ebook img

Composição florística da floresta ciliar do rio Mandassaia, Parque Nacional da Chapada Diamantina, Bahia, Brasil PDF

2009·4.1 MB·Portuguese
Save to my drive
Quick download
Download
Most books are stored in the elastic cloud where traffic is expensive. For this reason, we have a limit on daily download.

Preview Composição florística da floresta ciliar do rio Mandassaia, Parque Nacional da Chapada Diamantina, Bahia, Brasil

2 Composição florísticadafloresta ciliardorio Mandassaia, Parque Nacional da Chapada Diamantina,Bahia,Brasil Alexandre Antunes Ribeiro-Filho', Ligia Silveira Funch1,3 & Maria Jesus Nogueira Rodai Resumo (ComposiçãoflorísticadaflorestaciliardorioMandassaia,ParqueNacionaldaChapadaDiamantina,Bahia, Brasil) Realizou-seolevantamentodasangiospermaspresentesemumtrechode florestaciliar,adjacenteaorio Mandassaia(12°33’Se41°25’W),pertencenteàbaciaSantoAntônioesituadonomunicípiodeLençóis,Bahia.O objetivofoiconhecersuafloraeverificaropapeldaaltitudeedistânciageográficaemsuacomposição,comparando osresultadoscomlevantamentosdematasciliarespreviamenterealizadosnareferidabacia.Foramregistradas 116 espéciesdistribuídasem96gênerose51 famílias, sendoMelastomataceae,Fabaceae, Orchidaceae,Asteraceae, Myrtaceae,EuphorbiaceaeeApocynaceae,asfamíliasdemaiorriqueza.Osresultadosdaanálisedesimilaridade florística,baseadanocomponentearbóreo,entreaflorestaciliardorioMandassaiaeasdemaisflorestasciliares estudadasnabaciaSantoAntônioindicaramquedistânciageográficafoiofatormaisimportante,umavezqueas áreasmaispróximastiveramvaloresdesimilaridadesemelhantes, independentedesuaaltitude.Comoespécies indicadorasdeflorestasciliaresdabaciaSantoAntônio,nabordaorientaldaChapadaDiamantina,destacam-se Alchomea triplinervia, Clusia nemorosa, Simaroubaamara, Tapiriraguianensis e Vochysiapvramidalis. Palavras-chave: florística.ChapadaDiamantina,mataciliar. Abstract (ThefloristicsofagalleryforestalongtheMandassaiaRiver,ChapadaDiamantinaNationalPark,BahiaState, Brazil) Afloristic surveyofangiospermspecieswereperformed inagallery forestalongthecourseofthe MandassaiaRiver(anaffluentoftheSantoAntônioRiver)intheMunicipalityofLençóis,ChapadaDiamantina, BahiaState,Brazil(12°33’Sx41°25’W).Weintendedtodescribethefloraandexaminethepotentialroleof altitude and geographical distance on the flora composition, comparing results with previous surveys of galleryforestsatdifferentlocationsatthesamemajorwatershed.Thefloristicsurveyidentified 116species, belongingto96generaand51 families.ThefamilieswiththegreatestspeciesrichnesswereMelastomataceae, Fabaceae,Orchidaceae,Asteraceae,Myrtaceae,Euphorbiaceae,andApocynaceae.Similarityanalysesbetween the arboreal components ofthe gallery forestofthe Mandassaia Riverand othergallery forests previously examinedwithintheSantoAntoniobasinindicatedthatgeographicaldistancewasthemostimportantfactor, ascloserareashadclosesimilarityvaluesregardlessoftheiraltitude.Indicatorspeciesfortheriparianforests oftheSantoAntônioRiverbasinintheChapadaDiamantinaincludeAlchomeatriplinervia, Clusianemorosa, Simarouba amara, Tapirira guianensis, and Vochysiapyramidalis. Keywords:floristic,ChapadaDiamantina,galleryforest. Introdução florestaatlântica,nosentidonoroeste-sudeste. Estudos florísticos em florestas ciliares AsugestãoéexemplificadaporFunch(1997), têmreveladoheterogeneidadenacomposição em umestudo com floresta ciliarna Chapada e estruturação das espécies em diferentes Diamantina, BA, no qual foram registradas Em escalas espaciais. escala geográfica, espéciesconsideradastípicasdeflorestaciliar & Oliveira-Filho Ratter(1995) sugeriramque e/ou floresta de galeria, por serem muito arededeflorestasdegaleriadoBrasil Central frequentes nestes ambientes, como funcionacomocorredoresecológicos atuaise Calophyllum brasiliense Cambess., Hirtella pretéritos interligando a floresta amazônica à glandulosa Spreng., Siparuna guianensis Artigorecebidoem09/2007.Aceitoparapublicaçãoem05/2009. 1UniversidadeEstadualdeFeiradeSantana,Depto.CiênciasBiológicas,Lab.TaxonomiaVegetal,Rod.BR 116,km03, FeiradeSantana,BA,44031-460,Brasil. 2UniversidadeFederalRuraldePernambuco,Depto.Biologia.ÁreadeBotânica,R.D.ManoeldeMedeiross/n.Recife, PE,52171-900.Brasil. 3Autorparacorrespondência:[email protected] SciELO/JBRJ, cm 13 14 15 16 17 lí 266 Ribeiro-Filho,A.A.Funch, L. S. &Rodai M.J. N. Aubl.,Protiumheptaphyllum (Aubl.) March., 41o35’-U°20’W (Funch & Harley 2007). A Richeria grandis Vahl e Tapirira guianensis Chapada Diamantina pode ser considerada Aubl., asquaisdistribuem-se daamazôniaaté como a maior fonte de recursos hídricos da a floresta atlântica, atravessando o Brasil região.NabaciaSantoAntônio,tributáriamais Central pelas florestas de galeria e algumas importantedabaciadoParaguaçu, nasceorio delas alcançando as florestas de brejo, em Mandassaia localizado no município de meio à vegetação de caatinga. Lençóis,dentrodoslimitesdoParqueNacional Emescalalocal, comparaçõesflorísticas daChapadaDiamantina,aca. 900mdealtitude entre remanescentes de florestas ciliares (Fig. 1). Seu regime é perene, com volume de espacialmente próximas têm mostrado que águavariandodetorrencial,naépocadaschuvas, essas áreas podem ser diversas entre si, com a muito baixo nos períodos mais secos, tendoo valoresdesimilaridademuitobaixos(Oliveira- curso total cerca de 15 km até a foz no rio São Filho etal. 1990; Felfili & Silva-Júnior 1992; José. Os solos da Chapada Diamantina são Felfili et al. 1994; Durigan & Leitão-Filho derivados do metamorfismo regional fraco e 1995; Meguro et al. 1996; Silva-Júnior et al. insipiente sofrido pelas rochas, sendo 1998). Diferentes autores têm demonstrado predominantementelitólicosdistróficosouálicos, que a diversidade florística entre as florestas associados a afloramentos de rochas ciliares reflete os fatores ambientais locais (RADAMBRASIL1981).Oclimacaracterístico como luz e umidade, os quais podem ser daregiãoé mesotérmico, do tipo Cwb com um influenciadospelaaltitude,resultandoemuma máximo de chuvas no verão (novembro, heterogeneidadeambientalgradualaolongodo dezembro e janeiro) e um máximo secundário cursodosrios(Galivanes etal. 1992;Carvalho em março-abril (RADAMBRASIL 1981). Nos etal. 1995;Felfili 1995).Especificamentepara meses de agosto a novembro há formação de abaciahidrográficaSantoAntônio,naChapada uma estação marcadamente seca. A média de mm Diamantina, podemos citar os levantamentos precipitaçãototal anual estáacimade 1000 em diferentes altitudes realizados por Funch e a temperatura média anual varia de 22°C a (1997) e Stradman (1997, 2000). 25°C,ficandoasmínimasanuaismédiasemtomo Assim, este estudo visa caracterizar a de 15°C (Funch etal. 2002). composiçãoflorísticadeumtrechodefloresta As expedições à campo ocorreram entre ciliardorioMandassaia, tambémpertencente janeiro de 2000 ejunho de 2001, com coletas àbaciaSantoAntônio,localizadanomunicípio mensais. O levantamento florístico foi feito de Lençóis, avaliando o grau de semelhança considerando-se asespéciesdeangiospermas, florísticacomoutrasflorestasciliarespresentes emfasereprodutiva,notrechodoriosituadoa na mesma bacia. Espera-se que áreas 12°33’S^U025’W, a 800 m de altitude. O próximasecomaltitudesdistintastenhamfloras material coletado foi depositado no herbário diferenciadas. HUEFS.Aidentificaçãodomaterialfoirealizada com auxílio de bibliografia especializada, Materiaise Métodos monografiaseflorasdaregião(Harley&Simmons Área de Estudo 1986; Stannard 1995), e porcomparação com A Chapada Diamantina está inserida na exsicataspreviamenteidentificadasdoHUEFS. Nestetrabalho, asfamíliasforamapresentadas porçãobaianadaCadeiadoEspinhaço,dividida emváriasserras,entreelas,aSerradoSincorá de acordo com o APG II (Souza & Lorenzi (CPRM 1994). NaSerradoSincorá,queocupa 2008). Paraaanálisedesimilaridadeflorística, aqui baseada apenas no componente arbóreo, a parte central da borda oriental da chapada utilizou-seoíndicede similaridadedeJaccard (IBGE 1993), situa-se o Parque Nacional da (Müeller-Dombois&Ellenberg 1974),afimde Chapada Diamantina, localizado entre as comparar a área de estudoe os levantamentos coordenadas geográficas 12°25’-13°20’S e Rodríguésia 60 (2): 265-276. 2009 SciELO/JBRJ cm 13 14 15 .. FlorestaciliarnaChapadaDiamantina 267 Figura1-LocalizaçãogeográficadaChapadaDiamantina,indicandonoperímetrodoParqueNacionaldaChapadaDiamantina aáreadeabrangênciadabaciaSantoAntônio.Emdetalhe,alocalizaçãodosriosMandassaia,Lençóis,RibeirãoeCapivara. Figure 1 - Localization of Chapada Diamantina, showing lhe limits ofthe National Park ofChapada Diamantina, with Santo Antônio river bay. Detail shows Mandassaia, Lençóis, Ribeirão and Capivara rivers. emflorestasciliaresdabordaorientaldaChapada Resultados e Discussão Diamantina,realizadosporFunch(1997)norio Foramregistradas 116espécies,distribuídas LençóiseporStradmann(1997,2000)nosrios em96gênerose51 famílias.NaTabela 1 estão RibeirãoeCapivara(Fig. 1). Valedestacarque listadas asespéciescoletadasnaflorestaciliar tais florestas ciliares classificam-se como dorioMandassaia,ordenadasporfamília,com florestasestacionaissub-montanasemontanas, seus respectivos hábitos, número do coletor, de acordo com Veloso et al. (1991), situadas estratodeocorrênciaehabitat.Asfamíliascom entre 12°33’-12037’Se41°24’-41°22’W,a450- maiorriquezadeespécies naflorestaciliardo 500 m (rios Lençóis e Capivara) e 800 m de rioMandassaiasãoMelastomataceae,Fabaceae altitude (rio Ribeirão), em declividades e Orchidaceae (sete espécies cada), seguidas semelhantes,até 10°,sobregimeanualdechuvas porAsteraceaeeMyrtaceae(seisespéciescada) deaproximadamente 1200mm,eseapresentam eApocynaceae (cincoespécies). O somatório comofaixas estreitas, 5-25 mde largura, que da riqueza destas famílias representa 33% do acompanham as margens dos rios, em solos totaldasespécieslevantadasnesteestudo. Em constantemente úmidos (Funch etal. 2008). termosdehábitoforamencontradas5 (44%) 1 Rodriguésia 60 (2): 265-276. 2009 SciELO/JBRJ, 13 14 268 Ribeiro-Filho,A.A,Funch. L.S. &Rodai M.J. N. espéciesarbóreas,24(21%)espéciesarbustivas, representadas no sub-dossel foram: 24(21%)herbáceas,nove(8%)epífitas,quatro Melastomataceae, com Miconia chartaceae, (3%)trepadeirasequatro(3%)hemiparasitas. Tibouchina macrochiton e T. pereirae\ e A menorproporçãode espéciesherbáceas em Clusiaceae com Clusia melchiorii e C. relaçãoaototaldeespécieslevantadasrepresenta obdeltifolia. um indicativo de bom estado de conservação Oestratoherbáceo-arbustivoécomposto destaformaçãociliar(Felfili 2000). por poucos indivíduos arbustivos de 2 a 4 m, Em trechos do rio onde há afloramento ervas, e indivíduos jovens das espécies que derochaeatividadesgarimpeiras,ocorreuma ocupam os estratos superiores. A família vegetação aberta, com porte herbáceo- Asteraceae é uma das mais ricas em espécies arbustivo, de transição entre a floresta e o arbustivas, com 7 espécies encontradas, entre campo rupestre adjacente, alcançando até elas Paralychnophora bicolor e Moquinia quatrometrosdealtura. Taisáreasapresentam racemosa. Paralychnophora bicolor foi espécies que não são comuns à vegetação encontrada nos três rios estudados na bacia ciliar registrada em outros estudos (Funch SantoAntônio(Funch 1997; Stradmann 1997, 1997; Stradmann 1997, 2000), como Syagrus 2000), e em trechos com maior influência harleyi e Paralychnophora bicolor. antrópica do rio Mandassaia. Moquinia A floresta ciliar se apresenta constituída racemosa é citada pela primeira vez para de um estrato superior com ca. 15 metros, florestasciliaresnabaciaSantoAntônio,tendo compondo o dossel e com algumas espécies sido registrada anteriormente em florestas arbóreas emergentes; um sub-dossel com ciliares da Serra do Ambrósio (Meguro etal. árvores que variam entre 6 a 8 metros; e um 1994; Pirani et al. 1994) e da Serra do Cipó sub-bosquecompoucosindivíduosarbustivos (Meguroetal. 1996),naCadeiadoEspinhaço. ealgumaservas,alémdeindivíduosjovensdas Fabaceae participa também com destaque na espécies que ocupam os estratos superiores. composição,comespéciesdehábitoarbustivo As espécies mais abundantes que como Calliandra hirtiflora. Calhandra compõem o estrato superior da fisionomia parvifolia e Chamaecrista zygophylloides. florestal adjacente ao curso do rio são: Sobre os afloramentos de rocha e em Alchornea triplinervia e Maprounea antigas áreas de atividades garimpeiras guianensis (Euphorbiaceae); Clusia adjacentes ao rio Mandassaia, são comuns nemorosa (Clusiaceae); Calyptranthes espéciesdeMelastomataceae,comoMarcetia pulchella e Myrcia detergens (Myrtaceae); bahiensis, Miconia theaezans e Trembleya Tapirira guianensis (Anacardiaceae); e parviflora, frequentes nos campos rupestres da Balizia pedicellaris (Fabaceae). Como ChapadaDiamantina(Harley1995).Acomposição principalemergentedestaca-seAspidosperma florísticadestafisionomiaéaindaformadapor discolor (Apocynaceae). A maioria destas representantes deOrchidaceae, Eriocaulaceae, espécies compõe o estrato superior das Bromeliaceae, Velloziaceae, Cyperaceae, florestas ciliares de outros rios que formam a Xyridaceae, Cactaceae (ver Tab. 1), cujas baciaSantoAntônio.Alémdisso,esteconjunto espécies estão presentes na maioria das de espécies é citado para a maioria dos formações ciliares e também na vegetação de levantamentosflorísticosrealizadosno Brasil camporupestredaregião(Harley&Simmons extra-amazônico (Rodrigues & Nave 2000). 1986; Stannard 1995; Funch 1997; Stradmann O & sub-dossel é descontínuo, destacando-se 1997,2000;Conceição Giulietti 2002). afamíliaMyrtaceae, comasespécies Eugenia Espécies de Orchidaceae, Bromeliaceae subterminalis, Myrcia blanchetiana, M. e Araceae estão presentes principalmente vestita e a espécie subespontânea Syzygium sobre as pedras que formam as margens do jambos. As outras famílias que foram bem rio, nas porções mais abertas da vegetação. Rodriguésia 60 (2): 265-276. 2009 SciELO/ JBRJ. cm 13 14 .. FlorestaciliarnaChapadaDiamantina 269 Tabela1-RelaçãodasfamíliaseespéciescoletadasporRibeiro-FilhonavegetaçãociliardorioMandassaia, Lençóis, ChapadaDiamantina, Bahia. Númerodo coletor(NC), hábito (Ho), árvore (Ar), arbusto (Ab), erva (Er), trepadeira (Tp), epífita (Ep), hemiparasita (He), estratos (ES), emergente (EM), dossel (DO), sub-dossel (SD) e herbáceo-arbustivo (HA), habitat (Ht), florestaciliar(FC) ecampo rupestre (CR). Table1-PlantfamiliesandspeciescollectedbyRibeiro-FilhointheriparianforestatMandassaiariver,municipality ofLençóis,ChapadaDiamantina,Bahia.Numberofthecollector(NC),habit(Ho),tree(Ar),shrub(Ab),herb(Er), climbers(Tp),epiphyte(Ep),hemiparasite(He),strata(ES),emergent(EM),canopy(DO),sub-canopy(SD)and herbaceousandarbustive(HA),habitat(Ht),riverforest(FC)erupestrianfields(CR). Faniília/Espécie NC Ho ES Ht Anacardiaceae Tapirira guianensis Aubl. 253 Ar DO FC Tapiriraobtusa(Benth.)J. D. Mitch. 29 Ar DO FC Apocynaceae AspidospertnadiscolorA. DC. 326 Ar EM FC Coitma rigidaMidi.Arg. 08 Ar SD FC Himatanthus lancifolius (Midi. Aig.) Woodson Ar SD FC Mandevilla bahiensis (Woodson) Sales 248 & HA CR Mandevilla coccinea (Hook & Am.) Woodson 265 Tp HA CR Aquifoliaceae IlexamaraLoes 19 Ar SD FC Araceae Anthuriumscandens(Aubl.)Engl. 68 & HA CR Philodendron imbe Schott 275 & HA CR/FC Arecaceae Syagrus harleyi Glassmann 267 Ab HA CR Asteraceae AcritopappushageiR. M. King&H. Rob. 22 Ab HA CR/FC Ayapanopsisoblongifolia(Gardner)R. M. King&H. Rob. 97 Tp HA CR/FC Baccharissalzmannii DC. 94 Ab SD CR/FC Moquiniaracemosa(Spreng.)DC. 91 Ab HA CR/FC Paralychnophora bicolor(DC.)MacLeish 257 Ab HA CR/FC Vemoniacotoneaster (Willd. ex Spreng.) Less. 48 Ab HA CR/FC Begoniaceae BegôniagriseaA. DC. 78 & HA CR Bonnetiaceae Bonnetiastricta (Nees) Nees & Mart. 02 Ar SD FC Bignoniaceae Jacaranda irwiniiA. H. Gentry 300 Ar HA CR/FC Bromeliaceae Orthophytumnavioides(L. B.Sm.)L.B.Sm. 269 Er HA CR Tillandsiausneoides(L.)L. 273 Epífita HA CR/FC Tillandsia sp. 274 Ep HA CR/FC VrieseafriburgensisMez 268 & HA CR/FC Cactaceae Rhipsalis msselliiBritton & Rose 05 Ep HA FC Celastraceae Maytenusmucugensis Car.-Okano 283 Ar SD FC Rodriguésia 60 (2): 265-276. 2009 SciELO/JBRJ cm 2 13 14 15 16 17 18 270 Ribeiro-Filho,A.A,Funch, L. S. &Rodai, M.J.N. Família/Espécie NC Ho ES llt Chrysobalanaceae Licania kunthiana Hook. f. 331 Ar DO PC Clusiaceae Calophyllum brasiliense Cambess. 333 Ar DO PC Clusia melchioriiGleason 299 Ar SD PC ClusianemorosaG.Mey 26 Ar DO PC Clusia obdeltifolia Bittrich 60 Ar SD CR/FC Convolvulaceae Jacquemontia montaria (Moric.) Meisn. 102 Tp HA GR Cyperaceae Lagenocarpus rigidus (Kunth) Nees 66 & HA CR Elaeocarpaceae Sloanea guianensis (Aubl.) Benth. 03 Ar DO PC Ericaceae Agarista oleifolia var. glabra (Meisn.) Judd 09 Ar DO CR/PC Eriocaulaceae Paepalanthus bifidus (Schrad.) Kunth 71 & HA CR/FC Paepalanthus erigeron Mart. 107 & HA CR/FC Paepalantluts spathulatus Kõm. 108 Er HA CR/FC Paepalanthus tortilis (Bong.) Koern. 104 & HA CR/FC Fabaceae Aeschynomene brevipes Benth. 266 Er HA CR Baliziapedicellaris(DC.) Barneby&J.W. Grimes 43 Ar DO PC Calhandra hirtiflora Benth. 31 Ab HA PC Calhandraparvifolia (Hook. &Arn.) Speg. 40 Ab HA CR/FC Camptosemacoriaceum(Nees &Mart.) Benth. 39 Ab HA CR Centrosema sp. 55 Tp HA CR Chamaecristazygophylloidesvar.colligansH.S. Irwin&Barneby 70 Ab HA CR/FC Euphorbiaceae Alchornea triplinervia (Spreng.) Midi. Aig. 14 Ar DO PC Maprounea guianensis Aubl. 203 Ar DO PC Stillingia saxatilis Midi. Arg. 293 Ab SD CR Gentianaceae Chelonanthus uliginosus(Griseb.) Gilg 34 & HA CR Gesneriaceae Paliavana tenuiflora Mansf. 35 Ab HA CR Sinningia sp. 298 Ab HA CR Humiriaceae HumiriabalsamiferaAubl. 17 Ar SD PC Vantanea obovata (Nees & Mart.) Benth. 44 Ar HA CR/FC Lamiaceae Eriope exaltata Harley 25 Ar SD PC Vitexsp. Ab HA PC Rodriguésia 60 (2): 265-276. 2009 SciELO/JBRJ cm .. FlorestaciliarnaChapadaDiamantina Família/Espécie NC H) ES Ht Lauraceae Cinnamomum sp. Ar SD FC Ocoteapuberula (Rich.)Nees 316 Ar SD FC Lentibulariaceae Utricularia sp. 42 & HA CR Loranthaceae Psittacanthus robustas (Mart.) Mart. 11 He HA CR/FC Stnithanthusflexicaulis (Mart.exSchult. f.) Mart. 12 He HA CR/FC Lythraceae Diplusodon ulei subsp. cilliatiis T.B. Cavale. 287 Ab HA CR/FC Malpighiaceae ByrsonitnasericeaDC. 23 Ar DO FC Byrsonima stannardiiW. R.Anderson 318 Ab HA CR Verrucularia glaucophylla A. Juss. 21 Ab HA CR Malvaceae WaltheriacinerescensA. St.-Hil. 311 Ar HA FC Marantaceae Monotagmaplurispicatum (Koern.) K. Schum. 272 & HA FC Marcgraviaceae Norantea guianensis Aubl. 15 Ar SD FC Melastomataceae Marcetiabahiensis (Brade&Markgr.)Wurdack 47 Ab HA CR Miconia chartacea Triana 304 Ar SD FC Miconia theaezans (Bonpl.) Cogn. 16 Ar SD FC Microlicia sp. 75 Ab HA CR Tibouchina macrochiton Cogn. 07 Ar SD CR Tibouchinapereirae Brade &Markgr. 270 Ar SD FC Trembleyaparviflora(D. Don)Cogn. 47 Ab HA CR Myrsinaceae Myrsineguianensis (Aubl.) Kuntze 280 Ab HA FC MyrsineumbellataG. Don 295 Ar DO FC Myrtaceac Calyptranthespulchella DC. 328 Ar DO FC Eugenia subterminalis DC. 327 Ab SD FC Myrcia blanchetiana (0. Berg.) Mattos 30 Ar SD FC Myrciadetergens Miq. 329 Ar DO FC Myrcia vestitaDC. 276 Ab SD FC Syzygiumjambos (L.)Alston 259 Ar SD FC Ochnaceae Sauvagesia sp. 69 & HA CR Olacaceae Heisteriaperianthomega(Vell.)Sleumer 13 Ar DO FC Orchidaceae Bulbophyllum ipanemense Hoehne 101 & HA CR Cattleya elongata Barb. Rodr. 59 & HA CR Rodriguésia 60 (2): 265-276. 2009 SciELO/JBRJ cm 2 13 14 15 16 17 18 t 272 Ribeiro-Filho,A.A,Fundi,L.S. &Rodai,M.J. N. Família/Espécie NC H> ES Ht Orchidaceae Epistephium lucidum Cogn. 51 Ep HA CR PleurothallishamosaBarb. Rodr. 332 & HA CR Pleurothallisochreata Lindl. 62 & HA CR Sobralici liliastrum Lindl. 58 & HA CR Sobralia sp. 258 & HA FC Orobanchaceae Esterhazyasplendida J. C. Mikan 76 Ab HA CR Phyllanthaceae Phyllanthus klotzschianus Müll. Arg. 46 & HA CR Richeriagrandis Vahl 204 Ar DO FC Piperaceae Piper sp. 277 & HA CR/FC Rubiaceae AUbertia concolor(Charn.) K. Schum. 334 Ar SD FC Declieuxia aspalathoides Müll. Arg. 255 Ab HA CR Diodiasarmentosa Sw. 103 & HA CR Posoqueria latifolia(Rudge) Roem. & Schult. 18 Ar DO FC Rutaceae HortiabrasilianaVand. exDC. 279 Ar DO FC Salicaceae Casearia sp. 20 Ar SD FC Santalaceae Phoradendron sp. 1 28 He HA CR/FC Phoradendron sp. 2 61 He HA CR/FC Sapotaceae Pouteriaramiflora(Mart.)Radlk. 262 Ar DO FC Sideroxylonobtusifolium (Humb.exRoem. 32 Ab HA CR/FC & Schult.)T. D. Penn. Simaroubaceae Simarouba amara Aubl. 330 Ar DO FC Theaceae Gordoniafruticosa(Schrad.) H. Keng 92 Ar DO FC Ternstroemia alnifolia Wawra 36 Ar DO FC Ternstroemia candolleana Wawra 325 Ar DO FC Velloziaceae Vellozia canelinha Mello-Silva 291 & HA CR Verbenaceae Stachytarpheta crassifolia Schrad. 53 Ab HA CR Vochysiaceae Qualea sp. Ar SD FC Vochysiapyramidalis Mart. 57 Ar DO FC Vochysia thyrsoidea Pohl 246 Ab HA FC Xyridaceae Xyris sp. 27 Er HA CR Rodriguésia 60 (2): 265-276. 2009 SciELO/JBRJ cm 13 14 .. FlorestaciliarnaChapadaDiamantina 273 Porém, ocorrem também sobre as árvores na defamíliasqueaparecememdestaquenamaioria florestaciliar,como Sobraliasp. (Orchidaceae) dos levantamentos florísticos nas diversas e Vriesea friburgensis (Bromeliaceae). formações vegetacionais brasileiras (Absy et & Entre as espécies epifíticas destacam-se al. 1986; Peixoto Gentry 1990; Carvalhoet as do gênero Tillandsia (Bromeliaceae), por al 1995). sua abundância na área. As hemiparasitas, Os resultados encontrados na análise de embora estejam representadas por quatro similaridadeflorísticaentreaflorestaciliardo espéciesnavegetaçãociliardorioMandassaia, rio Mandassaia e outras florestas ciliares da não são comuns nas demais áreas junto aos bacia SantoAntônio estudadas anteriormente outros rios estudados na região. As famílias (Funch 1997;Stradmann1997,2000)evidenciaram commaiorriquezaespecíficanaflorestaciliar acentuada heterogeneidade florística entre as do rio Mandassaia foram as mesmas dos florestas,umavezqueoíndicedesimilaridade demais rios estudados anteriormente (Funch deJaccardentreorioMandassaiaeasdemais 1997;Stradmann 1997,2000),porémcomnúmero áreasfoi22%;comosriosLençóiseRibeirão, de espécies diferenciados. Todavia, tratam-se 22%; e 15% com o rio Capivara. Tabela 2 - Lista das espécies arbóreas presentes nos levantamentos florísticos das florestas ciliares da bacia Santo Antônio: rio Mandassaia (este estudo), rio Lençóis (Funch 1997) e rios Ribeirãoe Capivara(Stradmann 1997, 2000). Table2-Listoftreespeciesfoundedinthefloristic surveyesoftheriparianForestfromtheSantoAntônio riverbay:Mandassaiariver(thisstudy),Lençóisriver(Funch 1997)andRibeirãoandCapivararivers(Stradmann 1997,2000). Espécie Mandassaia Lençóis Ribeirão Capivara Alchornea triplinervia (Spreng.) Miill. Aig. X X X X Baliziapedicellaris (DC.)Bameby&Grimes X X X X Bonnetia stricta (Nees)Nees & Mart. X X X X ClusianemorosaG.Mey X X X X Eugenia subterminalis DC. X X X X Heisteriaperianthomega(Vell.)Sleumer X X X X Licania kunthiana Hook. f. X X X X Myrcia blanchetiana (O. Berg.) Mattos X X X X Pouteriaramiflora(Mart.)Radlk. X X X X Simaroitba amaraAubl. X X X X Tapirira guianensis Aubl. X X X X Vochysiapyramidalis Mart. X X X X ByrsonimasericeaDC. X X X Richeriagrandis Vahl X X X Calophyllum brasiliense Cambess. X X X Calyptranthespulchella DC. X X X Couma rigida Müll.Arg. X X X HumiriabalsamiferaAubl. X X X Miconia chartacea Triana X X X Myrsine umbellata Mart. X X X Sloanea guianensis (Aubl.) Benth. X X X Tapiriraobtusa (Benth.)J.D. Mitch. X X X Rodriguésia 60 (2): 265-276. 2009 SciELO/JBRJ 2 13 14 274 Ribeiro-Filho,A.A,Fimcli, LS. &Rodai,M.J.N. Muitos estudos em florestas ciliares Conclui-se que a distância geográfica, sugerem que mesmo florestas próximas independente de sua altitude, foi o fator mais podem apresentar composição florística importante para explicar as semelhanças distinta,dependendodascondiçõesambientais florísticasao longodabaciadoSantoAntônio. predominantes em cada uma delas (Felfili Talfatoreforçaaimportânciadeestudoslocais et al. 1994; Oliveira-Filho & Ratter 1995; para estabelecer modelos de manejo, Walter 1995; Rezende et al. 1997). Segundo recuperaçãoeconservaçãodeflorestasciliares Rodrigues (1992), a altitude desempenha um nesta bacia hidrográfica (Rezende 1998). importante papel na composição florística e na estrutura das comunidades florestais. ReferênciasBibliográficas Se considerarmos distância geográfica e Absy, M. L.; Prance, G. T. & Barbosa, E. M. altitude como fatores que podem influenciar 1986. Inventário florístico de floresta na similaridade entre áreas, pode-se concluir natural na área da estrada Cuiabá - Porto quenocasodabaciaSantoAntônioadistância Velho (BR 364). Acta Amazônica 16/17 geográfica foi o fator mais importante, uma (Suppl.): 85-122. vezque as áreas maispróximasevidenciaram Carvalho, D. A.;Oliveira-Filho, A.T.; Vilela, valores de similaridade semelhantes, E. A. & Gavilanes, M. L. 1995. Estrutura independente de sua altitude, enquanto o do fítossociológicademataripáriadoaltorio Grande (Bom Sucesso/MG). Revista rio Capivara, que representa o sítio mais Brasileirade Botânica 18(1): 39-50. distantedaáreadeestudo,foiaindamaisbaixo. CPRM. 1994. Projeto Chapada Diamantina; Nos demais levantamentos florísticos ParqueNacionaldaChapadaDiamantina realizados na bacia Santo Antônio ocorreram - BA: informações básicas para a gestão diversas espécies comuns à área de estudo, embora um número considerável (59) tenha territorial - Diagnóstico do meio físico e rsiiodso aepxrcleusseinvtoardaamá1r0eaedsepéecsiteusdoa.rbOósreqausatermo Concediaçvãeog,etAa.çãAo.. C&PRGiMul,ieStatil,vaAd.or,M.1 1260p0.2. Composiçãoflorísticaeaspectosestruturais comum, e 13 espécies arbóreas ocorreram de campo rupestre em dois platôs do empelo menos três dos quatro rios estudados MorrodoPaiInácio,ChapadaDiamantina, na bacia (Tab. 2). Algumas destas estão Bahia, Brasil. Hoehnea29(1): 37-48. presentes em grande parte dos levantamentos & Durigan, G. Leitão-Filho, H. F. 1995. florísticos realizados em florestas ciliares Florísticaefitossociologiadematasciliares extra-amazônicas,como: Tapiriraguianensis, do oeste paulista. Revista do Instituto Alchornea triplinervia e Calophyllum Florestal7(2): 197-239. brasiliensis, consideradas espécies típicas Felfili, J. M. 1995. Diversity, strueture and de floresta ciliar (Rodrigues & Nave 2000). dynamics of gallery forest in Central Dentreessas,Funch(1997)indicouasespécies Brazil. Vegetatio 117: 1-15. Licania kunthiana, Coiuna rígida, Richería Felfili,J. M. 2000. Crescimento, recrutamento grandis, Heistería períanthomega, Vochysia emortalidadenasmatasdegaleriadoplanalto pyramidalis e Humiria balsamifera, como central. In: Cavalcanti,T. B. & Walter, B. restritas às florestas ciliares na região. É M.T. (org.).Tópicosatuaisem Botânica: notável que embora estas espécies sejam de palestras convidadas do 51° Congresso ampla distribuição geográfica, estas se NacionaldeBotânica. EmbrapaRecursos encontram associadas aos cursos d’água nas Genéticos e Biotecnologia, Brasília. Pp. quatro áreas estudadas da bacia Santo 152-158. Antônio,sendoportantopotenciaisindicadoras Felfili, J. M. & Silva-Júnior, M. C. 1992. de florestas ciliares para a região oriental da Floristiccomposition,phytosociologyand Chapada Diamantina. comparison ofcerrado and gallery forest Rodriguésia 60 (2): 265-276. 2009 SciELO/JBRJ cm 13 14 15 16 17 18 ..

See more

The list of books you might like

Most books are stored in the elastic cloud where traffic is expensive. For this reason, we have a limit on daily download.