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conhecimento e transformações no alto rio Negro (rio Papuri) PDF

167 Pages·2012·4.94 MB·English
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UNIVERSIDADE FEDERAL DE SÃO CARLOS - UFSCar PROGRAMA DE PÓS-GRADUAÇÃO EM ANTROPOLOGIA SOCIAL Falas Waikhana: conhecimento e transformações no alto rio Negro (rio Papuri) ALINE SCOLFARO CAETANO DA SILVA 2012 UNIVERSIDADE FEDERAL DE SÃO CARLOS - UFSCar PROGRAMA DE PÓS-GRADUAÇÃO EM ANTROPOLOGIA SOCIAL Falas Waikhana: conhecimento e transformações no alto rio Negro (rio Papuri) Aline Scolfaro Caetano da Silva Dissertação de Mestrado apresentada ao Programa de Pós-Graduação em Antropologia Social da Universidade Federal de São Carlos (UFSCar) sob orientação do Prof. Dr. Geraldo Luciano Andrello, como parte dos requisitos necessários à obtenção do título de Mestre em Antropologia Social. Banca Examinadora Prof. Dr. Geraldo Luciano Andrello (orientador UFSCar) Prof. Dr. Felipe Ferreira Vander Velden (UFSCar) Profa. Dra. Cristiane Lasmar (UFRJ) Suplentes Prof. Dra. Clarice Cohn (UFSCar) Ficha catalográfica elaborada pelo DePT da Biblioteca Comunitária da UFSCar Caetano-da-Silva, Aline Scolfaro. C128fw Falas Waikhana : conhecimento e transformações no alto rio Negro (rio Papuri) / Aline Scolfaro Caetano da Silva. -- São Carlos : UFSCar, 2012. 166 f. Dissertação (Mestrado) -- Universidade Federal de São Carlos, 2012. 1. Etnologia. 2. Índios da América do Sul. 3. América do Sul, Noroeste Amazônico. 4. Amazônia - povos tukano. I. Título. CDD: 305.8 (20a) RESUMO Fruto de uma pesquisa etnográfica realizada entre os Waikhana (Pira-Tapuia), um povo tukano da bacia do Uaupés, noroeste da Amazônia, esta dissertação tem como foco a questão da hierarquia e da circulação do conhecimento no contexto contemporâneo do Uaupés, marcado por aquilo que os grupos indígenas da região vêm chamando de “movimento de resgate e revitalização da cultura”. Envolvidos nesta dinâmica local, os Waikhana tem se empenhado numa série de iniciativas que abarcam desde a retomada de algumas práticas rituais e técnicas tradicionais de manejo do meio que eles associam ao chamado “tempo dos antigos”, até o registro escrito de certos saberes e conhecimentos orais outrora atualizados e transacionados em determinadas ocasiões rituais. Buscando compreender os sentidos por meio dos quais eles estão vivenciando estes processos e atentando para os desdobramentos de tais iniciativas no âmbito de suas próprias relações sociopolíticas, o texto aborda temas clássicos da literatura regional concernentes à organização social e à cosmologia. O que veremos são interpretações e redirecionamentos agenciados pelos próprios índios em torno da problemática da hierarquia e da circulação de conhecimentos ditos “tradicionais”, as quais atualizam relações e posições no âmbito de uma (cosmo) política waikhana. Palavras-chave: noroeste amazônico, povos tukano, pira-tapuia, conhecimento, hierarquia, cosmopolítica ABSTRACT Result of an ethnographic research among the Waikhana (Pira-Tapuia), a Tukanoan group that lives around the Uaupes basin, Amazonian Northwest, this dissertation focuses on hierarchy and circulation of knowledge in Uaupes contemporary context. This context is characterized by what has been called by the indigenous groups as “culture recovery and revitalization movement”. Involved in this local dynamics, the Waikhana attempt to recover by one side some ritual practices and traditional techniques of environment handling and by the other side the written record of certain oral knowledge in former times updated and transacted in ritual occasions. Trying to understand the way the indigenous are experiencing those processes and emphasizing their developments in the sphere of their own sociopolitical relations, this text approaches some classical themes on regional literature concerning social organization and cosmology. Some interpretations and redirections made by the indigenous themselves, concerning the problematic of hierarchy and circulation of knowledge will be presented. And will show that these interpretations and redirections bring some relations and positions of a Waikhana (cosmos) politics up to date. Keywords: Amazonian Northwest, tukanoan, Pira-Tapuia, knowledge, hierarchy, cosmos-politics AGRADECIMENTOS Este trabalho não poderia ter sido realizado se não fosse o apoio, direto ou indireto, de muitas pessoas que estiveram ao meu lado ou passaram pelo meu caminho ao longo desses anos. Não poderei citar aqui o nome de todos, mas alguns em especial gostaria de agradecer. Em primeiro lugar, aos Waikhana de Pohsaya Pitó, pela cordialidade e simpatia com que me receberam e por compartilharem comigo um pedacinho de suas vidas. Aqui devo um agradecimento especial à Marcelino Cordeiro, pelo inestimável apoio durante todo o período em que estive na aldeia e pela agradável companhia. À Laureano Cordeiro pela serenidade com que sempre atendeu aos nossos chamados, meu e de Marcelino, quando tínhamos que consultá-lo a respeito de algum “assunto maior”. Às mulheres tukano, desana e tariano com as quais convivi em Pohsaya Pitó, em especial Maria Aparecida, esposa de Marcelino, e Dona Maria, esposa de Laureano – por me permitirem conhecer e experimentar um pouquinho do duro trabalho na roça, da produção da farinha, do beiju, do caxiri, mas também pela alegre companhia nos dias de festa. Aos Waikhana de Iauaretê e outros amigos que fiz por lá, em especial à Dorvalino Chagas. Sem o seu apoio, incentivo e inestimável ajuda eu não teria chegado até os Waikhana. Agradeço também às mulheres da AMIDI (Associação das Mulheres Indígena de Iauaretê), especialmente à Almerinda Ramos, pela estadia, pelas conversas e pela sincera amizade. Agradecimento mais que especial devo à Geraldo Andrello, que além de orientador tornou-se também um grande amigo. Este trabalho não poderia existir se não fosse o seu empenho em me indicar novos caminhos e a sua paciência diante de minhas indecisões. Agradeço-lhe pela forma serena e sábia com que sempre me orientou e pela confiança que depositou em mim, mesmo quando eu parecia fraquejar. Obrigada por tudo! Ao pessoal do ISA que conheci em São Gabriel da Cachoeira e que em breve serão meus colegas de trabalho. Em especial à Aloísio Cabalzar e Laíse Diniz que às vésperas de minha viagem a campo deram-me dicas preciosas, sem as quais tudo teria sido mais difícil! Agradeço ao PPGAS da UFScar e à todo o corpo docente pela oportunidade que me deram de desenvolver este trabalho e pela valiosa formação. Agradeço também pela concessão de uma bolsa CAPES que me permitiu dedicar grande parte do tempo à realização desta pesquisa. Ao professor e amigo Edmundo Peggion, a quem devo o gosto pela antropologia. Agradeço-lhe pelo seu incentivo, desde a graduação, e por ter lido o meu trabalho quando ele era ainda um amontoado de idéias. Obrigada pelas dicas e contribuições no exame de qualificação. À Felipe Vander Venden e Cristiane Lasmar, pela disposição em ler o meu trabalho e participar da minha banca. Aos colegas e amigos do PPGAS, pela troca de experiências e pelas discussões sempre instigantes. Um agradecimento especial à Marília Sene de Lourenço, Amanda Danaga e Lígia Rodrigues por deixarem mais leve a minha vida acadêmica. Ao companheiro de rio Negro, Raphael Rodrigues, pela amizade e partilha de ideais. Um agradecimento carinhoso aos meus pais, Hebe e Otaviano, pelo apoio incondicional e pelo incentivo que sempre me deram. Aos meus irmãos maiores, Gustavo, Carolina e Ivan, pela amizade e exemplo. Obrigada por compreenderem as minhas ausências e por me alegrarem com boas risadas e boa música! Aos primos e amigos de São Bernardo, que são muitos. Citá-los um por um tomaria várias páginas desta dissertação. Obrigada pela convivência e pelos ótimos momentos que passamos juntos! Aos amigos de Araraquara e à nossa aclamada associação etílico-cultural, pela boa música e pela agradável companhia nos momentos em que o exercício da escrita se tornava pesado demais. Agradeço especialmente à Rafaela Rabesco, Du Paiva, Afonso de Mesquita, Elisangela Santos, Adriana Cardoso e Marcelo Yokoi, este último também meu amigo de PPGAS. À Adriana Cardoso devo parte da energia depositada na finalização desta dissertação, obrigada por tudo! À Renato Hasunuma, pelo companheirismo de muitos anos e pela amizade, agora renovada. Ao Jabu, pela companhia sempre alegre. ÍNDICE INTRODUÇÃO 10 Problemas iniciais 10 Viajando ao Uaupés 19 Organização dos capítulos 23 Convenções 27 1. BREVE PANORAMA DA BACIA DO UAUPÉS: 29 OS POVOS TUKANO 1.1. Idiomas nativos e modelos de organização social 29 1.2. Sobre território, hierarquia e descendência 35 1.3. O “tempo dos antigos” e a chegada dos brancos 41 1.4. De rupturas e continuidades 50 2. DILEMAS DA VIDA CONTEMPORÂNEA: OS 60 WAIKHANA HOJE 2.1. População e aldeias 60 2.2. Transformações e migrações recentes: Iauaretê e a escola 62 2.3. As “perdas da cultura” e os movimentos de revalorização cultural 68 2.4. Mapeando problemas; apontando caminhos 75 3. TERRITÓRIO, CLÃS E HIERARQUIA: ENTRE 80 INVERSÕES E PERSPECTIVAS 3.1. Os donos da “tradição” 80 3.2. Pontos de vista em disputa 88 4. AS FALAS ANCESTRAIS E A COSMOPOLÍTICA 99 WAIKHANA 4.1. Sobre saberes e conhecedores maiores 99 4.2. O kumu e seu yaudó: a potência da fala 103 4.3. Um futuro sem grandes conhecedores 110 4.4. Negociações em torno de uma fala 115 4.5. Povo Peixe e Gente Cobra: o princípio da vida 120 4.5.1. O tempo da criação 123 4.5.2. A grande viagem de transformação e a chegada à última Casa: 134 de Wai Mahsã à Pamulin Mahsã 4.6. Conhecimento e transformação: deixando de 147 ser “um qualquer” CONSIDERAÇÕES FINAIS 151 ANEXO 156 CADERNO DE FOTOGRAFIAS 157 BIBLIOGRAFIA 163

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sphere of their own sociopolitical relations, this text approaches some classical themes on regional literature concerning social organization and
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