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Como Ser um Milionário Budista: 9 Passos Práticos para Ser Feliz Em um Mundo Materialista PDF

236 Pages·1.722 MB·Portuguese
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Sem dinheiro, acreditamos que nossos objetivos nunca sairão do papel, perdidos em nossa cabeça como pensamentos, pouco mais que esperanças. É por isso que tantas pessoas se mantêm em empregos de que não gostam. Nosso futuro está à mercê de nossas contas bancárias. Em qualquer relacionamento tóxico, ambas as partes são responsáveis por seu papel e comportamento; a aceitação dessa verdade nos prepara para enfrentar o problema. Ao aceitar nossa parte no relacionamento disfuncional entre nós e a indústria do dinheiro, somos fortalecidos pela realidade de que somos livres para investigar e escolher outras formas de pensar. Podemos nos afastar da tirania, mesmo que seja um desafio difícil. Os primórdios Desde que surgiu como uma ideia, há cerca de 11 mil anos, o dinheiro se transformou, sem contestação, em uma “coisa” tão real quanto uma mesa ou uma cadeira. Mas nem sempre foi assim. Então, o que aconteceu antes do conceito de dinheiro? Nossos primeiros ancestrais caçadores-coletores não apenas sobreviviam sem dinheiro, como também se viraram bem o suficiente para evoluir até chegarem aos humanos modernos que somos hoje. Os primeiros humanos desenvolveram um conjunto variado de habilidades e talentos para atender às suas necessidades pessoais e às de sua comunidade. Foi a natureza — com todas as pressões inerentes sobre os humanos para sobreviverem a ela —, e não as demandas de um mercado comercial, que determinou o que as pessoas precisavam fazer para viver um novo dia. “Moedas invisíveis”, como reciprocidade e partilha de habilidades, eram usadas não para lucro futuro, mas para a sobrevivência imediata do indivíduo e da comunidade. Sobrevivência e segurança estão na base de um modelo teórico denominado “hierarquia das necessidades”, proposto por Abraham Maslow, um dos psicólogos mais influentes do século XX. Maslow escreveu sobre seu modelo em 1943, em um artigo acadêmico intitulado “A Theory of Human Motivation” [“Uma teoria da motivação humana”]. Essa teoria fala sobre cinco camadas de necessidades, descritas como níveis que vão subindo, formando uma pirâmide. Na base da pirâmide estão as necessidades fisiológicas, como ar para respirar, água, comida, sono, roupas e abrigo. Mais acima estão as necessidades de segurança: preceitos morais e saúde da família, proteção do corpo, propriedade e recursos; seguidos por necessidades emocionais e sociais: amor e sentimento de pertencimento, amizade, família e intimidade sexual. Depois vêm as necessidades do eu: autoestima, confiança, realização, respeito pelos outros e dos outros; e, por fim, autorrealização: integridade, criatividade, espontaneidade, resolução de problemas e ausência de preconceito. Nossos primeiros ancestrais escalaram com sucesso o modelo de “hierarquia das necessidades” sem depender do dinheiro. E à medida que desenvolviam suas habilidades de sobrevivência, as comunidades cresceram, e mais pessoas precisaram atender ao modelo hierárquico de Maslow. E à medida que a demanda por comida, abrigo, segurança e confiança aumentou, os provedores de habilidades se tornaram especialistas. Mas a natureza e toda a sua imprevisibilidade sempre estiveram no comando da vida. A qualquer momento, o sutil equilíbrio necessário para continuar vivo poderia ser perturbado por uma mudança no clima, uma praga de insetos ou uma epidemia. Uma seca causaria um aumento na demanda por “adivinhos” localizadores de água na comunidade, deixando os produtores de roupas de inverno subtamente ociosos. Da permuta ao dinheiro Mudanças na oferta, seja por excesso ou escassez, modificam a procura. E as crescentes complexidades ocasionadas pelo aumento das populações instigaram o desejo de outros sistemas de comércio. Assim nasceu o conceito de permuta. A permuta só funciona se aqueles que fazem a troca precisam de algo que os outros têm a oferecer, e, por sua vez, têm o que os outros exigem. Se, por exemplo, um jardineiro precisa de calçados de jardinagem novos e o sapateiro precisa que aparem sua cerca viva, ambos ficarão felizes. No entanto, se o sapateiro não tem jardim e prefere um pote de unguento de ervas para as suas mãos calejadas, o acordo de permuta fica mais complicado: o jardineiro e o sapateiro terão que procurar um herborista que precise de suas habilidades. A solução para essas complexidades é o dinheiro. Façamos um rápido passeio pela história cronológica do dinheiro para entender melhor como chegamos à mentalidade do “dinheiro em primeiro lugar”. • Os primeiros registros mostram que no Egito, por volta de 9000 a.C., os primeiros humanos trocavam os bens de que precisavam pelos produtos que tinham em excesso. Bens não perecíveis, como grãos e gado, eram mercadorias adequadas de permuta. • Por volta de 1100 a.C., na China, o bronze era usado para fazer esculturas em miniatura oferecidas como uma moeda alternativa de troca — era mais fácil carregar pequenas esculturas de bronze no bolso do que andar por aí com vacas ou sacos de grãos. Por volta da mesma época, 1200 a.C., essas esculturas passaram por um refinamento e se transformaram em moedas redondas. Em algumas regiões costeiras do oceano Índico, as comunidades usavam os búzios locais como outra forma de moeda. • Em 600 a.C., o rei Alíates da Lídia (atual Turquia) cunhou a primeira moeda oficial, padronizando a cunhagem e facilitando o comércio exterior. • Em 1250 d.C., os florentinos, que não queriam ser superados pelos lídios, cunharam sua própria moeda de ouro, que ganhou aceitação em toda a Europa. • Com a evolução do comércio, começou a busca por uma solução para o problema do transporte de moeda internacional, já que carregar grandes baús de prata e ouro era trabalhoso e caro. A Suécia encontrou a resposta no papel-moeda em 1661, embora ele tenha demorado algum tempo para se popularizar — é difícil abandonar velhos hábitos, e os piratas ainda preferiam seus baús de pilhagem. • Em 1860, a empresa norte-americana Western Union estabeleceu-se como líder de mercado em todas as questões de dinheiro, e foi pioneira no uso do e-money com a ideia inovadora de transferi-lo eletronicamente via telegrama. • Em 1946, o mundo do dinheiro tornou a evoluir quando um empresário norte-americano, John Biggins, inventou o cartão de crédito com o lançamento do seu “Charg- it”. • Em 1999, os bancos europeus buscaram acompanhar esse progresso oferecendo serviços bancários por smartphone, e uma moeda única para o bloco econômico, o euro, entrou em circulação em 2002. • Em 2008, os pagamentos por aproximação foram introduzidos no Reino Unido. • A partir de 2014, surgiram novas formas de moeda, algumas bem-sucedidas e promissoras, outras apenas modismos ou equívocos: criptomoedas como o bitcoin; sistemas de troca modernos como Bartercard; versões evoluídas de serviços bancários por aproximação, como Apple Pay e uso de pulseiras. Em seu livro Sapiens: Uma breve história da humanidade, o professor, autor e historiador Yuval Noah Harari escreve: “O dinheiro foi criado inúmeras vezes em inúmeros lugares. Seu desenvolvimento não exigiu avanços tecnológicos, foi uma revolução puramente mental. Envolveu a criação de uma nova realidade intersubjetiva, que só existe na imaginação compartilhada das pessoas.”4

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