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Composição florística de trepadeiras ocorrentes em bordas de fragmentos de floresta estacional, Santa Maria, Rio Grande do Sul, Brasil PDF

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Composiçãoflorística detrepadeiras ocorrentes em bordas DE FRAGMENTOS DE FLORESTA ESTACIONAL, SANTA MARIA, Rio Grande do Sul, Brasil Jaqueline Durigonu Thais Scotti do Canto-Dorow2 & Sônia Maria Eisinger , Resumo (Composição florística de trepadeiras ocorrentes em bordas de fragmentos de floresta estacionai. Santa Maria,RioGrandedoSul,Brasil) Foirealizadoolevantamentodasespéciesdetrepadeirasocorrentesembordas de fraàmentos de florestaestacionai em SantaMaria. RS. Ascoletas foram quinzenais, duranteoperíodode marçode2006amarçode2007,eserestringiramàsmargensdosfragmentosflorestaisqueseestendemaolongo das principais rodovias de acesso ao município. Com base no modo de ascensão, hábito e ocorrência, as espéciesforamclassificadasrespectivamenteem: trepadeirasvolúveis,comgavinhasouapoiantes;herbáceas ou lenhosas; raras,ocasionaisouabundantes. Foramregistradas73 espécies, distribuídasem47gênerose 24 famílias. Apocynàceae (nove espécies), Sapindaceae (oito), Bignoniaceae (sete), Convolvulaceae (sete) e Passifloraceae (seis)foramasfamíliasdemaiorriquezaespecífica.Constatou-seopredomíniodetrepadeiras volúveis, seguido pelas formas dotadas de gavinhas e das apoiantes. O hábito herbáceo prevaleceu sobre o lenhosoè, quantoàocorrência, amaioriadasespéciesfoi abundante, seguidapelasocasionaiseraras. Palavras-chave:fragmentosflorestais,plantastrepadoras,lianas. Abstract (Floristiccompositionofclimbersalongtheedgesofseasonalforestfragments,SantaMaria,RioGrandedo Sul,Brazil AsurveyofclimbingspeciesgrowingalongtheedgeofseasonalforestfragmentsinSantaMaria, RS.'wascar)riedout.Collectionsweremade betweenMarch2006andMarch2007,onlyattheedgeofforest fragmentsfoundalongmainaccessroads.Basedonclimbingpattem,habit,andoccurrence,thespecieswere classifiedinto:twiners,plantswithtendrilsorscandent;herbaceousorwoody;rare,occasionalorabundant. Seventythreespecieswereregistered,distributedin47genera,and24families.Apocynaceae(ninespecies), Sapindaceae(eight),Bignoniaceae(seven),Convolvulaceae(seven)andPassifloraceae(six)werethefamilies with the highest species richness. Twiners were dominant, followed by forms with tendrils, and scandent forms. Herbaceoushabitwaspredominantoverwoodyand,regardingtotheoccurrence, mostspecieswere considered abundant, followed by occasional and rare. Keywords:forestfragments,climbingplants,lianas. Introdução serem favorecidas pela grande penetração Com a crescente fragmentação dos lateral de luz (Laurance etal. 2001). hábitats, principalmente em função da Plantas de hábito trepador podem ser expansãodefronteirasagrícolaseurbanização, classificadas em dois grandes grupos; as bordas das florestas estão se tornando trepadeiras herbáceas (“vines”) e trepadeiras componentes comuns das paisagens lenhosas ou lianas (“lianas”), sendo o termo modernas. Florestas anteriormente contínuas trepadeiras usado de uma forma geral para encontram-se agora dispostas em fragmentos qualquer planta (lenhosa ou herbácea) que remanescentes, definidos pelos seus limites germine no solo, mantenha a ligação com físicos (Rodrigues & Nascimento 2006). Nas mesmodurantetodooseuciclodevidaecujo bordas de fragmentos florestais, a presença crescimentoemalturadependadasustentação de plantas trepadeiras é freqüente, por estas mecânicafornecidaporoutrasplantas(Gentry Artigorecebidoem08/2008.Aceitoparapublicaçãoem04/2009. 'Programade Pós-Graduaçãoem Botânica, Universidade Federal doRio Grande do Sul, Av. Bento Gonçalves 9500, prédio43433,91501-970.PortoAlegre,RS,Brasil. UniversidadeFederaldeSantaMaria,Depto.Biologia,FaixadeCamob,km9.prédio16,97105-900,SantaMaria,RS,Brasil. 'Autorparacorrespondência:[email protected] SciELO/JBRJ cm 13 14 .. 416 Durigon,J.. Canto-Dorow. T. S. &Eisinger, S.M. 1991: Putz & Holbroook 1991; Morellato & ocorrentesembordasdefragmentosdefloresta Leitão 1998;Udulutschetal.2004).Trepadeiras estacionai no município de Santa Maria/RS, herbáceastêmcaulesdelgadosou sublenhosos contribuindoparaacompreensãodesseimportante e geralmente se desenvolvem em áreas e pouco estudado componente florestal. sujeitas a distúrbios e bordas de florestas. Já as trepadeiras lenhosas têm caules de maior MaterialeMétodos diâmetro e são capazes de crescer no interior Caracterização da área de estudo de florestas maduras (Gentry 1991). O município de Santa Maria localiza-se As trepadeiras diferenciam-se quanto ao modo de ascensão e diferentes sistemas de entre os paralelos 29°43’57” e 29°55'30"S e os meridianos 53°42’13” e 53°48’02”W, na classificação têm sido propostos (Putz 1984; Acevedo-Rodriguez 2005). O estabelecimento GrergainãdoedadoDeSpurle.ssOãoclCienmtaradla, rneogeisãtoaédoddootRiipoo dequatrocategoriaspareceadequado(Hegarty Cfa (temperado úmido) de acordo com a 1991): 1) trepadeiras volúveis, que se enrolam em tomo de um suporte por meio do caule classificação climática de Koppen (Moreno 1961). Dados provenientes da estação principal, dos ramos e, mais raramente, dos meteorológica de Santa Maria revelam que, pecíolos; 2) trepadeiras com gavinhas, que noperíododemarçode2006amarçode2007, apresentamestruturasmodificadasemgavinhas as temperaturas médias mensais variaram de origem diversa (caulinar, foliar, etc.); 3) entre 25,8°C no mês de dezembro a 14°C no trepadeiras por raízes, que utilizam raízes mêsde maioeasprecipitaçõesmédiasmensais adventícias para se fixar ao suporte; e 4) mm oscilaram entre 208,9 no mês de outubro trepadeiras apoiantes, que ' apoiam-se mm e 68,6 no mês de abril. passivamentesobreumsuporte,podendoutilizar A vegetação, caracterizada basicamente espinhosouganchosparaevitarodeslizamento. por dois tipos de formações vegetais, os Nadinâmicadascomunidadesflorestais, campos limpos e a floresta estacionai, as trepadeiras atuam de forma expressiva, apresenta-semodificadapeloprocessodeação participando ativamente de processos de antrópica,principalmenteemcircunstânciasde regeneração e sucessão em bordas e clareiras (Putz 1984; Schnitzer & Bongers 2002). uso agrícola e do desenvolvimento urbano. Atualmente, existem fragmentos de floresta Floristicamente são também importantes, com vegetação nativa em vários estágios de contribuindo de modo significativo para sucessão (Longhi etal. 2000), parte dosquais diversidadetaxonômicadasflorestastropicais seestendeaolongodasmargensdasprincipais (Gentry 1991). rodovias de acesso à cidade. Apesar de sua grande importância ecológica e taxonômica, são poucos os Coleta e identificação trabalhos que abordam essa forma de vida, Foram realizadas coletas quinzenais sendoprovavelmenteogrupodeplantasmenos coletado(Gentry 1991). No Brasil,osestudos durante o período de março de 2006 a março que enfocam mais especificamente as de 2007 em todas as bordas de fragmentos florestais situadas ao longo de um trecho de trepadeiras são recentes e tratam da composição florística do grupo (Morellato & 125 km de rodovias, sendo todo o percurso realizadoao menos uma vezacada estaçãodo Leitão 1998; Udulutsch et al. 2004; Rezende & Ranga 2005; Tibiriçá et al. 2006) e de ano.AsmargensdasrodoviasBR 158, BR392, & RST287eBR287queligam,respectivamente. aspectosecológicos(Morellato LeitãoFilho 1996; Engel etal. 1998; Hora& Soares2002; SantaMariaaosmunicípiosdeItaara(aonorte), Laurance et al. 2001; Rezende et al. 2007). São Sepé (ao sul), Restinga Seca (ao leste) e Assim, este trabalho tem como objetivo SãoPedrodoSul (aooeste),forampercorridas conheceracomposiçãoflorísticadetrepadeiras em caminhadas, registrando-se todas as Rodriguésia 60 (2): 415-422. 2009 ISciELO/JBRJ cm 13 14 15 16 17 18 19 .. Florísticadetrepadeirasembardasflorestais 417 espécies de trepadeiras encontradas na borda famíliasqueapresentaramomaiornúmerode dosfragmentosde floresta presentesno local. gêneros foram Bignoniaceae (sete), Foi considerada como borda somente a Apocynaceae (cinco) e Sapindaceae (quatro) interfaceentre os ambientes florestadose não (Fig. 1). Porém,osdemaiorriquezaespecífica florestados (Harper et al. 2005). foram Ipomoea All. e Passiflora L., ambos A subdivisão das trepadeiras em duas com seis espécies, sendo que 34 gêneros categorias, de acordocom o hábitoespecífico (72,3%) incluíramsomente umaespécie. (trepadeiras lenhosas e herbáceas), segue a Quanto ao hábito, constataram-se 50 proposta de Gentry (1991). Além de serem (68,5%) espécies herbáceas e 23 (31,5%) agrupadas nas duas categorias supracitadas, lenhosas.Jáemrelaçãoao mododeascensão, as espécies foram classificadas quanto ao seu verificaram-se39(53,4%)espéciesvolúveis,30 modo de ascensão, de acordo com a (41.1%) dotadas de gavinhas e quatro (5,5%) classificação sugerida por Hegaity (1991). apoiantes. Nenhuma espécie utilizou raízes Com base na ocorrência ao longo das comoprincipalmododeascensão(Fig. 2). Do bordasdemataspercorridasnestelevantamento, total de famílias, 13 (54,2%) apresentaram as espécies de trepadeiras foram distribuídas espéciesexclusivamentevolúveis,sete(29,2%) em três classes - segundo Morellato & Leitão incluemsomenteespéciesqueutilizamgavinhas (1998), modificado: rara, quando foram etrês(12,5%)possuemapenasespéciesapoiantes. encontradosdeumaüêsindivíduosporespécie, A família Asteraceae, além de ser a única a e presentes em apenas uma das rodovias; contemplarmaisdeum mododeascensãoem ocasional, quando foram encontrados 4 a 10 seu conjunto de espécies, também é a única indivíduosporespécie, eestandopresenteem que apresentou os três modos de escalada. somenteumaouduasdasrodovias;abundante, Quantoàocorrênciaaolongodasbordas espéciefacilmenteencontrada(> 10indivíduos), dos fragmentos, 41 (56,2%) espécies de eestandopresenteemtrêsoutodasasrodovias. trepadeirasforamconsideradasabundantes,25 Os exemplares coletados foram (34,2%) ocasionais e sete (9,6%) raras (Fig. identificados por meio de chaves analíticas e 2). Chamissoa altíssima e Passiflora descrições da bibliografia específica, através elegans, espécies incluídas na categoria de comparaçãocom materiais do Herbárioda Vulnerável da Flora Nativa Ameaçada de UniversidadeFederaldeSantaMaria(SMDB) Extinção no Rio Grande do Sul (Decreto e, eventualmente, consultas a especialistas. 42.099 de 31 de dezembro de 2002), foram Todo material coletado foi herborizado e encontradas na área de estudoeclassificadas, registrado no herbário SMDB. As famílias respectivamente, nas classes de ocorrência foram delimitadas segundo o sistema de ocasional e abundante. classificação“AngiospermPhylogenyGroup' (APG II 2003). Discussão A riqueza de espécies encontrada é Resultados pequena se comparada àquela de alguns Foramregistradas73espécies,distribuídas trabalhos realizados em florestas estacionais em 47 gêneros e 24 famílias (Tab. 1). As semideciduais no estado de São Paulo, que famílias Apocynaceae (nove espécies), abrangeramcoletastantonointeriorquantonas & Sapindaceae (oito), Bignoniaceae (sete), bordas das matas. Morellato Leitão Filho Convolvulaceae (sete) e Passifloraceae (seis) (1998) encontraram 136 espécies na Reserva foram as de maior riqueza específica, Municipal de SantaGenebra, Udulutschetal. abrangendo 50,7% das espécies encontradas. (2004) citam 148 espécies em Rio Claro- Por outro lado, nove famílias (37.5%) foram Araras,Tibiriçáetal. (2006)identificaram 120 representadas por apenas uma espécie. As espécies no Parque Estadual de Vassununga Rudriguésia 60 (2): 415-422. 2009 SciELO/ JBRJ 13 14 15 16 17 18 19 418 Durigon, ./.. Canto-Dorow, T. S. & Eisinger, S. M. Tabela 1 - Trepadeiras ocorrentes em bordas de fragmentos de floresta estacionai no município de Santa Maria/RS. Hábito (H: herbáceo; L: lenhoso), modode ascensão (Vol: volúvel; Gav: com gavinhas;Apo: apoiante), ocorrência (R: rara; O: ocasional; A: abundante), e número do material testemunho do SMDB (N° SMDB). Table 1-ClimbersoccurringalongtheedgesofseasonalforestfragmentsatthemunicipalityofSantaMaria, RioGrandedoSul, Habit(H: herbaceous;L: woody),climbingmode(Vol: twiners;Gav: withtendrils:Apo: scadent),occurrence(R: rare:O:occasional;A: abundant),andvouchernumberatSMDB (N°SMDB). Família/Espécie Hábito Modo de Ocorrência n° SMDB ascensão ACANTHACEAE Ruellia sanguínea Griseb. L Apo 0 10581 AMARANTHACEAE Chamissoa altíssima (Jacq.) Kunth H Apo O 10582 APOCYNACEAE Araujia sericifera Brot. H Vol 0 10583 Forsteronia glabrescens Midi. Arg. L Vol A 10584 Oxypetalum appendiculatiim Mart. H Vol 0 10585 O. stipatum Malme H Vol A 10586 O. wightianum Hook. & Arn. H Vol R 10587 Prestonia riedelii Markgr. L Vol A 10588 Tassadia sp.l H Vol A 10589 Tassadia sp.2 H Vol O 10590 Tassadia sp.3 H Vol O 10591 ARISTOLOCHIACEAE Aristolochia elegans Mast. H Vol 0 10592 A. triangularis Cham. H Vol A 10593 ASTERACEAE Baccharis anômala DC. H Apo A 10594 Mikania cordifolia Willd. H Vol 0 10595 M. micrantha Kunth H Vol A 10596 Mutisia coccinea A. St.-Hil. L Gav A 10597 BASELLACEAE Anredera cordifolia (Ten.) Steenis L Vol A 10598 BIGNONIACEAE Adenocalymma marginatum DC. L Gav R 10600 Arrabidaea selloi (Spreng.) Sandwith L Gav 0 10599 Clytostoma callistegioides (Cham.) Bureau L Gav O 10601 ex Griseb. Cuspidaria pterocarpa DC. L Gav 0 10602 Macfadyena unguis-cati (L.) A.H. Gentry L Gav A 10603 Pithecoctenium crucigerum (L.) A.H. Gentry L Gav A 10604 Pyrostegia venusta Miers L Gav A 10605 COMBRETACEAE Combretumfruticosum (Loefl.) Stuntz L Apo A 10606 CONVOLVULACEAE Ipomoea alba L. H Vol A 10607 Rodriguésia 60 (2): 415-422. 2009 SciELO/JBRJ cm 13 14 15 16 17 18 19 .. Florísticadetrepadeirasembordasflorestais 419 Família/Espécie Hábito Modo de Ocorrência n° SMDB ascensão H A I. cairica (L.) Sweet Vol 10608 H 0 Vol 10609 I. indivisa Hallier f. H 0 I. nil (L.) Roth Vol 10610 I. purpúrea (L.) Roth H Vol A 10611 H A Vol 10612 /. triloba L. Merremia dissecta (Jacq.) Hallier f. H Vol A 10613 CUCURB1TACEAE Cayaponia martiana Cogn. H Gav 0 10614 Cayaponia sp. H Gav R 10615 Melothria cucumis Vell. H Gav 0 10616 DIOSCOREACEAE Dioscorea deinourae R. Knuth H Vol 0 10617 H Vol 0 10618 D. ovala Vell. D. scabra Humb. & Bonpl. ex Willd. H Vol A 10619 EUPHORBIACEAE Dalechampia micromeria Baill. H Vol A 10620 Tragia volubilis L. H Vol A 10621 FABACEAE Desmodium uncinatum (Jacq.) DC. H Vol A 10622 Macroptilium erythroloma Urb. H Vol A 10624 Vigna adenantha (G. Mey.) Maréchal et al. H Vol R 10626 MALPIGH1ACEAE Callaeum psilophyllum (A. Juss.) D.M. Johnson H Vol R 10627 H A Jamtsia guaranitica (A. St.-Hil.) A. Juss. Vol 10628 H 0 Stigmaphyllon jatrophifolium A. Juss. Vol 10629 MENISPERMACEAE H 0 Cissampelos andromorpha DC. Vol 10630 H 0 C. pareira L. Vol 10631 Odontocarya acuparata Miers H Vol R 10632 PASSIFLORACEAE Passiflora alata Curtis H Gav A 10633 P. caendea L. H Gav A 10634 P elegans Mast. H Gav A 10635 P. misera Kunth H Gav 0 10636 P. suberosa L. H Gav A 10637 P tenuifda Killip H Gav A 10638 POACEAE H A Melica sarmentosa Nees Vol 10639 POLYGONACEAE H 0 Polygonum convolvulus L. Vol 10640 RHAMNACEAE Gouania ulmifolia Hook. & Am. L Gav A 10641 Rodriguésia 60 (2): 415-422. 2009 SciELO/JBRJ cm 13 14 15 16 17 18 19 .. 420 Durigon, J..Canto-Dorow, T. S. & Eisinger, S. M. Famflia/Espéde Hábito Modo de Ocorrência n° SMDB ascensão SAPINDACEAE Cardiospermum grandiflorum Sw. L Gav A 10642 C. halicacabum L. H Gav A 10643 Paullinia elegans Cambess. L Gav A 10644 Serjania glabrata Kunth L Gav A 10645 S. laruotteana Cambess. L Gav A 10646 S. multiflora Cambess. L Gav O 10647 Serjania sp. L Gav A 10648 Urvillea glabra Cambess. L Gav O 10649 SMILACACEAE Smilax campesths Griseb. L Gav A 10650 S. cognata Kunth L Gav A 10651 SOLANACEAE Solanum laxum Spreng. H Vol A 10652 VIOLACEAE Anchietea pyrifolia A. St.-Hil. H Vol R 10653 VITACEAE Cissus striata Ruiz & Pav. H Gav A 10654 C. verticillata (L.) Nicolson & C.E. Jarvis H Gav O 10655 e Rezende & Ranga (2005) registraram 105 Mundo listadas por Gentry (1991), embora a espécies de trepadeiras na Estação Ecológica ordem de riqueza não coincida. Na lista em do Noroeste Paulista. questão, a família Apocynaceae (sob NaRegiãoSuldopaís,ondeostrabalhos Asclepiadaceae)foiapontadacomoamaisrica quetratamespecificamentedetrepadeirassão em espécies de trepadeiras no Novo Mundo raros,Venturi(2000)registrou45 espéciesem e, no presente trabalho, foi a famíliade maior umaflorestacosteirasubtropical nomunicípio riqueza específica. Nos estudos de Hora & de Viamão/RS, ou seja, uma riqueza de Soares (2002), Rezende & Ranga (2005) e espécies bem menor do que a do presente Tibiriçá etal. (2006),Apocynaceaeestáentre estudo (73). Se forem consideradas somente as famílias mais representativas quanto ao as espécies de trepadeiras lenhosas como númerodeespéciese,nosresultadosdeWeiser fizeram Citadini-Zanette et al. (1997), que (2001), essa aparece como a mais rica. encontraram 32 espécies em Orleans/SC, o Aprevalênciadasespéciesdetrepadeiras númerodeespéciesdopresentetrabalho seria herbáceas em relação às lenhosas pode ser reduzidopara26easfamíliasmaisrepresentativas atribuídaaofatodequeasprimeirasgeralmente seriam Bignoniaceae e Sapindaceae, ambas crescem em ambientes perturbados ou nas com sete espécies. bordas de florestas, como no caso da área de Poucasfamílias(cinco)foramresponsáveis estudo, enquanto as lenhosas se distribuem por mais da metade da riqueza de espécies, principalmentenointeriordeflorestas(Gentry sendoqueestepadrãotambémfoi encontrado 1991). em outros estudos florísticos feitos com base O predomínio de espécies volúveis nessasinúsia(Udulutsch etal. 2004; Rezende seguidopelasdotadasdegavinhaseporúltimo & Ranga 2005; Tibiriçá et al. 2006). Estas as apoiantes já foi observado em outros mesmas cinco famílias aparecem entre as dez trabalhos que buscaram classificar as famílias mais ricas em trepadeiras do Novo trepadeiras quanto ao modo de ascensão Rodriguésici 60 (2): 415-422. 2009 SciELO/JBRJ 13 14 15 16 17 18 19 Florísticadetrepadeirasembordasflorestais 421 IO Géneros áreas sucessionais ou florestas muito perturbadas por distúrbios naturais ou antrópicosécomum,porseremambientesbem iluminados e com grande disponibilidade de árvores jovens em crescimento que podem servircomo suportes (Engel etal. 1998). O fato de duas espécies (Chamissoa Familias altíssima e Passiflora elegans), incluídas na Figura 1 - Número de gêneros e espécies por família Flora Nativa Ameaçada de Extinção no Rio encontradosembordasdefragmentosdeflorestaestacionai Grande do Sul, aparecerem de forma nomunicípiodeSanta Maria, RS. Osufixo“aceae foi significativa nas coletas, mostra que, apesar removidodonomedasfamílias. sFeiagsuorneal1 -forPelsatntfrfaangimileinest,sgaetnutsheanmdunsipceicpiaelsitsyurovfeySedanotna dboersdearsemdeármeaatsarselpaotidveammeanbtreiagnatrroepsipzéacdiaess,daes Maria. Rio Grande do Sul. The suffix “aceae" was removed interesse para conservação. Porém, mais from faniilies name. estudos devem ser feitos para verificar a real situação dessas espécies no estado. Agradecimentos Agradecemos aos especialistas Regina Andreata,MaraRejaneRittereRenatoAquino Záchia pelo auxílio nas identificações e aos biólogosGuilhermeBordignonCeolineEduardo L. H. Giehl pelas sugestões. ReferênciasBibliográficas Acevedo-Rodriguez, P. 2005. Vines and Figura 2 - Porcentagem de espécies de trepadeiras Climbing Plants of Puerto Rico and the encontradasembordasdefragmentosdeflorestaestacionai no municípiode Santa Maria, RS, portipo de atributo VirginIslands: anillustratedfieldguideto considerado.L=lenhoso;H=herbáceo;Apo=apoiante; the native, naturalized or commonly Gav=gavinhas;Vol=volúvel:R=rara;O=ocasional, cultivatedvinesandlianasofPuertoRico A=abundante. andtheVirgin Islands.NationalMuseum Figure 2- Relative occurrence (in percentage) ofchmbers species surveyed on seasonal forest fragments at the ofNaturalHistory,Washington,483p. tHmwu=inniehcriespr;ablaRictey=ouosrfa;rSeAa;npOtoa==Maorsccicaaad,seinRotin;oalGG;arvaAn=d=ewadiboluhnSdutalen.ntdL.ril=s;woVoodly=; APGPIhIy.l2o0g0e3n.yAGnruopudpatcelaosfsitfhiecaAtniogniofsorpetrhme orders and families of flowering plants: APGII. BotanicalJournaloftheLinnean (Udulutsch et a!. 2004; Tibiriçá et al. 2006). Society41:399-436. 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