco de invenção da própria história. Lúcia Santaella (1996), Produção de Linguagem e Ideologia A idéia deste livro surgiu no segundo semestre de 1994, nas aulas de De- senvolvimento Econômico do Curso de Doutorado em Economia da Funda- ção Getúlio Vargas de São Paulo. Inspirados no livro de Klamer de 1983, Con- versas com Economistas, realizamos uma série de entrevistas com membros de diversas escolas, gerações e tendências, profissionais que possuem experiên- cias e pontos de vista bastante diferentes sobre a realidade e a teoria econômi- ca. As entrevistas mostram o que esses analistas e teóricos da economia bra- sileira pensam sobre questões de análise e política econômica, fortemente pre- sentes tanto na comunidade profissional quanto no debate público. As divergências entre os economistas brasileiros guardam diferenças em relação às apresentadas por Klamer, que estava preocupado com a contro- vérsia em Macroeconomia entre os economistas da chamada “Nova Econo- mia Clássica” e seus opositores (neokeynesianos, monetaristas e não-conven- cionais na classificação do autor). Apesar de partirmos de uma mesma me- todologia, nossas preocupações são essencialmente diversas. As condições históricas e políticas brasileiras geraram uma classe de economistas profissio- nalmente diferenciados. Seja ocupando um lugar na esfera pública ou priva- da, seja concentrando-se no ambiente acadêmico, são impelidos a estudar e opinar sobre vários assuntos. Muitos participam ativamente na política, tanto no Executivo como no Legislativo. Uma questão inicial era escolher a amostra de economistas que pudesse representar a diversidade que encontramos no pensamento econômico bra- sileiro. Os critérios de seleção dos entrevistados foram: relevância na contri- buição acadêmica ou para o ensino de Economia, experiência burocrática no setor público e participação no atual debate econômico. Um dos objetivos 10 C. Biderman, L.F. Cozac e J.M. Rego

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