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Contribuições da Etnologia Indígena Brasileira à Antropologia da Infância PDF

341 Pages·2008·5.46 MB·Portuguese
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Tese de Doutoramento 2003 “Brincando de Ser Criança” contribuições da etnologia indígena brasileira à antropologia da infância Angela Maria Nunes Machado Pereira Orientação Professor Doutor Raul Iturra Departamento de Antropologia Instituto Superior de Ciências do Trabalho e da Empresa Co-orientação Professora Doutora Aracy Lopes da Silva Departamento de Antropologia Social Universidade de São Paulo Biblioteca Nacional Portugal Catalogação Bibliográfica Brincando de ser criança [ Texto policopiado] : contribuições da etnologia indígena brasileira à antropologia da infância / Angela Maria Nunes Machado Pereira PUBLICAÇÃO: [ Lisboa] : [s. n.] 2003 DESC.FÍS.: 3 72 p. ; : il., mapas ; 30 cm TESE: Tese de doutoramento em Antropologia, apresentada no ISCTE, sob a orientação do Professor Doutor Raul Iturra e com a co-orientação da P rofessora Doutora Aracy Lopes da Silva ISBN: o ferta CDU: 39(81)(043.2) 3 16.73-053.2(81)(043.2) Fotografias, Mapas e Anexos com Legislação não estão incluídos no arquivo PDF. A paginação coincide com o original policopiado. Regras para citação (de acordo com a NP405) (versão papel): NUNES, Ângela - "Brincando de ser Criança": Contribuições da Etnologia Indígena Brasileira à Antropologia da Infância. Lisboa, Portugal: Departamento de Antropologia do ISCTE, 2003. 341 f. Tese de doutoramento. ISBN 978-989-8154-33-0 (versão digital): NUNES, Ângela - "Brincando de ser Criança": Contribuições da Etnologia Indígena Brasileira à Antropologia da Infância [Em linha]. Lisboa, Portugal: Departamento de Antropologia do ISCTE, 2003. 341 f. Tese de doutoramento. [Consult. Dia Mês Ano] Disponível em www:< http://hdl.handle.net/10071/684>. ISBN 978- 989-8154-32-3. Contacto com a autora: [email protected] 2 _________________________________________________________________________________________________________________________ “Brincando de Ser Criança”: contribuições da etnologia indígena brasileira à antropologia da infância - Tese de Doutoramento/2003 – Angela Nunes para Aracy e minha mãe, Laura, in memorium e para Edith 3 _________________________________________________________________________________________________________________________ “Brincando de Ser Criança”: contribuições da etnologia indígena brasileira à antropologia da infância - Tese de Doutoramento/2003 – Angela Nunes Agradecimentos À Associação Xavante Warã e a Hipa’ri(cid:0)di Toptiro, pelo convite para investigar em Idzö’uhu, e pelo acesso ao seu material etnográfico. À Casa Redonda Centro de Estudos, Brasil, pela cedência do equipamento de video e visualização do material original e gravação de cópias; e Anthares Multimeios, pelo apoio logístico neste processo. Ao Centre for the Social Study of Childhood, Universidade de Hull, Inglaterra. Em especial, a Allison James, pela receptividade e troca de ideias, e pela generosa hospitalidade. À Fundação Calouste Gulbenkian, pela bolsa de curta duração que permitiu a deslocação ao Brasil, onde procedi à última etapa de actualização bibliográfica da tese, bem como a sua discussão, correcção e revisão. À Fundação Ciência e Tecnologia – Programa PRAXIS XXI, pela bolsa de doutoramento (BD/5079/95) e financiamentos adicionais destinados à realização de pesquisa de campo (Brasil) e bibliográfica (Brasil, Alemanha e Inglaterra). Ao Instituto Superior de Ciências do Trabalho e da Empresa e ao Programa de Doutoramento em Antropologia Social, professores, colegas e funcionários. Ao MARI/Grupo de Educação Indígena da Universidade de São Paulo, pelos auxílios à pesquisa de campo concedidos através do projecto “Antropologia, História e Educação: a questão indígena e a escola”, (Fapesp/Processo 94/3492-9). Em especial, a Ana Vera Macedo, Antonella Tassinari, Aracy Lopes da Silva, Isabelle Giannini e Lux Vidal. Ao Ministério da Educação, Portugal, pelo prolongamento da minha bolsa de estudos, a título excepcional, e a Raul Iturra e Isabel Rosa, pelo seu empenho neste processo. Ao Programa de Pesquisa sobre os Povos Indígenas do Nordeste Brasileiro / PINEB, Universidade Federal da Bahia, Brasil, pelo apoio logístico dado na etapa final da tese. Em especial a Rosário Carvalho e Pedro Agostinho. Ao Seminário Antropologia da Educação / ISCTE, coordenado por Raul Iturra, e a todos os colegas e participantes, pelo estímulo intelectual e troca de ideias. Expresso também a minha gratidão a alguns amigos que participaram directamente no esforço de concretização da tese, conjugando saberes académicos e saberes de vida: À Ana Veloso, sempre perto e quase sempre em outros horizontes, que cuidou das burocracias para a bolsa da FCT, e que nos últimos anos me disse vezes sem conta “acaba isso”! Tempos atrás subimos, juntas, ao topo do vulcão do Pico, vimos mais longe e em toda a volta, lembrança que ficou como metáfora para a vida. À Aracy Lopes da Silva, que me convidou a estudar os Xavante, co-orientadora desta tese e amiga que jamais esquecerei, pelo que me ensinou sobre Antropologia e sobre os Povos Indígenas no Brasil, mas, sobretudo, pelas lições de humanidade e de vida que conosco, seus alunos, partilhava com simplicidade, graça e despojamento capazes só aos grandes de espírito. Ao Carlos Etchevarne e ao Julio Oliveira, sempre presentes apesar da distância, pelo acolhimento em Salvador, pelo constante apoio, pela alegria que me dá a nossa amizade. 4 _________________________________________________________________________________________________________________________ “Brincando de Ser Criança”: contribuições da etnologia indígena brasileira à antropologia da infância - Tese de Doutoramento/2003 – Angela Nunes À Edith Spielvogel, que acompanhou todos os dramas e alegrias que fazem parte da história destas páginas, com paciência e entusiasmo inimagináveis, disponibilizando tudo o que eu precisei para as escrever. Mal posso esperar pelo momento de ouvi-la perguntar “so, how was it today?” e eu possa, finalmente, dizer “I finished!”. De certeza que vamos chorar de alegria! Aos Gonzagas, ‘família’ querida e minha segunda ‘casa’. Em especial, à mãe Luisa – colo mais fofo não há – , testemunha dos meus primeiros arrojos profissionais com crianças, pelos longos anos de amizade, carinho e cuidados sem fim. E aos meus manos Pedro, Chico e Ani, a quem vi crescer, por tudo aquilo que desde sempre trocámos. À Helena Briosa e Mota, pela generosidade e disponibilidade infindáveis, e pelo que vibra com os meus estudos sobre a infância, incentivando-os. À Margarida Lima de Faria, pelas leituras e troca de ideias, pelo entusiasmo que sempre teve pelo meu trabalho e com o qual me animou a avançar. À Paula Morgado, pela cumplicidade, pelo apoio em São Paulo e na USP. E pelo sonho de que um dia faremos algo em parceria, no domínio das imagens. À Peo, pelo acolhimento amigo em São Paulo, e pelo reforço crucial à minha vulnerabilidade física, que agradeço também à Aninha e à D. Filhinha. À Maria Purificação Araújo e à Manuela Miranda, pelo carinho e generosos cuidados com a minha saúde. Também a Adriana, Chico, Lena, Guida, Paula e Xana. Ao Raul Iturra, orientador desta tese, por me ter desafiado a fazê-la e por haver acreditado que eu seria capaz de tamanha tarefa, pelo seu incansável estímulo e apoio institucional, científico e pessoal, pela paciência com que sempre aguardou o fim dos meus silêncios, pelas longas conversas com chá e bolos, e pela audácia com que tem trazido as crianças para o cenário da Antropologia em Portugal. À Rosa Melo e à Vera Alves, pela amizade que construída ao longo do difícil percurso de elaboração das nossas teses, pela solidariedade, pela ‘fofoca’, pela troca de ideias. À Rosário Carvalho, a quem circunstâncias tristes e dolorosas levaram a assumir a co- orientação desta tese. Mas se assim foi, em nome da amizade e da admiração profissional, a Aracy, seja lá onde estiver, deve ter-se regogizado com o estreitar deste nosso encontro, que já vem desde a temporada entre os índios Tuxá. Agradeço-lhe a atenção e a disponibilidade imensas, o ânimo crucial que me permitiu terminar a tarefa que tinha em mãos e o desenhar de tantas possibilidades futuras. Uma palavra de gratidão vai, ainda, para uma mão cheia de amigos queridos na Alemanha, no Brasil e em Portugal, que se fizeram presentes de várias maneiras, sobretudo nos momentos mais difíceis, com o seu afecto, interesse e encorajamento. Por fim, gostaria de agradecer ao povo Xavante, em particular aos habitantes de Namunkurá e Idzö’uhu, aldeias onde realizei investigações etnográficas mais prolongadas e intensas. Em especial, ao Boaventura Tserewamariw? (cid:0)e sua famíla, meus anfitriões em Namunkurá, e à Cesarina Tsinhõts?’(cid:0)êhutuw? (cid:0)e sua famíla, meus anfitriões em Idzö’uhu. Aos professores de Idzö’uhu, Cesarina Tsinhõts?’(cid:0)êhutuw?,(cid:0) Lucas Ruri’õ e Rómulo Tsereru’õ, por me terem permitido o acesso aos seus sonhos, ideias, pensamentos, dificuldades e vitórias, e pelo waihu’u que partilhamos. E às crianças Xavante, Tuxá, e a todas as outras, por me terem movido e inspirado a escrever estas páginas. 5 _________________________________________________________________________________________________________________________ “Brincando de Ser Criança”: contribuições da etnologia indígena brasileira à antropologia da infância - Tese de Doutoramento/2003 – Angela Nunes Resumo O reconhecimento da capacidade de ‘agência’ às crianças constitui um tema de investigação recente na Antropologia. Apesar dos esforços testemunhados nos últimos 15 anos, é inegável a necessidade de intensificar e diversificar as pesquisas que poderão revelar a participação efectiva das crianças na constante reconstrução da vida social, em toda e qualquer sociedade, de modo a consolidar em definitivo este novo campo de estudos, quer em termos teóricos, quer metodológicos. Esta tese vem dar um contributo nesse sentido, evidenciando perspectivas de análise bibliográfica e etnográfica especialmente voltadas para as pequenas sociedades não-ocidentalizadas. Para além de propiciar um balanço bibliográfico sobre as contribuições mais significativas, internacionais e brasileiras, estabelece também um diálogo entre a Antropologia da Infância e os estudos etnológicos sobre sociedades indígenas no Brasil, através de um estudo etnográfico realizado entre os índios Xavante. Este estudo concentra-se na análise de situações de quotidiano decorrentes da introdução da educação escolar oficial, em confronto com a tentativa de implementação de um projecto educacional idealizado pelos próprios índios, e está especialmente atento à maneira como as crianças vivem este processo de transformação cultural e à dinâmica que elas próprias lhe imprimem. Palavras-chave Criança – Antropologia da Infância – Educação Intercultural – Etnologia – Índios no Brasil – Xavante 6 _________________________________________________________________________________________________________________________ “Brincando de Ser Criança”: contribuições da etnologia indígena brasileira à antropologia da infância - Tese de Doutoramento/2003 – Angela Nunes Índice Introdução 9 Parte I - Crianças e Antropologia da Infância 29 Capítulo 1 Impasses, desafios e conquistas de um debate em construção. 31 Crianças: grupo social sem poder? 33 Cultura, personalidade e grupo doméstico: faces distintas de uma ideia hegemónica 39 O começo da mudança 54 Novos paradigmas para o estudo da infância 68 Capítulo 2 Os caminhos da infância na etnologia indígena brasileira. 87 Estudos sociais sobre a infância no Brasil: apreciação geral 88 Panorâmica sobre um século de referências etnológicas sobre a infância nas sociedades indígenas no Brasil 101 Dos anos setenta aos noventa 116 As contribuições recentes e o estado actual das pesquisas 137 Parte II - Idzö´uhu, um encontro de saberes 155 Capítulo 1 Infância e educação escolar entre os Xavante: um estudo de caso 157 Introduzindo os Xavante 159 ‘Infância’ e as categorias de idade Xavante 172 A aldeia Idzö´uhu: contextualização de seu surgimento 182 Frentes de expansão Xavante no mundo não-índio 192 O projecto educacional de Idzö´uhu 201 Definindo os rumos da minha pesquisa em Idzö´uhu 210 Capítulo 2 Pelas própias palavras 219 7 _________________________________________________________________________________________________________________________ “Brincando de Ser Criança”: contribuições da etnologia indígena brasileira à antropologia da infância - Tese de Doutoramento/2003 – Angela Nunes Capítulo 3 Etnografia de uma proposta de educação indígena diferenciada 233 Escola redonda como a aldeia 238 Caras enfarruscadas 247 Horários e outros limites diferenciados 258 Aprender, ensinar, conhecer e saber 268 De dentro para fora, de fora para dentro: aulas em todo o lugar 281 O saber dos mais velhos 295 As crianças sabem! 300 Conclusão: há que ir adiante! 311 Glossário 321 Bibliografia 325 Anexos 343 Mapa Político do Brasil 345 Mapa Terras Indígenas no Mato Grosso 347 Mapa Terras Xavante 349 Mapa Terra Indígena de Sangradouro 351 Quadro de Povos Indígenas 353 Estatuto do Índio 355 Direitos Indígenas na Constituição de 1988 367 Lei de Directrizes e Bases da Educação Nacional 371 Pranchas com fotografias ao longo do texto numeração romana de I - XXV 8 _________________________________________________________________________________________________________________________ “Brincando de Ser Criança”: contribuições da etnologia indígena brasileira à antropologia da infância - Tese de Doutoramento/2003 – Angela Nunes Introdução As palavras que dão título a esta tese foram proferidas por um homem Xavante1, na aldeia Namunkurá2, após termos observado por algum tempo o que fazia uma menina de cinco ou seis anos que, de tão absorvida em si mesma, nem parecia dar-se conta da nossa presença a poucos metros de distância. Junto à parede da sua casa, com uma vassoura, uma lata, uma esteira, umas pedras e um pedaço de caixa de cartão, ela tinha criado e delimitado um pequeno espaço para o qual trouxe um cãozinho, os seus chinelos, um pano velho e esburacado, e mais uns bocados de cartão para cobrir o chão. Em seguida, trouxe um irmãozinho ainda em idade de colo, do qual ela certamente tinha de cuidar enquanto a mãe, as tias e as irmãs mais velhas estavam nos campos. Sentou-o no chão forrado e agachou-se junto a ele, a fazer algo que não dava para ver. Ali ficou algum tempo, saíu e entrou de novo, lutando para que o cãozinho não a seguisse, pegou no bebé ao colo por uns momentos, voltou a pô-lo no chão, ajeitou as suas ‘paredes’, puxou para mais perto alguns coquinhos que estavam espalhados por ali, e falava, falava, falava, não sabemos se com o irmão ou o 1 Os índios Xavante identificam-se como sendo A´uw?.(cid:0) Na sua língua esta palavra significa – gente, povo, nós – sendo esta, portanto, a sua identificação linguística, mediante a qual se distinguem, assim, dos Ofaié-Xavante e dos Oti-Xavante. O termo Xavante tem uma etimologia portuguesa e, segundo Nimuendajú (1942:3-4), não se sabe ao certo porquê ou quando começou a ser usado. O termo correcto para os designar seria, portanto, A´uw?(cid:0)-Xavante. Porém, Xavante é o etnónimo mais usado e a literatura etnológica também tem utilizado, largamente, apenas este termo. Assim, considera-se que Xavante e A´uw?(cid:0)-Xavante são designações equivalentes. Este povo indígena, que tenho investigado desde 1990, habita no Estado do Mato Grosso, no Brasil Central. Ver Mapas e Quadro sobre Povos Indígenas, em Anexo. A Convenção sobre Grafia dos Nomes Tribais, aprovada na 1a. Reunião Brasileira de Antropologia, Rio de Janeiro, 1953, estabelece que “os nomes tribais se escreverão com letra maiúscula, facultando-se o uso de minúscula no seu emprego adjectival”; “os nomes tribais de origem portuguesa ou morficamente aportuguesados terão a grafia portuguesa e a flexão portuguesa, mas também se escreverão com letra maiúscula”; “os nomes tribais não terão flexão portuguesa de número ou gênero, quer no uso substantival, quer no adjectival” (Schaden 1976:abertura). 2 Primeira aldeia Xavante onde realizei trabalho de campo, localizada na Área Indígena de São Marcos, Mato Grosso, em 1990 e 1991. Ver Mapas em Anexo. 9 _________________________________________________________________________________________________________________________ “Brincando de Ser Criança”: contribuições da etnologia indígena brasileira à antropologia da infância - Tese de Doutoramento/2003 – Angela Nunes cãozinho, se com algum personagem invisível aos nossos olhos, ou se consigo mesma. O desenrolar da cena foi-nos calando, como que em acordo tácito, envolvidos por aquela atmosfera. Para além do que emanava da menina, e que me interessava especificamente, achei muito curiosa a atenção com que o meu interlocutor a observava. Quando, após longos minutos a cena se interrompeu – o bebé chorou, o cãozinho conseguiu, entretanto, escapar e ela acabou por pegar no bebé e levá-lo para dentro da casa – eu quebrei o silêncio que se havia instalado entre nós e perguntei-lhe se ele sabia o que a menina estava a fazer. Ele respondeu, sem precisar de muito tempo para pensar: “ela estava, assim, brincando de ser criança”. E levantou-se dizendo “töibö”, palavra Xavante usada quando qualquer pessoa quer pôr termo a uma conversa, um trabalho, ou qualquer outra actividade. Esta cena já foi descrita num trabalho anterior, quando apresentei algumas das maneiras mediante as quais as crianças Xavante “brincam às casinhas”, introduzindo brevemente uma discussão em torno da diversidade com que a ocorrência desta brincadeira se verifica nos mais variados contextos culturais e sociais (Nunes 1999:197-208)3. Uma das ideias então propostas foi a de que “brincar às casinhas” nos oferece imensas possibilidades de reflexão sobre a leitura que a criança faz da sua sociedade, desde as relações que permeiam o próprio grupo doméstico às do universo societário mais vasto, elaborando-as, reformulando-as, expressando-as, num processo de apreensão do que acontece à 3 Dissertação de Mestrado, intitulada A Sociedade das Crianças A´uw?-(cid:0)Xavante: por uma antropologia da criança, elaborada sob a orientação da Professora Doutora Aracy Lopes da Silva e defendida no Departamento de Antropologia da Universidade de São Paulo, Brasil, em 1997. A vivência do quotidiano das crianças Xavante e a sua actividade lúdica, pensadas conjuntamente, foram os temas que conduziram este estudo. Um dos seus objectivos foi retirar a criança do plano secundário que geralmente tem ocupado nas investigações, evidenciando a lacuna que sobre ela existe na Antropologia, e o que poderia estar na origem de se considerar a criança, até recentemente, como um ser social incompleto ou passivo. Através deste estudo etnológico, foi demonstrado que uma Antropologia da Criança, ou da Infância, seria uma área de investigação possível e viável, a merecer a construção de um referencial teórico- metodológico próprio. 10 _________________________________________________________________________________________________________________________ “Brincando de Ser Criança”: contribuições da etnologia indígena brasileira à antropologia da infância - Tese de Doutoramento/2003 – Angela Nunes

Description:
Criança – Antropologia da Infância – Educação Intercultural – Etnologia – Índios no Brasil – Xavante voltar a correr no espaço aberto da aldeia.
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