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Conceiçao virginal de Jesus. Análise crítica da pesquisa liberal protestante, desde a «Declaração de Eisenach» até hoje, sobre o testemunho de Mt 1,18-25 e Lc 1,26-38 PDF

542 Pages·1980·16.21 MB·Portuguese
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Analecta Gregoriana Cura Pontlficiae Universitatis Gregorianae edita Vol. 217. Serias Facultatis Theologiae: Sectio B, n. 69 JOSÉ DE FREITAS FERREIRA ...... CONCEICAO VIRGINAL DE JESUS , UNIVERSITÀ GREGORIANA EDITRICE ROMA 1980 JosÉ DE FREITAS FERREIRA: CONCEIÇÃO VIRGINAL DE JESUS Analecta Gregoriana Cura Pontificiae Universitatis Gregorianae edita Vol. 217. Series Facultatis Theologiae: Sectio B, n. 69 JOSÉ DE FREITAS FERREIRA CONCEIÇAO VIRGINAL DE JESUS Análise crítica da pesquisa liberal protestante, desde a «Declaração de Eisenach » até hoje, sobre o testemunho de Mt 1,18-25 e Lc 1,26-38 UNIVERSITÀ GREGORIANA EDITRICE ROMA 1980 JOSÉ DE FREITAS FERREIRA CONCEIÇAO VIRGINAL DE JESUS Análise crítica da pesquisa liberal protestante, desde a «Declaração de Eisenach » até hoje, sobre o testemunho de Mt 1,18-25 e Lc 1,26-38 UNIVERSITÀ GREGORIANA EDITRICE ROMA 1980 IMPRIMI POTEST Romae die 6 octobris 1980 R. P. SIMON DECLOUX, S. I. Rector Universitatis Con approvazione del Vicariato di Roma in data 16 ottobre 1980 ISSN: 0066-1376 © 1980 - U.G.E. - Roma TIP. P. U. G. • ROMA PREFACIO Desde as primeiras suspeitas lançadas contra a historicidade da Conceição Virginal de Jesus, no final do séc. XVIII, a bibliografia especializada sobre o tema não cessou de engrossar. Hoje, assume proporções incontroláveis, desalentando, à partida, quem ainda pre tenda escrever algo de novo sobre o tema. Não há argumento pró ou contra que, de alguma maneira, não tenha sido dito, redito e até repisado pelos investigadores ou pela pena ágil dos divulgadores; sem que, todavia, a questão histórica tenha sido definitivamente dirimida. Assim, em questão está, não só o problema em si, mas a própria investigação histórica sobre ele. Cedo me apercebi de que para fazer luz sobre o problema não adiantava alinhar com uma facção para refutar a outra, mas impunha-se estabelecer um pouco de ordem na selva da investigação histórico-literária, pondo-a à prova através de uma rigorosa análise crítica, cujo escopo fundamental não residiria na refutação de métodos, de hipóteses, de argumentos e de conclu sões, mas na recolha crítica das adquisições científicas verdadeira mente sólidas, capazes de iluminar o problema em debate. A caminhada foi muito árdua, não só em virtude da imensa bibliografia, espalhada por dois séculos; não só em virtude da di versidade dos pressupostos, dos objectivos e dos métodos de cada investigador; mas, sobretudo, por causa da complexidade do próprio tema. A crítica textual associa-se, com efeito, a complicada crítica literária, tida em conta nas suas diversas fases evolutivas. A análise comparada das religiões antigas associa-se a história das tradições cristológicas vétero e neotestamentárias. Os resultados desta pesquisa aqui estão; confio-os despretencio samente à crítica dos estudiosos contemporâneos. Bem gostaria de lhes oferecer um texto mais breve, mais estruturado e literariamente menos bárbaro. Não me abalancei a um ulterior refinamento do texto - elaborado como dissertação de doutoramento -, em pri meiro lugar, porque «as preocupações de elegância devem ser dei- 2 PREFÁCIO xadas a alfaiates e sapateiros», segundo recomendação de Albert Einstein; em segundo lugar, porque tal esforço de síntese e de sim plificação fica reservado para uma obra ulterior de maior divulgação, à qual a presente servirá de plataforma e de ponto de referência. Resta-me exteriorizar a esperança de que tão grande labor não tenha sido em vão; dar-me-ia por bem recompensado se, por meio da minha análise crítica, a investigação contemporânea se conscien cializasse da superficialidade e acriticismo que de há quarenta anos a esta parte envolve o problema da Conceição Virginal de Jesus por obra do Espírito Santo. Lisboa, 7 de Junho de 1980 JosÉ DE FREITAS FERREIRA INTRODUÇÃO Declaração de Eisenach: «Temos, por isso, de qualificar de perturbação obscurante das consciências, quando, por exemplo, numa declaração pública de protesto se afirma: 'que o Filho de Deus foi "concebido pelo Espírito Santo, nascido da Virgem Maria", isto é o fundamento do cris stianismo, a pedra angular contra a qual se desmoronará toda a sabedoria do mundo'. Nem a escritura, nem as confissões de fé evangélicas conferiram significado tão decisivo para a fé à narração conservada nos primeiros capítulos do primeiro e do terceiro evangelho. Na pregação da salvação de Jesus e dos seus apóstolos não ficou conservada qualquer referência à mesma. Por isso, é uma deturpação da fé e uma perturbação das consciências quando em nome da escritura e da confissão de fé se emite uma afir mação que suscita a impressão contrária » 1• 0.1. Palavras duras contra palavras não menos duras; umas e outras em defesa da verdade cristã sobre a conceição virginal de Jesus. Dum lado, o Directório da Conferência Evangélico-Luterana da Igreja Prussa declara contra a crítica liberal que a conceição vir ginal, compreendida como facto histórico, é «o fundamento» e « a pedra angular » da fé cristã; do lado oposto, a « Declaração de Eisenach » qualifica aquela declaração de « deturpação da fé e per turbação das consciências ». Deturpação da fé, porque, um motivo desconhecido pela Igreja primitiva, por Marcos, por Paulo e por João não pode ser o fundamento e a pedra angular da fé. Pertur bação das consciências, porque é imposto autoritativamente o que a razão e a ciência não podem aceitar como facto histórico. 1 ln ChW 6 (1892) 949. Trata-se do n. 3 da Eisenacher Erkli:irung de 5 de Outubro de 1892, subscrita por 25 « amigos e colaboradores » de Die Christliche W elt, entre os quais A. von Harnack. 4 INTRODUÇÃO Esta é a imagem, reproduzida pela «Declaração de Eisenach », da situação de ruptura entre os meios académicos e as instâncias responsáveis pela pastoral do protestantismo alemão em 1892, quando da polémica sobre o Credo Apostólico (« Apostolikumstreit ») desen cadeada pelo caso Schrempf 2• A experimentar de modo mais dra mático a referida ruptura são os párocos ao terem de ensinar do púlpito a historicidade da conceição virginal, quando, para a obten ção dos graus académicos, tiveram de defender a sua não -histo ricidade. Esta angustiante ruptura entre crítica histórica e práxis pastoral, entre cátedra e púlpito, manteve-se por longas décadas, apesar do processo de atenuamento progressivo. Hoje na Alemanha, epicentro do presente estudo, a situação parece substancialmente diferente, a avaliar pela grande calmaria em torno da questão. Basta tomar o Catecismo Evangélico para Adultos\ elaborado por uma comissão de académicos e de pastores, para nos apercebermos como o problema da historicidade da conceição virginal foi superado nos meios evan gélicos da Alemanha. Impôs-se, finalmente, a opinião de que a con ceição virginal é objecto da fé, não como facto histórico, mas, pura e simplesmente como ideia cristológica veiculada em vestes, embora a nós estranhas, certamente adequadas à mentalidade e cul tura das comunidades de origem. A própria escritura não é na his toricidade que centra o seu interesse mas no significado do motivo. A historicidade é, na verdade, demasiado precária e pouco verosímil, se confrontada com o conteúdo teologumenológico do motivo cuja única razão de ser é tornar palpável às mentes rudes de então a íntima relação de filiação e de paternidade entre Jesus e Deus, respectivamente. Não é outra a situação em vastas camadas do catolicismo actual, como o testemunham o catecismo holandês e a tomada de posição 2 Sobre o Apostolikumstreit de 1892 conferir as frequentes tomadas de posição registadas ao longo do vol. 6 (1892) de Die Christliche Welt. Além disso, d. E. AcHELIS, Zur Symbolfrage (Berlin 1892); H. CREMER, Zum Kampf um das Apostolikum (Berlin 18932); H. LÜDECKE, Das apostolische Glaubensbekenntnis und Prof. Dr. Adolf Harnack (Koslin 1892); W. BoRNEMANN, Der Streit um das Apos tolikum (Magdeburg 1893); TH. ZAHN, Der Kampf um das Apostolikum (Nürnberg 1893); H. MuLERT, Apostolikumstreit, in RGG I 149-152; G. HoFFMANN, Apos tolikum, in RGG3 I 515s. 3 Evangelischer Erwachsenenkatechismus, hrsg. v. W. ]ENTSCH, H. ]ETTER, M. KIESSIG, H. RELLER (Gütersloh 1975) 389-393.

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